Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
Mostrando postagens com marcador professores. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador professores. Mostrar todas as postagens

sábado, 9 de maio de 2015

Richa quer que professores peçam desculpas – não é piada



Richa

Os professores paranaenses foram espancados pelo governo do Estado pela segunda vez na noite desta sexta-feira, 8 de maio. Desta vez, porém, o principal agressor decidiu fazer o serviço sujo pessoalmente, em vez de mandar a polícia.
Após o Jornal Nacional, entre outros, noticiar as sucessivas quedas de membros do governo Beto Richa devido à brutal agressão que esse governo promoveu contra os professores diante da “casa do povo” paranaense, ele apareceu na reportagem.
Em vez de o governador que os paranaenses elegeram há poucos meses explicar por que membros de seu governo e até da PM caíram após a agressão, já que, como dissera antes, a atuação da tropa foi contra os professores foi “uma reação natural”, preferiu esbofetear aqueles que agrediu.
No vídeo abaixo, Richa teve mau-caráter suficiente para falar em nome dos professores. É isso mesmo: ele pediu “desculpas” ao povo paranaense em nome de seu governo e EM NOME DOS PROFESSORES.
Confira, abaixo, trecho da reportagem do Jornal Nacional supracitada.



Palavras do governador do Paraná, Beto Richa:
— Queremos pedir desculpas – acho que governo e associação do sindicato dos professores – à sociedade paranaense e à sociedade brasileira pelo ocorrido aqui na frente da Assembleia Legislativa.
Eu não sou professor, não sou paranaense, mas me senti insultado. Pessoas que se feriram gravemente, que levaram tiros de bala de borracha nos olhos, que quase morreram por ter uma artéria da coxa triturada por mordida de um (cão) pit bull da PM, devem desculpas aos paranaenses e ao resto do Brasil?
Será que Richa estava em estado normal de consciência ao proferir essa declaração? Seria a única forma de tolerar o que disse – se estivesse embriagado.
Richa, mais cedo, declarou-se “o mais ferido” pelo episódio que ocorreu sob suas ordens e fuças. Miseravelmente, tentou eximir-se da responsabilidade, como quem diz: “Massacraram os professores, mas não sei quem fui”.
Se este blogueiro sentiu-se esbofeteado pelo governador de um Estado que não é o seu, imagino como o povo paranaense e, mais especificamente, os professores sentiram-se com as suas declarações.
Se eu fosse a “associação do sindicato dos professores” (sic) a que Richa se referiu, abriria, já, um processo na Justiça por danos morais. Para alguns professores, a declaração dele deve ter doído mais do que as pancadas e bombas da PM.

domingo, 3 de maio de 2015

A SEMANA DE M... DO PSDB

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Beto Richa cometeu crime de responsabilidade e cabe impeachment


RICHA CAPA
Blogcidadania
Vendo o governador Beto Richa dar sua versão dos fatos no Jornal Nacional, a impressão que se tem é a de que ele não sabe o que a sua polícia fez nesta quarta-feira diante da Assembleia Legislativa do Paraná. Ou, então, ainda não lhe caiu a ficha.
Essas hipóteses, porém, são descartáveis; é óbvio que Richa não só sabe o que aconteceu, mas, também, absolutamente tudo o que aconteceu foi sob suas ordens. Apesar disso, em sua declaração ao Jornal Nacional ele mentiu escancaradamente logo após as imagens da tevê Globo contarem uma história muito diferente da sua.
Assista, abaixo, ao trecho da reportagem do principal telejornal da Globo que mostra os policiais atacando aqueles que Richa diz, em seguida, que não foram os responsáveis pela “agressão aos policiais”.




Ao JN, Richa disse, textualmente, que sua tropa só atacou quem a atacou. Palavras dele: “Temos imagens de pessoas infiltradas que não são do movimento dos professores”. Porém, imagens fartamente distribuídas pela internet e o que se vê no JN, dizem outra coisa. Mostram a polícia de Richa atacando indiscriminadamente.. Mostram a polícia de Richa atacando indiscriminadamente.
richa 3
Na foto abaixo, momento em que a polícia paranaense atira bombas de gás contra manifestantes estáticos, que nada faziam.
Richa 1
A foto no alto desta página mostra muito bem quem foi que Beto Richa atacou – ou mandou atacar: a qualquer um que estivesse no local ou nas cercanias. A reportagem da Globo mostra que até crianças foram afetadas. Há mais de 200 feridos. Alguns, com gravidade.
Ainda que Richa possa ter algum vídeo mostrando que alguém fez algo errado, ele promove essa barbaridade? Ataca indiscriminadamente, tal qual cachorro louco?
Não há muito o que falar: o governador do Paraná pôs em risco as vidas de muitas pessoas, inclusive daquelas que disse que protestavam pacificamente, para, supostamente, repelir um ataque que atribuiu a “infiltrados”.
Depois, contradizendo-se, atribuiu tudo à CUT e ao PT, como sempre fazem os tucanos quando têm que se defender de qualquer acusação. Mas o fato é que ele não podia mandar atacar qualquer um que estivesse na rua só porque diz que alguns “infiltrados” atacaram sua polícia.
Richa cometeu crime de responsabilidade. O procurador-geral do Estado tem que mover ação contra ele e pedir seu impeachment. Se a Assembleia Legislativa do Paraná não acatar a Procuradoria, tem que sofrer intervenção da Justiça Federal. Se o procurador-geral do Paraná não denunciá-lo, tem que ser denunciado ao Conselho Nacional do Ministério Público.
Richa vai se safar do crime que cometeu em 29 de abril de 2015? Se isso acontecer, será inaugurada uma nova era no país. Uma era de sombra. Um Estado policial e – como disseram recentemente – “medievalesco” terá se instalado no Brasil.
A partir da impunidade de Richa, no Brasil passa a valer tudo. E o pior é que isso, como sempre, vai acabar valendo para os dois lados.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Na “melhor educação fundamental do Brasil”, escola funciona em posto de gasolina

5I5A3950
Cozinheira e colega carregam água para abastecer a escola; cada sala de aula tem um banheiro

por Luiz Carlos Azenha, em Uberaba
O candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves, tem dito em comerciais de campanha, discursos e debates que Minas Gerais tem “a melhor educação fundamental do Brasil”.

Esta simplificação grosseira, baseada tão somente nos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), acaba mascarando para os não mineiros as precariedades da educação em Minas Gerais, argumentam professores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do estado, o SindUte.

Baixos salários, falta de quadras esportivas, laboratórios e bibliotecas compõem o quadro, dizem eles.
Os professores apontam para exemplos bizarros, como o da Escola Estadual Cândido Xavier, em Uberaba, para dizer que Aécio combina gastos em propaganda com mordaça na imprensa local para evitar que se exponha a verdade sobre a Educação em Minas.

Uberaba não fica em um lugar remoto do Estado. Com mais de 300 mil habitantes, é um importante polo de desenvolvimento, que se conecta economicamente com Ribeirão Preto, no norte de São Paulo.
patio
O corredor da escola serve de pátio, local de merenda e cozinha

A escola Cândido Xavier foi criada no final de 2010, para atender ao surgimento de núcleos habitacionais em bairros próximos, alguns dos quais do Minha Casa, Minha Vida. Vai completar quatro anos de funcionamento precário. Hoje está em salas que ficam sobre um shopping center de um posto de gasolina, ao lado de uma das estradas que cortam a cidade.

A escola atende a 540 alunos em três turnos. As crianças do ensino fundamental estudam à tarde. As salas de aula improvisadas foram construídas para servir como escritórios. Com a da administração e a da cozinha, são 11 salas ao todo. Segundo o diretor, cada uma custa ao Estado um salário mínimo de aluguel, pagos ao dono do posto.

No andar de baixo do shopping, outra loja serve de biblioteca e de sala improvisada dos professores. Um galpão vizinho ao posto é a “quadra de esportes”.

Recentemente, grades foram colocadas para evitar o risco de as crianças cairem.
A merenda é preparada numa cozinha improvisada no corredor, que também é o pátio dos alunos. É ali que eles comem e passam o tempo do recreio.

A única saída da escola dá direto no posto de gasolina, onde segundo o frentista ficam estocados, em depósitos subterrâneos, 15 mil litros de gasolina, 15 mil de álcool e 30 mil de óleo diesel. O portão da escola, protegido por uma grade, fica trancado com cadeado, o que faz supor que não se considere aqui a possibilidade de uma emergência.

Para evitar que os alunos transitem no estacionamento do shopping, existe um corredor que liga a saída da escola a uma rua dos fundos, onde estacionam os ônibus escolares.
5I5A3965
A quadra de esportes é improvisada em um galpão vizinho ao posto de gasolina

Hoje faltava água na escola, o que tem acontecido com frequência. A cozinheira teve de sair com uma colega para pegar um panelão de água. Como as salas de aula são, na verdade, escritórios, cada uma tem um banheiro. Quando falta água, se algum aluno usa um banheiro o professor tem de providenciar um balde de água para dar a descarga, diz a avó de uma aluna de 19 anos que estuda à noite.

Segundo ela, por causa do mau cheiro e das baratas a neta passou mal recentemente e teve de voltar mais cedo para casa.

O diretor alega que o improviso pode acabar na metade do ano que vem, para quando está prevista a inauguração de num novo prédio na região. Na escola improvisada, ele contou sempre com o quebra-galho de um político local.


Hoje, alunos de ensino médio conversavam em uma das salas para matar o tempo, já que a professora tinha saído para fazer perícia e tirar licença médica.

Os dirigentes do SindUte sustentam que o alto número de professores doentes é também reflexo da precariedade do ensino em Minas Gerais.

Para eles, a escola que funciona em um posto de gasolina não é um problema pontual, mas apenas uma das mazelas mais evidentes de uma realidade que fica escondida sob o slogan de “melhor ensino fundamental do Brasil”.

Clique na foto abaixo para ver o álbum:
5I5A4019
Leia também:

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Senado aprova o Plano Nacional de Educação

Jornal do Brasil

O projeto aprovado pelo Senado, nesta terça-feira (17), que estabelece o novo Plano Nacional de Educação (PNE) para um período de dez anos é o substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), apresentado em Plenário com parecer favorável do relator Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele retoma a proposta original do governo com poucas alterações.
O texto, que prevê metas para o período de 2011 a 2020, tramita há três anos no Congresso e ainda terá de voltar à Câmara dos Deputados. O PNE tem 14 artigos, 21 metas e 177 estratégias que visam, entre outros objetivos, erradicar o analfabetismo e universalizar o atendimento escolar, com o aumento de vagas em creches, ensino médio, profissionalizante e universidades públicas. Além da ampliação do acesso à educação básica e ao ensino especial, preferencialmente nas escolas regulares.
O plano ainda prevê a destinação de 10% do produto interno bruto (PIB) para a educação e a qualificação dos professores e dos demais profissionais da área. O substitutivo do senador Vital do Rego também assegura a compatibilização de programas de expansão de educação profissional e superior (inclusive na forma de incentivo e isenção fiscal); de bolsas de estudos concedidas no Brasil e no exterior; de subsídios concedidos em programas de financiamento estudantil; e do financiamento de creches, pré-escolas e de educação especial.
Metas e estratégias
O substitutivo faz referência aos balanços do setor público nacional e às contas como parâmetro para aferição das metas do PNE. Além disso, acrescenta que as informações devem ser organizadas por ente federado.
O plano assegura à população de quatro a 17 anos sistema educacional inclusivo nas escolas regulares, assegurando também o acesso ao ensino especial para crianças com deficiência, com os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). É a garantia de continuidade, por exemplo, do trabalho da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), Instituto Pestalozzi,  Instituto Benjamin Constant (IBC) e o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
Alfabetização
A meta 5 estabelece que a partir do sexto ano do PNE a alfabetização comece aos sete anos, reduzindo-se essa idade para os seis anos a partir do décimo ano de vigência do plano.
Foi mantida a estratégia original de educação em tempo integral, com previsão de permanência dos estudantes por sete horas nas escolas, acompanhamento pedagógico, oferta de novos conteúdos, e direito à alimentação.
O plano também prevê a compatibilização da jornada escolar com atividades recreativas, esportivas e culturais. E ainda a ampliação progressiva da jornada de professores em uma única escola.
Professores
O projeto assegura aos professores formação inicial prevista na Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96). Trata-se de profissionais habilitados em nível médio ou superior para lecionar na educação infantil e no ensino fundamental e médio; trabalhadores em educação com diploma em pedagogia, habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; e os portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.
O plano sugere também novas estratégias para estimular a expansão da oferta de formação inicial de professores em cursos diurnos, com o suporte de bolsas de estudo e a dedicação integral dos alunos. Prevê também formato específico na formação de professores para a educação profissional, que valorize a experiência prática.
Financiamento
O PNE prevê a destinação, até o final do período de dez anos, de pelo menos 10% do produto interno bruto (PIB) para a educação. Faz referência ainda à parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo, gás natural e outros recursos.
Os recursos públicos serão destinados também para o financiamento de bolsas de ensino para estudantes em universidades privadas. Ficam asseguradas, portanto, iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec).
Qualidade
Vital do Rêgo acrescentou estratégia para o estabelecimento de políticas de estímulo às escolas que melhorem o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
O Custo Aluno-Qualidade (CAQ) foi definido como indicador prioritário para o financiamento de todas as etapas e modalidades da educação básica. Da mesma forma, a emenda propõe a criação do conceito de Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi), como primeira etapa para implantação do CAQ no oitavo ano de vigência do PNE.
Meta 21
Vital do Rêgo ainda acolheu em seu substitutivo sugestão do senador José Sarney (PMDB-AP) e inseriu uma nova meta, a 21, para ampliar a produção científica brasileira, assunto não tratado em nenhum dos textos anteriores. O objetivo é que o país figure no grupo dos dez maiores produtores de novos conhecimentos no mundo. A proposta dá ênfase à pesquisa, desenvolvimento e estímulo à inovação, com a formação de quatro doutores para cada mil habitantes.
Agência Senado

quarta-feira, 31 de julho de 2013

A UNIVERSIDADE E A URGÊNCIA BRASILEIRA


Cerca de 40 intelectuais e professores universitários reuniram-se em São Paulo nesta 2ª feira, à convite de Carta Maior. Havia um sentimento de urgência no ar. Em pauta, as  possibilidades e os riscos da travessia história vivida pelo país; o papel da universidade e dos intelectuais na encruzilhada de uma Nação que ainda não dispõe de um arsenal de ferramentas democráticas à altura das reformas cobradas pelo seu desenvolvimento. Mas que terá que realiza-las; renunciar seria ceder ao retrocesso. Um consenso do encontro: o torniquete do monopólio da comunicação interdita o debate e veta as soluções requisitadas pelo passo seguinte da nossa história. Leia nesta página o relato de Maria Inês Nassif sobre esse primeiro encontro, que aspira alcançar a abrangência de uma proposta de agenda nacional dos intelectuais e da universidade para impulsionar as reformas que a Nação reclama. A reforma política, por certo. Mas não só. A universidade pode ser uma alavanca, entre outras, para romper a crosta conservadora que represa o futuro brasileiro. O encontro promovido por Carta Maior coincidiu com a divulgação do salto do IDH nos 5.565 municípios do país. De um padrão 'muito baixo', em 1991, evoluiu-se para outro,' alto', em 2010. O período abrange os governos Collor (91/92), Itamar (93/94), FHC (95/02) e Lula (03/10). Mas foi no  ciclo do PT que se deu  o ganho real de 60% do salário mínimo (extensivo à massa dos aposentados), bem como a chegada do Bolsa Família a 12 milhões de lares. Não por acaso, os maiores avanços no indicador do PNUD/ONU, que cruza renda, educação e longevidade, ocorreram no Norte e Nordeste, onde a incidência dessas políticas foi maior. Estamos falando de dinâmicas que fixaram um divisor na luta contra a desigualdade, mas que reclamam agora um novo impulso histórico para avançar. Quem o fará? Um novo impulso envolve novos protagonistas e novos desenhos de políticas públicas para o desenvolvimento. A Universidade terá que rediscutir sua contribuição nesse processo. Uma possibilidade pulsa na matriz  do programa  'Mais Médicos', que guarda potencial  para ser o 'Bolsa Familia' da saúde pública brasileira. A adesão maciça de 3.511 municípios demonstra a pertinência de se buscar um novo escopo de políticas públicas associadas às universidades, que terão que se reformar para exercer esse papel. É esse ambiente de urgências emancipadoras que deveria estar sendo discutido hoje. E não o casulo do interesse corporativo, que se insurge contra elas. A construção dessa agenda de engajamento e desassombro, é justamente o que anima Carta Maior a dar sequência ao encontro desta 2ª feira, estendendo-o a outras capitais do país.


Intelectuais e professores debatem rumos políticos do Brasil

O encontro foi promovido pela 'Carta Maior' em São Paulo. Ideia é que esse debate possa contribuir para o entendimento da realidade do país, num momento em que manifestações populares tomaram as ruas. Meta é criar uma agenda comum, que deve ser colocada como uma contribuição ao debate das forças de esquerda do país.

São Paulo - Cerca de 40 intelectuais e professores participaram, na noite desta segunda-feira (29), de um primeiro ensaio para a definição de uma agenda comum, que deve ser colocada como uma contribuição ao debate das forças de esquerda do país. O encontro foi promovido pela Carta Maior e a ideia é que esse debate possa contribuir para o entendimento da realidade do país, num momento em que as manifestações que tomaram as ruas a partir do mês de junho provocam certa perplexidade, e também produza consensos para uma ação política transformadora e reformadora, contra a tentativa de setores conservadores de apropriação e capitalização de reivindicações populares.

A grande preocupação, presente na maioria das falas, era com a necessidade de preservar os avanços proporcionados pelos dez anos de governo do PT, entre Lula e Dilma. Ainda assim, nenhum dos presentes deixou de citar, em maior ou menor grau, as amarras que fazem com que esses avanços sejam insuficientes ou, ainda, na avaliação de alguns, com que o governo seja incapaz de comprar certos enfrentamentos.

Nesse sentido, a maioria dos presentes falou da necessidade de se pressionar os poderes por reformas que sejam capazes de transformar as estruturas de poder, sendo as principais delas uma reforma político-eleitoral que acabe com o poder econômico nas eleições e a democratização da comunicação.

O grande balizador das falas, e tema razoavelmente controverso, foram as manifestações que tomaram as ruas. Tido por todos como fator que alterou a conjuntura de fato, a sensação generalizada era de que, se não houver uma resposta à altura pelo governo, a situação para o campo mais progressista da sociedade ficará pior ainda. Este seria um momento propício para mudanças, uma oportunidade para o governo avançar ainda mais. Para os participantes, resta saber se o governo fará a opção, diante dos fatos, de avançar em uma política progressista.

Ao final da reunião, depois de um debate sobre a capacidade de um grupo com essa configuração influenciar os rumos da política, definiu-se que será elaborado um documento com temas mais relevantes e com a ideia de que o que veio das ruas não pode ser apropriado pelo setor conservador. Nos próximos dias haverá mais uma reunião, que será aberta. Os professores interessados, de São Paulo e de outros Estados, podem entrar em contato com a Carta Maior, através do e-mail J29@cartamaior.com.br, para receber informações de como participar.

sábado, 15 de junho de 2013

ESTE HOMEM MERECE MAIS UM MANDATO EM SÃO PAULO?

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O BRASIL ENTRE A RUPTURA E A INÉRCIA

TUDO PELA BANCA:  BCE empresta mais 521 bilhões de euros a 800 bancos europeus a juros de 1% ao ano, com 3 anos de prazo**desde dezembro,o socorro ao sistema financeiro da UE já soma mais de um trilhão de euros que, todavia, não se traduzem em crédito à produção, nem ao consumo** SERRA TEM RAZÃO:"É aqui, neste ano, que se travará uma disputa importante entre duas visões distintas de Brasil" (José Serra, em carta em que explica sua decisão de concorrer à prefeitura como porta-voz da direita e do conservadorismo nativo)**HOLLANDE X SARKOZY:  vantagen do socialista sobre Sarkozy cai de 7  para 4,5 pontos em uma semana (pequisa Ipsos) 
O Brasil precisa fazer na educação (e na saúde) o mesmo que Lula fez com o salário mínimo: uma ruptura em relação à inércia conservadora. Num intervalo de oito anos o presidente petista elevou o poder aquisitivo do mínimo em mais de 53% em termos reais. Rejeitou a lógica incremental porque mudar apenas na margem  seria manter à margem os que sempre viveram do lado de fora do país. Mesmo com o aumento substantivo de 22,2%, o novo piso do professorado brasileiro, que entrou em vigor nesta 3ª feira, não vai além de R$ 1.451,00. Quem se habilita? São 40 horas semanais, em classes com pelo menos  30 alunos. Pesquisas indicam  que a carreira do magistério tornou-se uma espécie de lotação da meia-noite: a escolha dos que não tem mais escolha. Entidades representativas dos municípios brasileiros alegam que nem isso podem pagar: precisariam de um subsídio federal de R$ 7 bi/ano para viabilizar a nova folha do professorado. Como atrair os melhores talentos que uma revolução educacional requer?

(LEIA MAIS AQUI)


Merval, o Imortal, Pereira imita Diogo Mainardi e canta derrota do PT como certa

A imagem aqui ao lado é uma reprodução do site da CBN do comentarista Merval Pereira: "Candidatura de José Serra tira a perspectiva de derrota do PSDB" - é o que ele diz.
Como em eleição não pode haver empate, se sai a perspectiva de derrota resta apenas a de vitória. Vale dizer: a entrada de Serra na disputa acaba com as chances dos demais candidatos. E (assim nos ensinou Aristóteles) como Haddad é candidato, logo, Haddad já perdeu a eleição.
Portanto, tratemos de poupar dinheiro de campanha, o saco do eleitor com o horário eleitoral no rádio e na TV, e vamos sentar logo Serra na cadeira de prefeito, assim como fez Fernando Henrique Cardoso numa disputa com Jânio... quer dizer, acho que o exemplo não é muito feliz.
Merval Pereira - talvez por ser um Imortal - fez a afirmação de modo oblíquo, para proteger sua imortalidade. Não foi direto ao ponto, como o fugitivo ex-cronista da Veja Diogo Mainardi, que escreveu, em dezembro de 2005, 10 meses antes das eleições presidenciais:
"Como a eleição já está decidida, com a derrota de Lula..." [clique aqui e confira]
Mainardi estava errado e Lula se reelegeu em 2006. E Merval, o Imortal neo-Mainardi, o homem da metástase do câncer de Chávez, que pode não ser, pode ser?
As urnas dirão.
No Blog do Mello


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Minas Sem Censura quer apuração e punição de “arapongagem” de Anastasia

por Conceição Lemes
Os diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) notaram há, pelo menos, uns dez dias que a sede da entidade e professores estavam sendo vigiados por policiais à paisana. A categoria, em greve há 95 dias, reivindica o piso salarial, que o governador Antonio Anastasia (PSDB) se recusa a pagar.
Nessa terça-feira, 6 de setembro, o deputado estadual Rogério Correia (PT), líder do Movimento Minas Sem Censura, esteve na sede do Sindicato, em Belo Horizonte, para averiguar o que estava acontecendo. Lá, ele e Beatriz Cerqueira, coordenadora do SindUTE, flagraram, na porta da instituição, um carro parado. A placa foi checada. Informalmente, Correia obteve a informação de que ela seria de acesso restrito e de uso do serviço reservado da Polícia Militar mineira. O motorista não quis se identificar nem responder as perguntas de Correia.
O vídeo mostra abordagem do motorista pelo parlamentar.

À noite, no twitter, @rogeriocorreia em resposta @gersoncarneiro antecipou o que pretende fazer.


Rogério Correia denuncia ao Viomundo: “Trata-se de um flagrante de espionagem e intimidação envolvendo prováveis ‘arapongas’ do governo Anastasia”.
Em função disso, o Movimento Minas Sem Censura, por iniciativa dos deputados Rogério Correia e Durval Ângelo, ambos do PT, adotarão as seguintes medidas:
1) Nesta quinta-feira, 8 de setembro, representante da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, estará em Belo Horizonte para acompanhamento do caso. O que  inclui a discussão de medidas de proteção individual aos dirigentes sindicais, vítimas da operação clandestina denunciada.
2) Na segunda-feira, 12, os deputados e sindicalistas também representarão na Ouvidoria de Polícia do estado e no Ministério Público estadual, solicitando a apuração dos fatos, a identificação do suspeito, se o veículo é do patrimônio estadual ou se é tão “frio” quanto sua placa. Se o suspeito de espionagem e intimidação for dos quadros da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), deveria ter se identificado ao deputado Rogério Correia, quando solicitado. A recusa em se identificar perante a autoridade e falsear informação constituem faltas disciplinares graves.
3) Caso a PMMG e seu comandante Renato Vieira de Souza  não adotem as medidas funcionais exigidas para um evento desse tipo (registrar a ocorrência e iniciar a correta investigação dos fatos), o Movimento Minas Sem Censura solicitará a apuração das responsabilidades e, de pronto, o afastamento do comandante da corporação.
4) Somando-se ao flagrante ocorrido, há ainda que se apurar possível violação de sigilo telefônico dos sindicalistas e deputados que apóiam o movimento grevista. Prevaricação, condescendência criminosa, violência arbitrária, são alguns dos crimes que podem ter ocorrido nesse processo de espionagem e intimidação. Confirmada a ilegalidade da ação, os custos das mesmas devem ser ressarcidos aos cofres públicos. Isso, sem prejuízo de outras ações, como por danos morais, por exemplo.
Leia também:
A proposta completa do PT para o setor de comunicações
Flagrado suspeito rondando o Sindicato dos Professores de MG
A greve dos professores do Ceará
Minas Sem Censura: Cumpra a lei, Anastasia!
Professores provam que Minas é PSDB
Débora Vaz: As escolas de photoshop do Ceará
Beatriz Lugão: No Rio, Cabral produz uma ilha da Fantasia
Ken Robinson: É preciso repensar a educação
Professores federais: Sem diálogo, Dilma cassa direitos
Na Coreia do Sul, a era da educação digital
A Frente Parlamentar pela Educação no Campo

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PSDB - Pior Salário Do Brasil

Depois de uma campanha midiática em que o governador Antonio Anastasia sugeriu que os professores em greve estavam mentindo sobre os salários pagos a eles pelo governo de Minas Gerais, os profissionais de Educação do estado decidiram publicar os contracheques e encaminhar um kit-salário para os jornais e outros meios de comunicação do estado.
Conversei com Beatriz Silva Cerqueira, a Bia, do Sindicato Único dos Trabalhadores de Educação em Minas Gerais, o SINDUTE. E, pelo que ela contou, existe um tremendo esqueleto no armário do atual senador e provável candidato ao Planalto, Aécio Neves, esqueleto agora administrado por Anastasia: o choque de gestão.
Mas, antes do esqueleto, a greve: a paralisação atinge, por decisão da Justiça, apenas 50% dos 380 mil trabalhadores em educação de Minas, em todas as regiões do estado. Ela foi deflagrada, como a greve de Santa Catarina (onde os professores acreditam ter obtido uma importante vitória política), para garantir a implementação do Piso Salarial do Magistério, que é federal e foi considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em abril deste ano (valor atual de R$ 1.187,00).
Hoje, em Minas, o professor que tem ensino médio ganha R$ 369,00 mensais de salário inicial; o professor com licenciatura plena, R$ 550,00.
Segundo Bia Cerqueira, este ano o governo Anastasia, a partir de uma lei estadual, decidiu aglutinar todas as parcelas que compõem o contracheque dos servidores em um subsídio, que os professores rejeitam considerar como piso salarial, mas sim o total da remuneração.
A adoção do subsídio, segundo Bia, provoca — entre outras coisas — o nivelamento da categoria entre os professores que tem 20 anos de carreira e os que estão começando agora. Uma situação parecida aconteceu em Santa Catarina.
A greve é por um piso salarial de R$ 1.597,00 para os professores de nível médio com jornada de 24 horas.
Bia Cerqueira diz que a política salarial de Minas Gerais em relação aos professores é de “controle” da remuneração, o que seria um dos princípios do “choque de gestão”, que começou a ser implantado pelo ex-governador Aécio Neves. “Você pode demorar 8 anos para começar a receber por uma pós-graduação que tenha feito, você pode demorar de 20 a 25 anos para receber por um mestrado”, ela exemplifica.
“O governo controla a remuneração [dos servidores] para que possa investir em outras áreas que dão retorno melhor para ele”, disse ela, provavelmente se referindo a retorno eleitoral.
Bia inicialmente não entendeu a minha piada: o choque de gestão, disse eu, teria sido de 220 volts, bem na veia do professorado!
Aliás, ela acredita que o tal choque fracassou redondamente. Três exemplos:
* Faltam 1,5 milhão de vagas no ensino básico em Minas Gerais;
* A média de escolaridade do mineiro é de 7,2 anos;
* No vale do Jequitinhonha, a média de escolaridade é de apenas 6,2 anos.
Além disso, o programa que é orgulho do atual governador, Antonio Anastasia, o Professor da Família, para dar apoio a alunos do ensino médio, é bastante precário.
* Por enquanto, atinge 9 dos 853 municípios de Minas Gerais, ou apenas 22 das 4 mil (eu disse quatro mil) escolas;
* Os professores contratados para implementar o programa, que visa dar aulas de reforço para alunos do ensino médio, têm formação de ensino médio, o que contraria a Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional, que exige licenciatura plena.
“Os projetos não correspondem à realidade do estado de Minas Gerais”, diz ela.
Duas grandes dificuldades enfrentadas neste momento pelos grevistas: boicote ativo ou desprezo da mídia local e a postura do Poder Judiciário de Minas Gerais que, segundo a Bia, nunca decide em favor dos educadores.
PS do Viomundo: Diante da denúncia dos professores em greve de que são muitas vezes desconhecidos pela mídia mineira, pedimos a nossos leitores que nos ajudem a disseminar este post e outras informações sobre a greve no twitter e nas mídias sociais. Agradecemos.
Poderá também gostar de:

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Burro do DEM ataca professores

darioburrro@gmail.com (Atenção que o buRRRo tem 3 R)
Falha Online

O vereador Dario Bueno (DEM), de Jacareí e mais conhecido como Dario Burro, postou uma série de comentários em sua conta oficial no Facebook agressivas em relação ao comportamento do professor na rede pública.

Em um dos textos, o político diz que os professores "descontam frustrações nos estudantes".

"O professor gostaria de ser Engenheiro, não consegue e vai dar aula de Matemática; outro queria ser Advogado, não consegue e vai dar aula de Português; outro queria ser Médico e vai dar aula de Biologia", disse Burro na sua conta na rede social.

O volume de comentários de Burro contra os professores ganhou força no último dia 3 e, até às 13h07 desta quarta-feira, ele já havia postado 17 textos diferentes sobre o tema.

No primeiro deles, Burro critica as palestras nas escolas. "Professores adoram palestras nas escolas! Assim eles não precisam dar aulas. Transferem o dever para o visitante. O voluntário faz de graça o que os professores são remunerados para fazer!".
Depois de receber críticas de professores, Bueno postou: "Confirmado ficou o Autoritarismo dos professores! Detestam ser contrariados e querem punir, punir e punir. Deveriam educar, mas não são comprometidos o suficiente para isso!".

Em um dos comentários acima, Burro critica o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), avaliação promovida pelo governo federal. "Ideb? As crianças são treinadas para o Ideb assim como muitos são treinados para o vestibular!".

Na outra postagem, o vereador do DEM fala sobre uma suposta "pedagogia do fracasso": "Se a Escola é onde se cultiva a inteligência a Escola deveria ter mais soluções do que problemas. Os professores se sentem importantes por praticar a Pedagogia do Fracasso!".

Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution

terça-feira, 5 de julho de 2011

Professora do RN que criticou a educação. Mulher de Fibra !!!!!!!!!!!!!!!!

Veja por que a professora ficou conhecida

O Conversa Afiada recebeu o seguinte e-mail do amigo navegante Zé Carlos:

Olá Geórgia, tudo bem?

Lembra da professora Amanda Gurgel, do Rio Grande do Norte?
Pois ela acaba de recusar o prêmio “Brasileiros de Valor 2011″ do Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE).
Em carta, a professora Amanda expõe seus motivos. Diz que sua luta é outra e que espera para debater a privatização do ensino e o papel de organizações e campanhas que se dizem “amigas da escola”. (plim-plim)!
Veja a carta aqui.
(Leia abaixo – PHA)

Bom trabalho, um abraço e boa sorrrrte! Extensivos ao PHA.

zcarlos




Por que não aceitei o prêmio do PNBE


Oi,

Nesta segunda, o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai entregar o prêmio “Brasileiros de Valor 2011″. O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio.


Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra.


Espero que a carta sirva para debatermos a privatização do ensino e o papel de organizações e campanhas que se dizem “amigas da escola”.

Amanda


Natal, 02 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.


Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald’s, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.


A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.


Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.


Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.


Saudações,
Professora Amanda Gurgel


Entenda o que é o PNBE, que já premiou a Rede Globo.