Presidente se expõe pela primeira vez depois da onda de protestos que tomou o País; será em evento nesta quinta-feira, às 11h30, na capital da Bahia, onde anuncia um conjunto de medidas contra a seca na região do semiárido nordestino; desde seu último ato público, na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, Dilma Rousseff já se reuniu com diversos movimentos populares e centrais sindicais, além de ter proposto cinco pactos para atender as "voz das ruas"; vaias ou aplausos hoje?
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 4 de julho de 2013
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Nasce um novo movimento social nos Estados Unidos
A presença de um amplo leque de sindicatos transformou o perfil do movimento iniciado por algumas centenas de jovens em Nova York, em sua maioria brancos, de universidades privadas, no dia 17 de setembro. Mudou não só em números, mas também em diversidade, gerando o que muitos líderes sindicais e comunitários estão chamando de um novo movimento social por justiça econômica. Algumas fontes policiais estimaram em mais de 10 mil os participantes da marcha e os organizadores calcularam o dobro. A reportagem é de David Brooks, do La Jornada.
David Brooks - La Jornada
Somos os 99%, gritaram juntos milhares de estudantes, sindicalistas, veteranos, imigrantes, professores e ativistas de todo tipo na primeira ação massiva contra o cobiça empresarial do 1% mais rico, a corrupção do sistema político e a desigualdade econômica que cresceu desde que o setor financeiro provocou a pior crise econômica desde a Grande Depressão.
A presença de um amplo leque de sindicatos transformou o perfil do movimento iniciado por algumas centenas de jovens, em sua maioria brancos, de universidades privadas, no dia 17 de setembro. Mudou não só em números, mas também em diversidade, gerando o que muitos líderes sindicais e comunitários estão chamando de um novo movimento social por justiça econômica. Algumas fontes policiais estimaram em mais de 10 mil os participantes da marcha e os organizadores calcularam o dobro. Na noite de quarta, ao terminar a manifestação, foram reportadas algumas detenções quando um grupo de manifestantes tentou ingressar em Wall Street.
Bob Masters, diretor político do distrito noroeste do sindicato de telefonistas CWA, declarou: Ocupa Wall Street lançou um novo movimento e juntos ganharemos. Enquanto milhares continuavam chegando à Praça Foley, no meio dos tribunais de Nova York, onde ocorreu a marcha, Masters fez um chamado pela solidariedade ao movimento. “Todos juntos estamos dizendo: já basta!”.
Todo o dia, toda a semana, Ocupa Wall Street, gritavam enquanto caminhavam pela Broadway. Entre eles estavam as filiadas ao Sindicato Nacional de Enfermeiras (com cartazes que diziam ‘Vamos curar os Estados Unidos’), trabalhadores do metrô, motoristas de ônibus do TWU e trabalhadores de lojas de departamentos do sindicato UFCW. Com a brisa, tremulavam bandeiras do sindicato de professores (UFT), dos automotrizes (UAW), do setor público (AFSCME), do setor de serviços (SEIU), de professores e pesquisadores de universidades da cidade de Nova York, como Columbia.
Também participaram da manifestação uma ampla gama de organizações comunitárias, com latinos, hindus, chineses, porto-riquenhos, dominicanos, mexicanos e árabes, entre outros, que se somaram ao ato em solidariedade. “Filipino-estadunidenses” apoiam Ocupa Wall Street, lia-se numa faixa, e outra proclamava o mesmo de parte de indígenas norteamericanos. Estudantes abandonaram as aulas em vários cursos da Universidade Estatal de Nova York para somarem-se aos protestos.
Uma multiplicidade de expressões mostrava o mosaico de cartazes feitos a mão. “Comam os ricos”, “Se o governo não pode deter Wall Street, nós o faremos”, “Quando os ricos roubam dos pobres isso se chama negócio; quando os pobres se defendem se chama violência”, “Protejam as escolas, não aos milionários”.
Circula um par de camisetas de estadunidenses com a imagem de Zapata e um jovem que esteve na Praça Liberdade desde o dia 17 de setembro mostra orgulhoso um emblema do EZLN ao saber que o La Jornada estava cobrindo a marcha.
O mesmo que ocorreu no Egito está acontecendo aqui; já não podemos aguentar mais, afirmou Hank, integrante do Sindicato de Trabalhadores do Transporte Público (TWU), quando marchava. Um turista espanhol tirava fotos da marcha e comentava com seus companheiros: olha que bonita, igual a nós.
Ao passarem por ônibus de turismo, os manifestantes gritavam: deixem de tomar fotos e unam-se a nós. Outros alertavam ao exército de policiais: vocês também são parte do 99%, venham com nós. Trabalhadores da construção que trabalham em um edifício próximo liam exemplares do jornal Wall Street Journal Ocupado.
Tudo começou quando uma marcha desde a praça ocupada a um par de quadras de Wall Street se dirigiu à Praça Foley, a umas dez quadras de distância. Ao chegar ali, se escutou um ensurdecedor grito de júbilo no momento em que se encontravam com um ato organizado pelos principais sindicatos de Nova York com organizações comunitárias. Depois dos inevitáveis discursos, ocorreu a marcha de regresso à rebatizada Praça Liberdade, movimento que levou umas duas horas pelo seu tamanho. Assim se celebrou a solidariedade entre Ocupa Wall Street, sindicatos e organizações comunitárias.
AFL-CIO: o movimento capturou a paixão de milhões nos EUA
Desde Washington, o presidente da central operária nacional AFL-CIO, Richard Trumka, fez uma declaração pública: o movimento conhecido como Ocupa Wall Street capturou a paixão de milhões de estadunidenses, que perderam a esperança nos políticos desta nação e, agora, com esses atos, falam diretamente a eles. Apoiamos os manifestantes em sua determinação de responsabilizar a Wall Street por suas ações e demandar a criação de empregos. Estamos orgulhosos que hoje em Wall Street, motoristas, pintores, enfermeiras e trabalhadores de serviços básicos unam-se a estudantes, proprietários de casas, desempregados e aos que não têm emprego fixo para fazer um chamado por mudanças fundamentais que precisam ser feitas.
Um pouco antes, os integrantes do comitê executivo – presidentes de sindicatos nacionais – tinham aprovado de maneira unânime dar apoio a Ocupa Wall Street.
Também ocorreram ações semelhantes em outras partes do país. Em Boston, centenas de estudantes e enfermeiras sindicalizadas fizeram um ato de protesto contra os altos custos da educação, as reduções orçamentárias na saúde e o que definem como controle do governo pelas corporações. Em Seattle, foram reportadas algumas prisões quando “ocupantes” se recusaram a acatar ordens de abandonar um espaço público.
Em Los Angeles, relata a agência Associated Press, houve um tratamento diferente do governo, depois que conselheiros municipais aprovaram uma resolução de apoio ao Ocupa Los Angeles, e o gabinete do prefeito Antonio Villaraigosa distribuiu 100 capas de plástico para os manifestantes se protegerem da chuva. Também ocorreram ações em Boise, Idaho e outras cidades.
Hoje esse movimento deu um giro que não só ampliou suas bases, mas que, caso essa nascente aliança entre estudantes e trabalhadores se consolide, pode transformar o panorama político dos Estados Unidos.
Tradução: Katarina Peixoto
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Minas Sem Censura quer apuração e punição de “arapongagem” de Anastasia
por Conceição Lemes
Os diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) notaram há, pelo menos, uns dez dias que a sede da entidade e professores estavam sendo vigiados por policiais à paisana. A categoria, em greve há 95 dias, reivindica o piso salarial, que o governador Antonio Anastasia (PSDB) se recusa a pagar.
Nessa terça-feira, 6 de setembro, o deputado estadual Rogério Correia (PT), líder do Movimento Minas Sem Censura, esteve na sede do Sindicato, em Belo Horizonte, para averiguar o que estava acontecendo. Lá, ele e Beatriz Cerqueira, coordenadora do SindUTE, flagraram, na porta da instituição, um carro parado. A placa foi checada. Informalmente, Correia obteve a informação de que ela seria de acesso restrito e de uso do serviço reservado da Polícia Militar mineira. O motorista não quis se identificar nem responder as perguntas de Correia.
O vídeo mostra abordagem do motorista pelo parlamentar.
À noite, no twitter, @rogeriocorreia em resposta @gersoncarneiro antecipou o que pretende fazer.


Rogério Correia denuncia ao Viomundo: “Trata-se de um flagrante de espionagem e intimidação envolvendo prováveis ‘arapongas’ do governo Anastasia”.
Em função disso, o Movimento Minas Sem Censura, por iniciativa dos deputados Rogério Correia e Durval Ângelo, ambos do PT, adotarão as seguintes medidas:
1) Nesta quinta-feira, 8 de setembro, representante da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, estará em Belo Horizonte para acompanhamento do caso. O que inclui a discussão de medidas de proteção individual aos dirigentes sindicais, vítimas da operação clandestina denunciada.
2) Na segunda-feira, 12, os deputados e sindicalistas também representarão na Ouvidoria de Polícia do estado e no Ministério Público estadual, solicitando a apuração dos fatos, a identificação do suspeito, se o veículo é do patrimônio estadual ou se é tão “frio” quanto sua placa. Se o suspeito de espionagem e intimidação for dos quadros da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), deveria ter se identificado ao deputado Rogério Correia, quando solicitado. A recusa em se identificar perante a autoridade e falsear informação constituem faltas disciplinares graves.
3) Caso a PMMG e seu comandante Renato Vieira de Souza não adotem as medidas funcionais exigidas para um evento desse tipo (registrar a ocorrência e iniciar a correta investigação dos fatos), o Movimento Minas Sem Censura solicitará a apuração das responsabilidades e, de pronto, o afastamento do comandante da corporação.
4) Somando-se ao flagrante ocorrido, há ainda que se apurar possível violação de sigilo telefônico dos sindicalistas e deputados que apóiam o movimento grevista. Prevaricação, condescendência criminosa, violência arbitrária, são alguns dos crimes que podem ter ocorrido nesse processo de espionagem e intimidação. Confirmada a ilegalidade da ação, os custos das mesmas devem ser ressarcidos aos cofres públicos. Isso, sem prejuízo de outras ações, como por danos morais, por exemplo.
Leia também:
A proposta completa do PT para o setor de comunicações
Flagrado suspeito rondando o Sindicato dos Professores de MG
A greve dos professores do Ceará
Minas Sem Censura: Cumpra a lei, Anastasia!
Professores provam que Minas é PSDB
Débora Vaz: As escolas de photoshop do Ceará
Beatriz Lugão: No Rio, Cabral produz uma ilha da Fantasia
Ken Robinson: É preciso repensar a educação
Professores federais: Sem diálogo, Dilma cassa direitos
Na Coreia do Sul, a era da educação digital
A Frente Parlamentar pela Educação no Campo
Os diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) notaram há, pelo menos, uns dez dias que a sede da entidade e professores estavam sendo vigiados por policiais à paisana. A categoria, em greve há 95 dias, reivindica o piso salarial, que o governador Antonio Anastasia (PSDB) se recusa a pagar.
Nessa terça-feira, 6 de setembro, o deputado estadual Rogério Correia (PT), líder do Movimento Minas Sem Censura, esteve na sede do Sindicato, em Belo Horizonte, para averiguar o que estava acontecendo. Lá, ele e Beatriz Cerqueira, coordenadora do SindUTE, flagraram, na porta da instituição, um carro parado. A placa foi checada. Informalmente, Correia obteve a informação de que ela seria de acesso restrito e de uso do serviço reservado da Polícia Militar mineira. O motorista não quis se identificar nem responder as perguntas de Correia.
O vídeo mostra abordagem do motorista pelo parlamentar.
À noite, no twitter, @rogeriocorreia em resposta @gersoncarneiro antecipou o que pretende fazer.
Rogério Correia denuncia ao Viomundo: “Trata-se de um flagrante de espionagem e intimidação envolvendo prováveis ‘arapongas’ do governo Anastasia”.
Em função disso, o Movimento Minas Sem Censura, por iniciativa dos deputados Rogério Correia e Durval Ângelo, ambos do PT, adotarão as seguintes medidas:
1) Nesta quinta-feira, 8 de setembro, representante da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, estará em Belo Horizonte para acompanhamento do caso. O que inclui a discussão de medidas de proteção individual aos dirigentes sindicais, vítimas da operação clandestina denunciada.
2) Na segunda-feira, 12, os deputados e sindicalistas também representarão na Ouvidoria de Polícia do estado e no Ministério Público estadual, solicitando a apuração dos fatos, a identificação do suspeito, se o veículo é do patrimônio estadual ou se é tão “frio” quanto sua placa. Se o suspeito de espionagem e intimidação for dos quadros da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), deveria ter se identificado ao deputado Rogério Correia, quando solicitado. A recusa em se identificar perante a autoridade e falsear informação constituem faltas disciplinares graves.
3) Caso a PMMG e seu comandante Renato Vieira de Souza não adotem as medidas funcionais exigidas para um evento desse tipo (registrar a ocorrência e iniciar a correta investigação dos fatos), o Movimento Minas Sem Censura solicitará a apuração das responsabilidades e, de pronto, o afastamento do comandante da corporação.
4) Somando-se ao flagrante ocorrido, há ainda que se apurar possível violação de sigilo telefônico dos sindicalistas e deputados que apóiam o movimento grevista. Prevaricação, condescendência criminosa, violência arbitrária, são alguns dos crimes que podem ter ocorrido nesse processo de espionagem e intimidação. Confirmada a ilegalidade da ação, os custos das mesmas devem ser ressarcidos aos cofres públicos. Isso, sem prejuízo de outras ações, como por danos morais, por exemplo.
Leia também:
A proposta completa do PT para o setor de comunicações
Flagrado suspeito rondando o Sindicato dos Professores de MG
A greve dos professores do Ceará
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Débora Vaz: As escolas de photoshop do Ceará
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Ken Robinson: É preciso repensar a educação
Professores federais: Sem diálogo, Dilma cassa direitos
Na Coreia do Sul, a era da educação digital
A Frente Parlamentar pela Educação no Campo
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terça-feira, 19 de abril de 2011
A Veja e os sacerdotes da privataria
Reproduzo artigo de Gaudêncio Frigotto, Zacarias Gama, Eveline Algebaile, Vânia Cardoso da Mota e Hélder Molina, publicado no sítio Carta Maior:
Vários meios de comunicação utilizam-se de seu poder unilateral para realizar ataques truculentos a quem ousa contrariar seus interesses. O artigo de Gustavo Ioschpe, da edição de 12 de abril de 2011 da revista Veja (a campeã disparada do pensamento ultra-conservador no Brasil), não apenas confirma a opção deliberada da revista em atuar como agência de desinformação – trafegando interesses privados mal disfarçados de interesse de todos –, como mostra o exercício dessa opção pela sua mais degradada face, cujo nível, deploravelmente baixo, começa pelo título – “hora de peitar os sindicatos”. Com a arrogância que o caracteriza como aprendiz de escriba, desde o início de seu texto, o autor considera patrulha ideológica qualquer discordância das suas parvoíces.
Na década de 1960, Pier Paolo Pasolini escrevia que o fascismo arranhou a Itália, mas o monopólio da mídia a arruinou. Cinquenta anos depois, a história lhe deu inteira razão. O mesmo poderia ser dito a respeito das ditaduras e reiterados golpes que violentaram vidas, saquearam o Brasil, enquanto o monopólio privado da mídia o arruinava e o arruínam. Com efeito, os barões da mídia, ao mesmo tempo em que esbravejam pela liberdade de imprensa, usam todo o seu poder para impedir qualquer medida de regulação que contrarie seus interesses, como no caso exemplar da sua oposição à regulamentação da profissão de jornalista. Os áulicos e acólitos desta corte fazem-lhe coro.
O que trafega nessa grande mídia, no mais das vezes, são artigos de prepostos da privataria, cheios de clichês adornados de cientificismo para desqualificar, criminalizar e jogar a sociedade contra os movimentos sociais que lutam pelos direitos que lhes são usurpados, especialmente contra os sindicatos que, num contexto de relações de super- exploração e intensificação do trabalho, lutam para resguardar minimamente os interesses dos trabalhadores.
Os artigos do senhor Gustavo Ioschpe são um exemplo constrangedor dessa “vocação”. Os argumentos que utiliza no artigo recentemente publicado impressionam, seja pela tamanha tacanhez e analfabetismo cívico e social, seja pelo descomunal cinismo diante de uma categoria com os maiores índices de doenças provenientes da super-intensificação das condições precárias de trabalho.
Um dos argumentos fundamentais de Ioschpe é explicitado na seguinte afirmação:
"Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha que trabalhar mais, passar mais dever de casa, mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula, aprofundar-se no assunto que leciona. E aquilo que é bom para o professor – aulas mais curtas, maior salário, mais férias, maior estabilidade no emprego para montar seu plano de aula e faltar ao trabalho quando for necessário - é irrelevante ou até maléfico aos alunos".
A partir deste raciocínio de lógica formal, feito às canhas, tira duas conclusões bizarras. A primeira é relativa à atribuição do poder dos sindicatos ao seu suposto conflito de interesses com “a sociedade representada por seus filhos/alunos”: “É por haver esse potencial conflito de interesses entre a sociedade representada por seus filhos/alunos e os professores e funcionários da educação que o papel do sindicato vem ganhando importância e que os sindicatos são tão ativos (...)”.
A segunda, linearmente vinculada à anterior, tenta afirmar a existência de uma nefasta influência dos sindicatos sobre o desempenho dos alunos. Neste caso, apóia-se em pesquisa do alemão Ludger Wossmann, cujas conclusões o permitiriam afirmar que “naquelas escolas em que os sindicatos têm forte impacto na determinação do currículo os alunos têm desempenho significativamente pior”.
Os signatários deste breve texto analisam, há mais de dois anos, a agenda de trabalho de quarenta e duas entidades sindicais afiladas à Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e acompanham ou atuam como afiliados nas ações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN. O que extraímos destas agendas de ação dos sindicatos é, em tudo, contrário às delirantes e deletérias conclusões do articulista.
Em vez de citar pesquisas de segunda mão, para mostrar erudição e cientificidade em seu argumento, deveria apreender o que demanda uma análise efetivamente científica da realidade. Isto implicaria que de fato pesquisasse sobre a ação sindical docente e sobre os processos econômico-sociais e as políticas públicas com as quais se confrontam e dialogam e a partir das quais se constituem. Não imaginamos que um filho de banqueiros ignore que os bancos, os industriais, os latifundiários, a grande mídia têm suas federações ou organizações que fazem lobbies para ter as benesses do fundo público.
Um efetivo envolvimento com as pesquisas e com os processos sociais permitiria ao autor perceber onde se situam os verdadeiros antagonismos e “descobrir” que os sindicatos não se criaram puxando-se de um atoleiro pelos cabelos – à moda do Barão de Münchhausen –, auto inventando-se, muito menos se confrontando com os alunos e pais de alunos.
As análises que não levam isto em conta, que se inventam puxando-se pelos cabelos a partir dos atoleiros dos próprios interesses, não conseguem apreender minimamente os sentidos dessa realidade e resultam na sequência constrangedora de banalidades e de afirmações levianas como as de Ioschpe.
Uma das mais gritantes é relativa ao entendimento do autor sobre quem representa a sociedade no processo educativo. É forçoso lembrar ao douto analista que os professores, a direção da escola e os sindicatos também pertencem à sociedade e não são filhos de banqueiros nem se locupletam com vantagens provenientes dos donos do poder.
Ademais, valeria ao articulista inscrever-se num curso de história social, política e econômica para aprender uma elementar lição: o sindicato faz parte do que define a legalidade formal de uma sociedade capitalista, mas o ultra conservadorismo da revista na qual escreve e com a qual se identifica já não o reconhece em tempos de vingança do capital contra os trabalhadores.
Cabe ressaltar que todos os trocadilhos e as afirmações enfáticas não conseguem encobrir os interesses privados que defende e que afetam destrutivamente o sentido e o direito de educação básica pública, universal, gratuita, laica e unitária.
Ao contrário do que afirma a respeito da influência dos sindicatos nos currículos, o que está mediocrizando a educação básica pública é a ingerência de institutos privados, bancos e financistas do agronegócio, que infestam os conteúdos escolares com cartilhas que empobrecem o processo de formação humana com o discurso único do mercado – educação de empreendedores. E que, muitas vezes com a anuência de grande parte das administrações públicas, retiram do professor a autoridade e autonomia sobre o que ensinar e como ensinar dentro do projeto pedagógico que, por direito, eles constroem coletivamente e a partir de sua realidade.
O que o sr. Ioschpe não mostra, descaradamente, é que esses institutos privados não buscam a educação pública de qualidade e nem atender o interesse dos pais e alunos, mas lucrar com a venda de pacotes de ensino, de metodologias pasteurizadas e de assessorias.
Por fim, é de um cinismo e desfaçatez vergonhosa a caricatura que o articulista faz da luta docente por condições de trabalho e salário dignos. Caberia perguntar se o douto senhor estaria tranquilo com um salário base de R$ 1.487,97, por quarenta horas semanais, para lecionar em até 10 turmas de cinquenta jovens. O desafio é: em vez de “peitar os sindicatos”, convide a sua turma para trabalhar 40 horas e acumular essa “fortuna” de salário básico. Ou, se preferir fazer um pouco mais, trabalhar em três turnos e em escolas diferentes. Provavelmente, este piso para os docentes tem um valor bem menor que o que recebe o articulista para desqualificar e criminalizar, irresponsavelmente, uma instituição social que representa a maior parcela de trabalhadores no mundo.
Mas a preocupação do articulista e da revista que o acolhe pode ir aumentando, porque quando o cinismo e a desfaçatez vão além da conta, ajudam a entender que aqueles que ainda não estão sindicalizados devem fazê-lo o mais rápido possível.
* Gaudêncio Frigotto, Zacarias Gama e Eveline Algebaile são professores do
Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/UERJ).
* Vânia Cardoso da Mota é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colaboradora do PPFH/UERJ.
* Hélder Molina é educador, assessor sindical e doutorando do PPFH/UERJ.
Vários meios de comunicação utilizam-se de seu poder unilateral para realizar ataques truculentos a quem ousa contrariar seus interesses. O artigo de Gustavo Ioschpe, da edição de 12 de abril de 2011 da revista Veja (a campeã disparada do pensamento ultra-conservador no Brasil), não apenas confirma a opção deliberada da revista em atuar como agência de desinformação – trafegando interesses privados mal disfarçados de interesse de todos –, como mostra o exercício dessa opção pela sua mais degradada face, cujo nível, deploravelmente baixo, começa pelo título – “hora de peitar os sindicatos”. Com a arrogância que o caracteriza como aprendiz de escriba, desde o início de seu texto, o autor considera patrulha ideológica qualquer discordância das suas parvoíces.
Na década de 1960, Pier Paolo Pasolini escrevia que o fascismo arranhou a Itália, mas o monopólio da mídia a arruinou. Cinquenta anos depois, a história lhe deu inteira razão. O mesmo poderia ser dito a respeito das ditaduras e reiterados golpes que violentaram vidas, saquearam o Brasil, enquanto o monopólio privado da mídia o arruinava e o arruínam. Com efeito, os barões da mídia, ao mesmo tempo em que esbravejam pela liberdade de imprensa, usam todo o seu poder para impedir qualquer medida de regulação que contrarie seus interesses, como no caso exemplar da sua oposição à regulamentação da profissão de jornalista. Os áulicos e acólitos desta corte fazem-lhe coro.
O que trafega nessa grande mídia, no mais das vezes, são artigos de prepostos da privataria, cheios de clichês adornados de cientificismo para desqualificar, criminalizar e jogar a sociedade contra os movimentos sociais que lutam pelos direitos que lhes são usurpados, especialmente contra os sindicatos que, num contexto de relações de super- exploração e intensificação do trabalho, lutam para resguardar minimamente os interesses dos trabalhadores.
Os artigos do senhor Gustavo Ioschpe são um exemplo constrangedor dessa “vocação”. Os argumentos que utiliza no artigo recentemente publicado impressionam, seja pela tamanha tacanhez e analfabetismo cívico e social, seja pelo descomunal cinismo diante de uma categoria com os maiores índices de doenças provenientes da super-intensificação das condições precárias de trabalho.
Um dos argumentos fundamentais de Ioschpe é explicitado na seguinte afirmação:
"Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha que trabalhar mais, passar mais dever de casa, mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula, aprofundar-se no assunto que leciona. E aquilo que é bom para o professor – aulas mais curtas, maior salário, mais férias, maior estabilidade no emprego para montar seu plano de aula e faltar ao trabalho quando for necessário - é irrelevante ou até maléfico aos alunos".
A partir deste raciocínio de lógica formal, feito às canhas, tira duas conclusões bizarras. A primeira é relativa à atribuição do poder dos sindicatos ao seu suposto conflito de interesses com “a sociedade representada por seus filhos/alunos”: “É por haver esse potencial conflito de interesses entre a sociedade representada por seus filhos/alunos e os professores e funcionários da educação que o papel do sindicato vem ganhando importância e que os sindicatos são tão ativos (...)”.
A segunda, linearmente vinculada à anterior, tenta afirmar a existência de uma nefasta influência dos sindicatos sobre o desempenho dos alunos. Neste caso, apóia-se em pesquisa do alemão Ludger Wossmann, cujas conclusões o permitiriam afirmar que “naquelas escolas em que os sindicatos têm forte impacto na determinação do currículo os alunos têm desempenho significativamente pior”.
Os signatários deste breve texto analisam, há mais de dois anos, a agenda de trabalho de quarenta e duas entidades sindicais afiladas à Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e acompanham ou atuam como afiliados nas ações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN. O que extraímos destas agendas de ação dos sindicatos é, em tudo, contrário às delirantes e deletérias conclusões do articulista.
Em vez de citar pesquisas de segunda mão, para mostrar erudição e cientificidade em seu argumento, deveria apreender o que demanda uma análise efetivamente científica da realidade. Isto implicaria que de fato pesquisasse sobre a ação sindical docente e sobre os processos econômico-sociais e as políticas públicas com as quais se confrontam e dialogam e a partir das quais se constituem. Não imaginamos que um filho de banqueiros ignore que os bancos, os industriais, os latifundiários, a grande mídia têm suas federações ou organizações que fazem lobbies para ter as benesses do fundo público.
Um efetivo envolvimento com as pesquisas e com os processos sociais permitiria ao autor perceber onde se situam os verdadeiros antagonismos e “descobrir” que os sindicatos não se criaram puxando-se de um atoleiro pelos cabelos – à moda do Barão de Münchhausen –, auto inventando-se, muito menos se confrontando com os alunos e pais de alunos.
As análises que não levam isto em conta, que se inventam puxando-se pelos cabelos a partir dos atoleiros dos próprios interesses, não conseguem apreender minimamente os sentidos dessa realidade e resultam na sequência constrangedora de banalidades e de afirmações levianas como as de Ioschpe.
Uma das mais gritantes é relativa ao entendimento do autor sobre quem representa a sociedade no processo educativo. É forçoso lembrar ao douto analista que os professores, a direção da escola e os sindicatos também pertencem à sociedade e não são filhos de banqueiros nem se locupletam com vantagens provenientes dos donos do poder.
Ademais, valeria ao articulista inscrever-se num curso de história social, política e econômica para aprender uma elementar lição: o sindicato faz parte do que define a legalidade formal de uma sociedade capitalista, mas o ultra conservadorismo da revista na qual escreve e com a qual se identifica já não o reconhece em tempos de vingança do capital contra os trabalhadores.
Cabe ressaltar que todos os trocadilhos e as afirmações enfáticas não conseguem encobrir os interesses privados que defende e que afetam destrutivamente o sentido e o direito de educação básica pública, universal, gratuita, laica e unitária.
Ao contrário do que afirma a respeito da influência dos sindicatos nos currículos, o que está mediocrizando a educação básica pública é a ingerência de institutos privados, bancos e financistas do agronegócio, que infestam os conteúdos escolares com cartilhas que empobrecem o processo de formação humana com o discurso único do mercado – educação de empreendedores. E que, muitas vezes com a anuência de grande parte das administrações públicas, retiram do professor a autoridade e autonomia sobre o que ensinar e como ensinar dentro do projeto pedagógico que, por direito, eles constroem coletivamente e a partir de sua realidade.
O que o sr. Ioschpe não mostra, descaradamente, é que esses institutos privados não buscam a educação pública de qualidade e nem atender o interesse dos pais e alunos, mas lucrar com a venda de pacotes de ensino, de metodologias pasteurizadas e de assessorias.
Por fim, é de um cinismo e desfaçatez vergonhosa a caricatura que o articulista faz da luta docente por condições de trabalho e salário dignos. Caberia perguntar se o douto senhor estaria tranquilo com um salário base de R$ 1.487,97, por quarenta horas semanais, para lecionar em até 10 turmas de cinquenta jovens. O desafio é: em vez de “peitar os sindicatos”, convide a sua turma para trabalhar 40 horas e acumular essa “fortuna” de salário básico. Ou, se preferir fazer um pouco mais, trabalhar em três turnos e em escolas diferentes. Provavelmente, este piso para os docentes tem um valor bem menor que o que recebe o articulista para desqualificar e criminalizar, irresponsavelmente, uma instituição social que representa a maior parcela de trabalhadores no mundo.
Mas a preocupação do articulista e da revista que o acolhe pode ir aumentando, porque quando o cinismo e a desfaçatez vão além da conta, ajudam a entender que aqueles que ainda não estão sindicalizados devem fazê-lo o mais rápido possível.
* Gaudêncio Frigotto, Zacarias Gama e Eveline Algebaile são professores do
Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/UERJ).
* Vânia Cardoso da Mota é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colaboradora do PPFH/UERJ.
* Hélder Molina é educador, assessor sindical e doutorando do PPFH/UERJ.
Postado por Miro
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sexta-feira, 1 de abril de 2011
Presidenta acaba com o gato na construção pesada
Saiu no Blog do Planalto:
O fim dos “gatos” na intermediação de mão de obra na construção civil brasileira
Os agenciadores de mão de obra — conhecidos como “gatos” — que atuam em maior escala no segmento da construção civil estão com os dias contados. Para isso, o governo deverá estruturar as agências do Sistema Nacional de Emprego (SINE), braço do Ministério do Trabalho e Emprego, a quem caberá a oferta de vagas para os trabalhadores que buscam oportunidades neste segmento da economia nacional. Este foi um dos itens acertados, nesta quinta-feira (30/3), durante reunião com lideranças das seis centrais sindicais dos trabalhadores e representantes da indústria da construção intermediada pela Secretaria-Geral da Presidência da República, no Palácio do Planalto.
“A reunião que aconteceu hoje pela manhã teve dois pontos importantes: o fim dos gatos e a questão da qualificação profissional. Além disso, deixamos para os empregadores uma pauta composta de 15 ítens”, informou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique.
De acordo com o líder sindical, esta questão deve valer para todas as obras em curso no país, sejam do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou empreendimentos privados. Artur Henrique explicou que muitas cidades estão recebendo milhares de trabalhadores e não se encontram devidamente preparadas. Ele disse que apenas o município de Jaci Paraná, no estado de Rondônia, que fica a 30 quilômetros do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau, viveu a expansão da oferta de emprego e não estava preparado para receber cerca de 25 mil operários.
As mobilizações dos trabalhadores em Jirau e na Usina Hidrelétrica Santo Antônio, obras em curso no rio Madeira, também foram tratadas na reunião que aconteceu no Palácio do Planalto. Segundo o presidente da CUT, o impasse no canteiro da usina Santo Antônio está próximo de ser resolvido. No encontro com representantes da Odebrecht foi oferecido aumento salarial de 5% a título de antecipação do dissídio previsto para maio; aumento da cesta básica de R$ 110,00 para R$ 132,00; volta para casa a cada três meses de trabalho com ônus para o consórcio Santo Antônio em passagens de avião e ônibus (quando necessário); opções de outros planos de saúde e mudança do cartão BIG Card, já que o comércio cobra ágio de 20% na utilização deste cartão.
“Teremos assembleia amanhã (1/4) ou na segunda-feira (4/4) com indicativo para o fim da greve”, explicou o presidente da CUT.
Já a solução para a paralisação no canteiro da Usina de Jirau, segundo o sindicalista, vai demorar a acontecer. Artur Henrique disse que na tarde desta quinta-feira (31/3) acontece uma reunião em Porto Velho (RO) para estabelecer um canal de negociação entre os operários e a empresa que toca as obras. Lá houve conflito com destruição de alojamentos e restaurantes.
Mais cedo, o vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, ao deixar o Palácio do Planalto, acusou práticas de torturas no canteiro de obras da Usina São Domingos, em Águas Claras, Mato Grosso do Sul. Torres mostrou fotos de supostos trabalhadores agredidos. Além disso, o sindicalista informou que existe atrito entre trabalhadores e seguranças de Jirau; o mesmo foi apontado pelo presidente da CUT. Ambos querem que o consórcio “pare com o empurra empurra”.
Uma outra reunião, no Palácio do Planalto, ficou agendada para o dia 14 de abril. Para os sindicalistas a expectativa é de novos avanços nas próximas semanas.
O PiG (*) saudou com entusiasmo o protesto dos trabalhadores nessas obras pesadas.
Saudaram o “empacamento” do PAC, como gosta de dizer o Globo.
(Por falar em Globo, leia aqui o editorial que o Globo escreveu no dia seguinte ao Golpe militar de 1964)
Vamos ver agora se o PiG se entusiasma com o fim do problema.
O que a Presidenta fez nesta reunião foi levar a CLT do Dr Getúlio ao canteiro de obras das empreiteiras brasileiras.
Elas são muito competentes.
Mas, no caso das relações trabalhistas, vivem na República Velha.
Ou melhor, reproduzem as condições que os faraós ofereciam aos trabalhadores das pirâmides do Egito.
Terão que se submeter agora a um “aggiornamento”.
Paulo Henrique Amoirm
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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terça-feira, 15 de março de 2011
Wisconsin: milhares pedem demissão de governador
A luta que iniciou no Wisconsin tem implicações nacionais tanto na política como no futuro do sindicalismo nos Estados Unidos. No sábado, cerca de 100 mil pessoas saíram às ruas numa das maiores manifestações da história do Estado de Wisconsin, pedindo a demissão do governador Scott Walker, do Partido Republicano. Versões do mesmo conflito expressam-se em pelo menos nove Estados, entre eles Indiana, Ohio e Iowa.
Esquerda.Net
Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se sábado em Madison, Wisconsin, contra a lei anti-sindical assinada pelo governador Scott Walker. Tendo sofrido uma derrota legislativa, os manifestantes afirmam-se determinados a prosseguir a luta e exigem a demissão do governador.
Alguns órgãos de comunicação consideram que foi a maior manifestação, das muitas marchas e protestos realizados no último mês, e uma das maiores de sempre da história do Estado de Wisconsin. A cidade de Madison tem uma população total de cerca de 250.000 habitantes e o protesto deste sábado juntou muitas dezenas de milhares, provavelmente mesmo mais de cem mil pessoas.
O governador não tem recuado perante os protestos e utilizou uma manobra, considerada inconstitucional até pelo Partido Democrata, separando a nova lei de medidas fiscais, para passar nas duas Câmaras sem maioria absoluta e assim chegar ao governador que a assinou. O processo está ainda em apreciação pelo tribunal, mas os manifestantes afirmam que não desistem e lutam pela demissão de Scott Walker.
A nova lei anti-sindical reduz o poder de negociação dos contratos coletivos para os trabalhadores da administração pública só a questões salariais; aumenta o preço do seguro de saúde; obriga a uma votação sindical anual na qual os trabalhadores terão de reconfirmar que querem continuar sindicalizados; acaba com o desconto para os sindicatos feito diretamente pela administração pública.
Segundo assinala David Brooks, correspondente do jornal mexicano La Jornada, “versões do mesmo conflito expressam-se em pelo menos nove Estados – Indiana, Ohio e Iowa, entre outros -, onde está em marcha uma ofensiva política que procura romper o poder político e social dos sindicatos no setor público utilizando como justificação a necessidade de reparar os problemas fiscais que sofrem todas as entidades públicas como resultado da crise financeira nacional que estalou em 2007. Assim, a luta que se iniciou no Wisconsin tem implicações nacionais tanto na política como no futuro do sindicalismo neste país”.
Alguns órgãos de comunicação consideram que foi a maior manifestação, das muitas marchas e protestos realizados no último mês, e uma das maiores de sempre da história do Estado de Wisconsin. A cidade de Madison tem uma população total de cerca de 250.000 habitantes e o protesto deste sábado juntou muitas dezenas de milhares, provavelmente mesmo mais de cem mil pessoas.
O governador não tem recuado perante os protestos e utilizou uma manobra, considerada inconstitucional até pelo Partido Democrata, separando a nova lei de medidas fiscais, para passar nas duas Câmaras sem maioria absoluta e assim chegar ao governador que a assinou. O processo está ainda em apreciação pelo tribunal, mas os manifestantes afirmam que não desistem e lutam pela demissão de Scott Walker.
A nova lei anti-sindical reduz o poder de negociação dos contratos coletivos para os trabalhadores da administração pública só a questões salariais; aumenta o preço do seguro de saúde; obriga a uma votação sindical anual na qual os trabalhadores terão de reconfirmar que querem continuar sindicalizados; acaba com o desconto para os sindicatos feito diretamente pela administração pública.
Segundo assinala David Brooks, correspondente do jornal mexicano La Jornada, “versões do mesmo conflito expressam-se em pelo menos nove Estados – Indiana, Ohio e Iowa, entre outros -, onde está em marcha uma ofensiva política que procura romper o poder político e social dos sindicatos no setor público utilizando como justificação a necessidade de reparar os problemas fiscais que sofrem todas as entidades públicas como resultado da crise financeira nacional que estalou em 2007. Assim, a luta que se iniciou no Wisconsin tem implicações nacionais tanto na política como no futuro do sindicalismo neste país”.
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quinta-feira, 22 de julho de 2010
Analista afirma desconhecer acusação
Dirigente sindical acha "estranho" que só nome da servidora tenha sido divulgado e diz que ela é apenas "boi de piranha"
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Por meio do sindicato ao qual é filiada, a analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva, 45, disse "desconhecer" a acusação de que teria acessado de forma "imotivada" a declaração de Imposto de Renda de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB.
A informação é do presidente em exercício do Sindireceita (sindicato que representa os analistas tributários da Receita Federal), Hélio Bernardes, que manteve ontem contato, por telefone, com a servidora.
"Antonia está em uma situação constrangedora, e prefere se preservar", disse Bernardes. "Ela negou [que tenha acessado sem motivo a declaração de EJ] e disse desconhecer isso", afirmou o presidente em exercício do Sindireceita.
Segundo ele, Antonia Aparecida disse que "teve conhecimento dessa situação quando recebeu notificação [da Corregedoria da Receita Federal] avisando sobre um processo administrativo disciplinar aberto contra ela em outubro do ano passado", afirmou o dirigente.
A analista, que ainda não prestou depoimento à Corregedoria, informou ao Sindireceita não ser filiada a nenhum partido político.
"Ela afirmou que nunca foi e não é filiada a qualquer partido político. E disse que não conhece Eduardo Jorge", disse Bernardes.
O dirigente não soube afirmar se o marido da servidora -o auditor fiscal de nome Sérgio (o sobrenome não foi fornecido à reportagem)- tem alguma filiação partidária. "Não posso dizer porque ele pertence a outra categoria [auditores fiscais]", disse Bernardes.
Antonia é sindicalizada desde 1998 e foi secretária-geral da Delegacia Sindical de São Bernardo e Santo André de 2005 a 2007. "Ela não é mais dirigente do sindicato, já foi. Na condição de sindicalizada, ela terá nosso apoio, com advogado para defendê-la nesse processo."
BOI DE PIRANHA
Para o presidente em exercício do Sindireceita, é "estranho" o nome da servidora ter "vazado" antes de a investigação da Corregedoria ter sido encerrada.
"Se o corregedor-geral da Receita [Antonio d'Ávila Carvalho] já afirmou que houve acessos motivado e imotivado [nos dados fiscais sigilosos de Eduardo Jorge], por que todos os nomes não vieram à tona? Por que só o nome de Antonia vazou? Quem são esses outros servidores?", pergunta.
"Acho que Antonia é um boi de piranha nessa história toda, que está muito mal contada", afirma. "Quem garante que o vazamento de informações do Imposto de Renda do contribuinte não foi feito por meio de um desses acessos motivados?", questiona.
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Por meio do sindicato ao qual é filiada, a analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva, 45, disse "desconhecer" a acusação de que teria acessado de forma "imotivada" a declaração de Imposto de Renda de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB.
A informação é do presidente em exercício do Sindireceita (sindicato que representa os analistas tributários da Receita Federal), Hélio Bernardes, que manteve ontem contato, por telefone, com a servidora.
"Antonia está em uma situação constrangedora, e prefere se preservar", disse Bernardes. "Ela negou [que tenha acessado sem motivo a declaração de EJ] e disse desconhecer isso", afirmou o presidente em exercício do Sindireceita.
Segundo ele, Antonia Aparecida disse que "teve conhecimento dessa situação quando recebeu notificação [da Corregedoria da Receita Federal] avisando sobre um processo administrativo disciplinar aberto contra ela em outubro do ano passado", afirmou o dirigente.
A analista, que ainda não prestou depoimento à Corregedoria, informou ao Sindireceita não ser filiada a nenhum partido político.
"Ela afirmou que nunca foi e não é filiada a qualquer partido político. E disse que não conhece Eduardo Jorge", disse Bernardes.
O dirigente não soube afirmar se o marido da servidora -o auditor fiscal de nome Sérgio (o sobrenome não foi fornecido à reportagem)- tem alguma filiação partidária. "Não posso dizer porque ele pertence a outra categoria [auditores fiscais]", disse Bernardes.
Antonia é sindicalizada desde 1998 e foi secretária-geral da Delegacia Sindical de São Bernardo e Santo André de 2005 a 2007. "Ela não é mais dirigente do sindicato, já foi. Na condição de sindicalizada, ela terá nosso apoio, com advogado para defendê-la nesse processo."
BOI DE PIRANHA
Para o presidente em exercício do Sindireceita, é "estranho" o nome da servidora ter "vazado" antes de a investigação da Corregedoria ter sido encerrada.
"Se o corregedor-geral da Receita [Antonio d'Ávila Carvalho] já afirmou que houve acessos motivado e imotivado [nos dados fiscais sigilosos de Eduardo Jorge], por que todos os nomes não vieram à tona? Por que só o nome de Antonia vazou? Quem são esses outros servidores?", pergunta.
"Acho que Antonia é um boi de piranha nessa história toda, que está muito mal contada", afirma. "Quem garante que o vazamento de informações do Imposto de Renda do contribuinte não foi feito por meio de um desses acessos motivados?", questiona.
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