Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 16 de maio de 2012

A prova de que a tragédia no metrô de SP era previsível

Ontem, 15 de maio, este blogueiro “sujo”, “primário” e “robótico” teve que fazer algo que tenta evitar a todo custo: usar o metrô de São Paulo. Por volta das 19 horas, na plataforma, no sentido Jabaquara, havia milhares de pessoas se espremendo.
As que estavam na beira da plataforma, um empurrãozinho e cairiam nos trilhos. Os trens se sucediam em velocidade impressionante, mal saía um e já chegava outro, deixando ver que aquele fluxo era perigoso.
Dentro do trem, espremido, quase sem conseguir respirar, enervei-me e falei alto:
– Gente, vocês não acham que o povo de São Paulo deveria se revoltar e votar direito para tentarmos mudar esta situação absurda?
As pessoas pareciam conformadas. Nem me deram bola. Ninguém respondeu. O conformismo do paulistano com o sofrimento a que se submete todo dia é patente. As pessoas são tratadas pelos governos estadual e municipal como lixo e nem se dão conta.
Saindo do trem do inferno, digitei no Twitter, via celular, a seguinte mensagem: “Vocês que não são de SP não têm como entender do que se trata a situação do metrô, aqui. Fazia alguns meses que não usava. Nem sei descrever
Mais tarde, a mensagem profética: “Ainda vai acontecer uma desgraça no metro de SP. E o povo continua votando com o intestino. SP é um caso perdido
Alguns leitores comentaram no Twitter a malfadada “profecia” que tenho o desprazer de ver se concretizar.

Como já disse várias vezes, não tenho bola de cristal nenhuma. Aliás, nesse caso, muita gente já deve ter previsto o que previ, ainda que sem essa precisão fortuita e trágica. Até porque, como o povo de São Paulo não reage, prever desgraças, aqui, é até covardia de tão fácil.
Concluo com outra previsão: Serra, Alckmin e a mídia vão dizer que é sabotagem do PT ou culpa do governo federal.
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Da Folha Online
Dois trens batem na linha 3-vermelha do metrô em SP; circulação é parcial
Dois trens bateram na linha 3-vermelha do metrô por volta das 9h50 desta quarta-feira. Uma das composições que se envolveu na batida permanece parada entre as estações Penha e Carrão (zona leste de São Paulo), onde ocorreu o acidente. Segundo o Corpo de Bombeiros, 33 pessoas ficaram feridas –não há registro de vítimas graves.
Os trens envolvidos na batida estavam trafegando no sentido Palmeiras/Barra Funda. A colisão fez com que passageiros caíssem.
Equipes permanecem no local para socorrer outras possíveis vítimas. A reportagem flagrou uma mulher de 36 anos que teve ferimentos no rosto e nas costas.
Passageiros que estavam dentro dos vagões relataram à reportagem que após a colisão não houve nenhum aviso por parte do condutor do trem do que havia acontecido por mais de 20 minutos.
Desesperadas, as pessoas usaram os botões de emergência e desceram na passagem lateral aos trens. As vítimas estão sendo socorridas por agentes de segurança do próprio Metrô, Corpo de Bombeiros e Samu.
O aposentado Sadao Ishii, 60, contou que ao contrário das outras pessoas que estavam na mesma composição que ele, conseguiu manter-se de pé. “Ouvi um impacto forte, segurei firme e consegui não cair, mas quebrei meu óculos”, conta, ferido com cortes do rosto.
A consultora de feng shui Hortência del Bianco, 57, tinha um hematoma grande no rosto e caminhava junto com os outros passageiros a caminho da estação Carrão. “O trem já vinha lento, de repente ocorreu uma pancada forte, mas o trem continuou fechado meia hora sem nenhum aviso”, disse.
Um adolescente de 17 anos disse que logo após a batida muita gente ficou desesperada e chorava dentro dos vagões. “Foi tudo muito rápido, fiquei super assustada, todos estavam chorando.”
Com a batida, os trens estão circulando apenas entre as estações Palmeiras/Barra Funda e Tatuapé. Para atender o restante da linha, o metrô acionou o serviço Paese, com ônibus gratuitos.
As causas do acidente estão sendo apuradas. A empresa afirmou que o problema deixa as linhas 1-azul, 2-verde com velocidade reduzida e maior tempo de parada.
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Soninha Francine desdenha do acidente no Metrô via Twitter

Do portal R7

Acidente de metrô em São Paulo deixa feridos na manhã desta quarta-feira (16) e causa tumulto na zona leste da cidade, além de complicar a vida de muita gente. No Twitter o tumulto também é grande, mas aí a culpa é de Soninha Francine, ex-apresentadora de TV e pré-candidata à prefeitura de São Paulo.
Soninha claramente soltou um tuíte sem pensar. Ela escreveu o seguinte:
- Metro caótico, é? Nao fosse p TV e Tuíter, nem saberia. Peguei Linha Verde e Amarela sussa. #mtoloco.
Uma bobagem dessa causou frisson na rede social. Quase que imediatamente as hashtags #mtoloco, #sussa, #A Soninha entraram nos assuntos mais comentados. Claro, ela deu a entender que se não fosse pela barulho causado pelo povo na internet ninguém nem saberia o que estava acontecendo.
Bom, vendo por esse ângulo, então ainda bem que existe o Twitter e a TV, certo?
Alguns minutos mais tarde, Soninha tentou se explicar e escreveu:
- Helloooo, metro zoadaço mas, apesar do M.Vila Madá avisar “velocidade reduzida”, estava normal qdo peguei. Q eu posso fazer?
Aí já era tarde. O tiro saiu pela culatra e a moça foi avacalhada na internet.
É um daqueles casos em que um #calabocaSoninha cairia bem. Até para ela mesmo.
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Mulher acusada pela Veja de ser robô decide fechar conta no Twitter
A carioca de 59 anos que usa no Twitter o perfil Lucy_in_Sky_ está apavorada com a exposição a que foi submetida pela revista Veja, que a acusou de ser um robô que tuíta mensagens a mando do PT. Ontem, nervosa, procurou-me e lhe dei um conselho. Veja, abaixo, a conversa

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Refrigerante de maconha



Um refrigerante de maconha, o "Canna Cola", estará nas lojas do Estado americano de Colorado em fevereiro. Cada garrafa custará entre US$ 10 e US$ 15 e terá entre 35 e 65 miligramas de THC (tetrahidrocanabinol), o principal ingrediente psicoativo do cannabis, o gênero botânico utilizado para produzir haxixe e maconha.
As informações foram publicadas na revista americana "Time".
São 15 os Estados americanos onde o uso da maconha para fins medicinais é legal. No entanto, as condições para sua legalidade mudam de um lugar para o outro, e maconha, independentemente do propósito, continua sendo ilegal pelas leis federais.
Há um projeto de lei no Congresso assinado pela senadora Dianne Feinstein, conhecido como "Brownie Law", aprovado pelo Senado no ano passado. A proposta é aumentar as penas para os que fazem produtos que misturem maconha com "algo doce".
Garrafas do refrigerante de maconha que serão vendidas a partir de fevereiro nos EUA
O criador do "Canna Cola" é o empresário Clay Butler, que assegura que nunca fumou maconha e que elaborou a bebida por "acreditar que os adultos têm o direito de pensar, comer, fumar, ingerir ou vestir o que quiserem", disse em entrevista à publicação "Santa Cruz Sentinel".
Além do sabor de cola, serão lançados, ao mesmo tempo, o de limão chamado "Sour Diesel", o de uva de nome "Grape Ape", o de laranja "Orange Kush" e, por fim, o inspirado na popular bebida Dr. Pepper, o "Doc Weed".
De acordo com Scott Riddell, criador da empresa que comercializará a bebida, os níveis de THC em "Canna Cola" serão menores que os de outras bebidas do mesmo tipo que já estão no mercado. O efeito no organismo é similar ao de uma "cerveja suave".
By: Blog do Gari Martins da Cachoeira

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tragédia no Rio e em SP. Iguais e diferentes


 

O Governo do Rio e as prefeituras da região serrana – especialmente de Teresópolis – são responsáveis pelas 271 mortes.

Deixaram que as áreas de risco continuassem ocupadas.

Não montaram um sistema de defesa civil para áreas próximas ao risco, mesmo depois da tragédia de Angra dos Reis.

Nesta semana, menosprezaram o alerta do serviço de meteorologia que previu “chuvas fortes” desde 16h23 de anteontem.

Com o aquecimento da terra, a incidência de “extremos” de precipitação e temperatura (calor ou frio intenso) será mais frequente – e devastadora.

Ao longo da mortífera Serra do Mar – lembrem-se da tragédia de Santa Catarina -, o Brasil tem 500 áreas de risco.

Clique aqui para ler entrevista com o Ministro Aloizio Mercadante: “Cerra não vai poder dizer mais que a culpa é de Deus”.

Quando o Tupã, o super-computador Craig que o INPE acabou de comprar, estiver a pleno vapor, será possível prever com mais precisão o local da chuva – e o que é mais importante: a intensidade da chuva.

Hoje, os prefeitos de Teresópolis, Petrópolis e Friburgo – cidades que em que os prefeitos deixam ocupar áreas de risco desde quando Pedro II subia a serra no verão – hoje, esses prefeitos poderão sempre dizer que a previsão foi imprecisa.

O que são “chuvas fortes” ?

Daqui a um ano, quando o Tupã localizar melhor onde a chuva vai cair – com intervalos de 5 km e não mais 40 ou 20 km, como hoje – será possível também medir, em milímetros, quanto de chuva vai cair.

Quando o mapa das 500 áreas de risco for integrado ao sistema do Tupã, aí, sim, será o caso de botar muito prefeito e governador na cadeia.

A defesa civil de cada cidade terá uma informação precisa sobre onde vai cair a chuva pesada, qual a área de rico mais vulnerável.

Não haverá desculpa esfarrapada, como agora.

Isso é um sonho ?

Não, isso vai acontecer no Brasil, sim.

Como nos Estados Unidos, onde o serviço de meteorologia anuncia os desastres com antecedência suficiente para a população se proteger.

Todo mundo sabia que o Katrina vinha – e com fúria.

Os ricos e brancos puderam fugir.

Morreram os negros de Nova Orleans,  que não tinham como fugir ou para onde ir.

Em São Paulo, a incompetência e irresponsabilidade do governador e dos prefeitos é diferente.

E igual.

E merece cadeia, como no Rio.

O Governador, por exemplo.

Numa agressão ambiental inadmissível numa democracia, Cerra construiu avenidas marginais à cidade que são plataformas de concreto que não deixam a água passar e aumentam a quantidade de água nos rios.

Os rios de São Paulo – Tietê e Pinheiros – estão sujos desde os anos 60 do século passado.

Mas, o governador Cerra, segundo o governador Alckmin, interrompeu a limpeza dos rios.

E não fez piscinões em quantidade.

São necessários 90 piscinões na cidade de São Paulo.

Quantos Cerra construiu ?

Talvez porque piscinão não dê imagem dramática para o horário eleitoral.

Por conta dos piscinões, numa democracia, Cerra dividiria a cela – se o Brasil fosse uma democracia – com o prefeito/poste, Gilberto Kassab.

Vejam o que os dois fizeram às margens do Tietê, na fronteira com o município de Guarulhos.

Na tragédia do ano passado, o PiG (*), o programa Domingo Espetacular da Record e, aqui, este ansioso blog denunciaram a barbaridade que tinha sido cometida no bairro do Jardim Romano, de maioria nordestina.

Clique aqui para ler o que  este blog ansioso falou sobre o Katrina do Cerra: o Jardim Romano eaqui também.

Uma obra irresponsável destruiu o sistema de drenagem da água do rio Tietê.

A água do rio e os esgotos formavam uma bacia que inundou o bairro por meses. 

O que fez a dupla Cerra/Kassab ?

Construiu um piscinão no Jardim Romano e um muro, um dique.

Este ano, o jardim Romano está seco e salvo.

E o que aconteceu em volta ?

Uma catástrofe.

A água que não entra mais no Jardim Romano transbordou para a Vila Itaim e Fiorelli. 

Os prefeitos de região serrana do Rio e o Governador Sérgio Cabral não dizem que a culpa é de Deus.

É deles.

Também nenhum deles é candidato a Presidente (eternamente).

A culpa é do governador Cerra, do prefeito Kassab, e da jenial presidência da Sabesp, que abriu as comportas em plena chuva e inundou a cidade de Franco da Rocha.

Cerra e Kassab dizem a mesma coisa há 16 anos – e não remediam os “erros de sempre”, como disse uma manchete da Folha (**) – da Folha !

Clique aqui, amigo navegante, para ver que até o PiG de São Paulo culpa o Cerra pela tragédia deste ano.

Não basta o INPE comprar um supercomputador da Craig, o segundo melhor do mundo para previsão do tempo.

(O primeiro é o americano, da IBM.)

Tem que mudar o pessoal embaixo.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A blindagem de Serra no episódio das enchentes

Enviado por luisnassif

Leiam esse trecho do Editorial do Estadão:

(...) todos sabiam que, sem um trabalho de manutenção adequado, com a limpeza constante do leito, essa importante conquista estaria ameaçada. Infelizmente, foi o que aconteceu. 

Quem são os "todos" que sabiam? Leitores de blog, dentre os quais se inclui o editorialista. No ano passado - e neste ano - nenhum veículo da velha mídia noticiou que a causa central do agravamento das enchentes de São Paulo foi a decisão do governo José Serra de reduzir as verbas para os trabalhos de desassoreamento do rio Tietê.
Quando terminaram os trabalhos de aprofundamento da calha - longuíssima duração, com verbas do Banco Mundial e do JBIC (Japan Bank International Cooperation) - um conhecido meu investiu em um processo de transporte de barcaças pelo rio. As barcaças passariam por todo o Tietê, atravessando São Paulo e indo desembocar em Mato Grosso. Essa era a expectativa do rio, depois de vultosos investimentos feitos no decorrer dos anos 90.
Todo esse investimento foi por água abaixo por conta do abandono dos trabalhos de dessassoreamento.
Não se trata de um mero descuido da uma gestão - de Serra - desinteressada. Trata-se do episódio que afetou o maior número de pessoas em toda história da cidade. Duvido que tenha havido outro com essa extensão.
No entanto, a velha mídia mentiu. Escondeu a história, poupou o governador, que sumiu durante todo o episódio. Jogou a culpa nas costas do prefeito da cidade e de seus habitantes. Atribuiu as enchentes ao lixo jogado na rua.
Agora, o Estadão usa no seu editorial as informações levantadas pela blogosfera.

Matérias sobre o rebaixamento da calha:

E Ainda QUerem o Batisti de Volta

Itália se nega a extraditar ex-capitão da ditadura uruguaia

O governo italiano, tão empenhado na extradição de Cesare Battisti, adota postura diferente no caso do uruguaio Jorge Troccoli.

Capitão da marinha uruguaia, Troccoli teve uma atuação bastante ativa na tristemente famosa “Operação Condor” (que contou com a participação das ditaduras militares do Uruguai e de outros países sul-americanos), tendo sido responsável pela tortura e morte de mais de uma centena de opositores desses regimes, entre 1975 e 1983. Em 2002, o governo do Sr. Silvio Berlusconi – em sua segunda passagem pela chefia do gabinete de ministros da Itália - concedeu cidadania italiana ao Capitão Troccoli, mesmo sabendo das acusações de crime contra a humanidade que pesavam contra ele.

Em setembro do ano passado, o ministro da justiça da Itália, Angelino Alfano, negou-se à extraditar Troccoli para o Uruguai, alegando que ele é cidadão italiano, tomando como base jurídica um tratado assinado entre os dois países em 1879. Portanto, o mesmo governo que nega-se a extraditar um notório torturador, utilizando dessas filigranas jurídicas, é o mesmo que se considera ofendido pela não-extradição de Battisti, que seguiu todas as normas da legislação brasileira, que por sua vez se baseia em uma série de convenções internacionais.

"O curioso é que o governo de Berlusconi negou a extradição de Troccoli para o Uruguai, alegando dupla cidadania", comentou o editor da página Gramsci e o Brasil, Luiz Sérgio Henriques. Henriques argumenta que o caso Troccoli tem "muitas semelhanças" com o de Battisti: "não faltaram pressões diplomáticas do governo uruguaio, recursos às instâncias do Judiciário italiano, etc.", e conclui: "mas o governo de Berlusconi parece irredutível na sua decisão sobre Troccoli, 'o Battisti uruguaio', no dizer do jornal L’Unità. E se trata de um episódio recente, cujas escaramuças diplomáticas e judiciárias mais dramáticas ocorreram em 2008".

Da redação, com agências
Atualizado às 13h30 para acréscimo de informações.

O jornalismo que a velha mídia não fez

Enviado por luisnassif

Nas enchentes de 2009, a mais importante matéria do período foi da Conceição Lemes, no blog Vi o Mundo.
Nela, o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto mostra que as enchentes foram fruto de duas irresponsabilidades: redução das obras de limpeza do rio Tietê na gestão Serra e não cumprimento das metas de construção de piscinões nos últimos dez anos.
Levei o engenheiro em um Brasilianas sobre defesa civil. Ele foi taxativo: "Qualquer geólogo e qualquer técnico do DAEE sabe disso. Mas os jornais estão escondendo".
A velha mídia escondeu a causa da maior tragédia coletiva da história da cidade.  
Cerqueira César: Enchentes em SP refletem falta de governo | Viomundo - O que você não vê na mídia
Matéria trazida do Viomundo antigo. Publicada originalmente  em 20 de dezembro de 2009

Júlio Cerqueira César Neto: “São Pedro e o lixo jogado na rua não foram os responsáveis pelas enchentes de 8 de setembro e 8 de dezembro em São Paulo”
por Conceição Lemes


Filho feio não tem pai. Já se o rebento tem pedigree, sobram candidatos.
O governador de São Paulo, José Serra, é hors concours na área.  Assume como dele a criação do Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde, considerado um exemplo no mundo. Só que os verdadeiros criadores são a doutora Lair Guerra de Macedo Rodrigues e o professor Adib Jatene.
“Serra, pai dos genéricos? PSDB, criador dos genéricos? Assumir como deles é um embuste!”, disse em junho ao Viomundo, o médico Jamil Haddad, falecido na semana passada, aos 83 anos. Ex- deputado federal, ex-prefeito do Rio Janeiro e ministro da Saúde de outubro de 1992 a agosto de1993, Jamil Haddad é o verdadeiro pai dos genéricos do Brasil.
Em compensação, Serra nunca é pai de perebentos. Inexoravelmente culpa os outros. Tanto que terceirizou a paternidade das inundações em São Paulo. Além do desplante de dizer que o noticiário negativo era obra do que chamou de PT Press,  o governador afirmou que problema da enchente foi a enorme, anormal, atípica chuva.
Para colocar os pingos nos is, o Viomundo entrevistou o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto. Durante 30 anos – está com 80 – foi professor de Hidráulica e Saneamento da Escola Politécnica/USP. É considerado um dos grandes especialistas do Brasil nessa área.