Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 22 de abril de 2015

POR QUE A MÍDIA NÃO GRITA CONTRA O HORÁRIO ELEITORAL 'GRATUITO'?

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Privataria: por que o Cerra se achava intocável?


Este ansioso blogueiro recomenda enfaticamente a leitura de “A vida quer é coragem – a trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil”, de Ricardo Batista Amaral, editado pela Primeira Pessoa.

Breve, aqui se tratará do livro em si e da personagem.

Amaral faz uma minuciosa e objetiva reconstituição dos fatos políticos que Dilma acompanhou no primeiro plano, ou nos bastidores.

Objetiva, é bom frisar, porque, embora se trate de uma biografia autorizada – Amaral trabalhou na campanha da Dilma -, a narrativa é isenta, respeita a verdade factual, como gosta o Mino Carta.

Chamou a atenção o que está descrito a partir da página 161.

É o episódio dos que Lula chamou de aloprados, na eleição de 2006.

Os aloprados foram apanhados com dinheiro numa operação para desmascarar a compra de ambulâncias super-faturadas, enquanto Cerra e seu sucessor, Barjas Negri, eram ministros da Saúde.

Com a ajuda da Polícia Federal de São Paulo e especialmente do PiG (*), com a Folha (**) e a Globo à frente, Cerra transformou a tragédia das ambulâncias superfaturadas numa bênção dos céus.

O que deveria atingí-lo como um escândalo de bom tamanho derrotou Aloizio Mercadante para Governador (Cerra venceu no primeiro turno).

E permitiu que Ali Kamel levasse a eleição de Lula contra Alckmin para o segundo turno – clique aqui para ler “O Primeiro Golpe já houve, falta o Segundo (também do Kamel) “

A tecnologia cerrista já tinha sido testada – com retumbante sucesso – na eleição presidencial de 2002.

Quando Cerra fotografou cédulas de dinheiro no escritório da empresa Lunus do marido de Roseana Sarney – então a melhor candidata para derrotar Lula, segundo as pesquisas.

Cerra distribuiu à farta as fotos das notas pelo PiG (*) afora – e destruiu a candidatura de Roseana.

Sempre com a ajuda da Polícia Federal.

(O pai de Roseana, José Sarney, da tribuna do Senado,  acusou Fernando Henrique de receber, no Palácio do Alvorada, um fax de um agente da Polícia Federal, da máquina do escritório da Lunus, com a informação: missão cumprida.)

Na Polícia Federal, Cerra contava, sempre, com Marcelo Lunus Itagiba.

Cerra foi para a eleição de 2010 com essa convicção.

Com a ajuda do Papa, da PF e do PiG ele era intocável.

Qualquer calhordice – segundo Ciro Gomes – seria acobertada pelo PiG (*), com a ajuda da Policia Federal.

Uma dupla do barulho !

A partir da pág. 227, Amaral mostra outra peripércia de Cerra.

Que quase – quase, frise-se, deu certo.

Com rigor de cartógrafo, Amaral reconstitui o episódio da “quebra de sigilo” do presidente do PSDB, o notório Eduardo Jorge, aquele que tinha o hábito de ligar para o Juiz Lalau da sala ao lado do gabinete  do presidente Fernando Henrique.

Uma mania, digamos assim.

No bolo do sigilo vem o “suposto” dossiê que o Amaury Ribeiro Júnior prepararia contra a família tão inocente, imaculada, do Padim José Cerra.

Cerra àquela altura já sabia que o Amaury tinha feito uma reportagem não publicada pelo Estado de Minas, que descrevia tudo o que ele queria fazer para destruir a candidatura do Aécio.

Cerra também desconfiava que Amaury preparava um livro, cujo prefácio este ansioso blog publicou repetidas vezes

Cerra reproduziu a estratégia das notas da Roseana, das notas dos aloprados: transformou o limão na limonada.

Tentou botar o Amaury em cana, fez da filha e do Eduardo Jorge vítimas da sanha petista.

Jenial !

O PiG esteve incansável, na defesa dos princípios de Democracia.

A Carta Capital e Leandro Fortes mostraram que a irmã do Daniel Dantas e a filha do Cerra, elas, sim, é que violaram o sigilo fiscal de 60 milhões de brasileiros – e, por isso, a filha do Cerra está indiciada.

Mas, o PiG não dá sequência ao que a Carta Capital denuncia.

Muito menos o jornal nacional.

E o Cerra só precisa operar o jornal nacional e a Folha.

Esses bastam.

O resto vem no bolo.

Amaral mostra como Dilma cortou o mal pela raiz.

Mandou embora todos os que pudessem eventualmente produzir um dossiê.

E, de público, preservou o trabalho jornalístico do Amaury.

Cerra achou que o jogo tinha sido jogado.

Perdeu a eleição, disse um até breve, e achou que o Amaury ia se jogar numa vala comum.

E a filha ia se safar, numa boa.

Aí, a casa caiu.

Ele soube do livro do Amaury.

Tentou se aproximar do editor, o Luiz Fernando Emediato, mas Emediato não lhe deu bola.

O Privataria Tucana já começava a ser impressa.

E o Cerra deixou de ser intocável.

A mágica foi descoberta.

E o mágico saiu a correr, pela coxia, debaixo de vaia.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O BARRACO TÁ RACHANDO.Veronica Serra é ré por quebra de sigilo financeiro

Antes Tarde...

Veronica Serra é ré por quebra de sigilo financeiro Foto: JANETE LONGO/AGÊNCIA ESTADO

Filha do eterno presidenciável tucano responde a processo, em segredo de Justiça; o genro, Alexandre Bourgeios, também foi executado por dívidas fiscais não pagas; origem da fortuna do casal, que gere fundos em Trancoso, é mal explicada


247 – 2003.61.81.000370-5. Este é o número do processo judicial, que corre em segredo de Justiça, contra Veronica Allende Serra. Filha do ex-governador paulista e eterno presidenciável tucano José Serra, ela foi indiciada pelo crime de quebra de sigilo financeiro. Isso porque sua empresa de internet, a Decidir.com, já extinta, teve acesso a todos os dados de milhões de brasileiros, depois de um convênio firmado com o Banco do Brasil, no apagar das luzes do governo FHC.
Verônica é o ponto frágil das pretensões políticas de José Serra. Ex-funcionária da Editora Abril, na revista Exame, como assistente da área comercial, sua vida começou a mudar quando ela ganhou uma bolsa na Universidade de Harvard, paga pelos donos da Ambev. Lá, ela conheceu o futuro marido, Alexandre Bourgeois. Na era da internet, Verônica também abriu a empresa Decidir.com, de leilões eletrônicos, que recebeu R$ 10 milhões em investimentos do grupo Opportunity. Seus negócios, no entanto, jamais prosperaram. Ela e o marido, no entanto, se tornaram prósperos administradores de um fundo de investimentos sediado em Trancoso, na Bahia – isso mesmo, por incrível que pareça, talvez seja o único fundo de investimentos com sede num local feito para não se trabalhar.
Estas são algumas das revelações do livro “A privataria tucana”, que chega nesta sexta-feira às livrarias. Lançado pela Geração Editorial e escrito pelo repórter investigativo Amaury Ribeiro Júnior, o livro traz documentos que comprovam o inquérito em que Verônica Serra consta como indiciada. É também uma espécie de vendeta pessoal de Amaury, que, na campanha presidencial de 2010, foi acusado de tentar comprar dados sigilosos dos familiares de Serra – o jornalista sempre se defendeu argumentando que buscava informações públicas, arquivadas na Junta Comercial, e muitos desses dados são publicados no seu livro.
Execução fiscal
2004.61.82.061807-5. Eis agora o número do processo de execução fiscal movido pelo INSS contra a empresa Iconexa e seu sócio majoritário Alexandre Bourgeois. Genro do presidenciável tucano e gestor de fundos em Trancoso, ele deixou uma dívida de R$ 309,3 mil, mas a execução não prosperou porque Bourgeois não possui bens em seu nome. Nem mesmo no Detran, o que indica que o genro de Serra não tem nem automóveis.
O livro de Amaury Ribeiro Júnior aponta ainda como a privatização foi comandada por dois nomes muito próximos a Serra: Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil, e Gregório Marin Preciado, “primo” do tucano (Leia mais a respeito aqui). Ao todo, os movimentações financeiras em paraísos fiscais, documentadas, somam mais de U$S 20 milhões e atingem heróis da “privataria” tucana, mas também petista, como Carlos Jereissati, dono da Oi.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O AI-5 digital avança. Eles preferem o PiG (*)



Conversa Afiada reprod
uz post do Viomundo, de Luiz Carlos Azenha:

CUT: O AI-5 digital avança


Democracia tucana


27/10/2010


Na calada da noite, avança projeto de deputado do PSDB para censurar internet e quebrar sigilo de internautas


por Luiz Carvalho, no site da CUT


No início de outubro, em um Congresso Nacional esvaziado enquanto o Brasil discute as eleições, o Projeto de Lei (PL) 84/99 do senador Eduardo Azeredo, do PSDB de José Serra, foi aprovado em duas comissões na Câmara.


Também conhecido como “AI-5 digital”, uma referência ao Ato Institucional nº 5 que o regime militar baixou em 1968 para fechar o parlamento e acabar com a liberdade de expressão, o PL permite violar os direitos civis, transfere para a sociedade a responsabilidade sobre a segurança na internet que deveria ser das empresas e ataca a inclusão digital.


O projeto de Azeredo passa também a tratar como crime sujeito a prisão de até três anos a transferência ou fornecimento não autorizado de dado ou informação. Isso pode incluir desde baixar músicas até a mera citação de trechos de uma matéria em um blog.


Conheça os principais pontos do projeto do Azeredo.


1. Quebra de sigilo


Ironicamente, o PL do parlamentar ligado ao partido que se diz vítima de uma suposta quebra de sigilo nas eleições, determina que os dados dos internautas possam ser divulgados ao Ministério Público ou à polícia sem a necessidade de uma ordem judicial. Na prática, será possível quebrar o sigilo de qualquer pessoa sem autorização da Justiça, ao contrário do que diz a Constituição.


2. Internet para ricos


Azeredo quer ainda que os provedores de acesso à Internet e de conteúdo (serviços de e-mail , publicadores de blog e o Google) guardem o registro de toda a navegação de cada usuário por três anos, com a origem, a hora e a data da conexão.


Além de exemplo de violação à privacidade, o projeto deixa claro: para os tucanos, internet é para quem pode pagar, já que nas redes sem fio que algumas cidades já estão implementando para aumentar a inclusão digital, várias pessoas navegam com o mesmo número de IP (o endereço na internet).


3. Ajudinha aos banqueiros


Um dos argumentos do deputado ficha suja reeleito em 2010 – responde a ação penal por peculato e lavagem ou ocultação de bem –, é que o rastreamento das pessoas que utilizam a internet ajudará a acabar com as fraudes bancárias. Seria mais eficaz que os bancos fossem obrigados a adotar uma assinatura digital nas transações para todos os clientes. Mas, isso geraria mais custos aos bancos e o parlamentar não quer se indispor com eles.


O que acontece agora?


Atualmente, o “PL Azeredo” tramita na Câmara de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara e aguarda a posição do relator Júlio Semeghini, do PSDB-RJ.


A má notícia é que foi esse deputado que garantiu, em outubro de 2009, que o projeto aguardaria o desenrolar dos debates para seguir tramitando. Mas, Semeghini fez o contrário do prometido e tocou o projeto adiante.


Com a provável aprovação, a última alternativa para evitar que vire lei e acabe com a democracia digital no Brasil será o veto do próximo presidente.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

PiG tenta esconder que livro do Amaury era para Aécio



Depois da sórdida cobertura do jn de ontem – clique aqui para ler.

Na primeira página da Folha (*).

Na primeira página do Estadão.

E na primeira página do Globo.

O PiG (**) escondeu o Aécio.

Clique aqui para ler “PF diz que Folha mentiu”.

Clique aqui para ler “Amaury trabalhou para Aécio”.

Clique aqui para ler “Folha fez o que Dilma não conseguiu: mostrou que Aécio não dá um voto ao Serra”.

O jn e o Bom (?) Dia Brasil omitiram informação essencial: a PF não achou nenhum vínculo entre a encomenda do Aécio ao Amaury e a campanha da Dilma.

Ou seja, não foi a Dilma quem mandou o Amaury escrever o livro.

Nem a Dilma pretendia usar os dados do livro do Amaury, mas, sim, o Aécio, para se proteger do Serra e do Marcelo Lunus Itagiba.

O jn e o Bom Dia Brasil dizem que a PF não vai investigar a motivação política da quebra de sigilo.

Ou seja, para a Globo, a PF prevarica.

Não, a PF não vai investigar, porque não encontrou nenhum indício de que houvesse motivação eleitoral.

Ou seja, a PF não pode investigar aquilo que o PiG (**) decide que a PF deva investigar.

Se o Diretor Geral da Policia Federal não fosse o Dr Corrêa,, entrava com um processo contra a Globo por acusação de “prevaricação”.

Mas, o Dr Corrêa, sabe como é, amigo navegante, o Dr Corrêa ainda não achou o áudio do grampo.

O vice-presidente do PSDB, o impoluto Eduardo Jorge, aquele que ligava para o Juiz Lalau do gabinete do FHC, deu substanciosa entrevista à Globo.

Disse o inatacável Eduardo Jorge: como dizer que o PSDB (o Aécio) encomendou um dossiê, se não há dossiê.

O que é isso, EJ ?

Pensa que o espectador é bobo ?

E o livro do Amaury, encomendado – segundo o Amaury – para o Aécio se proteger do Serra ?

O livro não é O dossiê ? Ou, o dossiê é o livro, EJ. 

O dossiê se chama “Nos porões da privataria”, cujo prefácio, com autorização do Amaury, este ordinário blog publicou.

O PiG (**) tem dois problemas.

Primeiro, fazer o pessoal lá de Marechal entender que o Amaury fez tudo isso para beneficiar a Dilma e prejudicar o coitadinho do Serra.

(Serra é aquele que levou um rolo de fita crepe na cabeça e lamenta que não tenha sido um tijolo).

Segundo, esconder o óbvio: o Aécio não vai depositar um único, solitário voto para o Serra em Minas.

Eles se odeiam.

E se juntam como a água e o azeite.

Em tempo: a ilustração deste ordinário post é uma colaboração da amiga navegante Dolores, que enviou o seguinte e-mail: 

Oi, Paulo! Tenho 24 anos e venho acompanhando o site do conversa afiada há algum tempo durante essas eleições porque sei que lá a verdade não é falseada, maquiada muito menos escondida como acontece no o “PiG (*)”.


Queria, primeiramente, agradecer pelos seus posts e segundamente compartilhar a charge que acabei de fazer e postar no facebook depois de assistir a essa palhaçada de fita crepe!!!


Em anexo está o desenho e abaixo o textinho que o acompanha! ;)

Depois de meses de cálculos e pesquisas, eis o plano infalível que derrubou o candidato Serra no dia de hoje. Apesar de ser altamente confidencial, parece que o candidato descobriu o plano e, com ajuda da Rede Globo, tornou pública a ação maliciosamente planejada pelo inimigo.

Um enfurecido militante do Partido dos Trabalhadores, a despeito do traje branco, simbolizando a paz, que vestia, teria odiosamente lançado um rolo de fita crepe tendo como alvo a careca do candidato tucano.

“Uma ação violenta, me pareceu uma coisa pré-organizada, não foi nada espontânea, nem de longe, e é uma coisa que puxa pro ódio.”

(José Serra)


Grande abraço,


Dolores Marques



Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) 
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Factóide tucanalha morre no ninho


Receita diz que acesso a dados de Verônica Serra se deu através de procuração registrada em cartório
Terra
GILBERTO NASCIMENTO
A Receita Federal afirmou na noite desta terça-feira (31) que o acesso aos dados do imposto de renda de Veronica Serra, filha do candidato do PSDB à presidência, teria sido acessado a pedido da própria contribuinte. De acordo com a Receita, o acesso aos dados de Veronica foi motivado por uma procuração assinada por Veronica, com firma reconhecida em cartório de São Paulo.

Para a Receita, a apresentação da procuração descaracteriza a quebra de sigilo. Para a Receita, a analista tributária Lúcia de Fátima Gonçalves Milan, que atendeu ao pedido, não teria cometido qualquer irregularidade. Quem procurou a Receita no posto de Santo André, na região do ABC paulista, foi um homem.

A Receita diz que ele não pode ser identificado, em razão do sigilo. Ele solicitou os dados fiscais de Veronica, com a procuração assinada e reconhecida em cartório, no dia 29 de setembro de 2009. Essa pessoa recolheu as cópias das declarações de renda da filha do tucano entre os anos de 2007 e 2009.

Se a assinatura, eventualmente, for falsa, nesse caso terá havido um crime e a investigação caberá à Polícia Federal.

domingo, 29 de agosto de 2010

Outro uso político ilegal de telejornal

Blog Cidadania
Posted by eduguim on 29/08/10 • Categorized as Opinião do blog
No último sábado, este blog deu início a uma série de denúncias de uso ilegal da televisão e do rádio fora do horário eleitoral legal concedido aos partidos. Esse uso ilegal de concessões públicas está sendo praticado, com maior desenvoltura, pelas Organizações Globo, mas não só.

Neste post, pela segunda vez consecutiva denuncio um telejornal da Globo por infringir a lei 9504/97, artigo 45, parágrafo terceiro, que veda que emissoras de rádio e televisão difundam opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação de partidos ou seus órgãos e representantes.

Como se sabe, o PSDB está acusando o PT de ter usado o governo Lula para determinar à Receita Federal que violasse o sigilo fiscal de quatro tucanos eminentes a fim de prejudicar a candidatura de José Serra à Presidência. O candidato também fez a mesma acusação.

Diante das acusações tucanas, o PT entrou com ação na Justiça contra Serra por calúnia, difamação e danos morais. O partido sustenta que o candidato adversário acusa sem provas e essas provas, até o momento, não foram apresentadas.

Só o que se pode afirmar é que houve um tipo de vazamento de dados de contribuintes que é prática antiga no Brasil, pois tais dados são até comercializados em forma de CDs no centro de São Paulo há anos e até petistas têm seus nomes figurando nesses bancos de dados traficados.

Até o momento, portanto, não existe uma só prova de que é verdadeira a acusação de Serra a Dilma Rousseff e ao PT de serem os responsáveis pelo vazamento de dados fiscais sigilosos dos seus aliados, o que torna o endosso a essa acusação mero exercício de especulação.

Se tratar a acusação de Serra como verdadeira é apenas produto da opinião subjetiva de alguém em favor do candidato, então apresento, a seguir, transcrição do comentário da jornalista Miriam Leitão no telejornal da Globo Bom Dia Brasil em sua edição de 26 de agosto.

Renata Vasconcelos introduz o comentário de Miriam Leitão

“O fato é que o Estado deveria garantir a segurança de informações sigilosas e mais três cidadãos tiveram o sigilo quebrado…”

Miriam Leitão responde, dando como verdadeira a acusação de Serra

“O que está claro nesse caso do vazamento de informações da Receita Federal é que dados sigilosos de contribuintes foram acessados sem qualquer motivo. Os contribuintes espionados são adversários políticos do governo. Fica mais grave.

A Receita sabe quem foi, já fez a investigação, mas não divulgou o que sabe. Esse atraso na prestação das informações também é sério.

A Receita é um órgão que pertence ao estado brasileiro, a quem os contribuintes entregam seus dados com a confiança de que o sigilo legal será respeitado. Se a direção atual da Receita sabe o que aconteceu e não divulga está cometendo um erro grave contra as instituições, contra a própria Receita que tem inúmeros funcionários que não concordam com o que está acontecendo.

A Justiça determinou que um dos contribuintes, no caso o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, tenha acesso às investigações. A Justiça fez bem. Não se pode, em nome de paixões eleitorais, que são momentâneas, por em risco a credibilidade de uma instituição como a Receita Federal, que é permanente.”

Clique aqui para ver o vídeo do comentário de Miriam Leitão no Bom dia Brasil de 26 de agosto.

*

As palavras acima foram ditas quase da mesma forma por Serra e por seus aliados contra os adversários petistas, acrescidos de alguns termos mais duros e pejorativos aqui e acolá.

Miriam leitão não está fazendo jornalismo, está opinando. E em favor de um dos candidatos a presidente, o que é vedado pela lei eleitoral supra mencionada. Não houve, aliás, direito de resposta à coligação de Dilma, que teria o direito de negar a acusação.

Este é mais um post da série que este blog fará mostrando que telejornais, ao menos, estão desafiando a lei eleitoral e opinando em favor de candidatos. Contribuições dos leitores relatando casos semelhantes de uso político de concessões públicas serão desejáveis e imprescindíveis.