Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Globo recua, critica PF e diz que Lula é inocente

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A Globo fez na noite de ontem um dos movimentos mais inesperados desde que iniciou seu projeto para destruir o ex-presidente Lula; texto publicado por Época afirma que o relatório da Polícia Federal sobre o "triplex de Lula" é fraco e que "a acusação terá grandes chances de ser considerada inepta – de ir para o lixo"; a questão é saber por que a Globo recuou, mas há algumas hipóteses: (1) o risco de sair derrotada no golpe de 2016, (2) a percepção generalizada no mundo de que há um golpe e uma caçada judicial a Lula, como foi denunciado à ONU e (3) a busca de um pacto para evitar a destruição do sistema político brasileiro, depois que líderes tucanos foram atingidos por acusações bem mais sérias do que as que pesam contra Lula

29 de Agosto  2016

247 – Parece mentira, mas é verdade. Na noite de ontem, o grupo Globo de comunicação, que há mais de dois anos tenta destruir o ex-presidente Lula, recuou.

Em texto publicado no site da revista Época, por ninguém menos que o próprio editor-chefe da revista, afirma-se que o relatório da Polícia Federal sobre o chamado "triplex de Lula", que provocou o indiciamento do ex-presidente e da ex-primeira-dama Marisa Letícia, é fraco e sem provas (leia aqui).
"É fraco o relatório da Polícia Federal sobre o caso do tríplex ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva", diz o texto. Segundo a análise, o relatório da PF "falha no que lhe é mais essencial: demonstrar que o caso do tríplex envolve corrupção e lavagem de dinheiro – e que Lula e os demais indiciados cometeram esses crimes."

Portanto, se os crimes não estão demonstrados, Época sugere que Lula é inocente e vai além. Diz que a denúncia do Ministério Público, a ser oferecida ao juiz Sergio Moro e que foi antecipada pelo próprio Globo (leia aqui), terá que ser bem mais consistente do que o relatório da Polícia Federal. "A peça dos procuradores terá de superar as fragilidades apresentadas pelo relatório final da PF. Caso contrário, a acusação terá grandes chances de ser considerada inepta – de ir para o lixo", diz o texto de Época.

A grande questão é saber por que a Globo recuou, mas há algumas hipóteses: (1) o risco de sair derrotada no golpe de 2016, com uma eventual vitória de Dilma e Lula, (2) a percepção generalizada na imprensa do mundo civilizado de que há um golpe, com a participação direta da Globo, e uma caçada judicial a Lula, como foi denunciado à ONU e (3) a busca de um pacto para evitar a destruição do sistema político brasileiro, depois que líderes tucanos, como José Serra e Aécio Neves, foram atingidos por acusações bem mais sérias do que as que pesam contra Lula.

Enquanto Serra foi delatado por um caixa dois de R$ 23 milhões, pago no exterior, pela Odebrecht, e Aécio por propinas de 3% nas obras da Cidade Administrativa, em Minas Gerais, pela OAS, a acusação contra Lula é de que ele seria beneficiário de reformas num imóvel, que, segundo o cartório de registro, pertence à construtora – e não ao ex-presidente.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Exclusivo: Jornalista mineiro informou Janot sobre fundação ligada a Aécio Neves em Liechtenstein em março de 2015; revista Época escondeu o assunto por 3 anos e quatro meses

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Aécio e a irmã Andréa, acusada de ameaçar prender jornalista caso ele publicasse a denúncia; Vaduz, em Liechtenstein, também era sede da Sanud, empresa de fachada de Ricardo Teixeira; Aécio de mãos dadas com a mãe e ao lado da bilionária Angela Gutierrez, uma das herdeiras da empreiteira Andrade Gutierrez
por Conceição Lemes
Neste momento, certamente, milhares de brasileiros gostariam de perguntar ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot:
1) Por que apesar de o senador Aécio Neves, presidente Nacional do PSDB, ter sido citado por vários delatores na Operação Lava Jato, o senhor até hoje não abriu nenhum inquérito para investigá-lo?
2) Por que tamanha inação da PGR em relação ao seu conterrâneo tucano, considerando o enorme passivo judicial dele, guardado nas gavetas do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais?
Entre esses brasileiros, está o jornalista mineiro Marco Aurélio Flores Carone, que editava o site NovoJornal, onde publicava denúncias sobre os tucanos mineiros, especialmente Aécio, que governou Minas de 2003 a 2010.
Em 20 de janeiro de 2014, Carone foi preso. Seu jornal literalmente saqueado pela polícia de Minas: computadores, pen-drives, impressoras e documentos apreendidos sequer foram relacionados.
Ficou encarcerado até 4 de novembro de 2014, no complexo penitenciário segurança máxima Nélson Hungria, em Contagem, região metropolitana de BH.
Detalhe: nos três últimos meses, permaneceu incomunicável.
Mas não foi apenas por causa desses dois escândalos.
“Minha prisão teve a ver não só com denúncias anteriores, mas principalmente com as que eu iria fazer na sequência; uma delas era justamente sobre a Operação Norbert e a conta da família de Aécio no paraíso fiscal de Liechtenstein”, denuncia Carone ao Viomundo.
“Aécio, a mãe, dona Inês Maria, a irmã, Andréa, tinham conhecimento da matéria, pois haviam sido consultados peloNovojornal, para dar as suas versões das denúncias que iríamos publicar”, prossegue.
“O procurador-geral da República, doutor Rodrigo Janot, sabe disso há mais de um ano”, frisa o jornalista. “Em notificação (na íntegra, ao final) que lhe enviei em 23 de março de 2015, dou os detalhes.”
DELAÇÃO DE DELCÍDIO: FURNAS E BENEFICIÁRIO DE CONTA EM PARAÍSO FISCAL
Em delação premiada homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgada em 15 de março de 2016, Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado, trouxe o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para o centro da Lava Jato.
Delcídio fez duas acusações.
Viomundo denunciou esse esquema, bem como a Lista de Furnas, que sustentou a campanha eleitoral dos tucanos de 2002. Por exemplo, aquiaquiaqui e aqui.
Janot e o seu antecessor na PGR, Roberto Gurgel, receberam diversas representações de parlamentares de Minas Gerais, pedindo-lhes que investigasse as denúncias.
A novidade na delação de Delcídio – embora não inédita – é a de que Aécio seria beneficiário de uma fundação sediada em Liechtenstein, paraíso fiscal na Europa, chamada Bogart & Taylor.
Menos de 24 horas depois, a revista Época publicou reportagem de Diego Escosteguy a respeito: Documentos revelam que doleiro abriu conta secreta da família de Aécio Neves em Liechtenstein.
Aécio - conta em inglês beneficiário
De acordo com documento acima, publicado porÉpoca, dona Inês Maria Neves Faria, mãe de Aécio, é a principal beneficiária da Fundação Bogart & Taylor, no Banco LGT, em Liechtenstein.
Em caso de falecimento, 100% dos seus direitos passariam para o filho Aécio Neves.
Em caso de Aécio morrer, 50% iriam para a sua filha Gabriela Falcão Neves Cunha, para sua irmã Andréa Neves Cunha caberiam 25% e os outros 25% para Ângela Neves Cunha, a então esposa.
De pronto, o perspicaz Fernando Brito observou noTijolaço:
Pela extensão e riqueza de detalhes da matéria publicada esta manhã pela Época, detalhando aos escaninhos da conta de uma fundação “fantasma”, a Bogart e Taylor, no banco LGT, do principado de Liechtenstein, um paraíso fiscal europeu, não foi escrita de ontem para hoje.
Estava pronta, apenas decidiu-se adaptar e publicar.
Até porque o assunto não é novidade: Luís Nassif o publicou em janeiro de 2015. Há mais de um ano, portanto.
Bingo. Bingo. Bingo.
Em 2 de janeiro de 2015, em A pá de cal na carreira política de Aécio, Nassif publicou em primeira mão que a família de Aécio Neves havia sido pega na Operação Norbert, da Polícia Federal (PF).
Deflagrada em 8 de fevereiro de 2007 para apurar denúncias de lavagem de dinheiro, a PF fez busca e apreensão no escritório e na residência do casal de doleiros Norbert Muller (daí o nome da operação) e Christine Puschmann, na cidade do Rio de Janeiro.
(…) os procuradores encontraram na mesa dos doleiros uma procuração em alemão aguardando a assinatura de Inês Maria, uma das sócias da holding Fundação Bogart & Taylor — que abriu uma offshore no Ducado de Liechtenstein.
Os procuradores avançaram as investigações e constataram que a holding estava em nome de parentes de Aécio Neves: a mãe Inês Maria, a irmã Andréa, a esposa e a filha.
Desde o final de 2012, a Época sabia disso – e muito mais! –, mas nada publicou até 16 de março de 2016, após a delação de Delcídio.
Foram três anos e quatro meses na gaveta do “não vem ao caso”, da revista semanal da Globo.
OPERAÇÃO NORBERT: CASO DE AÉCIO É O ÚNICO AINDA NÃO JULGADO
A Operação Norbert foi conduzida pelos procuradores Marcelo Miller, Fabio Magrinelli e José Schetino.
Em meio ao papelório dos doleiros, eles encontraram documentos que conduziram a duas offshores em paraísos fiscais do desembargador aposentado Manoel Carpena Amorim, o ex-todo poderoso corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Entre 2005 e 2006, sem aparecer como o verdadeiro dono das contas, Carpena depositou US$ 478 mil no LGT Bank (principado de Liechtenstein) e no UBS Bank (Suíça).Confira aqui aqui.  Tanto que não declarou os valores ao Banco Central e à Receita Federal no Brasil.
Com o desenrolar dos trabalhos, o procuradores tiveram outra grande surpresa: a Fundação Bogart & Taylor, que abriu uma offshore em Lichtenstein. Estava em nome de parentes de Aécio Neves: a mãe Inês Maria, a irmã Andréa, a então esposa e a filha.
Devido a essas descobertas, eles desmembraram o inquérito principal em três processos:
1) o dos doleiros, tocado pelos procuradores Marcelo Miller, Fabio Magrinelli e José Schetino.
2) o do desembargador Amorim Carpena, que ficou a cargo do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro;
3) o caso da família de Aécio Neves, àquela altura das investigações já senador, foi encaminhado para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que o deixou na gaveta, como “herança”, para Janot.
O desembargador e os doleiros já foram julgados e declarados culpados.
Em 20 de abril de 2009, os procuradores denunciaram três integrantes da família do doleiro Norbert Muller, que falecera recentemente: a viúva Christine Puschmann e as filhas Christine Muller e Ingrid Maria Muller.
Em 10 de abril de 2013, elas foram condenadas a multa pecuniária e a reclusão: Christine Puschmann pegou quatro anos, e as filhas, dois anos e quatro meses. Mas, como sempre para este tipo de público, em regime aberto.
O único caso não julgado é o da família de Aécio, apesar de decorridos nove anos da deflagração de Operação Norbert.
Em 23 de março de 2015, Marco Aurélio Carone protocolou em Belo Horizonte, no Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais, uma notificação (na íntegra, ao final) ao PGR Rodrigo Janot.
Notificação - protocolo-003
O jornalista-notificante põe o dedo na ferida:
“Senhor Procurador-Geral chega a assustar o fato da operadora do esquema criminoso e um desembargador já terem sido investigados, processados, julgados e condenados, enquanto o senador Aécio Neves e seus familiares permanecem impunes e intocados”.
Além de censurado – o site NovoJornal continua fora do ar –, Carone permaneceu preso por nove meses e 20 dias.
“Meu crime: Publicar matérias que denunciavam o esquema criminoso e corrupto montado por Aécio em Minas Gerais”.
“ANDRÉA CHEGOU A SUGERIR QUE EU FIZESSE COMO A REVISTA ÉPOCA EM 2012”
Na notificação a Janot, Carone relata o que aconteceu nos dias que antecederam ao seu encarceramento:
O notificante foi preso preventivamente, em janeiro de 2014, a pedido do MPMG, permanecendo nesta condição por nove meses e vinte dias na Penitenciaria de Segurança Máxima Nélson Hungria no município de Contagem, Minas Gerais, tudo, sem qualquer condenação. A justificativa: “manutenção da ordem pública e no intuito de evitar que fossem publicadas matérias que poderiam interferir nas eleições presidenciais”. Foi solto três dias após a eleição por: “excesso de prazo” (veja PS 1 de Viomundo).
Dez dias antes de sua prisão, surpreso, o requerente foi visitado pela senhora Andréa Neves, irmã do Senador Aécio Neves, em seu portal jornalístico. O intuito era “determinar” que diversas matérias, já pautadas, não deveriam ser publicadas. Os temas já eram de seu conhecimento uma vez que sua mãe, sua filha, seu irmão e sua sobrinha já tinham sido consultados por Novojornal para dar suas versões sobre os fatos que seriam noticiados.
Não era a primeira vez que a senhora Andréa tentava interferir na pauta do Novojornal. A conversa foi áspera, como nas demais vezes foi lhe informado que as matérias seriam publicadas, pois tínhamos toda documentação que comprovavam os fatos. Oferecendo a mesma a oportunidade de apresentar sua versão. Na ocasião a mesma disse textualmente: “você não vai publicar estas matérias, vou ficar livre de você”. “Você agora está mexendo com minha família”.
Dois dias depois o notificante recebeu em seu portal eletrônico a visita de um desembargador do TJMG [Veja PS2 do Viomundo], fato sob análise do CNJ, informando-lhe que se insistisse na publicação das matérias seria preso. Como tais ameaças eram comuns desde 2008, o notificante deu pouca importância. Porém, os fatos ocorridos posteriormente comprovam que o desembargador estava certo.
Uma das matérias que seriam publicadas relatava o ocorrido na “Operação Norbert” da Polícia Federal, Processo nº 503145-62.2005.4.02.5101 (2005.51.01.503145-3) (2005.51.01.503175-1) (2005.51.01.538314-3), (2009.51.01.810379-1 Inquérito Policial nº 12-208/08-DELEFIN/SR/SP), 2007.51.01.809024-6 Inquérito Policial nº 8/2007-DFIN/DECOR/DPF, (2007.51.01.807393-5), tudo conforme sentença do Juiz Federal substituto Dr. Tiago Pereira Macaciel.
“Lembro como se fosse hoje. Dez dias antes de eu ser preso, Andréa Neves foi-me visitar, de surpresa, no NovoJornal. Ela chegou a sugerir que deveríamos adotar o procedimento da revista Época, que, após ter acesso ao inquérito e ao processo, não publicou nada sobre a sua família”, reforça Carone.
“A sugestão da Andréa ocorreu após eu lhe mostrar que minha matéria tinha fundamentação documental”, relembra. “Mostrei que tinha a mesma documentação que a Justiça havia disponibilizado para a revista Época, no final de 2012.”
“Neste momento, a Andréa falou que, assim como ocorrera com a revista Época, eu não deveria noticiar nada sobre sua família e a conta no paraíso fiscal de Liechtenstein”, expõe Carone. “Foi uma conversa muito áspera.”
Carone expõe isso também a Janot na notificação:
Como demonstrado após a decisão do juiz da 5ª Vara Criminal, liberando cópia da ação para Revista Época, e a confissão da mesma que já tivera acesso ao inquérito da Polícia Federal, não havia nenhuma ilicitude ou impedimento para que o Novojornal publicasse a matéria sobre a “Operação Norbert” da Polícia Federal.
A senhora Andréa no encontro com o notificante antes de sua prisão, chegou a argumentar que deveríamos adotar o procedimento da Revista Época que, após ter acesso ao inquérito e ao processo, nada publicou. Sendo-lhe informado que publicaríamos em 30 janeiro de 2014, toda a lista dos usuários do esquema criminoso entre eles o Senador Aécio Neves, sua mãe, irmã, filha e sobrinha.
Na notificação, Carone inclui a decisão da Justiça (na íntegra, ao final), de 6 de outubro de 2012, que disponibilizou àÉpoca toda a cópia da ação referente à Operação Norbert. Abaixo, apenas uns trechos:
época 4
AÉCIO NEVES NÃO RESPONDE AO VIOMUNDO
Nós perguntamos ao senador Aécio Neves, via sua assessoria de imprensa:
1) Sua mãe, o senhor, sua irmã, sua ex-esposa e filha são beneficiários da conta da Bogart &Taylor, no banco LGT, no paraíso fiscal de Liechtenstein?
2) O senhor disse à revista Época que o Ministério Público Federal (MPF) e a PGR arquivaram o caso. Por favor, nos envie os documentos comprovando isso.
Não respondeu. Insistimos. Nada.
PGR AO VIOMUNDO SOBRE AÉCIO-LIECHTENSTEIN E NOTIFICAÇÃO DE CARONE: “EM ANÁLISE”
Nós perguntamos também ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, via assessoria de imprensa da PGR:
1) A PGR já avaliou o caso da conta da família do senador Aécio Neves no paraíso fiscal de Liechtenstein e da qual ele é beneficiário de 100% em caso de falecimento da mãe?
2) Se sim, qual e por quê?
3) Se ainda não, por quê?
4) Em 23 de março de 2015, Marco Aurélio Flores Carone enviou ao senhor procurador-geral uma notificação referente à Operação Norbert e a conta da família de Aécio Neves no paraíso fiscal de Liechtenstein. Na PGR, foi aberto um procedimento em 2016, e a notificação transformada na Notícia de Fato nº 1.00.000.004160/2016-48. Como está o andamento dela?
Resposta da assessoria de imprensa da PGR ao Viomundo:
Sobre as perguntas 1, 2 e 3 informamos que, conforme solicitação do PGR, a delação do senador Delcídio do Amaral foi fatiada em 19 partes. Dessa forma, cada fato citado por ele será analisado em separado. Como a análise ainda está em curso, não podemos dar qualquer detalhe sobre os procedimentos.
Sobre a Notícia de Fato, informamos que ela também está em análise no gabinete do procurador-geral da República e não podemos fornecer outros detalhes.
CARONE A JANOT: “SOBRE AÉCIO, O MINISTÉRIO PÚBLICO NADA INVESTIGA OU DENUNCIA”
Cada vez mais se evidencia que o procurador-geral Rodrigo Janot age politicamente e não juridicamente, como o seu cargo exige. Blinda de forma escancarada os tucanos, em especial Aécio Neves, tal qual fez o ex-PGR Roberto Gurgel.
“Essa inércia é uma constante em relação a Aécio Neves”, diz Carone, enquanto relê a notificação a Janot. “Sobre ele, o Ministério Público nada investiga ou denuncia. E os poucos procuradores e promotores que cumprem suas atribuições, frustram-se diante da paralisação destes procedimentos junto à PGR.”
Carone pede a Janot que denuncie Aécio com base no que foi apurado pela Operação Norbert.
Aécio e Andréa, quando questionados sobre a origem dos seus bens, costumam dizer: “tudo foi dado pelo Gilberto Faria a minha mãe”.
Trata-se do falecido banqueiro Gilberto Faria, ex-marido de dona Inês Maria e ex- controlador do Banco Bandeirantes, envolvido numa grande fraude bancária na década de 1990.
De 1995 a 1997, o Banco Bandeirantes retirou ilegalmente valores das contas-correntes de seus clientes a título de “juros”, “seguros”, “diversos”, só que eram tarifas falsas.
Em valores de 1999, gerou um prejuízo de R$ 115 milhões a seus clientes. Em valores atualizados, algo em torno de R$ 336 milhões, se considerarmos o IPC-A (IBGE), o índice oficial de inflação. Pelo IGP-M (FGV), seriam cerca de R$ 417 milhões.
“Caso o doutor Janot entenda que a conta em Liechtenstein teria sido aberta por Gilberto Faria, que determine o bloqueio dos bens do senador Aécio e seus familiares que tenham como origem, transferência, doação ou herança do falecido banqueiro”, pede Carone ao PGR. “É pagar os prejudicados na fraude praticada no Banco Bandeirantes, do qual Gilberto Faria era o controlador.”
PS1 do Viomundo: Marco Aurélio Carone foi solto exatamente três dias após o segundo turno da eleição de 2014, quando o tucano Aécio Neves disputou a presidência com Dilma Rousseff e perdeu.
PS 2 do Viomundo: O desembargador Joaquim Herculano, na época presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, foi quem procurou Carone pouco antes de o jornalista ser preso. Após o PSDB perder o governo de Minas Gerais, em 2014, Herculano aposentou-se aos 64 anos. Portanto, seis anos antes da idade-limite. Segundo alguns colegas de tribunal, tal atitude teria sido para evitar que seus atos, praticados no governo do PSDB, continuassem a ser investigados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Leia também:

terça-feira, 15 de março de 2016

Defesa diz que é um caso de "Liberdade Religiosa"

Rejeitada exoneração de promotor acusado de sequestro e cárcere privado da própria mulher por 5 meses; Douglas Kirchner investiga Lula; defesa foi de advogada que pediu impeachment

Viomundo
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O procurador Kirchner, Tamires em cartaz de “desaparecida” e a advogada que fez a defesa dele no CS do MPF
Da Redação
É uma história bizarra. Douglas Ivanowski Kirchner assumiu o cargo de procurador da República em Rondônia quando a mulher, Tamires, estava sequestrada por integrantes da Igreja Evangélica Hadar, em Porto Velho, à qual o casal pertencia.
Tamires foi punida pela pastora da igreja com uma surra de cipó por ter jogado fora a aliança de casamento. Douglas assistiu.
Depois disso, ela foi colocada num “regime disciplinar”: passou cinco meses em cárcere privado com o conhecimento e conivência de Douglas.
Ela sobreviveu comendo restos de comida, não tinha acesso a itens de limpeza e nem a remédios. Dormia no chão.
A família chegou a denunciar que Tamires estava desaparecida. Enquanto ela era mantida prisioneira, Douglas assumiu o cargo no MPF/Rondônia, em maio de 2014 e, assim, ingressou no estágio probatório de dois anos.
Tamires conseguiu fugir do cárcere privado e denunciou o marido ao MPE de Rondônia.
Douglas foi transferido pelo procurador-geral Rodrigo Janot ao Distrito Federal para tratamento psiquiátrico.
Ele ocupa provisoriamente a vaga do promotor Paulo Roberto Galvão de Carvalho, que trabalha na Operação Lava Jato em Curitiba.
Mas, não foi o fim da carreira dele. Pelo contrário: Douglas ganhou notoriedade outra vez em 2015. Segundo a defesa de Lula, ele vazou documentos de investigação que havia aberto contra o ex-presidente que corria sob sigilo. Destino dos vazamentos? A revista Época, da família Marinho.
Os documentos, com a chancela do MPF, traziam suspeitas de que Lula teria praticado tráfico de influência em defesa de empreiteiras, no Exterior.
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Eles foram base para duas reportagens de capa da revista.
No início de março de 2016, a assessoria de Lula divulgou a seguinte nota oficial:
NOTA À IMPRENSA
Lula pede explicações ao CNMP sobre vazamentos de documentos sigilosos a Época
Advogados consideram que houve violação da privacidade do ex-presidente
São Paulo, 2 de março de 2016
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), nesta terça-feira (1), um pedido de explicação a respeito das ações do procurador Douglas Ivanowksi Kirchner, do 5º Ofício de Combate à Corrupção em Brasília — DF. Segundo os advogados do ex-presidente Lula, procurador violou os limites impostos pela Constituição Federal e a legislação infraconstitucional.
O documento protocolado afirma que Kircher negou aos advogados do ex-presidente acesso aos documentos do procedimento de investigação, cerceando o direito à defesa de Lula. Pior, as cópias dos documentos foram vazados à revista Época, embora esse procedimento esteja sob sigilo. Contrariando as regras do Ministério Público, o procurador Douglas Kirchner redistribuiu a investigação a si próprio, quando o correto seria distribuir o processo a outro procurador.
Os advogados do ex-presidente Lula pedem ao CNMP pleno acesso aos autos do processo e a apuração de quem foi o responsável pelo vazamento à imprensa. A atitude do procurador, segundo o pedido de esclarecimento, “já implicou violação da privacidade, da presunção de inocência e da dignidade da pessoa humana” do ex-presidente.
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A vice-procuradora geral da República, Ela Wiecko de Castilho, sugeriu a exoneração de Douglas, mas teve parecer rejeitado; o cárcere privado da mulher de Douglas foi na igreja Hadar e ele sabia de tudo
Neste 14 de março de 2016, o Conselho Superior do Ministério Público Federal se reuniu para avaliar se Douglas Kirchner, que também responde a processo criminal acusado de sequestro e cárcere privado da própria mulher, cumpriu ou não as condições do estágio probatório.
Se não, ele poderia perder o cargo.
Curiosamente, em sua defesa Douglas alegou “vazamento ilícito” do sigilo da medida protetiva que a Justiça impôs contra ele, além de “quebra do sigilo profissional” da advogada de Tamires, que fez a denúncia pública.
Nos últimos dias, quem assumiu a defesa de Douglas? A advogada Janaina Paschoal, aquela que pediu o impeachment de Dilma Rousseff ao lado de Hélio Bicudo.
Ela informou ao CS do MPF que foi procurada por Douglas Kirchner e se interessou pelo caso por se tratar, na definição de Janaína, de um caso de “liberdade religiosa”.
A certa altura da sessão, Janaína alegou que Douglas tinha “a mente propícia para ser cooptada”, ou seja, teria maltratado a mulher sob influência da igreja.
A presidente do Conselho e relatora Ela Wiecko Volkmer de Castilho votou pelo encaminhamento, ao PGR, de decisão que poderia levar à demissão de Douglas. Ela citou o laudo pericial demonstrando que Tamires foi espancada com instrumento contundente. Segundo ela, Tamires foi submetida a violência “psíquica, moral e simbólica” com a conivência do procurador.
Ela Wiecko lembrou que Douglas “admite que assistiu a surra com cipó no sítio, no Carnaval [de 2014], e não teve forças para reagir. Nesse dia, não era procurador ainda, mas tornou-se depois e mesmo sendo procurador continuou morando na igreja, casado com Tamires e a situação permaneceu a mesma até a fuga dela em julho”.
A relatora argumentou que as provas de que Douglas praticou violência contra a mulher e fanatismo religioso eram mais que suficientes para um juízo do Conselho Superior do MPF de que Douglas “não possui idoneidade moral para exercer o cargo de procurador da República”.
O conselheiro Mário Bonsaglia lembrou que Douglas teve de ser retirado de Rondônia para escapar da influência da igreja: “Ele vai ter de ser tutelado pelo resto da carreira?”, perguntou.
Já o conselheiro Carlos Frederico Santos lembrou até o caso do suicídio coletivo de Jim Jones para destacar o poder da religião, sugerindo que Douglas foi vítima da “seita”, termo utilizado pela defesa do promotor. Carlos Frederico levantou dúvidas sobre o comportamento da própria Tamires.
Na sexta-feira passada, de última hora, Douglas Kirchner apresentou o laudo de uma psiquiatra afirmando que “à época dos fatos era o examinado portador de distúrbio psiquiátrico do tipo reativo, caracterizado por fanatismo religioso”.
“O pecado do doutor Douglas Kirchner foi ter se omitido, se ele tivesse vontade, mas ele não tinha vontade”, argumentou o conselheiro Augusto Aras.
Mas, e agora, neste período em que Kirchner investigou o ex-presidente Lula?
Segundo o mesmo laudo, “no momento [Douglas] não apresenta sintomas de patologia psiquiátrica”. Aras afirmou que Kirchner é vítima de moralismo, como o que teria existido nos regimes de Hitler, Mussolini e Stálin.
O conselheiro enveredou pela política, dizendo que o Brasil precisa de “estadista” e que está “se acabando”. Também afirmou que Douglas recebeu elogios por sua atuação e “enfrentou as autoridades mais poderosas”, numa referência oblíqua à ação do promotor contra Lula.
No final, a proposta da relatora foi derrotada por 5 a 4.
Além da relatora, os conselheiros Mario Bonsaglia, Monica Garcia e Deborah Pereira consideraram que o promotor violou a Lei Maria da Penha quando já era integrante do MPF.
Os conselheiros Eitel Pereira, José Bonifácio de Andrada, Carlos Frederico Santos, Antonio Aras e Maria Caetana Santos votaram contra a relatora. Um dos argumentos que utilizaram é de que Douglas Kirchner teria sido vítima da igreja tanto quanto sua mulher Tamires. Eles consideraram o promotor apto a desempenhar suas funções.
O Conselho Superior do MPF definiu que cabe ao PGR Rodrigo Janot a decisão de determinar onde Douglas vai trabalhar.
Quando vencer o prazo do estágio, em 14 de maio, apesar das graves acusações que pesam contra ele, Douglas Kirchner deverá obter a tão desejada vitaliciedade.
PS do Viomundo: Isso dá um livro. Jovem promotor, transferido para Brasília sob grave acusação, para tratamento psiquiátrico, ocupa provisoriamente vaga de colega que trabalha na Lava Jato. Decide abrir procedimento contra um ex-presidente da República, é acusado de vazar documentos para a revista da família mais poderosa do Brasil e, apesar de responder a processo por sequestro e cárcere privado da própria mulher, conquista cargo vitalício!
*****
Ouça abaixo a íntegra da sessão, que tem mais de 5 horas de duração.
Se você quiser ir direto para a descrição da violência cometida contra Tamires, busque 1h 44m do áudio.
As três primeiras páginas da instauração de processo disciplinar contra Douglas detalham as acusações:
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

GGN: A história do procurador que vaza para Época denúncias contra Lula

douglas
A história do Procurador Douglas Kirchner
Jornal GGN – Antes de se tornar personagem nacional, atuando em parceria com a revista Época em casos envolvendo o ex-presidente Lula, o procurador Douglas Kirchner foi aprovado em um concurso em 2012 e alocado no Ministério Público Federal de Rondônia.
Lá envolveu-se em problemas religiosos-amorosos.
O procurador é fiel de uma seita em Porto Velho, a Igreja Evangélica Hadar, acusada de explorar crianças e adolescentes, obrigando os menores a vender sanduiches em vias públicas, de madrugada, a realizar serviços de faxina no templo.  Em agosto de 2014 a seita foi denunciada àDEPCA (Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente) (http://migre.me/t3ORW).
Na última semana de julho de 2014, Douglas foi denunciado ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, acusado de agressões físicas contra sua esposa, Tamires Souza Alexandre.
Segundo o GNotícias, da gospel.com.br, após o casamento, ambos foram residir no alojamento da igreja. Quando tentou se separar de Douglas, ele e uma pastora da igreja espancaram a moça com cipó e cinto. Depois, Tamires ficou em cárcere privado, só podendo se alimentar depois que os outros comessem. Foi obrigada a dormir no chão, com ventilador e sem cobertor, tendo adoecido por conta disso (http://migre.me/t3P5U).
Segundo o portal Rondônia ao Vivo, em uma das ocasiões a esposa teria ficado dois dias sem comer e, depois, foi trancafiada no alojamento da igreja. Mais tarde, conseguiu fugir e foi dormir na rua, sendo acolhida na casa de pessoas que a encontraram (http://migre.me/t3Paq). Era um crime previsto na Lei Maria da Penha.
No dia 8 de setembro de 2014, o Procurador Geral da República Rodrigo Janot dispensou Douglas do cargo de substituto eventual do Procurador-Chefe da Procuradoria do Estado de Rondônia (http://migre.me/t3Peg). Em seguida, Douglas foi removido para o Distrito Federal.
Apenas um ano depois, em 5 de outubro de 2015, a corregedoria nacional do Ministério Público instaura um processo administrativo contra ele. O crime cometido por Douglas foi transformado em “infração disciplinar” e submetido a julgamento pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). O processo ainda não chegou ao fim. Não o impediu de ocupar cargos relevantes no Ministério Público do Distrito Federal.
Nesse ínterim, Douglas mantém suas pregações religiosas, participando de eventos públicos da sua igreja, como o seminário “Casamento gay e marxismo cultural”.
Nele, Douglas explica que o erro não está nas instituições, mas no pecado. Investe vigorosamente contra os princípios da igualdade, o “abominável princípio” que tenta igualar pessoas nos aspectos econômicos, sociais e biológicos. Sustenta que o feminismo é uma invenção do ideal agnóstico das esquerdas. E compara o casamento homossexual à pedofilia e aos homens que fazem sexo com os animais.