Não tenho como acompanhar a propaganda de Mercadante em São Paulo. Vi alguns programas pela Internet e li um pouco do que diz o noticiário.
Do que eu vi, o programa está com uma mensagem boa, explorando bem a idéia de fazer em São Paulo o que o governo Lula fez no Brasil. Está bom do lado propositivo. E essa parte deve ser mantida nessa toada.
Mas não está contundente o suficiente na hora de fazer oposição (pelo que vi), exceto na questão dos pedágios, da aprovação automática, dos problemas de trânsito, e do questionamento da falsa competência tucana.
Me parece que poderia abordar mais também a segurança pública, enfocando a valorização do salário do policial, programas como UPPs que deram certo no Rio de Janeiro, e implantar gradualmente na Polícia Civil a capacidade de investigação e de fazer operações como faz a Polícia Federal, sobretudo para desmontar redes de distribuição de crack e de quadrilhas armadas.
Alckmin está mais contundente como "oposição", acusando Mercadante de faltar em votações do interesse de São Paulo. Mercadante respondeu bem, explicando que é líder do governo, e as votações são negociadas. Qualquer senador pode fechar acordo com os colegas para a votação, e já tendo garantido os votos necessário para aprovação, pode até ir cumprir outra missão ainda não resolvida do interesse do povo paulista. Mas foi obrigado a ficar na defensiva.
Não está na hora de Mercadante elevar também o tom?
Que tal dizer que no seu governo vai abrir a caixa-preta do escândalo das propinas da Alstom no Metrô e nas outras estatais?
Que, em vez de ficar abafando o caso, moverá todos os esforços para trazer da Suíça o dinheiro roubado de volta para os cofres públicos de São Paulo, antes que acabe prescrevendo.
Que irá acabar com a operação abafa e fará uma auditoria no Metrô sobre o escândalo, e nas outras estatais paulistas.
Que vai mobilizar a Assembléia Legislativa para desarquivar as CPI's importantes abafadas, que não deixa apurar a corrupção que sangra os cofres públicos de São Paulo.
Que tal dizer que irá cortar a farra da propaganda desnecessária da SABESP, feita em rede nacional, do Oiapoque ao Chuí, onde a empresa não atua.
Que tal visitar o Jardim Pantanal, que ficou meses inundado, e gravar conversas com moradores que moram precariamente e se comprometer a levar projetos do Minha Casa, Minha Vida para eles saírem do alagão?
Tem aquele ditado: "se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia". Mas as campanhas costumam ter pesquisas qualitativas para orientar. Que tal pelo menos fazer pesquisas de aceitação destes temas, e se a resposta for positiva, incluir alguns deles nos debates e na reta de chegada?
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