Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Lava Jato viola lei para culpar Lula, diz professor de Harvard



Especialista no chamado "lawfare" —o uso da lei para fins políticos—, o antropólogo John Comaroff, 71, professor na Universidade Harvard, afirma que a operação Lava Jato viola a lei para criar "presunção de culpa" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; em entrevista, ele defendeu a substituição do juiz Sergio Moro para acabar com os questionamentos sobre sua isenção nas ações contra o petista, como a divulgação de gravações telefônicas e o grampo no escritório dos advogados de Lula, que o acadêmico classificou como "muito ilegal no mundo todo"; segundo Comaroff, especialistas e formadores de opinião fora do Brasil também questionam a consistência das provas usadas pela força-tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente 

247 - Especialista no chamado "lawfare" —o uso da lei para fins políticos—, o antropólogo John Comaroff, 71, professor na Universidade Harvard, afirma que a operação Lava Jato viola a lei para criar "presunção de culpa" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele defende a substituição do juiz Sergio Moro para acabar com os questionamentos sobre sua isenção nas ações contra o petista, como a divulgação de gravações telefônicas e o grampo no escritório dos advogados de Lula, que ele classificou como "muito ilegal no mundo todo". Segundo Comaroff, especialistas e formadores de opinião fora do Brasil também questionam a consistência das provas usadas pela força-tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente.

"Ao vazar conversas privadas, mesmo que envolvam 20 pessoas, se Lula está entre elas, você sabe que é dele que a mídia falará. Isso é 'lawfare'. Você manipula a lei e cria uma presunção de culpa", sustentou Comaroff.

Em agosto, o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou ilegal a parte das escutas de telefonemas do ex-presidente que havia sido feita após o período autorizado.

Moro, no entanto, já havia tornado pública a íntegra das conversas, que causaram polêmica pelo palavreado de Lula e, especialmente, pelo diálogo em que a então presidente Dilma Rousseff dá a entender que nomearia o antecessor ministro para garantir a ele foro privilegiado.

Comaroff também questionou o grampo no escritório dos advogados do petista, o que classificou como "muito ilegal no mundo todo".

"Não se pode fingir que não se esperava que essas medidas contra Lula não teriam impacto. Isso demonstra uma ânsia em acusá-lo", disse o professor. "Parece que Lula tem recebido um tratamento diferente nos aspectos legais na operação", criticou.

Comaroff foi procurado pelos advogados do ex-presidente na condição de especialista em "lawfare" –o professor disse que não prestará serviços à defesa.

"Eu estou tentando entender o caso. Meus colegas aqui em Harvard não conseguem compreender. Há fatos que perturbam a audiência internacional", afirmou Comaroff. "O país possui um sistema legal robusto. Não há necessidade de se violar a lei."

Diante dos questionamentos formais da defesa à conduta de Moro, o antropólogo disse que a saída do juiz do caso seria demonstração de isenção política da Lava Jato."

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Lula rebate Folha: obteve informações ilicitamente

:

Assessoria de imprensa do ex-presidente Lula desmente reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira 29 que informa que a Receita Federal retirou a isenção fiscal do Instituto Lula por desvio de finalidade e quer cobrar até R$ 12 milhões da entidade; nota diz que o instituto "não recebeu qualquer notificação"; "A matéria publicada, além de ser caluniosa, faz crer que seria embasada por supostas informações que teriam sido obtidas ilicitamente através de vazamentos seletivos que já se tornaram rotina no Brasil. Não por acaso, a matéria é divulgada exatamente no dia do depoimento da presidenta Dilma Rousseff no Senado Federal e com a presença do ex-presidente Lula", diz trecho do texto

29 de Agosto de 2016

247 – O Instituto Lula rebateu reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira 29 que informa que a Receita Federal retirou a isenção fiscal da entidade por desvio de finalidade e quer cobrar até R$ 12 milhões. A nota diz que o instituto "não recebeu qualquer notificação" e acusa o jornal de obter informações de forma ilícita.

"A matéria publicada, além de ser caluniosa, faz crer que seria embasada por supostas informações que teriam sido obtidas ilicitamente através de vazamentos seletivos que já se tornaram rotina no Brasil. Não por acaso, a matéria é divulgada exatamente no dia do depoimento da presidenta Dilma Rousseff no Senado Federal e com a presença do ex-presidente Lula", diz trecho do texto.
Leia abaixo a íntegra:

NOTA À IMPRENSA

Instituto Lula reafirma a legalidade de suas atividades e rechaça matéria tendenciosa da Folha de S.Paulo
São Paulo, 29 de agosto de 2016,

O Instituto Lula sempre atuou e continua atuando dentro de suas funções legais. A matéria divulgada pela "Folha de S.Paulo"

nesta segunda-feira (29) não cita nenhuma fonte de suas informações e faz supor que teve acesso a relatórios


confidenciais de posse exclusiva de auditores da Receita. Nós não acreditamos que isso tenha ocorrido.

O Instituto Lula não recebeu qualquer notificação da Receita Federal sobre as apurações que este órgão faz sobre

nossas contas e que foram respondidas regularmente em janeiro de 2016. Novas informações foram solicitadas pela Receita recentementee entregues na última quinta-feira, 25 de agosto de 2016.


A matéria publicada, além de ser caluniosa, faz crer que seria embasada por supostas informações que teriam sido obtidas ilicitamente

através de vazamentos seletivos que já se tornaram rotina no Brasil. Não por acaso, a matéria é divulgada exatamente no dia do depoimento da presidenta Dilma Rousseff no Senado Federal e com a presença do ex-presidente Lula.


O Instituto Lula é uma instituição de "defesa dos direitos sociais", assim classificada pelo CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas – sem qualquer fim lucrativo. Suas atividades são realizadas graças a doações efetuadas por pessoas físicas e jurídicas e através de acordos, parcerias e convênios que firma com organismos multilaterais e organizações não governamentais de várias partes do mundo.

Os objetivos principais do Instituto Lula são atuar por uma maior integração entre os países da América Latina; estimular o compartilhamento de experiências no combate à pobreza e à fome com os países africanos e, ainda, a preservação do legado e da memória do ex-presidente.

Para concretizar esses objetivos, criamos as Iniciativas América Latina e África. Suas atividades consistem principalmente em organizar encontros, seminários, viagens, debates, pesquisas, estudos e reuniões para produzir, articular e divulgar as políticas públicas e programas sociais brasileiros de combate à fome e à miséria. O Instituto não trabalha com projetos assistenciais em nenhum lugar do mundo. Seu objetivo central é a cooperação na área social e o intercâmbio com experiências de outros países em desenvolvimento.
No âmbito do compartilhamento de experiências, está no ar há mais de um ano o portal Brasil da Mudança http://www.brasildamudanca.com.br/, um compêndio em três línguas das políticas públicas de sucesso no país. Em memória das lutas democráticas do povo brasileiro, foi produzido o museu digital Memorial da Democracia http://memorialdademocracia.com.br/

Todas as atividades do Instituto Lula são públicas, nenhuma delas revela qualquer desvio de funções. Elas foram divulgadas regularmente através do site do Instituto Lula http://www.institutolula.org/ e de comunicados constantes à imprensa. Cinco relatórios foram publicados em 2015 e 2016 onde constam todas as atividades realizadas pelo Instituto desde a sua constituição e podem ser lidos também no site do Instituto.

Relatório

25 anos: http://www.institutolula.org/uploads/institutolula2015.pdf

Relatório

da Iniciativa África: http://www.institutolula.org/conheca-as-atividades-e-leia-o-relatorio-da-iniciativa-africa-do-instituto-lula


Relatório

América Latina: http://www.institutolula.org/relatorio-de-atividades-da-iniciativa-america-latina-do-instituto-lula


Atividades

Internacionais: http://www.institutolula.org/relatorio-de-atividades-internacionais-do-instituto-lula

Projetos

Digitais: http://www.institutolula.org/relatorio-dos-projetos-digitais-do-instituto-lula


O Instituto Lula não tem nenhum fim lucrativo, portanto, todas as doações recebidas são utilizadas para custear suas atividades e para pagar suas despesas correntes. Para realizar essas atividades o Instituto Lula conta com o trabalho de um grupo de colaboradores contratados regularmente pela CLT, com o apoio voluntário de uma relação de estudiosos, pesquisadores e sindicalistas e através dos serviços pontuais prestados por fornecedores. É exatamente o mesmo modelo de dezenas de fundações e institutos similares que existem no Brasil e no mundo, liderados por ex-presidentes da República ou autoridades de renome.

O Instituto Lula jamais fez qualquer pagamento a prestadores de serviços sem a identificação do seu destinatário. A empresa G4 foi

uma dessas fornecedoras. Ela prestou serviços em quatro projetos digitais do Instituto e foi remunerada por isso. A especificação destes serviços foi minuciosamente descrita para a Receita Federal, esses trabalhos foram efetivamente realizados e pagos mediante entrega de notas fiscais e tiveram seus impostos recolhidos regularmente. Meses atrás, quando questionados por um veículo de imprensa sobre a referida empresa, o Instituto Lula emitiu a seguinte nota de esclarecimento: http://www.institutolula.org/conheca-o-trabalho-da-g4-brasil-com-o-instituto-lula


O Instituto Lula entregou à Receita Federal em 21 de janeiro de 2016 todas as informações solicitadas sobre suas movimentações financeiras de 2011 a 2014. No dia 25 de agosto passado entregamos à Receita as respostas a novas indagações daquele órgão. Não temos notícia do encerramento destas averiguações e não acreditamos que esses dados tenham sido vazados para a imprensa, o que caracterizaria um procedimento absolutamente ilegal. Tudo indica que estamos diante de mais um ataque infundado ao ex-presidente Lula com o objetivo de causar danos irreparáveis à sua imagem, ao se basearem em informações incorretas que só tumultuam o processo de apuração

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Globo mandou remover todas citações a FHC em reportagens sobre Lava Jato

Globo mandou remover todas citações a FHC em reportagens sobre Lava Jato.

 Miguel do Rosário

O PIG - globo logo golpe golpista cópia

Trecho de post do Nassif, publicado hoje em seu blog:

O jogo da informação

É por aí que se entende a campanha da mídia em busca do impeachment.
Os vícios do modelo político brasileiro afetam todos os partidos. Mais ainda o governo FHC com a compra de votos e as operações ligadas ao câmbio e à privatização. A gestão Joel Rennó foi das mais controvertidas da história da empresa.

Ao tornar o noticiário seletivo, os grupos de mídia conspiram contra o direito à informação, centrando todo o fogo em uma das partes e blindando todos os malfeitos dos aliados.
Ontem, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo com o seguinte conteúdo:

“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação

Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.

O recado se deveu ao fato da reportagem ter procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro Barusco – de que recebia propinas antes do governo Lula.

No Jornal Nacional, o realismo foi maior. Não se divulgou a acusação de Barusco, mas deu-se todo destaque à resposta de FHC (http://migre.me/oyiwP) assegurando que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual de Barusco com seus fornecedores; e no governo Lula, de acertos políticos.

Proibiu-se também a divulgação da denúncia da revista Época (do próprio grupo) contra Gilmar Mendes.
*
Que primor de “isenção”!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

ESTRATÉGIA É JOGAR DECANO PARA A PRÓXIMA SEMANA

sábado, 18 de agosto de 2012

Os juízes já tem a cabeça feita? O Gilmar, por exemplo?

“Não pode ser verdade”, diz ele sobre a notícia que corre nos diferentes meios de comunicação de que já estariam prontos os votos dos ministros.



Inocêncio Mártires Coelho conhece uma boa parte dos ministros do Supremo.

Um, por exemplo, ele conhece muito bem:

Segundo a revista Carta Capital nessa reportagem de Leandro Fortes, Mártires Coelho acusou o ex-sócio Gilmar Dantas (*) de sonegar impostos e de avançar sobre o Caixa de empresa.

Gilmar teria levantado rapidamente R$ 8 milhões para indenizar o sócio e abafar o caso.

E este homem é quem vai jugar os mensaleiros do PiG (**).

Agora, na Carta Capital desta semana, – clique aqui para ler o estupendo editorial do Mino, sobre a liberdade de Policarpo, pela qual o Miro Teixeira preza tanto,- Mauricio Dias tem a boa ideia de recuperar a sustentação oral de Mártires Coelho em defesa do ex-deputado José Borba.

“Não pode ser verdade”, diz ele sobre a notícia que corre nos diferentes meios de comunicação de que já estariam prontos os votos dos ministros, independente da derradeira fala dos advogados de defesa.

“Não, isso não pode ser verdade, sobretudo porque, neste momento em que a defesa se pronuncia pela última vez, pontos importantes, que eventualmente tenha passado despercebidos (…) certamente influenciarão, na exata medida em que lhes tragam razões novas capazes de justificar a decisão final.”

As reportagens a que se refere Mártires Coelho, lembra Mauricio, “formam o rolo compressor da imprensa para a condenação dos réus. É a pressão final. Neste caso, com a contribuição de alguns ministros.”

É a “mídia opressiva”, a que se referiu o Kakay, ao absolver o Duda.

É o março de 1964 que se re-instalou no Brasil em que Peluso talvez  reencarne o Kruel.
Mauricio conclui o artigo com uma frase irretocável de Mártires Coelho:

Quando se pede a imparcialidade do julgador, pede-se tão somente que “ele não tome partido e que arbitre as contendas com a maior isenção, tratando o irracional, em que consiste a aplicação do direito, da forma mais racional possível.”

Paulo Henrique Amorim

(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Folha ‘atacou’ Alckmin para simular ‘isenção’

Sim, você leu direito: enfim algum grande meio de comunicação publicou uma “denúncia” contra um tucano. Na verdade, o que é mais surpreendente é que a “denúncia” cita familiares do governador Geraldo Alckmin, o que, até então, pensava-se ser regalia exclusiva de petistas. E, para completar, foi parar na primeira página (!?) da Folha de São Paulo.
Corte para a entrevista que o ex-ministro José Dirceu concedeu no último domingo ao programa É Notícia!, da Rede TV, comandado pelo jornalista Kennedy Alencar, que também trabalha na Folha. Lá pelas tantas, travou-se um diálogo entre entrevistador e entrevistado que explicará o súbito surto de “imparcialidade” do jornal paulista.
—–
(…)
Kennedy Alencar – O PT ajudou a implantar no Brasil um padrão ético muito rigoroso. Cobrava muito dos outros partidos.O senhor mesmo, na CPI do Collor… Mas o PT tem dificuldade de aceitar ser cobrado pelo mesmo padrão que ele cobrava os outros. Aí, como o Jaques Wagner já disse, não é o pecado do pregador? O PT não tem que ser mais cobrado, ministro, porque, justamente, foi o partido que cobrava muito dos outros ética?
José Dirceu – O PT é o único partido cobrado…
Alencar – Não é verdade…
Dirceu – Os escândalos do PSDB…
Alencar – Não é verdade…
Dirceu – Os escândalos do PSDB…
Alencar – O PR, agora…
Dirceu – Não, estou falando da oposição. Os escândalos do PSDB, geralmente…
Alencar – Recentemente teve uma matéria na Folha sobre familiares da mulher do governador de São Paulo.
Dirceu – Mas os grandes escândalos não se transformaram em grandes matérias jornalísticas.
Alencar – Mas o PT não merece ser mais cobrado?
(…)
—–
Primeiramente, a idéia de Alencar é absurda. Por que o PT merece ser mais cobrado? Porque exigia ética quando estava na oposição? Ora, o PSDB exige ética do PT no governo federal há quase nove anos e nem por isso a mídia cobra os tucanos em São Paulo. O PSDB também merece ser mais cobrado?
Mas o fato principal não é esse. Viram como Alencar aludiu à primeira e única matéria supostamente incômoda para o governador de São Paulo que saiu na primeira página – e, provavelmente, nas páginas internas – neste ano? Então… Foi para isso.
A matéria saiu no dia 30 do mês passado e nunca mais se tocou no assunto.  E ela não se espalhou pela mídia paulista, como acontece com as matérias contra o PT. Ficou circunscrita àquela edição isolada da Folha e, de acordo com o que costuma acontecer quando algum veículo publica alguma coisa incômoda para os tucanos, o assunto desaparece logo depois e não volta nunca mais.
Dirceu cometeu um erro, naquele ponto da entrevista. Deixou o dito pelo não dito. Não insistiu no assunto de que, como disse a Alencar, o PT é o único partido de quem a mídia cobra ética. Se explorasse o tema encurralaria o lépido entrevistador, apesar de ter se saído bem na entrevista.
A matéria da Folha é uma piada. Não tem nada que ver com o governador. A empresa de familiares de Lu Alckmin é investigada sob suspeita de ter se beneficiado de uma fraude de R$ 4 milhões contra a Prefeitura de São Paulo. O caso ocorreu entre 1994 e 1999. A fraude apontada teria sido efetuada na gestão do então prefeito Celso Pitta, já morto.
Em 2001, a prefeita Marta Suplicy ( PT) mandou arquivar o caso contra o adversário político. Claro que não foi em frente porque a denúncia não tinha futuro. Por isso a Folha publicou.
Dirceu perdeu a chance de citar todos os escândalos tucanos que a mídia esconde. O do Rodoanel (superfaturamento), o das obras de desassoreamento do rio Tietê (dinheiro foi desviado das obras para publicidade do governo Serra), sem falar em mais de cem pedidos de CPI que dormitam na Assembléia Legislativa paulista por ordem do PSDB, e a imprensa não dá um pio.
Poderia ter sido feito um desafio a Alencar: apurar os últimos doze meses de matérias da Folha, ao menos, e quantificar quantas denúncias o jornal fez contra governos petistas e tucanos. Acabaria com a conversa e desmontaria a estratégia da mídia de publicar alguma denúncia besta contra o PSDB episodicamente para se dizer “isenta”.
O que se pode extrair disso tudo é que esse jornal encenar tal farsa – que Alencar usou descaradamente – revela que a mídia está acusando o golpe. Ou seja: se tenta provar que é isenta é porque se sente incomodada pelos que dizem que não é. Certamente acha – ou sabe – que, apesar de não falarmos tão alto quanto ela, acabamos sendo ouvidos.
—–
ATUALIZAÇÃO
6 de setembro de 2011 às 14:30 hs
Se a Folha quer mesmo fiscalizar escândalos envolvendo Alckmin, que tal ir onde há fumaça? Abaixo, um foco para o jornalão “isento” fiscalizar.
A filha de Alckmin e o contrabando da Daslu
Altamiro Borges
Talvez por sua formação puritana no Opus Dei, o candidato Geraldo Alckmin gosta de se fingir de casto e imaculado. No debate da TV Bandeirantes, ele fez questão de se mostrar “indignado” com a corrupção e criticou o fato de o presidente Lula repetir que “não sabia” dos desvios de conduta no seu governo. “É só perguntar aos seus amigos de 30 anos”, alfinetou o falso moralista num momento de cólera bem ensaiado.
Mas, para ser conseqüente e manter as aparências, Alckmin deveria ter se desculpado em público por ter cortado a fita de inauguração da Daslu, templo de consumo dos ricaços, hoje processada por contrabando, sonegação fiscal e outras crimes. “Eu não sabia”, deveria ter tido. Também poderia pedir desculpas por sua filha, Sophia Alckmin, ter sido gerente de compras nesta loja de contrabandistas. “Eu não sabia”. E ainda deveria explicar porque os diretores da Daslu, sempre acompanhados de sua filha, reuniram-se com o secretário da Fazenda do seu governo, Eduardo Guardia. “Eu não sabia”. Entre uma pregação do Opus Dei e sua agenda de governador, talvez não tenha tido tempo para acompanhar os negócios de sua filha!
Alckmin chegou de helicóptero
A nova loja da Daslu, um prédio de quatro andares e 20 mil metros quadrados, situada num bairro nobre da capital, foi inaugurada em junho de 2005. A colunista Mônica Bérgamo, do jornal Folha de S.Paulo, descreveu a festança dos ricaços com ares de ironia. “E soam os violinos da Daslu Orchestra, formada por 50 músicos. São 12 horas de sábado. Alckmin, que chegou ao prédio de helicóptero, desfaz a fita. ‘A Daslu é o traço de união entre o bom gosto e muitas oportunidades de trabalho’, diz. Só para a família Alckmin são duas: trabalham lá a filha [diretora de novos negócios da butique] e a cunhada dele, Vera”.
Ainda segundo a picante crônica de Mônica Bérgamo, “Sophia puxa o pai pelo braço: começa o tour pela Daslu. Primeiro piso, importados femininos. Alckmin entra na Chanel, onde um smoking de veludo preto é vendido a R$ 22.600, uma sandália de cetim, gurgurão e pérolas sai por R$ 2.900 e uma bolsa multipocket, por R$ 14.000. As vendedoras informam que há mais de 50 pessoas na fila em São Paulo para comprar o mimo, até baratinho se comparado à bolsa Dior de couro de crocodilo, de R$ 39.980, e à mais cara Louis Vuitton, com pele de mink: R$ 23 mil”.
“Vou colocar um jeans”
“Sophia leva o pai até o segundo pavimento. Mostra um helicóptero pendurado no teto. ‘Que lindas as motos, Sô’, diz Lu Alckmin à filha ao ver, encostada perto da escada, uma moto Harley Davidson (R$ 195 mil). Alckmin entra na Ermenegildo Zegna, passa pela Ralph Lauren, onde uma camiseta pode custar R$ 2.460. ‘É tudo muito colorido aqui’, observa. Os carros chamam a atenção do governador. Estão em exibição um Volvo de R$ 365 mil, lanchas de R$ 7 milhões, TVs de plasma de R$ 300 mil”.
”O governador começa a fazer o caminho de volta. Os repórteres perguntam a Lu Alckmin: A senhora está de bolsa Chanel. E a blusa? ‘É Burberry’, responde Lu. ‘Gosto de peças clássicas’. O governador, que diz comprar só ‘umas camisas’ na Daslu, aperta o passo. Ainda vai a Carapicuíba. E Lu tem que correr para o Palácio dos Bandeirantes. Precisa se trocar, ‘colocar um jeans’, para outro compromisso: um evento na Água Branca em que caminhões de vários bairros entregarão agasalhos doados para as crianças pobres da cidade enfrentarem o inverno que se avizinha”, conclui, sarcástica, Mônica Bérgamo.
“Uma organização criminosa”
Poucos meses depois do ex-governador cortar a fita inaugural da Daslu, um antigo processo judicial contra os donos da butique de luxo finalmente ganhou agilidade. No final de dezembro, a juíza Maria Isabel do Prado, da 2a Vara de Justiça Federal de Guarulhos (SP), recebeu os livros contábeis e fiscais da loja. Para ter acesso a estes documentos, a juíza chegou a ameaçar de prisão a dona da butique, Eliana Tranchesi, o seu irmão Antonio Carlos Piva e os responsáveis pela contabilidade do estabelecimento.
Tais papéis comprovaram a denúncia do Ministério Público Federal de que a Daslu atua em conluio com importadoras para substituir notas fiscais fornecidas por grifes estrangeiras por notas falsas subfaturadas. Com base nos livros fiscais e contábeis, Eliana e seu irmão foram acusados de formação de quadrilha, importação irregular e falsidade ideológica. No caso da influente proprietária, a soma de penas por estes crimes chega a 21 anos de prisão. Segundo Jefferson Dias, procurador da República, a Daslu agia como uma quadrilha. “Trata-se de uma organização criminosa pela hierarquia e a divisão de tarefas que existia”.
Devido aos seus estreitos vínculos com figurões da elite e autoridades do governo estadual, a trambiqueira de luxo sequer tomou os cuidados que outros sonegadores costumam adotar. “A sensação de impunidade fez com que eles se descuidassem e a situação ficou descontrolada”, argumenta Matheus Magnani, outro procurador envolvido na apuração. Eliana Tranchesi participava diretamente do esquema ilícito, chegando a enviar aos fornecedores estrangeiros pedido em inglês para que eles não remetessem faturas verdadeiras dos produtos. A proprietária ainda foi acusada de crime contra a ordem tributária e evasão de divisa.
ACM chorou e Bornhausen esbravejou
Diante destas graves acusações e da tentativa de ocultar provas, em 13 de junho de 2006, a Polícia Federal acionou a Operação Narciso e ocupou a Daslu com 250 agentes e 80 auditores fiscais. A inédita operação foi elogiada pela sociedade, mas os ricaços, a mídia e vários políticos da elite fizeram um baita escândalo. A asquerosa revista Veja chegou a afirmar que a ação da PF era uma jogada do governo Lula para abafar a crise política. O senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, criticou o “revanchismo”. Já o coronel Antônio Carlos Magalhães, assíduo freqüentador da loja, chorou ao falar ao telefone com a contraventora detida por algumas horas. E a poderosa Federação da Indústria de São Paulo convocou um ato de repúdio.
O líder do PSDB, deputado Alberto Goldman, foi quem explicitou a forma de agir da burguesia. Para ele, “essa prisão pode gerar uma crise econômica. O empresário vai dizer: para que vou investir no Brasil se posso ser preso?”. Ou seja: na concepção tucana, só quem pode ser preso no país é o ladrão de galinha! O empresário que sonega imposto, remete ilegalmente dinheiro ao exterior ou comete outros crimes não pode ser tocado e ainda conta com a ajuda de certos políticos – que depois serão recompensados nas suas campanhas. O escândalo da Daslu explicitou que a corrupção é regra no mundo dos negócios capitalistas.
Reuniões na Secretaria da Fazenda
A Operação Narciso também levantou fortes suspeitas sobre a atuação do governador Geraldo Alckmin, que havia inaugurado o mega-loja de luxo na capital paulista. Na ocasião, a mídia destacou o fato da sua filha, Sophia Alckmin, ser uma prestigiada “dasluzete”, responsável pelo setor de novos negócios da loja. No rastro da ação da PF, surgiram denúncias de que esta influente funcionária já havia se reunido com o secretário da Fazenda de São Paulo, Eduardo Guardia. O governo negou e a mídia preferiu o silêncio!
Mas, convocado para depor na Assembléia Legislativa, Guardia admitiu que a filha de Alckmin estivera na sede da secretaria junto com outros chefões da Daslu em, pelo menos, duas vezes no primeiro semestre de 2005. As visitas ocorreram exatamente no período em que loja solicitou autorização da Fazenda para instalar um sistema de vendas com caixa único, algo pouco usado no país e mais vulnerável à sonegação. O secretário negou qualquer “concessão de privilégios”, mas gaguejou ao explicar a visita da “ilustre” filha do governador. Uma auditoria especial do Tribunal de Contas foi solicitada para averiguar o caso.
Para Renato Simões, deputado estadual do PT, não resta dúvida sobre os vínculos do ex-governador com a Daslu. “Os líderes da bancada governista primeiro negaram a presença da filha do Alckmin na Fazenda. O secretário, por sua vez, confirmou a ida. Isso significa que houve uma tentativa de usar o nome da filha do governador para agilizar a tramitação do processo do caixa único”. A tucanagem paulista, que hoje tenta posar de vestal da ética e adora ostentar o luxo desta butique das trambicagens, deve uma explicação à sociedade. A mídia venal, que evita tratar do assunto com o destaque que ele merece, também! Já o presidenciável Geraldo Alckmin, caso seja acuado, poderá dizer: “Eu não sabia”.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Por que o debate da Globo não presta


    O debate presidencial, aquele que se considerava “decisivo”, porque o Serra ia “virar”, o debate foi ao ar às 22H35.

    Depois da novela em que se supõe que os personagens falem italiano.

    O debate foi no mesmo horário em que a Globo autoriza que os jogos do Brasileirinho se realizem.

    (A Cristina Kirchner comprou os direitos do campeonato argentino e distribui a todos os canais, que exibem na hora em que quiserem.)

    O debate da Globo é para o brasileiro que pode ir dormir depois da meia noite: ou seja, os ricos.

    O debate é uma chatice porque :
    1) as perguntas são sobre temas sorteados;
    2) quem faz as perguntas são os candidatos.

    Por isso, as perguntas não são perguntas, mas plataforma para o candidato dizer o que quer.

    E as perguntas são dirigidas ao adversário que esconda o maior rival.

    Quando a Dilma pergunta ao Plínio, é porque quer esconder o Serra.

    E o Serra só entrou no ar às 23H.

    O formato da Globo acabou por ser um tiro no pé do Serra.

    Quem sabe fazer pergunta é jornalista.

    Candidato sabe pedir voto – quando sabe, o que não é o caso do Serra.

    Candidato não sabe perguntar.

    Por isso, o debate ficou assim: insípido, inodoro e incolor.

    E por que ficou assim ?

    Porque os candidatos e os partidos quiseram fugir dos jornalistas.

    E por que fugiram dos jornalistas ?

    Porque os jornalistas brasileiros, em geral, não prestam.

    São partidários e, na maioria, tucanos.

    Como diz o Mino Carta: o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama o patrão de “colega”.

    Para evitar que o debate seja conduzido por perguntas do Jabor, da urubóloga ou do Waack, os partidos amarraram o debate.

    Criaram um formato imune à tensão.

    É como se a bola não pudesse passar da intermediária.

    É um debate do tipo “risco-zero”.

    O debate faz parte do sistema político brasileiro, em que não há discussão de políticas publicas.

    Não há confronto de idéias.

    O que mais informa acaba sendo, como a propaganda da Dilma, o horário eleitoral gratuito.

    A lei que regula a entrada de candidatos na televisão também é essencialmente idiota.

    Consiste em não aprofundar nada.

    Por que ?

    De novo, porque os partidos precisavam se proteger, antes de tudo, da parcialidade da Globo.

    E aí fica essa bobagem do “dia do candidato”.

    Em que o pobre espectador tem que ouvir a Bláblárina Silva – a candidata de duas caras, como disse o Santayana – dizer “é muito grave”, “é prioritário”, faremos “um plebiscito”.

    Nos Estados Unidos, por exemplo, os debates são no horário nobre.

    Patrocinados por entidades educacionais, geralmente.

    E quem faz as pergunta são jornalistas – que todo mundo reconhece como jornalistas sérios, imparciais.

    A Dilma aceitaria que só a Miriam fizesse as perguntas ?

    Ou o Jabor ?

    Melhor ir para o clinch – e não deixar o Serra respirar.

    Debate não decide eleição, como profetizou Don Hewitt, que, em 1960,  dirigiu o primeiro dos debates na tevê, entre Kennedy e Nixon.

    O máximo que faz é acentuar tendência que já prevalecia antes do debate.

    Cada um vê no debate o que quer ver. 

    Mas, poderia ser um instrumento de informação e formação.

    Se não fosse ao ar no horário do Brasileirinho.

    A presidente Dilma Rousseff não foge de uma responsabilidade que se impõe diante dela: promulgar a Ley de Medios.

    O brasileiro precisa conhecer, discutir seus problemas.

    Do contrário, o sucessor da Dilma será o Berlusconi.

    Paulo Henrique Amorim