Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 18 de outubro de 2016

Metrô: Justiça (sic) absolve Serra A Fel-lha também


Metro.jpg

Empurrado pela TV Record, Governador (sic) se dispõe a ir à cratera (Reprodução: IstoÉ)
Na Fel-lha:

Justiça inocenta 14 acusados por cratera do Metrô que deixou sete mortos

A Justiça de São Paulo inocentou todas as 14 pessoas acusadas de responsabilidade em acidente nas obras do metrô de SP que deixou sete mortos em janeiro de 2007. À época, o desabamento no canteiro de obras da estação Pinheiros, na zona oeste da capital, abriu uma cratera que engoliu caminhões, maquinários e quem passava por uma das ruas no entorno.

Após a tragédia, a maior da história do metrô paulistano, viraram réus de ação penal 5 funcionários da estatal (de médio ou baixo escalão, como gerentes e fiscais, mas ninguém da cúpula) e 9 do consórcio construtor ou de empresas terceirizadas (engenheiros, projetistas e um diretor).

As obras na linha 4-amarela eram de responsabilidade do Consórcio Via Amarela, liderado pela Odebrecht e integrado também por OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

De acordo com a decisão da juíza Aparecida Angélica Correia, da 1ª Vara Criminal de SP, não ficou provado no processo que os técnicos do consórcio e do Metrô tinham condições de evitar o acidente.

Autor da ação, o Ministério Público de São Paulo recorreu da sentença em segunda instância. O recurso deve ser analisado em novembro pelo Tribunal de Justiça. Segundo a magistrada, em decisão de maio, as medidas de segurança disponíveis foram adotadas. "Ora, os acusados não tinham como prever o acidente", afirmou.

Ela ainda prossegue: "Todas as equipes acompanhavam cuidadosamente cada passo da execução e não apontaram qualquer situação que indicasse a possibilidade de um acidente". Ainda segundo a juíza, "o plano de emergência foi colocado em prática e de maneira eficiente, o que se verificou por meio das provas realizadas".

TÚNEL
O acidente nas obras do metrô de Pinheiros ocorreu em janeiro de 2007, quando desabou a parede de um dos túneis em construção. Segundo a Promotoria, os responsáveis pela obra detectaram problemas no túnel desde o mês anterior à tragédia. Na véspera do acidente, decidiram reforçá-lo com tirantes.

A obra continuou, porém, sem que isso fosse feito. Quando o túnel começou a ruir, os funcionários foram retirados, mas não foi adotada medida de segurança no entorno. A interdição da rua Capri, por exemplo, evitaria a maioria das mortes, já que seis das sete vítimas passavam pela via na hora do desabamento. A outra vítima era um caminhoneiro do consórcio.

Segundo a Defesa Civil, houve intervalo de cerca de dez minutos entre a retirada dos funcionários e o rompimento do túnel, tempo suficiente para interditar uma via.

Procurados, Metrô e Odebrecht não quiseram comentar.

 NAVALHA


Como se percebe, a Fel-lha só vem a citar o governador (sic) José Serra no nono parágrafo do texto.

Ela o absolveu, também...

Cerra tinha acabado assumir o (des)governo de São Paulo, plataforma que usou para chegar à Presidência (quando foi retumbantemente derrotado pela Dilma, em 2010).

Ele tentou fingir que a cratera do metrô nao era com ele.

Ficou escondido no Palácio.

O azar dele é que foi num domingo e o Domingo Espetacular, da Rede Record, ao vivo, sob a coordenação de Celso Zucatelli, fez uma cobertura devastadora da catástrofe.

E o ansioso blogueiro perguntava ao Zucatelli:

- Mas quem deixou a obra continuar, depois de saber que exigia uma proteção adicional: será que o Governador sabe?

Cerra foi lá.

De saída, inocentou-se e a todos.

No decorrer da apuração, se soube que o financiamento da obra - sob a imaculada batuta tucana - era totalmente irregular, cheia de "aditivos"...

E sumiu o Governador.

E sumiram os responsáveis.

Que somem de novo agora, protegidos pela Justiça!

A mesma que absolveu, ainda em São Paulo, os carniceiros do Carandiru.

PHA

sábado, 15 de novembro de 2014

Empreiteiras da Lava-Jato atuaram no cartel do Metrô de SP

lava jato capa

O delegado Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado,  estreou na tevê naedição do Jornal Nacional de sexta-feira 14, falando sobre as prisões de executivos de empreiteiras denunciadas pelo doleiro Alberto Yousseff no âmbito do acordo de delação premiada da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
lava jato 1

Diz a locução de Willian Bonner:
O delegado que conduz as investigações na Polícia Federal diz que há indícios consistentes de vários crimes, como formação de quadrilha, cartel, corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro
De Paula, um dia antes, tornara-se conhecido nacionalmente. Matéria do Jornal O Estado De São Paulo arrolou esse delegado como membro de um grupo de delegados que insulta Dilma Rousseff e Lula no Facebook e faz proselitismo político-partidário em favor do ex-candidato a presidente Aécio Neves.
Abaixo, trecho da matéria do Estadão sobre delegados anti-Dilma da PF
lava jato 4
A matéria do Jornal Nacional, além de dar voz aos autoproclamados inimigos políticos de Dilma, Lula e do PT, trata de acusar o partido de estar institucionalmente envolvido nos crimes.
lava jato 2
A matéria, porém, poderia ter lembrado que essas empreiteiras que tiveram seus executivos presos também estão envolvidas em outros escândalos envolvendo outros partidos, com destaque para o PSDB.
Empresas citadas na operação Lava Jato são conhecidas como “As quatro irmãs”.  São elas Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez e prestam serviços também para governos do PSDB.
A Odebrecht, entre outras, foi alvo de denúncia do Ministério Público por suspeita de formação de cartel em São Paulo para a construção da Linha 5 do Metrô.
Em 2012, o Ministério Público do Estado de São Paulo ofereceu denúncia formal à Justiça contra 14 representantes  de empresas que compõem o consórcio vencedor da licitação para a construção da Linha 5 – Lilás, do Metrô.
A denúncia foi formulada pelo promotor de Justiça Marcelo  Batlouni Mendroni, do Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (GEDEC).
Foram denunciados, entre outros, executivos da Construtora Norberto Odebrecht Brasil S/A, da Construtora OAS Ltda e da Construtora Queiroz Galvão S/A.
De acordo com a denúncia, os 14 envolvidos dividiram entre as empresas que representavam os contratos dos trechos de 3 a 8 da linha 5 do Metrô, direcionando a licitação da obra. Para o Ministério Público, eles sabiam previamente qual empresa seria a vencedora de cada um dos trechos em licitação porque combinaram o preço que seria apresentado por cada concorrente do grupo.
O jornal Folha de S. Paulo, naquele ano, publicou reportagem demonstrando que já se sabia, quatro meses antes do edital, quais os consórcios e empresas seriam vencedoras da licitação, registrando em cartório os nomes dos vencedores muito antes de proclamado o resultado da licitação.
Apesar de a mídia estar tentando vender ao país que a atuação criminosa dessas empresas teve início “em 2003” exclusivamente com o governo Lula, todos sabem que esse tipo de atuação corruptora de empreiteiras sempre existiu.
A diferença, hoje, após a chegada do PT ao poder, é que a corrupção praticada desde sempre por empreiteiras está sendo investigada sem tréguas.
Aliás, surpreendeu-se quem quis com as prisões de corruptores na última sexta-feira. Logo após o segundo turno das eleições deste ano, este Blog já vinha avisando que os corruptores entrariam na roda.
Dois dias após o segundo turno (28/10), esta página já explicava O que Dilma quis dizer com “Não vai ficar pedra sobre pedra”  durante entrevista que tinha acabado de conceder ao Jornal Nacional.
pedra sobre pedra CAPA
Apesar da tentativa de exploração política por parte da mídia e do PSDB, é mais do que positivo que a Operação Lava Jato esteja expondo à luz do dia os métodos de empresas que cresceram e se tornaram as maiores do mundo corrompendo políticos e agentes públicos vinculados a TODOS os partidos.
Por conta disso, apesar de a mídia estar tentando vender a ideia de que essas empresas só começaram a fazer negociatas com empresas públicas ligadas ao governo do PT, o fato é que será muito difícil impedir que venham à luz negócios nebulosos dessas empreiteiras com governos de partidos de oposição como os de São Paulo e de Minas Gerais.
Vários colunistas da grande mídia estão achando que Dilma, Lula e o PT serão prejudicados por um nível de combate à corrupção que jamais existiu no país, mas estão redondamente enganados.
Este Blog afiança aos seus leitores que, nos próximos meses, sobretudo após as festas de fim de ano, a presidente da República e seu antecessor começarão a entrar para a história como os únicos governantes que abriram a caixa-preta da corrupção institucionalizada que vige neste país desde sempre. Quem viver, verá.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Jornal distribuído no metrô de SP ironiza apoio de nordestinos a Dilma



Em tese, se um jornal paulista da capital publica na capa as fotos de dois candidatos à Presidência da República e faz montagem na foto de um deles com uma intenção bastante óbvia de vinculá-lo ao Nordeste, só pode estar querendo ajudar esse candidato. São Paulo é um Estado repleto de nordestinos ou descendentes de nordestinos…


Porém, há anos que os paulistas vêm sendo acusados de preconceito contra nordestinos por conta de uma parcela de sua população que não faz a menor questão de esconder verdadeira ojeriza que tem ao povo do Nordeste, tanto no que diz respeito à cultura da região quanto ao fato de haver mais nordestinos negros do que brancos.
Episódios recentíssimos de manifestação de preconceito em redes sociais contra o povo do Nordeste por votar majoritariamente em Dilma acabaram mostrando que a grande maioria dessas agressões partiram de paulistas, sejam da capital ou do interior de São Paulo.
Por esse ângulo, a capa do jornal gratuito Metro News, em sua edição de 22 de outubro, induz a crer que a intenção na montagem que o leitor vê no alto da página pode não ter sido a de favorecer a presidente da República ao associá-la ao povo nordestino, já que acusações de que paulistas e paulistanos (Metrô News é da capital) repudiam esse povo são comuns.
Só para lembrar: a mais notória condenação de alguém por crime de preconceito contra nordestinos foi de uma jovem estudante de Direito de Bragança Paulista, interior de São Paulo. Em 2010, ela pregou no Twitter que matassem os nordestinos que votaram em Dilma e os “culpou” pela primeira eleição da atual presidente da República.
Para entender melhor a intenção do jornal haveria que, para começar, ler as páginas seguintes, apesar de, por estarmos em período eleitoral, ser vetado que um impresso distribuído gratuitamente em um aparelho do Estado controlado pelo partido do adversário de Dilma, tomasse partido desse adversário.
Na terceira página do jornal, duas matérias sobre o confronto Dilma/Aécio: a primeira, “Dilma Caminha com Mulheres”; a segunda, “Aécio contesta Datafolha”.
A matéria sobre Aécio dispensa comentários; o título diz tudo. A matéria sobre Dilma, apesar do título simpático, diz que ela “critica” e “acusa” Aécio, quem, na matéria sobre si, aparece vitimizando-se, dizendo-se prejudicado por pesquisas inidôneas que o colocam atrás da adversária nas intenções de voto da corrida sucessória.
Na quarta página, mais duas matérias: a primeira, “Ataques mútuos e propostas”, continua na linha de mostrar Dilma como agressora de Aécio; a segunda, “Pesquisa não indica desidratação de Aécio”. Abaixo, reprodução da matéria do Estadão republicada no jornal gratuito.
O jornal distribuído gratuitamente no metrô de São Paulo costuma publicar textos críticos ao PT e favoráveis ao PSDB, sobretudo ao governo Geraldo Alckmin, que controla o Metrô.
Abaixo, mais algumas capas do Metrô News



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Relator da CPI jogou a Delta no abismo. Supremo pode salvar


O relator da CPI Odair Cunha (PT – MG) tinha diante de si duas propostas.

Uma, dos deputados Paulo Teixeira e Candido Vacarezza, do PT de São Paulo: abrir o sigilo da Delta nas referências que as operações Vegas e Marco Polo fizessem a empresas ou homens públicos que alí estivessem relacionados com o crime organizado. Em outras palavras, isso significava abrir o sigilo do crime organizado no Centro Oeste.

A estratégia dos dois era ir pela beirada.

A CPI vai durar até novembro.

(Clique aqui para ver que a batata do brindeiro Gurgel e do Paulo Preto começou a assar e assa até novembro.)

Inevitavelmente, a CPI vai dizer “oh de casa” ao Cerra.

(O Pagot na IstoÉ  já enfiou o pé na porta, ao descrever o rachuncho do Robanel: 60% iriam para a campanha do Cerra.)

Segundo Teixeira e Vacarezza, depois do Perillo, a CPI, com os novos dados que começam a jorrar lá de dentro – o amigo navegante viu como o Policarpo pedia grampo ao Carlinhos – ia descendo o mapa, até chegar ao Rio e a São Paulo.

Aí, apareceu na mesa do relator Odair Cunha uma proposta do DEMO Onyx Lorenzoni (RS) : detonar, abrir tudo, para pegar logo o Agnello e o Cabralzinho, na companhia do tucano Perillo, que arrendou Goiás ao Carlinhos Cachoeira.

O PiG (*) adorou !

Sem expor as duas propostas, o relator Odair Cunha leu a proposta do DEMO e submeteu-a a votação, sem dar chance à proposta mais limitada de Teixeira e Vacarezza.

Dito e feito.

No dia seguinte, a J&F desistiu do negócio, como mostra o G1.

A J&F anunciou que ia comprar por R$ 1 , se, depois da due dilligence, confirmasse que a empresa tinha condições de sobreviver.

O antigo dono, Fernando Cavendish, receberia uma mesada, e a J&F tocaria os contratos que representam uma boa fatia do PAC e obras que envolvem, pelo país afora, 30 mil empregados.

Agora, sem abandonar a idéia de ter uma empreiteira, a J&F concluiu que a Delta não tem receita – os clientes, assustados, com medo de uma devassa, não pagam.

O Paulinho da Força esteve no Palácio do Planalto esta semana e avisou a Gilberto Carvalho que, semana que vem, se não sair o pagamento dos trabalhadores, vai ter greve.

Pelo país afora.

A maioria dos empregados afetados é de sindicatos da Força.

O DEMO ganhou o primeiro round.

O STF pode reverter a situação provisoriamente – clique aqui para ver que a Delta recorreu ao Supremo para reverter a “quebra de sigilo nacional” .

Mas, é óbvio que uma solução rápida e definitiva tem que se encontrada.

O Palácio não vai poder manter a atitude de espectador.

O PAC está em jogo.

Parte da Transposição do rio São Francisco também.

E 30 mil empregos.

O relator Odair Cunha relatou mal.

Jogou para o PiG (*) e o PiG (*) ganhou o primeiro round.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Sem ter o que dizer ao eleitor, Serra tenta criminalizar o PT


Não deixa de ser irônico que o cenário escolhido pela pré-campanha de José Serra para perpetrar a primeira das costumeiras jogadas eleitorais sujas que o tucano costuma praticar tenha sido o metrô paulistano, a prova em aço e concreto da incompetência e da corrupção do PSDB paulista.
Na manhã da última quinta-feira, ocupado pela participação em uma feira de meu setor de atividade profissional, recebo ligação de minha mulher – talvez a pessoa mais avessa à política que conheço e que se opõe frontalmente ao que faço neste blog.
Como precisei do carro para ir à feira, Cristina foi trabalhar de metrô. Tanto na estação em que embarcou quanto na que desembarcou presenciou distribuição gratuita de uma revista com uma capa que qualificou como “inacreditável”.
Estava indignada. Disse que a revista estampava na capa a figura da morte com o símbolo do Partido dos Trabalhadores (a estrela vermelha de cinco pontas) no lugar do rosto. E que, logo abaixo, havia um texto que acusava o partido inteiro de ser uma agremiação de assassinos.

Ela não soube precisar do que se tratava e não pude avaliar na hora, pois estava ocupado no evento. Ao chegar em casa à noite, porém, entendi tudo. Bastou um giro pela internet para descobrir que a revista é ligada a José Serra e que requentou a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.
Cristina relatou que a publicação estava sendo distribuída por um idoso e um rapaz trajados humildemente. O idoso, segundo ela, estava mal-humorado e agressivo. Após lhe entregar a revista, alguém lhe pediu informação, ele negou e reagiu com fúria. Disse que “não estava ali” e que já lhe bastava ter que ficar “distribuindo aquela bosta de revista”.
Ainda segundo a minha mulher, a revista estava sendo distribuída também pelas ruas. Várias pessoas, todas humildes, carregavam pilhas do material em carrinhos de mão e o jogavam em cima dos passantes.
Foi então que me lembrei de algumas conversas que andei tendo com o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, o ex-ministro Fernando Haddad.
Quem lê este blog sabe que não tenho manifestado muita fé nas chances dele de derrotar Serra devido à despolitização e ao alheamento da realidade que flagelam a maioria dos paulistanos. Ainda assim, nas duas oportunidades em que nos encontramos fiquei surpreso por percebê-lo extremamente animado com as próprias chances.
Na conversa que tivemos na última terça-feira, o pré-candidato disse que tem sentido que o povo de São Paulo “não agüenta mais” a situação da cidade e que dificilmente deixará de buscar uma alternativa ao grupo político que a governa.
Haddad dá especial atenção ao fato de que São Paulo deveria estar convertida em um canteiro de obras, pois tem hoje um orçamento de R$ 35 bilhões enquanto que, à época de Marta Suplicy, não tinha nem um terço disso. Ainda assim, o prefeito Gilberto Kassab não tem o que inaugurar.
Perguntado sobre a que atribui a inexistência de obras de vulto na cidade tendo ela um orçamento desse tamanho – que, claro, deve-se à situação econômica do país, a qual enriqueceu todos os municípios –, Haddad respondeu que tudo se deve ao “custeio”.
Como exemplo, o pré-candidato citou contrato de varrição da prefeitura com a empreiteira Delta, que, após ter vencido a concorrência, obteve da prefeitura um aumento de mais de 100% no preço inicial – passou de R$ 300 milhões para R$ 700 milhões.
Ou seja: as empresas que prestam serviços à prefeitura vencem licitações com preços baixíssimos e depois conseguem dela aumentos exorbitantes.
A quem pensar em atribuir minhas afirmações sobre o desalento do paulistano com sua cidade a posições políticas que não escondo de ninguém, ofereço a última pesquisa Datafolha sobre o que pensa este povo sobre o prefeito que Serra lhe vendeu.
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DATAFOLHA
Opinião Pública – 21/03/2011
Cinco anos após assumir a prefeitura, Kassab atinge sua maior reprovação
Para 78% dos paulistanos, é possível acabar com as enchentes em São Paulo
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, após cinco anos no cargo atinge a maior reprovação desde que ele assumiu a prefeitura, em 2005. Para a maior parte dos moradores da cidade (43%) ele vem fazendo um governo ruim ou péssimo. Essa taxa é onze pontos maior do que a registrada em novembro do ano passado, quando 31% reprovavam o seu desempenho. O percentual dos que acham que Kassab está fazendo um governo regular variou, nesse período, de 30% para 27% e a taxa dos que consideram sua administração ótima ou boa caiu de 37% para 29%.
Entre os mais jovens, a taxa de reprovação aumentou treze pontos percentuais (de 35% para 48%), da pesquisa anterior, de julho de 2010 para a atual, índice similar entre os paulistanos com idade entre 25 e 34 anos (de 29% para 44%), porém, a maior diferença (20 pontos percentuais) ocorreu entre os paulistanos com idade entre 45 e 59 anos (de 18% para 38%). A reprovação ao desempenho de Kassab é expressiva também entre os mais escolarizados (de 25% para 45%), assim como entre os paulistanos que possuem renda familiar de até 2 salários mínimos (de 27% para 46%).
A nota média atribuída ao prefeito, em uma escala de zero a dez, é 4,6, sendo que para um quinto (19%) dos moradores da capital paulista ele merece nota zero; 15% acham que ele merece nota cinco e 6% dão a ele a nota máxima.
Na cidade de São Paulo foram entrevistados 1089 moradores, nos dias 15 e 16 de março, e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Perguntados sobre as enchentes em São Paulo, metade dos moradores de São Paulo (52%) afirmam que a responsabilidade pelas enchentes é compartilhada entre a população, prefeitura e governo do estado, 27% acham que a principal responsável é a própria população, 10% acreditam que a responsabilidade é da prefeitura e 7%, o governo do estado. Os mais escolarizados responsabilizam ainda mais (62%) a todos os envolvidos, população, prefeitura e governo, taxa dez pontos maior que a média da cidade. Os mais velhos (35%), por sua vez, acham que a população é a maior culpada pelas enchentes, enquanto que os menos escolarizados responsabilizam mais a prefeitura (16%).
Para 78% dos paulistanos é possível acabar com as enchentes em São Paulo, enquanto que para 22% esse é um problema insolúvel. Os mais jovens são mais otimistas: 85% deles acham que existem soluções para as enchentes de São Paulo (taxa 7% maior que a média). No segmento dos que possuem renda familiar acima de dez salários mínimos, 27% acreditam que não é possível acabar com as enchentes de São Paulo.
São Paulo, 17 de março de 2010.
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Quando uma administração está bem, o usual é que o prefeito, governador ou presidente não ataquem os adversários durante o processo eleitoral das próprias sucessões. Ora, Serra é situação – é aliado de Kassab, elegeu-o e é apoiado por ele para sucedê-lo. Se confiasse no próprio trabalho, portanto, não deveria estar atacando.
Para comprovar isso, basta lembrar da última campanha eleitoral do país. Dilma manteve a fleuma até o fim do primeiro turno e só reagiu após muitos ataques dos adversários – e, ainda assim, de forma comedida.
Apesar da sensação deste blogueiro de que São Paulo é um caso perdido e das pesquisas que mostram que Haddad ainda não decolou, as ponderações que ele me fez parecem ganhar sentido.
Nunca o PT teve menos do que 20 ou 25 por cento dos votos na capital paulista. O baixo percentual que Haddad ainda tem se deve, portanto, ao desconhecimento de si pelos paulistanos.
Além disso, o eleitorado da capital paulista ainda não racionalizou que Serra é o criador de Kassab. Quando a campanha eleitoral refrescar a memória fraca popular, é bem provável que o tucano venha a ter que se explicar mais do que gostaria.
O ataque que o PSDB desfechou no cenário de sua incompetência (o metrô) na última quinta-feira, agora se explica e concede verossimilhança ao estado de ânimo de Haddad. Isso sem dizer que, segundo ele, as pesquisas qualitativas lhe abrem uma larga avenida para se eleger.
A atitude desesperada dos tucanos de tentarem criminalizar por inteiro um partido político que governa o Brasil há quase uma década, está explicada. Serra não tem o que dizer ao povo de São Paulo, então tenta criminalizar o adversário.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A PIGARRA TUCANA

*700 milhões de barris de petróleo: Petrobrás  descobre poço no pré-sal com óleo leve suficiente para quase um ano de consumo brasileiro, além de imensa reserva de gás**
É um velho truque do conservadorismo brasileiro reiterado ao longo da história: quando a raiz dos problemas  repousa nas entranhas de seu aparelho administrativo  ou no descaso histórico com as prioridades da população, desfralde-se a bandeira udenista da sabotagem perpetrada por 'agitadores'. A lenga-lenga exala naftalina e remete ao linguajar pré-golpe de 64,  mas encontra em São Paulo 71 quilômetros de motivações para ser ressuscitada com regularidade suíça pela pigarra do PSDB. Nessa rede escandalosamente curta e saturada do metrô --inferior a da cidade do México, por exemplo, com 200 kms--  os registros de acidentes e interrupções exibem uma frequência preocupante: só este ano foram 143 ocorrências, média de uma por dia. Nesta 4ª feira, a metódica pigarra conservadora aproveitou a greve salarial dos metroviários para isentar a gestão temerária por trás dos transtornos renitentes. A narrativa é a de um 'jornal da tosse'.Gargantas raspando pastilhas Walda emitem denúncias de sabotagem e insinuam 'incêndios do Reichstag' de olho nas eleições municipais. Agitadores conturbam o ambiente da metrópole; não fosse isso, os serviços públicos tucanos deslizariam no azeite fino de oliva. (LEIA MAIS AQUI)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

METRÔ DE SP: A INOVAÇÃO TUCANA

*CORRIDA AOS BANCOS: em 2011, 35,4 bi de euros sairam da Grécia; nas ultimas 48 horas sairam  890 milhões de euros** saques maciços de depósitos e poupanças podem  levar ao colapso bancário (leia a análise do economista Pedro Rossi, do Cecon/Unicamp; nesta pág) ** Medo já contamina outros países do UE: dinheiro arisco pergunta quem será o próximo e foge dos elos frágeis do euro** Bolsa da Espanha  retrocede a valores de 2003 ** EXCLUSIVO: leia nesta pág. a reportagem de Vinicius Mansur, corrrespondente em Brasília:  A revista Veja sabia do 'esquema Delta'** 'Complica-se a situação do casal Gurgel' (leia mais aqui) 

 
1) "Modéstia à parte, se vocês olharem o que a gente fez, a quantidade de inovação é imensa" (José Serra, candidato a prefeito de SP, em campanha, em 23-04.    2) "Não há registro disso --o sistema mandar o trem acelerar em vez de parar-- em lugar nenhum do mundo" (Telmo Porto, professor da Escola Politécnica da USP, na Folha de 17-05,  sobre o acidente desta 4ª feira no metrô de São Paulo, que feriu 103 pessoas). O desastre de ontem, em São Paulo, só não foi maior porque a linha 4 ainda não está totalmente automatizada: o condutor acionou o freio de mão e evitou a colisão violenta entre as duas composições. Importante: isso aconteceu na gestão tucana de um sistema metrô que tem pouco mais do que irrisórios 74  kms de extensão; em compensação, é o sistema o mais saturado do planeta. No ano passado, o m
etrô de São Paulo atingiu a marca de 11,5 milhões de passageiros transportados
por quilômetro de linha. É a maior concentração de pessoas em um único sistema de transporte no mundo, segundo a própria companhia.Em novembro de 2011 o metrô teve a pior avaliação da história; os passageiros reclamam do desconforto causado pela superlotação. Em abril deste ano, o tucano Geraldo Alckmin prometeu ampliar para 200 kms a rede do metrô, até 2018. O PSDB governa São Paulo há mais de 16 anos; a média tucana de  ampliação da rede metroviária tem sido de 2,35 kms/ano. Nesse ritmo levará mais de 40 anos para atingir a meta do governador. Os funcionários do metrô de SP entram em greve na próxima 4ª feira: lutam para obter um reajuste de 5,3% nos salários.


Euro atinge mínima em quatro meses ante o dólar

O euro caiu abaixo de US$ 1,27, atingindo uma nova mínima em quatro meses de US$ 1,2681, enquanto os investidores aguardam as próximas notícias na zona do euro e a incerteza sobre a Grécia continua a afetar os mercados.

O volume de negócios está fraco devido ao feriado do Dia da Ascensão em algumas partes da Europa, mesmo após as bolsas entrarem em território negativo após um início estável de negociação, com os papéis do setor bancário apresentando um dos piores desempenhos.

O euro também atingiu um dos níveis mais baixos ante o iene desde 16 de fevereiro, à medida que o um governo interino assumiu a condução da Grécia antes de novas eleições no país no 17 de junho.

Com o foco ainda firme sobre a Grécia, os mercados de câmbio ignoraram um leilão de títulos de bem-sucedido na Espanha, que vendeu quase 2,5 bilhões de euros dívidas de três e quatro anos.

A libra recuou ante o dólar para uma nova mínima em um mês, de US$ 1,5866, em linha com as quedas do euro e após o banco central da Inglaterra (BoE) sinalizar a possibilidade de mais relaxamento monetário.

Os movimentos nos mercados de moedas emergentes estão sendo, em grande parte, ditados pela incerteza na zona do euro, que os manteve sob pressão. Estrategistas observaram que a paralisia política na Grécia poderá empurrar o euro acima de 300 florins húngaros. Os problemas da zona do euro também pesaram sobre o rublo russo e a coroa checa.

Fora da Europa, houve suspeita de intervenção do banco central da Índia no mercado de câmbio a fim de impulsionar a rupia após a moeda atingir uma nova mínima recorde ante o dólar, segundo traders.

Às 8h25 (pelo horário de Brasília), o euro estava em US$ 1,2672, ante US$ 1,2716 na quarta-feira. O dólar operava em 80,18 ienes, de 80,34 ienes. O euro estava em 101,62 ienes, de 102,38 ienes. A libra estava em US$ 1,5834, de US$ 1,5910 ontem. As informações são da Dow Jones.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A prova de que a tragédia no metrô de SP era previsível

Ontem, 15 de maio, este blogueiro “sujo”, “primário” e “robótico” teve que fazer algo que tenta evitar a todo custo: usar o metrô de São Paulo. Por volta das 19 horas, na plataforma, no sentido Jabaquara, havia milhares de pessoas se espremendo.
As que estavam na beira da plataforma, um empurrãozinho e cairiam nos trilhos. Os trens se sucediam em velocidade impressionante, mal saía um e já chegava outro, deixando ver que aquele fluxo era perigoso.
Dentro do trem, espremido, quase sem conseguir respirar, enervei-me e falei alto:
– Gente, vocês não acham que o povo de São Paulo deveria se revoltar e votar direito para tentarmos mudar esta situação absurda?
As pessoas pareciam conformadas. Nem me deram bola. Ninguém respondeu. O conformismo do paulistano com o sofrimento a que se submete todo dia é patente. As pessoas são tratadas pelos governos estadual e municipal como lixo e nem se dão conta.
Saindo do trem do inferno, digitei no Twitter, via celular, a seguinte mensagem: “Vocês que não são de SP não têm como entender do que se trata a situação do metrô, aqui. Fazia alguns meses que não usava. Nem sei descrever
Mais tarde, a mensagem profética: “Ainda vai acontecer uma desgraça no metro de SP. E o povo continua votando com o intestino. SP é um caso perdido
Alguns leitores comentaram no Twitter a malfadada “profecia” que tenho o desprazer de ver se concretizar.

Como já disse várias vezes, não tenho bola de cristal nenhuma. Aliás, nesse caso, muita gente já deve ter previsto o que previ, ainda que sem essa precisão fortuita e trágica. Até porque, como o povo de São Paulo não reage, prever desgraças, aqui, é até covardia de tão fácil.
Concluo com outra previsão: Serra, Alckmin e a mídia vão dizer que é sabotagem do PT ou culpa do governo federal.
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Da Folha Online
Dois trens batem na linha 3-vermelha do metrô em SP; circulação é parcial
Dois trens bateram na linha 3-vermelha do metrô por volta das 9h50 desta quarta-feira. Uma das composições que se envolveu na batida permanece parada entre as estações Penha e Carrão (zona leste de São Paulo), onde ocorreu o acidente. Segundo o Corpo de Bombeiros, 33 pessoas ficaram feridas –não há registro de vítimas graves.
Os trens envolvidos na batida estavam trafegando no sentido Palmeiras/Barra Funda. A colisão fez com que passageiros caíssem.
Equipes permanecem no local para socorrer outras possíveis vítimas. A reportagem flagrou uma mulher de 36 anos que teve ferimentos no rosto e nas costas.
Passageiros que estavam dentro dos vagões relataram à reportagem que após a colisão não houve nenhum aviso por parte do condutor do trem do que havia acontecido por mais de 20 minutos.
Desesperadas, as pessoas usaram os botões de emergência e desceram na passagem lateral aos trens. As vítimas estão sendo socorridas por agentes de segurança do próprio Metrô, Corpo de Bombeiros e Samu.
O aposentado Sadao Ishii, 60, contou que ao contrário das outras pessoas que estavam na mesma composição que ele, conseguiu manter-se de pé. “Ouvi um impacto forte, segurei firme e consegui não cair, mas quebrei meu óculos”, conta, ferido com cortes do rosto.
A consultora de feng shui Hortência del Bianco, 57, tinha um hematoma grande no rosto e caminhava junto com os outros passageiros a caminho da estação Carrão. “O trem já vinha lento, de repente ocorreu uma pancada forte, mas o trem continuou fechado meia hora sem nenhum aviso”, disse.
Um adolescente de 17 anos disse que logo após a batida muita gente ficou desesperada e chorava dentro dos vagões. “Foi tudo muito rápido, fiquei super assustada, todos estavam chorando.”
Com a batida, os trens estão circulando apenas entre as estações Palmeiras/Barra Funda e Tatuapé. Para atender o restante da linha, o metrô acionou o serviço Paese, com ônibus gratuitos.
As causas do acidente estão sendo apuradas. A empresa afirmou que o problema deixa as linhas 1-azul, 2-verde com velocidade reduzida e maior tempo de parada.
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Soninha Francine desdenha do acidente no Metrô via Twitter

Do portal R7

Acidente de metrô em São Paulo deixa feridos na manhã desta quarta-feira (16) e causa tumulto na zona leste da cidade, além de complicar a vida de muita gente. No Twitter o tumulto também é grande, mas aí a culpa é de Soninha Francine, ex-apresentadora de TV e pré-candidata à prefeitura de São Paulo.
Soninha claramente soltou um tuíte sem pensar. Ela escreveu o seguinte:
- Metro caótico, é? Nao fosse p TV e Tuíter, nem saberia. Peguei Linha Verde e Amarela sussa. #mtoloco.
Uma bobagem dessa causou frisson na rede social. Quase que imediatamente as hashtags #mtoloco, #sussa, #A Soninha entraram nos assuntos mais comentados. Claro, ela deu a entender que se não fosse pela barulho causado pelo povo na internet ninguém nem saberia o que estava acontecendo.
Bom, vendo por esse ângulo, então ainda bem que existe o Twitter e a TV, certo?
Alguns minutos mais tarde, Soninha tentou se explicar e escreveu:
- Helloooo, metro zoadaço mas, apesar do M.Vila Madá avisar “velocidade reduzida”, estava normal qdo peguei. Q eu posso fazer?
Aí já era tarde. O tiro saiu pela culatra e a moça foi avacalhada na internet.
É um daqueles casos em que um #calabocaSoninha cairia bem. Até para ela mesmo.
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Mulher acusada pela Veja de ser robô decide fechar conta no Twitter
A carioca de 59 anos que usa no Twitter o perfil Lucy_in_Sky_ está apavorada com a exposição a que foi submetida pela revista Veja, que a acusou de ser um robô que tuíta mensagens a mando do PT. Ontem, nervosa, procurou-me e lhe dei um conselho. Veja, abaixo, a conversa

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O escândalo do Metrô : Serra, Asltom, Paulo Preto e metrô: Pane em licitação do metrô paulista

Alguém ai lembra do caso Alstom e metrô?

Sem licitação, Metrô de São Paulo pagou à Alstom R$ 20 milhões a mais por trens

Uma suspeita de corrupção em transações entre as estatais do governo paulista (Serra) e a multinacional francesa Alstom promete ser a pedra no sapato dos tucanos em ano eleitoral. Se somados todos os contratos irregulares da empresa com o governo de São Paulo, chega- se à cifra de R$ 1,375 bilhão. Esse número pode aumentar com a investigação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, que prometem uma verdadeira devassa na atuação da Alstom. O grupo francês tem mais de 139 contratos firmados com o governo paulista desde 1989, que ao todo somam R$ 7,6 bilhões. Os negócios da multinacional em São Paulo envolvem o Metrô, a Cesp, CPTM, CTEEP, Dersa, Eletropaulo, Emae, Prodesp e Sabesp, entre outras estatais. (Leia aqui) Arevista IstoÉ teve acesso a documentos

De novo a corrupção no ninho tucano
 
O Ministério Público e a Corregedoria de São Paulo vão investigar denúncia de irregularidade no processo de licitação do Metrô de São Paulo, ocorrida na gestão de José Serra (PSDB).Alguém acredita nisso?

Ontem, o governador do estado, Alberto Goldman (PSDB), suspendeu um contrato no valor de R$ 4 bilhões para a ampliação da Linha 5. Segundo ele, será investigado o vazamento do resultado da concorrência pública, denunciada pelo jornal Folha de S. Paulo.

José Serra esquivou-se da denúncia dizendo que não é mais governador de São Paulo. Equeceu que os nomes das empresas escolhidas para a expansão dos trilhos vazaram com seis meses de antecedência. Concorrência foi aberta na gestão de Serra.A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB). Serra deixou o cargo no início de abril deste ano para disputar a presidência da República. Logo, o tró ló ló do serra não se justifica

Serra admitiu, ontem, de ter havido acordo prévio entre as empresas, o que caracteriza fraude.

A propaganda da candidata Dilma Rousseff (PT), aproveitou o escândalo do Metrô para cobrar de Serra uma explicação sobre a irregularidade na licitação. "Além da denúncia de Paulo Preto, Serra vai ter que dar explicação sobre a irregularidade nesse negócio de R$ 4 bilhões", afirmou uma voz, em off, logo no início do programa da Dilma na televisão.

Na quinta-feira passada, foi anunciado que os sete lotes da Linha 5 ficariam a cargo das empreiteiras Mendes Junior e do Consórcio Odebrecht/OAS/Queiroz Galvão, conforme adiantou a reportagem.

Até ontem à tarde, o presidente do Metrô de São Paulo, José Jorge Fagali, negava que houvesse qualquer irregularidade na licitação e disse que o caso não será investigado internamente.

Apesar de o governador Goldman ter determinado a suspensão e a investigação pelo Ministério Público, Fagali disse que não será feita qualquer investigação interna sobre o caso. "Estamos nos colocando à disposição para qualquer investigação. Estamos à disposição até porque não temos que investigar algo que aconteceu fora do Metrô", ressaltou.

R$4 Bilhões

Valor do contrato sob suspeita para a ampliação da Linha 5 do metrô de São Paulo

Dinheiro sumido

Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, é acusado de embolsar R$ 4 milhões que seriam doados à campanha de José Serra. O PT paulista apresentou um dossiê com uma série de denúncias que ligam o engenheiro aos tucanos. Uma delas é o fato de a advogada Priscila Arana Souza Zahran, filha de Paulo, trabalhar em um escritório que presta serviços às empresas que eram fiscalizadas pelo pai dela. Paulo Preto ocupou a direção de Engenharia da empresa responsável pela manutenção das rodovias paulistas, a Dersa, de 2007 a abril deste ano. Em um documento do Tribunal de Contas da União (TCU), a filha de Paulo Preto aparece como uma das advogadas que defendem o governo paulista em um levantamento sobre o Rodoanel, cujas obras têm Pauo Preto como responsável.

ENTENDA O CASO

Licitação

Em março, Metrô abre envelopes com propostas dos correntes na licitação dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (lilás). Valores não foram divulgados

Acesso

O jornal Folha de S. Paulo afirma que obteve os resultados da licitação no dia 20 de abril e registrou um documento com as empresas vencedoras

Mudança

No dia 26 de abril, o Metrô anunciou que rejeitou a proposta do lote 2 e pede novas propostas para os outros concorrentes da licitação

Anúncio

Em agosto, o Metrô aponta as empresas qualificadas para a disputa dos lotes 2 a 8 e informa que a abertura das propostas será no dia 24 de setembro

Abertura

No dia 24 de setembro, o Metrô abre os envelopes das propostas, mas não divulga o resultado, com os consórcios vencedores

Divulgação

Na semana passada, a empresa divulgou oficialmente os resultados da licitação dos lotes, que é igual aos registrados pela Folha em abril

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Escândalo: licitação do metrô de Serra era de carta marcada



O Serra se enterrou no metrô

E o Serra ainda insiste com a Erenice.

Saiu na Folha:

Resultado de licitação do metrô de São Paulo já era conhecido seis meses antes


RICARDO FELTRIN

DE SÃO PAULO


A Folha soube seis meses antes da divulgação do resultado quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô.


O resultado só foi divulgado na última quinta-feira, mas o jornal já havia registrado o nome dos ganhadores em vídeo e em cartório nos dias 20 e 23 de abril deste ano, respectivamente.


A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB) –ele deixou o cargo no início de abril deste ano para disputar a Presidência da República. Em seu lugar ficou seu vice, o tucano Alberto Goldman.


O resultado da licitação foi conhecido previamente pela Folha apesar de o Metrô ter suspendido o processo em abril e mandado todas as empresas refazerem suas propostas. A suspensão do processo licitatório ocorreu três dias depois do registro dos vencedores em cartório.


O Metrô, estatal do governo paulista, afirma que vai investigar o caso. Os consórcios também negam irregularidades ou “acertos”.


O valor dos lotes de 2 a 8 passa de R$ 4 bilhões. A linha 5 do metrô irá do Largo 13 à Chácara Klabin, num total de 20 km de trilhos, e será conectada com as linhas 1 (Azul) e 2 (Verde), além do corredor São Paulo-Diadema da EMTU.


VÍDEO E CARTÓRIO


A Folha obteve os resultados da licitação no dia 20 de abril, quando gravou um vídeo anunciando o nome dos vencedores.


Três dias depois, em 23 de abril, a reportagem também registrou no 2º Cartório de Notas, em SP, o nome dos consórcios que venceriam o restante da licitação e com qual lote cada um ficaria.


O documento em cartório informa o nome das vencedoras dos lotes 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Também acabou por acertar o nome do vencedor do lote 2, o consórcio Galvão/ Serveng, cuja proposta acabaria sendo rejeitada em 26 abril. A seguir, o Metrô decidiu que não só a Galvão/Serveng, mas todas as empresas (17 consórcios) que estavam na concorrência deveriam refazer suas propostas.


A justificativa do Metrô para a medida, publicada em seu site oficial, informava que a rejeição se devia à necessidade de “reformulação dos preços dentro das condições originais de licitação”.


Em maio e junho as empreiteiras prepararam novas propostas para a licitação. Elas foram novamente entregues em julho.


No dia 24 de agosto, a direção do Metrô publicou no “Diário Oficial” um novo edital anunciando o nome das empreiteiras qualificadas a concorrer às obras, tendo discriminado quais poderiam concorrer a quais lotes.


Na quarta-feira passada, dia 20, Goldman assinou, em cerimônia oficial, a continuidade das obras da linha 5. O nome das vencedoras foi divulgado pelo Metrô na última quinta-feira. Eram exatamente os mesmos antecipados pela reportagem.


OBRA DE R$ 4 BI


Os sete lotes da linha 5-Lilás custarão ao Estado, no total, R$ 4,04 bilhões. As linhas 3 e 7 consumirão a maior parte desse valor.


Pelo edital, apenas as chamadas “quatro grandes” Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez e Metropolitano (Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão) estavam habilitadas a concorrer a esses dois lotes, porque somente elas possuem um equipamento específico e necessário (shield). Esses dois lotes somados consumirão um total de R$ 2,28 bilhões.


OUTRO LADO


Em nota, o Metrô de São Paulo informou que vai investigar as informações publicadas hoje na Folha.


A companhia disse ainda que vai investigar todo o processo de licitação.


“É reconhecida a postura idônea que o Metrô adota em processos licitatórios, além da grande expertise na elaboração e condução desses tipos de processo. A responsabilidade do Metrô, enquanto empresa pública, é garantir o menor preço e a qualidade técnica exigida pela complexidade da obra.”


Ainda de acordo com a estatal, para participação de suas licitações, as empresas precisam “atender aos rígidos requisitos técnicos e de qualidade” impostos por ela.


No caso da classificação das empresas nos lotes 3 e 7, era necessário o uso “Shield, recurso e qualificação que poucas empresas no país têm”. “Os vencedores dos lotes foram conhecidos somente quando as propostas foram abertas em sessão pública. Licitações desse porte tradicionalmente acirram a competitividade entre as empresas”, diz trecho da nota.


O Metrô afirmou ainda que, “coerente com sua postura transparente e com a segurança de ter conduzido um processo licitatório de maneira correta, informou todos os vencedores dos lotes e os respectivos valores”.


Disse seguir “fielmente a lei 8.666″ e que “os vencedores dos lotes foram anunciados na sessão pública de abertura de propostas”. “Esse procedimento dispensa, conforme consta da lei, a publicação no ‘Diário Oficial’”.


Todos os consórcios foram procurados, mas só dois deles responderam ao jornal.


O Consórcio Andrade Gutierrez/Camargo Corrêa, vencedor da disputa para construção do lote 3, diz que “tomou conhecimento do resultado da licitação em 24 de setembro de 2010, quando os ganhadores foram divulgados em sessão pública”.


O consórcio Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão, vencedor do lote 7, disse que, dessa licitação, “só dois trechos poderiam ser executados com a máquina conhecida como ‘tatu’ e apenas dois consórcios estavam qualificados para usar o equipamento”.


“Uma vez que nenhum consórcio poderia conquistar mais que um lote, a probabilidade de cada consórcio ficar responsável por um dos lotes era grande”, diz.

O consórcio Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão diz ter concentrado seu foco no lote 7 para aproveitar “o equipamento da Linha 4, reduzindo o investimento inicial”.