Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 7 de março de 2013

BARBOSA, NÃO VÁ EMBORA. PEGUE OS TUCANOS ANTES


O Estadão quer que Barbosa vá embora antes de legitimar a Satiagraha.



Amigo navegante recomenda  ler o  editorial  do Estadão desta quinta- feira.

O Estadão esta muito chateado porque o Presidente Joaquim Barbosa sugeriu a um reporter do Estadão se chafurdar no lixo.
Inaceitável !

O Estadão, porém, sugere que, por isso, Barbosa peça para sair.

Que ele não pode presidir o Supreno com dor nas costas.

(Roosevelt ganhou a II Guerra numa cadeira de rodas.)

O Estadão, como se sabe,  é o house organ do ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas.(*)

E, segundo Joaquim Barbosa, Gilmar Dantas desonra a Justiça e trata os outros ministros como se fossem seus jagunços.

O Conversa Afiada se permite, data venia, discordar do editorial do Estadão.

Não, o Presidente  Barbosa não deve ir embora, por causa da dor nas costas.

Barbosa tem na agenda:

- julgar os tucanos da Privataria de Minas – e o valeriodantas – e da Lista de Furnas;

- cabe ao Presidente  Barbosa legitimar as  Operações Satiagraha  e Castelo de Areia;

- mandar  o “Prevaricador”, segundo  o Senador Collor, investigar a Roseana, o Aécio e a Privartaria Tucana.

O Presidente Barbosa, heroi  do mensalão, não vai deixar o Dirceu se despedir de Chávez.

Mas, sua obra estará incompleta: não basta mandar prender o Dirceu e impedir que ele visite a família do amigo morto.

Tem muita gente no radar do Presidente Barbosa.

Por isso, o Estadão e, talvez, Gilmar Dantas queiram que ele peça pra sair.

Depois de degolar o Dirceu, a Casa Grande considera que Babosa concluiu a missão civilizatoria que lhe cabia

Antes de pegar os tucanos.

Paulo Henrique Amorim

(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Revolucionário virtual Assange “futuca” Tasso e Roseana


Clique na charge

Nessa batalha pela transparência, o Wikileaks já teve a chance de fazer dois alvos no Brasil: a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e o ex-senador tucano Tasso Jereissati. Ambos tiveram dados de supostas contas bancárias no exterior expostos no Wikileaks. (Confira aqui o link para as informações de Roseana Sarney e aqui o link para as de Tasso Jereissati).
Tudo começou a partir do arrependimento de um banqueiro suíço, chamado Rudolf Elmer. Ex-gerente da filial do Julius Baer, um dos maiores bancos suíços nas Ilhas Cayman, ele foi demitido e decidiu tornar públicos dados bancários de clientes latino-americanos. Entre eles, figuras ligadas ao narcotráfico e ao ex-presidente do México, Carlos Salinas, o “FHC” que quebrou o México.
Elmer começou a postar no Wikileaks informações de seus clientes no Julius Baer. Um deles, o advogado José Brafman, ligado a Jorge Murad, marido de Roseana, e Miguel Ethel, amigo da família Sarney. Publicados em maio de 2009 pelo Wikileaks, os dados desse link que fala em US$ 150 milhões, foram negados pela família Sarney.
Sobre Tasso Jereissati, trata-se de um link postado também em março de 2009, sobre uma empresa chamada Ancanajo Trust. O responsável pela postagem foi também Rudolf Elmer, que, depois disso, se tornou alvo de processos na Suíça por atacar um dos principais pilares da economia do país: o sigilo bancário. Apesar da perseguição, ele publicou um livro, chamado Terror Financeiro, em que fala sobre o submundo do dinheiro sujo.
Apesar da denúncia postada no Wikileaks, nenhuma medida foi tomada por autoridades brasileiras, que poderiam abrir investigações sobre a suposta lavagem de dinheiro pelos dois políticos.
FONTE: Brasil247
Assange se converte no Che Guevara do século XXI

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

serrojas, Itagiba e dossiês. Leituras dominicais




    Itagiba e Fortes: limpinhos e cheirosinhos e bem canalhas


    Conversa Afiada convida o amigo navegante a ler alguns textos que unem #serrojas e Marcelo Lunus Itagiba, agora exuberantemente unidos no dossiê contra Aécio Neves e divulgado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr.

    #serrojas e Itagiba são companheiros de longas caminhadas pelo submundo fétido da política brasileira.

    Só não está presente (ou está ?), agora, no trabalhinho contra o Aécio, o candidato a vice governador do Gabeira, o famosíssimo Marcio Fortes, suspeito de produzir dossiês no passado.

    Vamos às leituras esclarecedoras:

    Caso Lunus: a verdade dos fatos


    Leandro Fortes 17 de agosto de 2010 às 9:50h


    Seria apenas risível, não fosse, antes de tudo, muito grave, o surgimento de uma nova e alucinada versão sobre a operação da Polícia Federal, deflagrada em março de 2002, que resultou na apreensão de 1,3 milhão de reais na sede da construtora Lunus, em São Luís, no Maranhão. A empresa, de propriedade da governadora Roseana Sarney (PMDB) e do marido dela, Jorge Murad, tornou-se o epicentro de uma crise política que modificou os rumos da campanha eleitoral de 2002, justamente quando a direita brasileira parecia capaz de emplacar, finalmente, um candidato puro-sangue com real chance de chegar à Presidência da República. Na época, Roseana Sarney era do PFL, atual DEM, e resplandecia numa eficiente campanha de mídia como exemplo de mulher corajosa, determinada e, sobretudo, competente. Resguardada pelo poder do pai, o senador José Sarney (PMDB-AP), e pela aliança pefelista que sustentava o governo Fernando Henrique Cardoso, Roseana sonhou, de fato, em tornar-se a candidata da situação contra Luiz Inácio Lula da Si

    lva.


    O desejo da família Sarney de retornar ao Palácio do Planalto revelava, em primeiro plano, o absoluto descolamento da realidade de um clã provinciano e truculento, incapaz de perceber o mundo além das fronteiras do Maranhão. Por outro lado, revelava, ainda, total desconhecimento dos métodos e da sanha de seu verdadeiro adversário, o tucano José Serra, empenhado em ser candidato pelo PSDB a qualquer custo. Serra, ao contrário de Roseana, tinha montado uma máquina de moer inimigos a partir de um “núcleo de inteligência” instalado na antiga Central de Medicamentos (CEME) do Ministério da Saúde, comandada pelo delegado da PF Marcelo Itagiba, atual deputado federal pelo PSDB. Itagiba, no entanto, era apenas o ponto de contato entre Serra a direção-geral da corporação, então nas mãos de outro tucano, o delegado Agílio Monteiro Filho, que chegou a se candidatar, sem sucesso, à Câmara dos Deputados, em 2002, também pelo PSDB. Em 2007, o delegado foi nomeado ouvidor-geral adjunto do Estado de Minas Gerais, uma espécie

    de ombudsman paroquial, pelo governador Aécio Neves. Um prêmio de consolação, convenhamos, para lá de meia-boca.


    Agílio Monteiro Filho comandou de longe uma operação montada em bases políticas, dentro do Palácio do Planalto, com o aval do presidente Fernando Henrique e de seu candidato à sucessão, José Serra. Imputar esse fato ao PT e, mais incrivelmente, a Lula, quase uma década depois do ocorrido, só se justifica pela insana caminhada de parte da mídia ao precipício, onde também se pretende jogar a memória nacional e a inteligência alheia, para ficarmos em termos brandos. O depoimento do tal sindicalista Wagner Cinchetto à revista Veja, como parte da série “grandes entrevistas de dedos-duros do mundo sindical”, tem a pretensão de transformar fatos concretos e apurados numa versão aloprada baseada, unicamente, nos valores invertidos do mundo bizarro em que se transformou boa parte da imprensa brasileira. Trata-se de caso explícito de abandono completo da regras básicas do jornalismo, mesmo a mais primária, a de pesquisar, com um google que seja, aquilo que já foi escrito a respeito.


    Digo isso porque, quando da deflagração da Operação Lunus, eu era repórter do Jornal do Brasil, em Brasília, e fui destacado para descobrir os bastidores daquela sensacional ação policial que, inusitadamente, havia sido comemorada tanto pelo Palácio do Planalto como pela oposição petista. Eu tinha boas fontes na Polícia Federal, tanto em Brasília como no Maranhão, e desde as primeiras horas da notícia fui alertado de que, embora a grana dos Sarney fosse mesmo suja, a operação da PF tinha sido armada para detonar Roseana Sarney. Outro que foi avisado cedo sobre o assunto foi o próprio José Sarney. Furibundo, o chefe do clã iniciou um movimento político que resultou em uma de suas raras dissidências governistas e em um ódio paternal profundo pela figura de José Serra.


    Na ponta da Operação Lunus estava o delegado Paulo Tarso de Oliveira Gomes, atual adido policial nos Estados Unidos, nomeado pelo diretor-geral da PF, delegado Luiz Fernando Corrêa, imagina-se, por bons serviços prestados à corporação. Gomes era um homem de confiança de Agílio Monteiro Filho e, portanto, do PSDB. A chance de haver alguma ligação dele com o PT ou Lula é a mesma de Marcelo Itagiba se tornar ministro da Justiça em um eventual governo Dilma Rousseff. Ou seja, zero. Jamais houve, contudo, o tal telefonema para o Palácio do Planalto feita por Gomes para avisar FHC do sucesso da empreitada. O delegado Paulo Tarso Gomes enviou, isso sim, de dentro do escritório da Lunus, um fax para o Palácio da Alvorada, à noite, onde o presidente Fernando Henrique, ansioso e de pijamas, aguardava notícias sobre a ação. O texto anunciava a missão cump rida. Foi uma matéria minha, no JB de 2 de março de 2002, que revelou a armação.


    Eu soube do fax porque, à época, consegui acessar os dados da companhia telefônica do Maranhão e me deparei com o grau de amadorismo da ação. Incrivelmente, o delegado-chefe da operação, no afã de mostrar serviço, nem esperou voltar para o hotel em São Luís para dar as boas novas a FHC: passou um fax de dentro da empresa investigada! Os números, tanto do telefone da Lunus, como do Palácio da Alvorada, foram registrados pela telefônica e, um dia depois, também foram estampados pelo Jornal do Brasil, a tempo de desmentir uma versão montada às pressas, na assessoria de imprensa da PF, que chegou a apresentar um fax falso para evitar a desmoralização da operação. Tudo isso poderia ter sido checado, sobretudo na Editora Abril, haja vista que o editor-chefe do jornal, que participou diretamente da edição das matérias, era o jornalista Augusto Nun es, atualmente, um dos colunistas da revista Veja.


    Mais uma coisinha que ninguém se lembra de falar quando se trata da Operação Lunus: embora tenha sido um sucesso político para os tucanos, foi um fracasso total para a Polícia Federal. Um ano depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou, por falta de provas, o processo contra Roseana Sarney decorrente da ação da PF.


    No fim das contas, o neoarrependido Wagner Cinchetto nada mais é o do que um dos cachorros loucos liberados pela mídia neste agosto eleitoral. Ao imputar a Lula e ao PT a tucaníssima Operação Lunus, o sindicalista conseguiu apenas consolidar essa impressão terrível, que cresce com a proximidade das eleições, de que os ventos da derrota não trazem, definitivamente, bons conselhos aos candidatos.


    “FSP, 17 de Março de 2002“


    Brasilianas.Org


    Enviado por JOSE ANTONIO DA SILVA, em 03/06/2010 – 04:23


    Autor: REVISTA ISTO É


    Caso Lunus: Como dossiê tucano destruiu candidatura Roseana.


    Por marcosomag 20/09/2006 às 01:52


    Cronologia do Caso Lunus, onde grampos telefônicos ilegais, um dossiê e uso político da Polícia Federal tiraram Roseana Sarney do caminho de José Serra, do PSDB, na disputa presidencial de 2002.


    Novembro de 2001: A firma Interforte de José Heitor Nunes e Jonathan Sardenberg é contratada para grampear Roseana Sarney, sua família e investigar os negócios da empresa Lunus.


    Novembro: Heitor comenta sobre o grampo que está fazendo nos telefones de Roseana. A um interlocutor, oferece, em troca de um valor, informações sobre seu trabalho e o nome de quem encomendou a arapongagem. O negócio não se realiza.


    Dezembro: Arapongas espalham que foram contratados pelo PSDB para produzir um dossiê contra a família Sarney.


    Fevereiro: O dossiê contra Roseana fica pronto. Ele tem três partes. A primeira, com as doações para a campanha do PFL. A segunda, com as empresas da governadora e seu marido e suas ramificações com a Sudam. E a terceira, com fotos íntimas. É oferecido a Anthony Garotinho (PSB) para ser usado como arma na campanha. O então governador recusa e procura o senador José Sarney, informando que seu interlocutor se apresentou como emissário do deputado Márcio Fortes (PSDB-RJ), um dos coordenadores da campanha de José Serra.


    Fevereiro: Os senadores Sarney e Edison Lobão procuram FHC e contam que agentes da Abin estiveram em cartórios no Maranhão vasculhando as empresas dos Sarney. O presidente chama o general Alberto Cardoso, que nega a participação da Abin.


    Dias 20, 21, 25, 26, 27, e 28 de fevereiro: O pubicitário Luís Alberto Marques troca telefonemas com Heitor, que também conversa diversas vezes com Jonathan.


    28 de fevereiro: Com ordem judicial, uma equipe da PF se desloca de Brasília para São Luís. Heitor e Marques trocam quatro telefonemas.


    1º de março: Às 14h15, depois de pegar os mandados em São Luís, a PF invade a Lunus. Encontram documentos que ligam a empresa ao escândalo Sudam e R$ 1,34 milhão em dinheiro. Às 19h, FHC e Sarney têm uma conversa ríspida por telefone. O senador denuncia uma “armação suja” do governo para derrubar sua filha e beneficiar Serra. Entre 21h30 e 22h, FHC recebe cópia do mandado.


    4 de março: Sarney Filho pede demissão da pasta do Meio Ambiente. Três dias depois, o PFL deixa o primeiro escalão do governo FHC. Marques e Heitor trocam um telefonema.


    12 de março: Murad dá coletiva para renunciar ao cargo de secretário de Planejamento do Maranhão. Diz que o dinheiro achado na Lunus era para a campanha de sua mulher. Marques e Heitor trocam mais um telefonema.


    Março: O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), denuncia que também foi grampeado por dois meses. Ele diz que havia sido informado por Sarney de que os arapongas buscavam ligações entre Murad e seu irmão, Carlos Jereissati. Tasso culpa Serra e Márcio Fortes pelo grampo.


    20 de março: Às 15h55, Sarney sobe à tribuna do Senado e faz um duro discurso, de 80 minutos. Culpa Serra e o governo pela espionagem contra Roseana e compara o grampo contra sua filha a outro caso mais famoso, o Watergate, que levou à renúncia do presidente Richard Nixon.


    27 de março: A PM do Maranhão invade uma casa em São Luís e descobre uma central de espionagem da PF. Encontra quatro policiais federais e muitos equipamentos sofisticados de escuta telefônica e rastreadores. O Ministério da Justiça diz que o local servia para operações secretas de combate ao narcotráfico.


    13 de abril: Roseana renuncia à sua candidatura.


    Original em: Revista “Istoé”, número 1702, de 10/05/2002.


    Folha de S.Paulo – Delegado e procurador ligados a Serra atuam em investigações – 17/03/2002


    São Paulo, domingo, 17 de março de 2002


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    REVIRAVOLTA NA SUCESSÃO


    Suspeita é de uso político do Estado


    Delegado e procurador ligados a Serra atuam em investigações


    WLADIMIR GRAMACHO


    DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


    O presidenciável tucano, senador José Serra (SP), conseguiu reunir sob as asas de aliados as duas principais investigações em curso que podem prejudicar sua candidatura ou implodir a campanha de seus adversários. São eles o subprocurador da República José Roberto Santoro e o delegado de Polícia Federal Marcelo Itagiba.


    Em viagem a Palmas (Tocantins), há duas semanas, o subprocurador Santoro coordenou informalmente o pedido de busca e apreensão de documentos no escritório da pré-candidata pefelista e governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Trocou idéias com o procurador Mário Lúcio Avelar, que foi o autor do pedido, e orientou a estratégia a ser adotada.


    A participação especial do subprocurador no episódio, mantida nos bastidores do tucanato até aqui, reforça as suspeitas de que articuladores da campanha de Serra tenham tentado minar a pré-candidatura da pefelista.


    No Rio de Janeiro, o delegado Itagiba usou suas prerrogativas de superintendente regional da PF para afastar o também delegado Deuler da Rocha, que investigava um dos ex-arrecadadores de campanha de José Serra.


    Segundo a Folha apurou, as apurações de Deuler da Rocha prometiam implicar o executivo Ricardo Sérgio de Oliveira nas suspeitas de irregularidades que contaminaram a privatização da telefonia no país. Ricardo Sérgio é ex-diretor do Banco do Brasil (BB) e um dos amigos de Serra no mercado financeiro.


    O ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) diz que ouviu de Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, e de Carlos Jereissati, dono do grupo La Fonte, que Ricardo Sérgio cobrara propina de R$ 90 milhões durante a privatização. Seria o pedágio por unir a Previ, fundo de pensão do BB, ao consórcio que levou a Telemar, onde também estão Dantas e Jereissati. O ex-diretor sempre negou a acusação.


    José Roberto Santoro e Marcelo Itagiba fazem parte da tropa de choque de Serra no aparato policial e de investigação. Os dois já estiveram juntos antes.


    Em 2000, enquanto Santoro promovia ações judiciais de interesse do então ministro José Serra na área da saúde, Itagiba coordenava uma equipe instalada na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para investigar laboratórios.


    Ex-assessor especial de Serra no Ministério da Saúde, nos dois anos anteriores, o delegado Itagiba havia demonstrado grande desenvoltura no exercício de suas funções. No dia 9 de março de 1999, por exemplo, representou o então ministro numa reunião com a diretoria da Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica).


    Foi propor aos donos e dirigentes de laboratórios brasileiros que investissem dinheiro numa entidade não-governamental a ser criada para investigar e combater a falsificação de medicamentos. A proposta foi aprovada, segundo ata da reunião.


    Na Anvisa, no entanto, a missão de Itagiba não foi longe. Por ordem de Serra, a gerência de segurança, que abrigava o delegado, foi extinta em dezembro de 2000 quando descobriu-se que uma rede de espionagem havia vasculhado a vida de funcionários do Ministério da Saúde.


    O delegado é casado com uma prima do embaixador Andrea Matarazzo, amigo de Serra.


    sexta-feira, 17 de setembro de 2010

    jornal nacional faz o que o Serra não precisa fazer

    A edição do jornal nacional desta quinta feira, na queda da ministra Erenice Guerra, foi uma dose tripla de Golpismo.

    Uma reportagem ininteligível de Tonico Ferreira, ao longo de duas horas e 79 minutos, “leu” na televisão – ah !, se o Boni ainda mandasse ! – as edições completas da Folha (*) de hoje e da Veja deste domingo.

    Foi uma tentativa inútil de impressionar não pelo conteúdo (inatingível), mas pelo volume, pela duração.

    Nada disso, foi apenas uma reportagem chata.

    Depois, veio uma reportagem de Brasília, igualmente opaca, confusa – de jornal escrito.

    O pessoal da Globo (do Ali Kamel) desaprendeu televisão.

    Pensa que televisão é jornal.

    Mas, não é para entender.

    É para sentir.

    É para ter a impressão de que se trata de uma catástrofe.

    E não é.

    É apenas outra tentativa de Golpe.

    Clique aqui para ler sobre a Operação Lunus, versão 2010.

    Depois veio o programa do Serra.

    Medíocre, como ele.

    E termina numa coda: associar a Erenice ao José Dirceu e à Dilma.

    Perda de tempo.

    Até o ex-presidiário que se tornou fidedigna fonte da Folha (*) chegar à Dilma, a Dilma já terá tomado posse.

    Por falar nisso: cadê a crise do sigilo ?

    Não colou ?

    Aí, vem o programa da Dilma.

    Um show de televisão.

    Ignora solenemente a Baixaria do Zé.

    E mostra o Brasil que não passa na Globo.

    Como disse o Marcos Coimbra, o programa eleitoral da Dilma teve a propriedade de informar, mostrar o que muitos brasileiros não conheciam.

    Hoje, por exemplo, revelou a grandiosidade das usinas de Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira.

    (Aquelas dos bagres da Marina.)

    Por que o super-rocambolesco-aero-pseudo-jato-informativo do Ernesto Paglia não sobrevoa Jirau e Santo Antonio, já que ele está li, pertinho ?

    O programa da Dilma, além de informar, faz o que o Lula sempre quis: pendurar o FHC no pescoço do Zé Baixaria.

    E a comparação é de cortar os pulsos dos dois jenios: FHC e seu discípulo dileto.

    Enquanto isso, o jornal nacional dava curso à Operação Lunus, 2010.

    Só tem um problema.

    No dia 4 de setembro, Serra se torna poeta municipal.

    Vai chefiar futuras Operação Lunus.

    E a Globo continua.

    Provisoriamente, na liderança.

    Provisoriamente.


    Paulo Henrique Amorim



    (*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

    quinta-feira, 26 de agosto de 2010

    A QUEM INTERESSA?


    CHEIRO DE LUNUS NO AR

    por que raios o PT , a candidatura Dilma ou quem quer que seja no âmbito progressista iria bisbilhotar o sigilo fiscal da apresentadora Ana Maria Braga? A quem interessaria, de fato, enredar a campanha do PT --como acusa Serra no leito da extrema-unção eleitoral -- numa trama improvável que transforma em vítimas de um mesmo redil alguns de seus 'homens de confiança e de caixa" e a apresentadora mais popular da televisão brasileira junto ao eleitorado feminino? Recorde-se que esta fatia majoritária do universo eleitoral, antes serrista, foi progressivamente conquistada por Dilma, que empatou e agora bate o adversário na preferencia das mulheres, por larga margem, em todas as pesquisas de intenção de voto. A própria apresentadora Ana Maria Braga já manifestou simpatia pela candidata à sucessão de Lula. Insuspeito de qualquer gesto nesse sentido, e sempre ácido contra Lula, o comentarista da Folha, Janio de Freitas, alertava hoje de forma quase premonitória em sua coluna, na qual lamenta o abandono de Serra pelos seus próprios pares. Aspas: '...Menos pela excitação quase esportiva das pesquisas do que pelas atitudes de José Serra e do PSDB diante delas, a disputa eleitoral para a Presidência reduz-se a uma pergunta: o que dizer ainda a seu respeito? É verdade que a Polícia Federal, ao menos até agora, não entrou em cena, como fez nas últimas campanhas com insuspeitada vocação eleitoral, de feitos jamais esclarecidos dada a útil circunstância de que à própria PF coube o dever do esclarecimento.O ensaio de um ex-delegado federal não passou disso mesmo, agora, com o tal convite para abastecer de dados, sobre oposicionistas, um citado serviço de inteligência da campanha de Dilma Rousseff. Tempo há, mas seria impróprio atribuir a essa expectativa as atitudes de Serra e do PSDB diante da sua performance no skate em ladeira...' A quem interessa a reedição de um 'caso Lunus' versão 2010? Em 2002, como se recorda, uma obscura ação da PF envolvendo, como sempre, malas de dinheiro fotogenicamente oferecidas ao Jornal Nacional e correlatos, tirou da disputa Roseane Sarney, então a principal rival de Serra junto ao eleitorado de centro e centro-direita. Como ironiza Janio de Freitas coube à própria raposa investigar o esquartejamento das galinhas nquele episódio. O caso nunca foi esclarecido, mas a família Sarney sedimentou uma esférica certeza: o dedo de Serra deixou digitais na chacina.
    (Carta Maior; 27-08)

    terça-feira, 17 de agosto de 2010

    Caso Lunus: a versão do cachorro louco


    O Conversa Afiada republica texto de Leandro Fortes:

    Por Leandro Fortes (Brasília, eu vi)

    Seria apenas risível, não fosse, antes de tudo, muito grave, o surgimento de uma nova e alucinada versão sobre a operação da Polícia Federal, deflagrada em março de 2002, que resultou na apreensão de 1,3 milhão de reais na sede da construtora Lunus, em São Luís, no Maranhão. A empresa, de propriedade da governadora Roseana Sarney (PMDB) e do marido dela, Jorge Murad, tornou-se o epicentro de uma crise política que modificou os rumos da campanha eleitoral de 2002, justamente quando a direita brasileira parecia capaz de emplacar, finalmente, um candidato puro-sangue com real chance de chegar à Presidência da República. Na época, Roseana Sarney era do PFL, atual DEM, e resplandecia numa eficiente campanha de mídia como exemplo de mulher corajosa, determinada e, sobretudo, competente. Resguardada pelo poder do pai, o senador José Sarney (PMDB-AP), e pela aliança pefelista que sustentava o governo Fernando Henrique Cardoso, Roseana sonhou, de fato, em tornar-se a candidata da situação contra Luiz Inácio Lula da Silva.

    O desejo da família Sarney de retornar ao Palácio do Planalto revelava, em primeiro plano, o absoluto descolamento da realidade de um clã provinciano e truculento, incapaz de perceber o mundo além das fronteiras do Maranhão. Por outro lado, revelava, ainda, total desconhecimento dos métodos e da sanha de seu verdadeiro adversário, o tucano José Serra, empenhado em ser candidato pelo PSDB a qualquer custo. Serra, ao contrário de Roseana, tinha montado uma máquina de moer inimigos a partir de um “núcleo de inteligência” instalado na antiga Central de Medicamentos (CEME) do Ministério da Justiça, comandada pelo delegado da PF Marcelo Itagiba, atual deputado federal pelo PSDB. Itagiba, no entanto, era apenas o ponto de contato entre Serra a direção-geral da corporação, então nas mãos de outro tucano, o delegado Agílio Monteiro Filho, que chegou a se candidat ar, sem sucesso, à Câmara dos Deputados, em 2002, também pelo PSDB. Em 2007, o delegado foi nomeado ouvidor-geral adjunto do Estado de Minas Gerais, uma espécie de ombudsman paroquial, pelo governador Aécio Neves. Um prêmio de consolação, convenhamos, para lá de meia-boca.

    Agílio Monteiro Filho comandou de longe uma operação montada em bases políticas, dentro do Palácio do Planalto, com o aval do presidente Fernando Henrique e de seu candidato à sucessão, José Serra. Imputar esse fato ao PT e, mais incrivelmente, a Lula, quase uma década depois do ocorrido, só se justifica pela insana caminhada de parte da mídia ao precipício, onde também se pretende jogar a memória nacional e a inteligência alheia, para ficarmos em termos brandos. O depoimento do tal sindicalista Wagner Cinchetto à revista Veja, como parte da série “grandes entrevistas de dedos-duros do mundo sindical”, tem a pretensão de transformar fatos concretos e apurados numa versão aloprada baseada, unicamente, nos valores invertidos do mundo bizarro em que se transformou boa parte da imprensa brasileira. Trata-se de caso explícito de abandono completo da regras bá sicas do jornalismo, mesmo a mais primária, a de pesquisar, com um google que seja, aquilo que já foi escrito a respeito.

    Digo isso porque, quando da deflagração da Operação Lunus, eu era repórter do Jornal do Brasil, em Brasília, e fui destacado para descobrir os bastidores daquela sensacional ação policial que, inusitadamente, havia sido comemorada tanto pelo Palácio do Planalto como pela oposição petista. Eu tinha boas fontes na Polícia Federal, tanto em Brasília como no Maranhão, e desde as primeiras horas da notícia fui alertado de que, embora a grana dos Sarney fosse mesmo suja, a operação da PF tinha sido armada para detonar Roseana Sarney. Outro que foi avisado cedo sobre o assunto foi o próprio José Sarney. Furibundo, o chefe do clã iniciou um movimento político que resultou em uma de suas raras dissidências governistas e em um ódio paternal profundo pela figura de José Serra.

    Na ponta da Operação Lunus estava o delegado Paulo Tarso de Oliveira Gomes, atual adido policial nos Estados Unidos, nomeado pelo diretor-geral da PF, delegado Luiz Fernando Corrêa, imagina-se, por bons serviços prestados à corporação. Gomes era um homem de confiança de Agílio Monteiro Filho e, portanto, do PSDB. A chance de haver alguma ligação dele com o PT ou Lula é a mesma de Marcelo Itagiba se tornar ministro da Justiça em um eventual governo Dilma Rousseff. Ou seja, zero. Jamais houve, contudo, o tal telefonema para o Palácio do Planalto feita por Gomes para avisar FHC do sucesso da empreitada. O delegado Paulo Tarso Gomes enviou, isso sim, de dentro do escritório da Lunus, um fax para o Palácio da Alvorada, à noite, onde o presidente Fernando Henrique, ansioso e de pijamas, aguardava notícias sobre a ação. O texto anunciava a missão cumprida. Foi uma matéria minha, no JB de 2 de março de 2002, que revelou a armação.

    Eu soube do fax porque, à época, consegui acessar os dados da companhia telefônica do Maranhão e me deparei com o grau de amadorismo da ação. Incrivelmente, o delegado-chefe da operação, no afã de mostrar serviço, nem esperou voltar para o hotel em São Luís para dar as boas novas a FHC: passou um fax de dentro da empresa investigada! Os números, tanto do telefone da Lunus, como do Palácio da Alvorada, foram registrados pela telefônica e, um dia depois, também foram estampados pelo Jornal do Brasil, a tempo de desmentir uma versão montada às pressas, na assessoria de imprensa da PF, que chegou a apresentar um fax falso para evitar a desmoralização da operação. Tudo isso poderia ter sido checado, sobretudo na Editora Abril, haja vista que o editor-chefe do jornal, que participou diretamente da edição das matérias, era o jornalista Augusto Nunes, atualmente , um dos colunistas da revista Veja.

    Mais uma coisinha que ninguém se lembra de falar quando se trata da Operação Lunus: embora tenha sido um sucesso político para os tucanos, foi um fracasso total para a Polícia Federal. Um ano depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou, por falta de provas, o processo contra Roseana Sarney decorrente da ação da PF.

    No fim das contas, o neoarrependido Wagner Cinchetto nada mais é o do que um dos cachorros loucos liberados pela mídia neste agosto eleitoral. Ao imputar a Lula e ao PT a tucaníssima Operação Lunus, o sindicalista conseguiu apenas consolidar essa impressão terrível, que cresce com a proximidade das eleições, de que os ventos da derrota não trazem, definitivamente, bons conselhos aos candidatos.