Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 19 de julho de 2013

LULA SOBRE O IRÃ. OBAMA TRAIU ! Sabe qual é a conclusão ? Não pode ter um novo ator ! Eles não deixam !

É verdade que você não acredita no Holocausto ? Se for, é o único !
O presidente Lula fez uma revelação sobre o papel do Brasil na negociação para evitar a crise entre o Irã e os países ricos, por causa do programa nuclear.

Esta é a primeira vez que Lula dá detalhes de como foi traído por Barack Obama e os países ricos.

O relato fez parte de sua participação na série de palestras “2003-2013 – Uma Nova Política Externa – Conferência Nacional”, que se realiza desde segunda-feira na Universidade Federal do ABC (criada pelo Presidente Lula), no campus de São Bernardo.

Segue-se uma reprodução livre do depoimento de Lula:


Lula conta que não conhecia o presidente do Irã, Ahmadinejad.

Encontrou com ele em Nova York e perguntou: você não acredita no Holocausto ?

Se for isso, você é o único que não acredita !

Ahmadinejad respondeu: não foi isso o que eu quis dizer.

O que eu quis dizer é que morreram 70 milhões na Segunda Guerra e fica parecendo que só morreram os judeus.

Então, disse o Lula: a pior coisa num político é não se fazer entender. 

Então vá lá e diga. Mas, reconheça que os judeus não morreram na Guerra ! Foi um genocídio !

Aí, Lula disse a Ahmadinejad que queria para o Irã o mesmo que quer para o Brasil: enriquecer urânio e usar para fins científicos e para a energia nuclear. Fora disso, não tem o meu apoio.

Aí, Lula chegou e perguntou ao Obama: você já conversou com o Ahmadinejad ? Não, ele respondeu.

À Merkel: você já conversou ? Não.

Ao Sarkozy: você já conversou com Ahmadinejad ? Não.

Ao Gordon Brown. Não !

Ao Berlusconi: não !

Como é possível que dois chefes de Estado não possam conversar sobre um problema ?, se perguntou Lula.

Aí, Lula achou era possível tentar um acordo.

E se comprometeu a ir a Teerã para que Ahmadinejad deixasse a Agência Internacional de Energia Atômica (da ONU) ir inspecionar as instalações nucleares iranianas.

Lula cansou de ouvir da Hillary Clinton para não ir – imita a voz fanhosa de Hillary – , porque seria uma ingenuidade.

Lula estava em Moscou, com o presidente Mevdev, e ligaram dos Estados Unidos: você é um ingênuo, não vá lá.

Lula passou dois dias no Irã com o ministro Celso Amorim.

Esteve com o presidente do Congresso, com o grande líder Khamenei e com Ahmadinejad.

Eu disse pra ele: perdi todos os meus amigos.

A minha querida imprensa democrática me bate pra cacete.

Eu não saio daqui sem um compromisso.

Negociamos até meia noite.

Combinamos que no dia seguinte, às 9h da manhã, assinaríamos um acordo.

Aí, o Sarkozy telefonou: o Ahmadinejad não cumpre o que promete. Tem que fazer ele assinar.

Às 9h da manha, o Ahamadinejad pergunta se não dava para ser só de boca.

Sabe o que todo mundo diz de você ?, Lula pergunta. Sabe ? Que você não cumpre o que promete.

Só saio daqui com papel escrito !

Dez dias antes de viajar, o Obama tinha mandado uma carta ao Lula com os pontos que achava inegociáveis na questão nuclear iraniana. O que o Ahmadinejad tinha que topar fazer.

A carta-compromisso que o Ahmadinejad assinou cumpria tudo o que o Obama pediu !

Dias depois, a agência Reuters publicou a carta de Obama e estava tudo lá: na carta que o Ahmadinejad assinou.

Eu achei, disse o Lula, que, quando o Celso Amorim – e Lula elogiou muito o trabalho de Amorim – anunciasse a próxima ida da Agência Internacional de Energia Nuclear a Teerã, e divulgasse a carta,  a crise amainasse.

Mas, não !

Os países ricos aumentaram a pressão sobre Ahmadinejad.

Que aquela carta não valia !

Sabe qual é a minha conclusão ?, perguntou Lula.

Que eles (os ricos) não querem que exista um novo ator !

O Brasil ? Não ! Não se meta ! O Oriente Médio não é coisa pra você !

É coisa nossa !

Ah, é ?

Então, se a ONU foi capaz de criar o Estado de Israel, por que não cria o Estado Palestino ?


(Essa é uma reprodução não literal de um trecho da palestra de Lula, feita por Paulo Henrique Amorim, que a assistiu, ao vivo, no Conversa Afiada)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O lado do Irã que a mídia não mostra


A “superioridade” com que o Ocidente trata as culturas islâmicas faz, muitas vezes, serem esquecidas as dificuldades que governantes que procuram modernizar aqueles países. E que sejam vistos, eles próprios, como conservadores, porque têm de aceitar um pouco para poderem mudar muito.
Claro que ninguém é favorável às restrições de direitos das mulheres – à nenhuma, em nenhuma cultura, religião ou sociedade – mas, muitas vezes, os processos são mais complexos do que parecem.
Uma matéria de hoje na Reuters, que não terá grande repercussão na mídia brasileira, mostra o contrário do que normalmente se percebe sobre o Irã.
Mostra o presidente Mahmoud Ahmadinejad sob uma tempestade de críticas do clero por se opor à separação dos sexos nas salas de aula das univesidades iranianas.
“Foi dito que, em algumas universidades, as aulas e disciplinas estão sendo segregadas, sem levar em conta as coincidências. São necessárias ações urgentes para impedir essas ações superficiais e não acadêmicas”, disse ele em seu site.
A isso, reagiu o mais importante clérigo iraniano, Ahmad Khatami: “Com que lógica o reitor de uma universidade de Teerã deveria ser repreendido por separar as classes entre homens e mulheres? Deveríamos (era)  lhe dar uma medalha.”
Se fosse o inverso,  Ahmadinejad estaria sendo apontado como um “monstro” em todos os jornais. E iria ser lembrado que a universidade foi um dos centros de manifestão do tal “mivimento verde” , de oposição a ele.
Ontem, no relatório sobre a condição feminina, a ONU lembrou que, há um século, apenas dois países davam à mulher o direito de voto.
Ainda há muito a conquistar em matéria de igualdade de direitos entre os gêneros e isso é um combate que não pode esmorecer. Nem mesmo nas críticas que se faz à desigualdade que se pratica em nome de culturas ancestrais.O Governo brasileiro, com Lula ou com Dilma, jamais deixou de protestar contra situações desumanas no Irã. O que é muito diferente de contestar a vontade eleitoral do povo iraniano, que elegeu Ahmadinejad.
Mas sempre deve se ter em vista que, se exige firmeza, esta luta também exige compreensão de que as mudanças culturais não se impõem a ferro e fogo, com uma “ocidentalização”  forçada, que, como numa Cruzada,  leve à fogueira todos que não se “convertam” a ela.
A ditadura do Xá Reza Pahlevi era “moderna”. E brutal, repressiva, excludente e entreguista. Desconsiderou os valores de seu povo e, afinal, fez com que eles ressurgissem odiando a “modernidade” até naquilo que ela tem de bom, justo e igualitário.
Quando queremos combater o preconceito cultural, o simplismo é sempre o primeiro inimigo a vencer. Porque ele leva também, por superficial, ao preconceito.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os defensore$ de Mubarak


Blog Cidadania-Eduardo Guimarães
Seria inaceitável a descoberta de que os manifestantes pró Hosni Mubarak agiram estimulados pelo governo egípcio”, disse o premiê britânico, David Cameron, do Partido Conservador. Referiu-se aos ataques de cerca de três mil micianos aos milhares e milhares de manifestantes engajados na luta pela renúncia do ditador do Egito.
Montados em cavalos e até em camelos, disparando metralhadoras, apresentaram-se como “simpatizantes do governo”, o que parece uma piada. O exército, que o governo colocou nas ruas, não interferiu. Deixou à vontade os homens treinados que provocaram os choques nas ruas do Cairo nesta quarta-feira.
A mídia brasileira trata os prováveis mercenários do regime egípcio como “simpatizantes do governo”.  Ou seja, como eles querem ser tratados. Vende a versão deles, ainda que cite a acusação de que estão a serviço de Mubarak. Cada manchete que mencione “simpatizantes”, portanto, será um ato de desinformação.
Outra tramóia é a proposta de Mubarak de ficar no cargo e não se candidatar na eleição de setembro. Visa desmobilizar a população. Algum tempo depois, começará a repressão silenciosa aos revoltosos, que, obviamente, jamais chegará à mídia internacional, que só rompeu o silêncio de décadas sobre a ditadura egípcia quando o povo tomou as ruas.
A cobertura da crise no Egito parece com a do golpe de Estado em Honduras, país em que a causa da deposição de seu ex-presidente Manuel Zelaya acaba de ser institucionalizada, pois o país acaba de aprovar uma lei permitindo a reeleição do presidente da República. Acredite quem quiser…
É uma cobertura meio “asséptica”, sobre o Egito. Os juízos de valor desapareceram, ao menos na TV. E na grande imprensa escrita, apesar de um ou outro muchocho contra Barack Obama, nenhuma alusão à diferença de tratamento que os EUA dão aos governos do Irã e do Egito, obviamente que por conta da posição de toda a mídia contra Mahmoud Ahmadinejad.
É escandaloso que a grande imprensa não esteja denunciando como se deve essa reação mascarada e violenta do ditador do Egito e o evidente apoio do governo Obama ao que a população mobilizada do país denuncia ser um golpe para o governo ganhar tempo. Fede a cumplicidade entre os três entes – Mubarak, Obama e mídia.