Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Kennedy Alencar: Calero entregou à PF gravações de conversas com Temer, Geddel e Padilha; oposição quer o impeachment

geddel temer, calero e padilha
PF informa à pasta da Justiça que Calero gravou Temer, Geddel e Padilha
Depoimento de ex-ministro à PF leva crise para gabinete presidencial
O Ministério da Justiça recebeu da Polícia Federal a informação de que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero entregou ao órgão gravações de conversas com o presidente Michel Temer e os ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil). Um auxiliar de Padilha também teria sido gravado.
O depoimento de Calero à PF levou a crise que envolvia o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria) para o gabinete presidencial. O ex-ministro da Cultura disse que se sentiu “enquadrado” por Temer devido à sugestão de remeter à AGU (Advocacia Geral da União) a decisão sobre a licença do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para um empreendimento imobiliário.
Segundo Calero, Temer ficou ao lado do ministro da Secretaria de Governo.
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Calero diz à PF que Temer o pressionou no caso Geddel
O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero disse em depoimento à Polícia Federal que o presidente da República, Michel Temer, o “enquadrou” no intuito de encontrar uma “saída” para a obra de interesse do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
O empreendimento La Vue Ladeira da Barra, embargado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Salvador, está no centro da mais recente crise envolvendo o Palácio do Planalto.
Na semana passada, Calero pediu demissão após acusar, em entrevista à Folha, Geddel de “pressioná-lo” para o que o órgão de patrimônio vinculado ao Ministério da Cultura liberasse o projeto imobiliário onde o ministro adquiriu uma unidade.
“Que na quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado ‘dificuldades operacionais’ em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução”, disse Calero, segundo a transcrição do depoimento enviado ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República.
Em seguida, o ex-ministro da Cultura afirma que Temer encarava com normalidade a pressão de Geddel, articulador político do governo e há mais de duas décadas amigo do presidente da República.
“Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente ‘que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão'”, prossegue Calero.
Na sequência, o ex-ministro afirma que se sentiu “decepcionado” pelo fato de o próprio presidente da República tê-lo “enquadrado”.
“Que então sua única saída foi apresentar seu pedido de demissão”, declara Marcelo Calero.
oposição
Oposição quer impeachment de Temer após depoimento de Calero
Deputados e senadores da oposição começaram a defender, após depoimento do ex-ministro Marcelo Calero, um pedido de impeachment do presidente Michel Temer. Eles argumentam que o relato de que Temer teria feito pressão para encontrar uma “saída” para a obra de interesse do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) indica crime de responsabilidade.
Folha revelou nesta quinta-feira (24) que Calero disse à Polícia Federal que Temer o “enquadrou”.
Na semana passada, Calero pediu demissão após acusar Geddel de “pressioná-lo” para o que o órgão de patrimônio vinculado ao Ministério da Cultura liberasse o projeto imobiliário onde o ministro adquiriu uma unidade.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que Temer usou a Presidência para defender interesses privados. “Absurdo. No nosso entendimento, Temer vai ter que responder processo por crime de responsabilidade para ser julgado pelo Congresso”, disse.
Logo após a revelação, o petista se reuniu com a assessoria jurídica do PT e disse que a intenção é protocolar um pedido de impeachment nos próximos dias. “Ele pareceu agir em sociedade com Geddel, usando peso da presidência para interferir num negócio privado, beneficiando empresas.”
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também defendeu que a situação é motivo para impeachment. “Se isso não for razão para impeachment, nada mais é. O presidente da República se envolveu diretamente em um negócio ilícito e privado de um ministro seu. Eu vou propor para a oposição que apresente pedido de impeachment do Michel Temer. Isso é crime de responsabilidade na veia”, disse.
Randolfe Rodrigues afirmou que a revelação “justifica a atitude de Temer em proteção a Geddel” nos últimos dias. “Agora está claro por qual razão o presidente acha que não há gravidade: porque ele mesmo estava envolvido”, afirmou.
A senadora petista Gleisi Hoffmann (PR) disse que se trata de um caso de crime de responsabilidade. “Como um presidente trata de assuntos desse porte? Lamentável. Nunca se ouviu falar isso do presidente Lula ou da Dilma. Espero que os patrocinadores do impeachment da Dilma tenham dignidade e apresentem também o impeachment de Temer”, disse Gleisi.
Na Câmara dos Deputados, a oposição estuda coletar assinaturas para abrir uma CPI. Também deve apresentar novos requerimentos para que Calero vá à Casa prestar esclarecimentos.
“É fundamental que a Casa ouça o Calero para obter mais informações sobre o episódio. É uma denúncia extremamente grave que, se confirmada, significa, no mínimo, improbidade administrativa”, afirmou o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ).
O deputado Jorge Solla (PT-BA), autor de requerimentos derrotados para convocar Geddel Vieira Lima e convidar Marcelo Calero a prestarem depoimentos, disse que vai acionar a PGR (Procuradoria-Geral da República).
“É um presidente da República pressionando um ministro para atender interesses patrimoniais de outro ministro. É muito grave”, afirmou Solla. “Se já era uma coisa complicada, não só ilegal, mas escandalosa a postura de Geddel, isso partindo de um presidente, mesmo sendo golpista, tem que ser rechaçado”, disse o deputado.
Pegos de surpresa, outros integrantes da oposição ao governo na Câmara evitaram comentar a denúncia de Calero contra Temer. “Preciso de mais informação porque o tema é muito delicado”, disse Orlando Silva (PC do B-SP), vice-líder da Minoria.
Pressão de Temer a  favor de Geddel por obra irregular pode levar a impeachmet, diz líder do PT
O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), disse hoje ( 24) que a Bancada  do PT na Câmara vai  solicitar à Polícia Federal cópia do depoimento do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero no qual ele envolve diretamente o presidente Michel Temer  em lobby para facilitar a liberação de uma obra irregular de interesse do ministro Geddel Vieira Lima ( Secretaria de Governo).  Segundo o líder, o depoimento será submetido a uma análise de juristas renomados.
“Identificado o crime de responsabilidade, o caminho é a abertura de um processo de impeachment de Temer. O governo Temer derrete”, disse o parlamentar.
Segundo Florence, as bancadas de oposição na Câmara e no Senado vão continuar atuando unidas para apurar o caso Geddel, “que agora ficou muito mais grave, com o envolvimento de Temer nas denúncias”.  Calero,  em depoimento à Polícia Federal, disse  que Temer  o “enquadrou” no intuito de encontrar uma “saída” para a obra de interesse de Geddel .
Trata-se do empreendimento La Vue Ladeira da Barra, embargado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Calero pediu demissão do cargo na semana passada, após acusar Geddel de “pressioná-lo” para o que o órgão de patrimônio vinculado ao Ministério da Cultura liberasse o projeto imobiliário onde o ministro adquiriu uma unidade, cujo valor é acima de 2,5 milhões de reais.
As Bancadas do PT na Câmara e no Senado , junto com outros partidos de oposição ao governo golpista, já acionaram a Procuradoria Geral da República  e a Comissão de Ética da Presidência da República para a apuração das denúncias.
Foram feitos também  requerimentos de convocação da Geddel para depor em comissões temáticas da Câmara, mas o governo Temer mobilizou na quarta-feira  uma verdadeira tropa de choque parlamentar para rejeitar os requerimentos  assinados pelo deputado Jorge Solla (PT-BA).
Em trecho divulgado hoje do depoimento de Calero à PF, fica clara a participação de Temer na manobra para facilitar a liberação de uma obra ilegal em Salvador (BA).
“Que na quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado ‘dificuldades operacionais’ em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução”, disse Calero, segundo a transcrição do depoimento enviado ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República.
Em seguida, o ex-ministro da Cultura afirma que Temer encarava com normalidade a pressão de Geddel, articulador político do governo e há mais de duas décadas amigo do presidente da República.
“Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente ‘que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão'”, prossegue Calero.  Na sequência, o ex-ministro afirma que se sentiu “decepcionado” pelo fato de o próprio presidente da República tê-lo “enquadrado”.  “Que então sua única saída foi apresentar seu pedido de demissão”, declara Marcelo Calero.
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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Tem cara e cheiro de golpe e, agora, há até prova de que o golpe é golpe

JUCÁ

Todo santo dia um pistoleiro da mídia golpista escreve ou recita que o golpe não é golpe. O mais curioso é que esses pistoleiros chegam a reconhecer que o “motivo” alegado para o impeachment é fraco porque presidentes anteriores a Dilma também “pedalaram” e nada aconteceu simplesmente porque pedalada não é motivo para derrubar presidentes.
Vale ressaltar que aquilo que os pistoleiros da mídia chamam de “pedalada” é uma operação contábil feita para impedir que programas sociais e outras obrigações sociais inadiáveis do Estado deixem de ser cumpridas por problemas conjunturais de caixa. Trocando em miúdos: o governo fez empréstimos bancários por alguns dias para pagar beneficios sociais em dia.
Sim, é por isso que estão tentando cassar os 54 milhões de votos de Dilma Rousseff.
Mas o foco desta reflexão é outro. É a negativa pavloviana dos pistoleiros da mídia de que o golpe contra Dilma seja golpe quando até o líder da direita venezuelana – golpista como a nossa – teve que admitir que houve um golpe no Brasil.
O ex-candidato a presidente da Venezuela Henrique Capriles não condena o golpe contra Dilma por bondade, convenhamos, mas porque a direita venezuelana tem forte preocupação com sua imagem e, hoje, negar o golpe no Brasil pega muito mal no cenário internacional.
O golpe brasileiro está sendo visto em todo o mundo como golpe porque ele parece golpe, tem cara de golpe, porte de golpe, cheiro de golpe. Os golpistas usam terminologias golpistas e suas primeiras medidas e declarações foram golpistas.
O desmantelamento rápido e sem discussão de políticas que duraram mais de uma década é absolutamente concernente ao que fazem golpistas quando tomam de assalto o poder. Querem reinventar a realidade do país golpeado o mais rapidamente possível, tentando acelerar o caráter de irreversibilidade da aventura.
Mudanças drásticas como as promovidas pelo usurpador Michel Temer na política externa, na Cultura ou nos programas sociais são características dos golpes. Medidas como essas, que mexem com políticas consolidadas ao longo de mais de uma década, deveriam ser muito mais discutidas.
Para políticas tão importantes serem alteradas tão profundamente ou até anuladas, requerem legitimidade de quem promova tais atos, ou seja, exige um governo respaldado pelo voto popular.
O que, convenhamos, não é o caso de Temer. Apesar de ter sido eleito na chapa de Dilma, essa chapa foi eleita com um programa que Temer está jogando fora de cima a baixo. Sem apoio do voto popular.
Apesar de tudo que diz que o golpe é golpe, porém, as negativas continuam. Viraram um mantra. Quando as provas de que o golpe é golpe são expostas, é fácil visualizar mentalmente uma metáfora do comportamento da mídia golpista: um garotinho com os dedos enfiados nos ouvidos repetindo uma e outra vez: “lá-lá-lá, não é golpe, lá-lá-lá”
Agora, porém, surge até prova MATERIAL de que o golpe é golpe, ou seja, de que Temer e seu grupo político tentam tirar Dilma Rousseff do cargo para encerrar as investigações da Lava Jato.
A esta altura, todos já devem ter lido as muitas matérias sobre grampo de conversas do ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR). Contudo, vale ver trecho de reportagem da Globo sobre essa bomba, sobre essa prova cabal de que o impeachment de Dilma Rousseff parece golpe, tem cara de Golpe, cheiro de golpe e, tem agora, prova de que é golpe.

Chega a ser cômico o cargo que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, ocupa. As gravações de conversas tão pouco republicanas como as que se ouviu ele tendo mostram que o “planejamento” de que ele se ocupa é o de como parar investigações policiais contra si e seus comparsas. Agora existem até provas documentais de que o golpe é golpe.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Gravação revela “golpe da água” do PSDB em São Paulo

tornariz
Os paulistas estão, quando conseguem, tendo água vinda de um pântano, que é o que resta do Sistema Cantareira.
Mas quem está na lama, sem sombra de dúvida, é o seu Governador, com a revelação, hoje, pela Folha, em que a presidente da Sabesp, Dilma Pena, diz, numa reunião da diretoria da empresa, que recebeu “orientação superior” para que a empresa não alertasse a população sobre os problemas gerados pela seca.
Ou seja, para que os paulistas e, sobretudo os paulistanos, fossem enganados.
Diz ela, na gravação:
“Cidadão, economize água. Isso tinha de estar reiteradamente na mídia, mas nós temos de seguir orientação, nós temos superiores, e a orientação não tem sido essa. Mas é um erro”
O “erro”, é óbvio, era cometido de olho nas eleições.
Portanto, erro coisa nenhuma, mas um plano deliberado para favorecer os tucanos.
O que levou Geraldo Alckmin a repetir, como um papagaio maroto, que “a água está garantida”.
Será que a imprensa vai cercar a presidente da Sabesp e perguntar de quem foi a “ordem superior”?
Se do secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce, ou do Governador Geraldo Alckmin, que é quem a nomeou e com quem tem relação direta?
A coisa é tão grave, que o diretor  metropolitano da Sabesp diz que se 2014 repetir 2013, vai se ter de dar férias a 8,8 milhões de paulistanos e dizer-lhes:
-Saiam  de São Paulo, porque aqui não tem água, não vai ter água pra tomar banho, limpeza da casa. Quem puder compra garrafa de água mineral, quem não puder vai tomar banho na casa da mãe, em Santos, Ubatuba, Águas de São Pedro. Aqui não vai ter.
Vá no site da Folha. É chocante.
Não são bandidos fazendo acusações genéricas, são técnicos falando entre si, numa reunião de diretoria.
Bandidos são os que mandaram esconder isso da população de São Paulo.
São Paulo só não está diante de um escândalo de Watergate porque um nome que contém water seria perverso demais com quem está sofrendo com a falta d’água.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Veja e Serra, antes do pacto de 2005

Na série "O caso de Veja" mostro como 2005 foi um ano de mudanças inexplicáveis da revista em relação a Daniel Dantas. De repente, de grande vilão Dantas torna-se uma vítima, defendida com unhas e dentes pela revista.
O mesmo acontece em relação a José Serra.
Em abril de 2004 o sub-procurador geral da República, José Roberto Figueiredo Santoro, interroga Carlos Cachoeira em plena madrugada no próprio prédio da Procuradoria. O encontro é filmado e aperece no Jornal Nacional. Santoro era o procurador que atuou decididamente em favor de Serra no caso Lunnus - que inviablizou a candidatura de Roseana Sarney nas eleições de 2002.
Na edição seguinte, Policarpo Junior e Alexandre Oltramari saem em defesa de Cachoeira, em uma matéria em que denunciam Serra-Santoro por dossiês contra Roseane, Ciro Gomes e Tasso Jereissati.
No quebra-cabeças para entender a piração midiática, essa peça permite as seguintes conclusões:
1. O pacto Serra-Veja foi posterior a 2004, no mesmo período em que se fecha o pacto Veja-Daniel Dantas. Mais uma coincidência sobre as semelhanças dos dois esquemas - além do esquema midiático que atuava tanto em defesa de Dantas quanto de Serra.
2. Não foi Serra quem aproximou Veja de Cachoeira. Mas, provavelmente, a partir desse episódio, ocorre a aproximação Cachoeira-Veja de Serra.
GovernoMais perguntas e
nenhuma resposta
O escândalo Waldomiro continua
sem solução e já surge outro com
conexões muito complexas


Policarpo Junior e Alexandre Oltramari
O subprocurador-geral da República, José Roberto Figueiredo Santoro, 50 anos, é um homem de múltiplos interesses. É apaixonado por cinema, música clássica e é fluente em quatro idiomas. O subprocurador é sobrinho do físico Alberto Santoro, um dos descobridores da menor partícula da matéria, o top quark, e do músico Cláudio Santoro, autor de catorze sinfonias e um dos grandes maestros brasileiros. Na semana passada, ele apareceu em uma fita cassete, divulgada pelo Jornal Nacional, tentando convencer o bicheiro Carlos Cachoeira a lhe entregar um vídeo no qual um ex-assessor do ministro José Dirceu, Waldomiro Diniz, é flagrado pedindo propina. Na gravação, feita às 3 horas da madrugada no gabinete de Santoro, ouve-se o subprocurador explicar ao bicheiro que se eles forem vistos juntos tão tarde da noite seu chefe na procuradoria, Cláudio Fonteles, indicado pelo PT para o cargo, poderia desconfiar de seu excesso de zelo. "Daqui a pouco o procurador-geral vai dizer assim: 'P..., você tá perseguindo o governo que me nomeou procurador-geral, Santoro, que sacanagem é essa? Você tá querendo ferrar o assessor do Zé Dirceu, que que você tem a ver com isso?' " (veja os principais trechos da gravação).
Na contagem aritmética simples das abóboras políticas do microcosmo de Brasília, a divulgação da fita em que o subprocurador é grampeado foi um alívio para José Dirceu. Na visão do governo, o conteúdo da gravação deixa claro que houve manipulação política da outra fita, a de vídeo, em que Waldomiro pede ao bicheiro Carlos Cachoeira contribuição para campanhas políticas, além de uma propina. O episódio retratado na fita de vídeo ocorreu há dois anos, portanto, antes de Waldomiro se instalar no Palácio do Planalto. Fora do Palácio do Planalto a visão é outra. O surgimento da nova fita não melhora em nada a situação de quem quer que seja. Ela só ajuda a piorar a situação de um número ainda maior de pessoas. Os últimos acontecimentos em Brasília são terríveis para a imagem do Ministério Público, que até então estava fora do escândalo.  
A guerra das fitas sugere que não existe propriamente um Ministério Público, mas ministérios privados, cujos membros teriam lealdade a interesses partidários, e não compromisso exclusivo com o interesse público. Nessa linha de raciocínio, por seu zelo em meter-se na apuração de um escândalo que acabaria estourando no colo de José Dirceu, ex-homem forte do Planalto, Santoro estaria querendo apenas "ferrar" o governo, e não apurar um crime. Santoro pertenceria então ao ministério privado dos tucanos, os oposicionistas do PSDB. Outros procuradores, como o famoso Luiz Francisco de Souza, que se notabilizaram pelo excesso de zelo em apurar desvios do governo passado, o dos tucanos, e até agora não mostraram nenhum empenho em levantar escândalos de petistas, formariam no outro time. Esses últimos seriam, então, procuradores do ministério privado do PT. Péssimo negócio para os brasileiros.
O governo pode ter razões políticas para comemorar a divulgação do grampo em Santoro, mas os brasileiros só têm a lamentar o que parece ser o uso político de uma instituição que deveria, por sua própria natureza, ser integrada por "intocáveis". Trata-se de uma gangrena institucional, que acaba solapando os princípios republicanos e transformando cidadãos em súditos. Do Ministério da Justiça, saiu a idéia de criar o instituto do controle externo para o Ministério Público, e não só para o Poder Judiciário, e voltou-se a discutir a chamada Lei de Mordaça, que impede procuradores de fornecer quaisquer informações a respeito de investigações em andamento. São idéias que precisam ser amadurecidas e debatidas num clima de serenidade, para evitar açodamentos. Na semana passada, na euforia da comemoração, o ministro da Justiça cometeu a leviandade de dizer que Santoro promovera uma "conspiração" contra o governo. Ora, que conspiração? Se o ministro José Dirceu e todo o governo do PT garantem que não têm nenhuma relação com os apliques de Waldomiro, por que raios a apuração dos crimes cometidos pelo ex-assessor colocaria o governo em risco?
Com mais de vinte anos de trabalho, e há três como subprocurador-geral, penúltimo degrau da carreira, Santoro é um dos membros mais dinâmicos e talentosos do Ministério Público – e um dos mais enigmáticos. Quase nunca aparece em público, não dá entrevistas, só recebe jornalistas para conversas reservadas e não gosta de fotos. Sua discrição é útil para seu hábito de perambular pelos bastidores de investigações com as quais não tem nenhuma ligação funcional. Sendo um dos 62 subprocuradores da República, Santoro só pode atuar em processos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça. Além disso, mas apenas se for designado pelo chefe, pode trabalhar em casos em andamento no Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral. Na interpretação estrita de suas atribuições, Santoro não poderia participar da apuração do caso Waldomiro. Não poderia tomar a iniciativa de colher depoimento, tarefa que deveria ser executada por procurador comum, de primeira instância. Relevando o fato básico de que Santoro estava apurando um crime, o procurador-geral Cláudio Fonteles preferiu ater-se às tecnicalidades que descrevem as funções dos subprocuradores. Fonteles classificou a ação de Santoro de "flagrantemente ilegal".

Marlene Bergamo
SÓ CORDIALIDADE
José Serra, atual presidente do PSDB: garante que não é amigo nem tem intimidade com o subprocurador José Santoro e que mantém com ele "relações cordiais"
Santoro esteve a cargo ou acompanhou com interesse muitos dos casos rumorosos dos últimos tempos, mas nunca apareceu sob holofotes. Em alguns desses casos, houve ganhos políticos diretos ou indiretos para o ex-ministro José Serra. O episódio de maior repercussão ocorreu em março de 2002, quando a polícia invadiu o escritório da empresa Lunus, de Roseana Sarney, em São Luís, flagrando a dinheirama de 1,3 milhão de reais num cofre. A foto do dinheiro exposto sobre uma mesa chocou o país. A ocupação da Lunus foi concebida e planejada em Palmas, capital do Tocantins, onde trabalhava o procurador do caso, Mário Lúcio de Avelar. Na época, Santoro visitou Palmas com freqüência. Dos 28 dias do mês de fevereiro, passou doze na cidade, sempre com a justificativa de acompanhar desvio de dinheiro do sistema de saúde. Há uma sincronia suíça entre suas viagens a Palmas e o andamento do caso Lunus. Santoro estava em Palmas no dia 22 de fevereiro, quando foi apresentado à Justiça o pedido de busca e apreensão na Lunus. Santoro estava em Palmas no dia 1º de março, quando a polícia ocupou a Lunus. "Ele foi o cérebro da operação", denunciou o senador José Sarney. O caso Lunus cortou as chances de Roseana Sarney se candidatar à Presidência da República, em um momento em que ela aparecia em primeiro lugar nas pesquisas.
Na semana passada, com a figura de Santoro na crista da onda levantada pela divulgação das fitas, Sarney voltou a se interessar pelo assunto. Soube que Santoro esteve em São Luís nos dias anteriores à invasão da Lunus, em viagem até agora desconhecida. De um amigo, Sarney recebeu um boleto do hotel Abbeville, em São Luís, no qual se lê que Santoro esteve na capital do Maranhão entre os dias 17 e 18 de fevereiro de 2002, participando de uma "convenção", segundo informou no boleto do hotel. Na lista oficial das viagens de Santoro, não há essa ida a São Luís. No dia seguinte, 19 de fevereiro, Santoro estava de volta a Palmas. "Eu já havia alertado sobre isso há tempos", diz Sarney. "O comportamento do Santoro é uma traição a uma instituição séria como o Ministério Público."

Antonio Milena
Joedson Alves/AE
POR SÃO LUÍS...A dinheirama apreendida na Lunus e a ex-candidata presidencial Roseana Sarney: oficialmente fora do caso, Santoro esteve em São Luís e Palmas alguns dias antes do bote da polícia no escritório da Lunus
...E TAMBÉM POR FORTALEZADepois de sofrer uma investigação, Tasso Jereissati soube que Santoro foi a Fortaleza para ver se a tal investigação colhera algo sobre Ciro Gomes, então presidenciável
Em 2001, quando ainda disputava a indicação presidencial pelo PSDB com Serra, o hoje senador Tasso Jereissati passou por maus bocados. Em dezembro daquele ano, descobriu que estavam investigando sua vida e percebeu o súbito aparecimento de notinhas maldosas nos jornais. Era uma armação dos próprios tucanos? Na dúvida, Jereissati foi ao Palácio da Alvorada reclamar com o presidente Fernando Henrique. No jantar, ele quase saiu aos sopapos com o então ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, a quem acusou de agir com "safadeza e molecagem" por colocar agentes federais em seu encalço. Na semana passada, Jereissati voltou ao assunto e, tal como Sarney, descobriu uma novidade: o ex-superintendente da Polícia Federal no Ceará, Wilson Nascimento, confirmou-lhe que, em 2001, quem estava no seu calcanhar era o delegado Paulo de Tarso Teixeira, da PF. "O delegado estava buscando indícios de envolvimento do Tasso com lavagem de dinheiro", conta Nascimento. A investigação foi encerrada sem que se descobrisse nenhuma novidade, mas não parou aí.
No início de 2002, quando Jereissati já desistira de concorrer à Presidência, Santoro fez uma visita a Fortaleza, onde se encontrou com o procurador José Gerin. Queria saber se a investigação de lavagem de dinheiro sobre Jereissati, feita no ano anterior, encontrara algo contra Ciro Gomes. "Santoro passou uns três dias aqui", conta Gerin, que ainda trabalha em Fortaleza. "Ele estava atrás de alguma coisa sobre um doleiro. Surgiu uma especulação de que esse doleiro tinha alguma coisa com o Ciro Gomes." No início de 2002, Jereissati já estava fora da disputa presidencial e Ciro Gomes era mais candidato que nunca. Claro que, na época, Serra tinha interesse político em enfraquecer Ciro Gomes, assim como antes quis afastar Jereissati da disputa presidencial, mas nada disso autoriza acusá-lo de estar por trás das dissimuladas andanças de Santoro. Jereissati, no entanto, ao saber desses novos detalhes, não se conteve. "Estou estarrecido", disse. "Achava que essas coisas vinham de grupos que apoiavam esta ou aquela candidatura. Hoje, não tenho certeza. Espero que minhas suspeitas sobre a origem de toda essa perseguição não estejam corretas." Na quinta-feira passada, Serra ligou para Jereissati para lhe dizer que desconhecia essa história.

Joedson Alves/AE
Sérgio Dutti/AE
PRESSÃO NA MADRUGADACarlos Cachoeira esteve no gabinete de Santoro até a madrugada, mas saiu sem entregar o vídeo de Diniz
NA LINHA DE FRENTEO procurador Marcelo Serra Azul, um dos mais fiéis colaboradores de Santoro: ele aparece; o outro não
No fim de 2001, um dos mais conhecidos lobistas de Brasília, Alexandre Paes dos Santos, deixou vazar que teria provas de que dois funcionários do Ministério da Saúde, então capitaneado por Serra, estavam achacando o presidente de um laboratório farmacêutico com o objetivo de fazer caixa para a campanha presidencial do tucano. Ao saber do assunto, Serra convocou Santoro ao seu gabinete e pediu providências. Em vez de investigar os dois suspeitos, Santoro mirou no lobista, mas o fez da forma habitual – disfarçadamente. No caso, recorreu a um dos seus auxiliares mais fiéis, o procurador Marcelo Ceará Serra Azul. "Ele me passou o caso, sim", confirma Serra Azul. De posse de um mandado judicial, Serra Azul invadiu o escritório do lobista e recolheu pencas de documentos, entre eles a célebre agenda que continha informações escaldantes – até códigos dos pagamentos de propinas a parlamentares. A agenda chegou a passear pelo Ministério da Saúde, pousando de mão em mão. "Eu precisava identificar todos os nomes de funcionários citados na agenda", diz Serra Azul, ao admitir que levou a agenda ao ministério. "Como eu iria fazer isso sem a ajuda do governo?", explica. Talvez ele pudesse pedir a lista de todos os funcionários do ministério para cruzar com os dados da agenda, não? "Demoraria séculos", responde.  
José Serra diz que conheceu Santoro por indicação de Geraldo Brindeiro, procurador-geral no governo de FHC. "Nunca foi meu amigo. Temos relações cordiais. Só isso", diz Serra. O ex-ministro afirma que jamais viu a agenda, nem soube que ela esteve circulando pelo ministério. "Se soubesse mandaria imediatamente devolver sem olhar", diz. O fato é que, com a exótica investigação, na qual se invadiu o escritório do denunciante e levaram-se as supostas provas ao denunciado, nunca mais se falou sobre a tal extorsão dos funcionários da Saúde. É lamentável que a saúde política do país fique flutuando ao sabor de fitas nas quais um subprocurador enxerga o potencial de "ferrar" o ministro-chefe da Casa Civil e pelas quais o próprio governo se sente ameaçado a ponto de ver em seu tráfego uma "conspiração".

O que falta explicar no caso Santoro
• No decorrer de sua carreira, o subprocurador parece ter se esmerado em casos que sempre resultaram em situações positivas para o PSDB, em especial para José Serra. Isso é mera coincidência?
• A parte do diálogo em que Santoro diz que seu chefe pode achar que ele quer "ferrar" o ministro Dirceu dá a entender que o Ministério Público trabalha com motivação política. Como se pode conter o uso político do MP daqui para a frente?
• O subprocurador foi grampeado pelo bicheiro Cachoeira, que ele investigava. Sobre isso não há dúvida. Como a fita vazou é outra história. Até agora só existem versões. Nenhuma confiável.

O que falta explicar no caso Waldomiro
• José Dirceu, ministro da Casa Civil, prometeu botar os pingos nos is no caso Waldomiro Diniz, mas, passados cinqüenta dias, não se esclareceu nada: como um sujeito envolvido com bicheiros pôde ser instalado no coração do Palácio do Planalto?
• Como Dirceu pôde conviver doze anos com Waldomiro sem jamais desconfiar de seu caráter – e ainda ignorar o primeiro alerta sobre suas irregularidades, surgido no ano passado?
• A sindicância do Palácio do Planalto concluiu que Waldomiro Diniz usou o cargo na Casa Civil para traficar influência junto à CEF, na renovação de um contrato da GTech. Waldomiro agia por contra própria ou era peça de uma engrenagem financeira maior?

"Entrega a fita"
No trecho abaixo, o subprocurador José Roberto Santoro tenta convencer o bicheiro Carlos Cachoeira a lhe entregar a famosa fita de vídeo em que Waldomiro Diniz, ex-assessor do Palácio do Planalto, pede propina.  
SANTORO – Faz o seguinte: entrega a fita, não depõe, diz que vai depor mais tarde pra ver o que que aconteceu, porque aí você acautela que você colaborou com a Justiça, entregou a fita, acautelou prova lícita, o cacete a quatro... Aí você avalia o tamanho do cafofo... Aí você diz: "Aí eu quero falar..."

Nas mãos do governo
Sem querer entregar a fita, Cachoeira sugere que a Polícia Federal faça uma operação de busca e apreensão em sua casa e pegue a fita. Assim, ele, Cachoeira, não se comprometia e o subprocurador Santoro teria a fita que tanto desejava. Santoro não concorda sob o argumento de que a fita desapareceria nas mãos do governo:  
SANTORO – A busca e apreensão vai ser feita pela Polícia Federal, a Polícia Federal vai levar a fita... é isso?... A primeira coisa que vai ser, vai ser periciada e a primeira pessoa que vai ter acesso a essa fita é o Lacerda (refere-se a Paulo Lacerda, diretor-geral da Polícia Federal). O segundo é o ministro da Justiça, o terceiro é o Zé Dirceu e o quarto, o presidente.

"Que sacanagem é essa?"
Diante da resistência de Cachoeira, Santoro comenta que ele mesmo está se expondo na conversa, mantida em plena madrugada no prédio da Procuradoria-Geral da República, de tal modo que pode ser flagrado, a qualquer momento, por seu chefe:
SANTORO – Daqui a pouco o procurador-geral vai dizer assim: "Porra, você tá perseguindo o governo que me nomeou procurador-geral, Santoro, que sacanagem é essa?... Você tá querendo ferrar o assessor do Zé Dirceu, que que você tem a ver com isso?..." Aí eu vou dizer: "Não, eu não tenho nada... tô ajudando... " ..."Porra, ajudando como? Você é um subprocurador-geral, você não tem que ficar na madrugada na procuradoria tomando depoimento dos outros..."

"Pra ferrar o chefe da Casa Civil"
Como Cachoeira não concordasse em entregar a fita, Santoro volta a dizer que seu chefe está prestes a chegar ao trabalho e poderá flagrá-lo tomando um depoimento comprometedor para o governo:  
SANTORO – Estourou o meu limite. Daqui a pouco o Cláudio chega (refere-se ao procurador-geral Cláudio Fonteles), chega às 6 horas da manhã, vai ver teu carro na garagem, vai saber o que tem e vem aqui... e vai ver um subprocurador-geral empenhado em derrubar o governo do PT... Três horas da manhã, bicho! Ele vai vir aqui na minha sala, ele é meu amigo, ele vai vir aqui, e vai ver eu tomando um depoimento pra... desculpe a expressão... pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula... A primeira coisa que ele vai dizer é o seguinte: "O Santoro é meu inimigo, porque ele podia, como meu amigo, ter ligado pra mim e ter dito assim: 'Olha, vai dar porcaria pro Zé Dirceu' ".

"Ou você não acha que eu podia dar busca
e apreensão na tua casa em Anápolis"
Em outro trecho, Santoro diz a Cachoeira que poderia ter dado mandado de busca e apreensão na casa do empresário em Anápolis.
SANTORO – "Ou você não acha que eu podia dar busca e apreensão na tua casa em Anápolis, e isso eu perdia uma semana... eu poderia ter dado busca e apreensão na tua casa em Anápolis, podia ter dado... agora, tu imagina a violência... o cara fala: "nego tem filho, tem mulher, Santoro, (ele) sentou contigo, por favor"...você acha que eu não chegaria e falaria: "olha, o (barato)"... se eles não tivessem... vamos dar uma geral no cara... a Federal tinha arrebentado em cima de Anápolis, principalmente sabendo o conteúdo da fita... tinham pego essa fita e você sabe o que que eles iam dizer? Eles iam pegar documento na tua casa, carteira de identidade da tua mulher, e essa fita nunca ia aparecer, tá?... porque se eles soubessem que não fariam... (medo do) Lacerda... desculpe, ele vai ficar puto comigo, a instituição dele não é bem assim... mas em toda casa tem bandido, você sabe disso, não é não?...


Luis Nassif

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Tucanos montaram a patranha dos aloprados

O Conversa Afiada se vê na contingência de reproduzir post que trata da presumida “intocabilidade” do Padim Pade Cerra.

Saiu no JB online:

Cachoeira & Aloprados

Jornal do Brasil
Marcelo Auler

Em um dos vídeos apreendidos na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, comemora o envolvimento de petistas no chamado Escândalo dos Aloprados.

Em setembro de 2006, às vésperas do início da propaganda eleitoral na televisão, petistas foram presos em um hotel em São Paulo com R$ 1,7 milhão. Com o dinheiro pretendiam comprar um dossiê que supostamente envolvia o tucano José Serra – então candidato à presidência da República – com o desvio de verbas do orçamento destinadas à compra de ambulâncias. O escândalo prejudicou Lula, que concorria à reeleição e esperava ganhar no primeiro turno, o que não aconteceu.

O vídeo apreendido, já periciado pela Polícia Federal, mostra uma conversa entre o jornalista Mino Pedrosa e Dadá, o araponga que atendia à quadrilha do bicheiro. Pedrosa relata que o PSDB armou a história do dossiê e o “PT caiu nela”.
O araponga vibra e comemora: “Tem que f….. o Lula! Tem que f….. o barbudo!



O amigo navegante se lembra dos aloprados, não é isso ?
E da histórica carta do Rodrigo Vianna ao Ali Kamel – http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/06/20/ambulancias-do-cerra-e-aloprados-do-kamel/
É a mesma turnma que montou a patranha do mensalão.
Clique aqui para ver “TV Record mela o mensalão”.
E “PiG também acha que o mensalão está por provar-se”.
Os aloprados tiveram a funçao de esconder o escândalo – esse, sim, provado – das ambulâncias super-faturadas da jestão Padim Pade Cerra, “o maior Ministro da Saúde da História desse pais”.
Cerra e seu ilustríssimo sucesor, Barjas Negri.
Foi nesse escândalo que surgiu aquele monte de dinheiro na mesa do delegado Bruno da Polícia Federal – onde andará o delegado Bruno ? – que o Ali Kamel usou para dar o Golpe e levar a eleição de 2006 para o segundo turno – clique aqui para ler “o primeiro Golpe já houve; falta o segundo”.
Ou seja, e se houver um Golpe paraguaio… a Dilma terá como se defender ?
O amigo navegante acabou de ver o que se passou na eleição do México, quando a Televisa, segundo um jornal inglês (inglês !!!), The Guardian, entregou a eleição no colo do Peña Nieto.
Lá como aqui, a Televisa não só protegeu o candidato do PRI (PSDB), como trabalha diuturnamente para denegrir os adversários.
Basta a leitura diária do PiG (*).
Não há uma única notícia objetiva.
É tudo da editoria “o Brasil é uma m…”
O Conversa Afiada se vê na contingência de reproduzir post que trata da presumida (diria a Folha (**)) “intocabilidade” do Padim Pade Cerra.
Publicado em 06/01/2012
Privataria: por que o Cerra se achava intocável?
Este ansioso blogueiro recomenda enfaticamente a leitura de “A vida quer é coragem – a trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil”, de Ricardo Batista Amaral, editado pela Primeira Pessoa.
Breve, aqui se tratará do livro em si e da personagem.
Amaral faz uma minuciosa e objetiva reconstituição dos fatos políticos que Dilma acompanhou no primeiro plano, ou nos bastidores.
É uma narrativa é isenta, respeita a verdade factual, como gosta o Mino Carta.
Chamou a atenção o que está descrito a partir da página 161.
É o episódio dos que Lula chamou de aloprados, na eleição de 2006.
Os aloprados foram apanhados com dinheiro numa operação para desmascarar a compra de ambulâncias super-faturadas, enquanto Cerra e seu sucessor, Barjas Negri, eram ministros da Saúde.
Com a ajuda da Polícia Federal de São Paulo e especialmente do PiG (*), com a Folha (**) e a Globo à frente, Cerra transformou a tragédia das ambulâncias superfaturadas numa bênção dos céus.
O que deveria atingí-lo como um escândalo de bom tamanho derrotou Aloizio Mercadante para Governador (Cerra venceu no primeiro turno).
E permitiu que Ali Kamel levasse a eleição de Lula contra Alckmin para o segundo turno – clique aqui para ler “O Primeiro Golpe já houve, falta o Segundo (também do Kamel) “
A tecnologia cerrista já tinha sido testada – com retumbante sucesso – na eleição presidencial de 2002.
Quando Cerra fotografou cédulas de dinheiro no escritório da empresa Lunus do marido de Roseana Sarney – então a melhor candidata para derrotar Lula, segundo as pesquisas.
Cerra distribuiu à farta as fotos das notas pelo PiG (*) afora – e destruiu a candidatura de Roseana.
Sempre com a ajuda da Polícia Federal.
(O pai de Roseana, José Sarney, da tribuna do Senado, acusou Fernando Henrique de receber, no Palácio do Alvorada, um fax de um agente da Polícia Federal, da máquina do escritório da Lunus, com a informação: missão cumprida.)
Na Polícia Federal, Cerra contava, sempre, com Marcelo Lunus Itagiba.
Cerra foi para a eleição de 2010 com essa convicção.
Com a ajuda do Papa, da PF e do PiG ele era intocável.
Qualquer calhordice – segundo Ciro Gomes – seria acobertada pelo PiG (*), com a ajuda da Polícia Federal.
Uma dupla do barulho !
A partir da pág. 227, Amaral mostra outra peripércia de Cerra.
Que quase – quase, frise-se, deu certo.
Com rigor de cartógrafo, Amaral reconstitui o episódio da “quebra de sigilo” do presidente do PSDB, o notório Eduardo Jorge, aquele que tinha o hábito de ligar para o Juiz Lalau da sala ao lado do gabinete do presidente Fernando Henrique.
Uma mania, digamos assim.
No bolo do sigilo vem o “suposto” dossiê que o Amaury Ribeiro Júnior prepararia contra a família tão inocente, imaculada, do Padim José Cerra.
Cerra àquela altura já sabia que o Amaury tinha feito uma reportagem não publicada pelo Estado de Minas, que descrevia tudo o que ele queria fazer para destruir a candidatura do Aécio.
Cerra também desconfiava que Amaury preparava um livro, cujo prefácio este ansioso blog publicou repetidas vezes
Cerra reproduziu a estratégia das notas da Roseana, das notas dos aloprados: transformou o limão na limonada.
Tentou botar o Amaury em cana, fez da filha e do Eduardo Jorge vítimas da sanha petista.
Jenial !
O PiG esteve incansável, na defesa dos princípios de Democracia.
A Carta Capital e Leandro Fortes mostraram que a irmã do Daniel Dantas e a filha do Cerra, elas, sim, é que violaram o sigilo fiscal de 60 milhões de brasileiros – e, por isso, a filha do Cerra está indiciada.
Mas, o PiG não dá sequência ao que a Carta Capital denuncia.
Muito menos o jornal nacional.
E o Cerra só precisa operar o jornal nacional e a Folha.
Esses bastam.
O resto vem no bolo.
Amaral mostra como Dilma cortou o mal pela raiz.
Mandou embora todos os que pudessem eventualmente produzir um dossiê.
E, de público, preservou o trabalho jornalístico do Amaury.
Cerra achou que o jogo tinha sido jogado.
Perdeu a eleição, disse um até breve, e achou que o Amaury ia se jogar numa vala comum.
E a filha ia se safar, numa boa.
Aí, a casa caiu.
Ele soube do livro do Amaury.
Tentou se aproximar do editor, o Luiz Fernando Emediato, mas Emediato não lhe deu bola.
O Privataria Tucana já começava a ser impressa.
E o Cerra deixou de ser intocável.
A mágica foi descoberta.
E o mágico saiu a correr, pela coxia, debaixo de vaia.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

CPI obtém todas as gravações. Civita, tremei !


Quem sabe não há outras conversas do Demóstenes com o Carlinhos, como aquela “o Gilmar mandou subir”?

Íntegra de gravações da PF está liberada à CPMI de Cachoeira


A partir desta sexta-feira, a íntegra das gravações das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, estará à disposição de integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a ligação do contraventor Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados. O material estava com a Justiça Federal em Goiânia e foi trazido até a secretaria da comissão na noite de quinta-feira pelo próprio relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG).


Como se trata de documentação protegida por regras de preservação de sigilo, o material lacrado foi depositado no cofre da secretaria da CPMI. As mídias serão abertas ainda nesta sexta e inseridas no banco de dados referente às operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal. A partir daí, poderão ser consultadas por deputados e senadores que integram a comissão e seus assessores credenciados.


Segundo informações do presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), procedimentos adotados por ele e por Odair Cunha possibilitaram a liberação do material em 48 horas. O senador explicou que, até então, a CPMI só tinha acesso a gravações editadas, contendo as partes de interesse da operação policial. Com o recebimento do novo material, os parlamentares poderão consultar outros trechos que podem ser úteis ao trabalho da comissão.



Como se sabe, a PF do Zé Cardozo dificultou (propositadamente ?) o acesso às informações obtidas na Operação Monte Carlo.
Agora, a CPI e todos os seus membros obtém as informações originais.
Mete a mão naquele precioso material que estava na casa do Carlinhos Cachoeira (do Carlinhos ou do Perillo ?).
Vamos ver os detalhes de como o Demóstenes e o Carlinhos montaram a operação que deu origem ao mensalão (petista, porque o mensalão tucano se segue com a mesma rapidez).
E que permitiu à TV Record “melar o mensalão”.
Vamos ver se dessa vez, com a íntegra das gravações, a “bancada da Globo” consegue impedir o depoimento do Robert(o) Civita e seu diretor em Brasília.
O Requião vai pode repetir da tribuna do Senado: a Veja é agente do Diabo.
Quem sabe não há outras conversas do Demóstenes com o Carlinhos, como aquela “o Gilmar mandou subir”?
O logging dos vôos – será que o Carlinhos “importava” jatinhos daquele jeito que o Zé Cardozo demorou a descobrir ?
E as pegadas da Globo, que o Leandro achou na Carta Capital: haverá outras no crime organizado ?
Teremos o Cerra e o Paulo Preto com o Cavendish na marginal (sic) de São Paulo ?
E o Gurgel, os procuradores, a mulher do Juiz ?
Tem mais prevaricação acoitada, como disse o Collor ?
Como se vê, a CPI já foi longe.
Agora, vai mais ainda.
Ela dura até novembro.
E pode explodir em cima da eleição, não é isso, Paulo Preto ?




Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cadê a gravação da Veja, Noblat?

Pode-se resumir a conduta da imprensa brasileira nos últimos oito anos usando a entrevista do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu ao programa Roda Viva na última segunda-feira e a edição da revista Veja que foi às bancas em 23 de outubro, que fez uma acusação gravíssima a Dilma Rousseff bem na reta final da campanha eleitoral em que ela disputou a Presidência da República.
No caso da entrevista de Dirceu ao Roda Viva, o que deixou ver foi quão poucos argumentos a imprensa tem para justificar a criminalização que faz do petista, criminalização que a campanha de José Serra usou tão fartamente na última campanha eleitoral.  No caso da Veja, o caso é bem mais grave e é dele que este post tratará.
A capa da Veja que foi às bancas em 23 de outubro trazia uma foto do prédio do Ministério da Justiça e uma legenda de história em quadrinhos – em letras garrafais – simulando suposta fala gravada de Pedro Abramovay proferida de dentro do prédio, em que acusava Dilma a um interlocutor de ordenar que ele fizesse “dossiês” contra adversários políticos.
Tão grave quanto a acusação da revista foi post do blogueiro da Globo Ricardo Noblat publicado em 24 de outubro, portanto no dia posterior à publicação da denúncia da Veja. Nesse post, Noblat rebate o sentimento de indignação que brotou na sociedade e que fez a denúncia da revista da Editora Abril ser praticamente ignorada até pelos jornais e telejornais que costumam ecoar suas denúncias sistemáticas contra o PT.
Vejam o post:
clique na imagem acima para ir ao post do Blog do Noblat
Tanto a revista quanto o blogueiro têm obrigação de comprovar as acusações que fizeram. Do contrário, qualquer um pode fazer qualquer acusação a qualquer um sem ter que provar o que disse. Bastará dizer que tem provas de um crime e que não as apresentará às autoridades se não no momento em que lhe for conveniente, o que configura obstrução da justiça e de uma investigação policial.
Mesmo que a lei resguarde o direito ao sigilo das fontes jornalísticas, ao acusar e não mostrar provas para resguardar a fonte aquele órgão de imprensa estará assumindo o ônus de ser condenado por ter difamado, já que a acusação restará não comprovada.
Tanto Noblat quanto a revista Veja estão obrigados a avançar na denúncia que fizeram a Dilma Rousseff, de que ela ordenara a subalternos que fizessem dossiês. A sociedade não pode admitir nem uma coisa nem outra, ou seja, que paire tal suspeita sobre a próxima presidente da República ou que acusação tão grave da revista e do blogueiro fique por isso mesmo.
O Ministério Público Federal tem obrigação funcional de apurar a acusação da Veja e de Noblat  e de cobrar a apresentação da gravação que dizem ter “guardada para uso futuro”. Caso não provem que tal gravação existe, deverão ser denunciados por campanha eleitoral negativa ilegal e por calúnia e difamação. Essa é a opinião deste blogueiro e do Movimento dos Sem Mídia.