Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
Mostrando postagens com marcador crise financeira mundial. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador crise financeira mundial. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 17 de setembro de 2013

NOTICIÁRIO INTERNACIONAL: UMA EXTENSÃO DA GUERRA INTERNA


*Obama falou com Dilma por 20 minutos nesta 2ª feira:  telefonema de Washington adiou para hoje a decisão sobre a viagem de outubro aos EUA, da qual Dilma já havia desistido, em resposta à espionagem da CIA no país (leia a reportagem de Najla Passos e o relato do clima nos bastidores do governo sobre esse tema)

**A crise mundial acabou? O que teria mudado para que ela virasse passado? 

** 93% apoiam os corredores de ônibus em SP (Ibope); 73% apoiam o 'Mais Médicos'(CNT): governo aprendeu o caminho das pedras?



A ONU confirmou o uso de gás sarin num ataque a um subúrbio
de Damasco no dia 21 de agosto.O documento não define os responsáveis pelo ataque, embora o secretário-geral, Ban-Ki-moon, ensaie uma espécie de domínio do fato contra o regime de Damasco. O recurso, como se vê, é multiuso. O brasileiro Paulo Sergio Pinheiro, comissário da ONU que investiga crimes contra os direitos humanos na Síria há mais de dois anos, tem uma opinião diferente. Ele concedeu uma profilática entrevista à Folha nesta 2ª feira, retificando um 'consenso' para o qual se empenham colunistas do próprio jornal. "As análises estratégicas por parte de vários países, os quais não vou nomear, foram profundamente enganadas e enganosas (...) porque alguns interesses externos apostam na destruição do Estado sírio", disse Pinheiro e disparou no alvo: " Se houvesse um Datafolha na Síria hoje, mais de 50% estariam a favor dele (Assad)". Quantas vezes você leu ou ouviu isso antes, sobre um conflito que se arrasta há dois anos? A manipulação do noticiário internacional é um socavão intocado do jornalismo conservador. Escuro e embolorado, ele desautoriza ilusões no fim da guerra fria. O muro caiu; mas as classes continuam de pé. E a mídia oligopolizada está onde sempre esteve: editorias de internacional fazem da guerra externa uma extensão do combate interno. (LEIA MAIS AQUI.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

‘GESTÃO TUCANA' ROLA NA ENXURRADA COMO SACO DE LIXO

O mapeamento das áreas de risco em SP está desatualizado e atrasado;sem ele a administração rola na enxurrada como saco de lixo. Serra investiu no ala(r)gamento da Marginal mas não cuidou da limpeza do rio. Desde 1998, foram construídos 43 dos 134 piscinões previstos na Grande São Paulo. Das 22 ações antienchentes previstas para a cidade de SP em 2010, 14 tiveram investimentos abaixo da meta e, entre elas,  registrarm investimento zero. Um homem morreu afogado na avenida Nove de Julho, centro da capital, na chuva desta 2º feira. O PSDB governa o estado há 16 verões.(Carta Maior, 12/01/2011)

A CICATRIZ NÃO FECHOU:PORTUGAL, ESPANHA... QUEM É A BOLA DA VEZ?

 Grandes desequilíbrios entre credores e devedores gerados pela crise mundial de 2007/2008 formam uma cicatriz planetária que ainda não se fechou. O rastilho de contaminação dos balanços chegou à contabilidade dos Estados nacionais. Pressionados a socorrer bancos, famílias e especuladores, governos assumiram dívidas privadas e agora são coagidos pelos próprios mercados a promover ajustes de gastos sociais para garantir o pagamento de juros sobre seus déficits. Arisco, o dinheiro especulativo exige mais e mais cortes, mais e mais  juros  na rolagem de dívidas públicas mais e mais explosivas.
 
O jornal Financial Times tomou o pulso desse confronto silencioso colhendo previsões e sentenças de conselheiros e gestores dos grandes fundos mundiais , cujos impulsos nervosos poderão decidir a sorte de povos, governos e nações nos próximos meses. A Europa é a usina da turbulência. Mas ninguém está a salvo. Quem será a bola da vez? Excertos das opiniões colhidas pelo FT, em tradução do Valor: 

"Primeiro foram os lares, depois os bancos, o setor privado e agora os governos" ( Mohamed El-Erian, executivo-chefe do Pimco, um dos maiores fundos de investidores do mundo).   ‘Os próximos meses deverão se mostrar vitais. Governos da zona do euro precisam captar bilhões de euros; companhias dos chamados países periféricos da zona do euro, incluindo Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, têm necessidades parecidas" ( Steven Major, diretor de análises do HSBC).  "Tudo isso está alimentando especulações de um conflito iminente entre credores e devedores globais, com grandes implicações para os países mais endividados. Teremos essas batalhas entre credores e devedores" (Matt King, diretor de estratégia do Citigroup).   "Um grande fator diferenciador é a soberania ". (Steven Major, do HSBC, sobre o poder dos Estados para reagir às pressões com medidas fiscais e monetárias em defesa do interesse social.) Leia mais.

(Carta Maior; Quarta-feira, 12/01/2011)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Tucano exótico defende racionalidade e rejeita neoliberalismo

 

Por quem é mais racional
Luiz Carlos Bresser-Pereira
A crise demonstra que os governos dos Estados são mais racionais que agentes privados e suas empresas
Durante os 30 anos neoliberais aprendíamos que o Estado era a fonte de todos os males; que o setor privado estava sempre equilibrado porque era coordenado pelo mercado, enquanto que o Estado -regido pela política- era objeto do populismo econômico e se constituía em um obstáculo maior ao crescimento com estabilidade.

Além de antidemocrática, a tese era falsa, porque as crises financeiras demonstraram através dos tempos que o mercado jamais foi capaz de controlar o comportamento especulativo dos agentes privados.

E era meia verdade em relação ao Estado, porque há políticos populistas, mas a maioria é responsável fiscalmente, porque sabe que dessa responsabilidade depende sua sobrevivência.

O que não estava claro era que os grandes deficit financeiros do Estado eram devidos ao setor privado, não ao populismo dos políticos.

Quando estoura uma crise bancária, o Estado, primeiro, age como um emprestador de última instância para socorrer os bancos, e, em seguida, aumenta os seus gastos para restabelecer a demanda agregada e evitar o colapso do sistema econômico.

Em consequência desses dois fatos, incorre em grande deficit público, e a dívida pública se torna muito elevada não obstante não tenha havido irresponsabilidade fiscal.

Este fato tornou-se patente em relação aos grandes países ricos na crise financeira global de 2008.
Na maioria dos casos os governos estavam com suas contas equilibradas; a irresponsabilidade foi privada e se expressou em bolhas de ativos: de imóveis, de commodities, e do mercado acionário.

Quando a crise arrebentou, apenas o Estado tinha condições de socorrer o setor privado. Foi o que fez; em consequência, seu deficit público e sua dívida pública explodiram.

Estes fatos podem ser observados de maneira clara em um país pequeno como a Irlanda, que, agora, está na crista da crise financeira de 2008, hoje transformada em quase-estagnação dos países ricos.

O governo estava com seu deficit público sob controle, de forma que, entre 2004 e 2007, a dívida pública diminuiu de 30% para 25% do PIB. Entretanto, quando rompeu a crise e os bancos quebraram, o deficit público explodiu e, neste ano, se forem considerados os aportes aos bancos, o deficit público será de 32% do PIB! Em consequência, a dívida pública já no ano da crise subiu para 44%, em 2009 foi para 65%, e neste ano deverá alcançar 99% do PIB!

O caso é exemplar. E a crise como um todo mostra uma coisa mais geral: os governos dos Estados são mais racionais do que os agentes privados e suas empresas. Sim, mais racionais.

O político toma decisões com razoável conhecimento das consequências de seus atos, enquanto que os agentes privados fazem profecias autorrealizadas ao preverem o aumento dos preços dos ativos e os comprarem.

Entram, assim, em um ciclo irracional de manias, euforias e crises. Em outras palavras, as bolhas de ativos surgem, crescem e explodem porque compras de ativos promoveram a valorização prevista.

Não estou sugerindo que o mercado seja uma instituição de coordenação econômica que possamos dispensar. É insubstituível. Mas desde que permanentemente regulado e rerregulado por quem é mais racional: o Estado.


Leia mais em: EsquerdoNews
Under Creative Commons License: Attribution

terça-feira, 23 de novembro de 2010

FUGA DO EURO ASSOMBRA BANCOS E GOVERNOS: IRLANDA AGONIZA. CRISE FINANCEIRA VIRA CRISE POLÍTICA. GRÉCIA REQUER AJUDA ADICIONAL. QUEM SERÁ O PRÓXIMO?



Oposição quer eleições gerais antes do pacote e sindicatos marcam protesto contra o arrocho na Irlanda. Governo tem moção de desconfiança. Mercados assombrados pelo medo de contágio: crise bancária e fiscal na Europa poderá se espalhar dos países chamados periféricos - Grécia, Irlanda e Portugal - para os maiores - Espanha e Itália. Fuga maciça de capitais assombra as noites e angustia os dias de governos e instituições da União Européia. Ações do Banco da Irlanda caíram 36% ontem. Estimativas indicam que o Estado (mínimo) irlandês,virtualmente quebrado, precisará de um papagaio de 65 bilhões de euros para se financiar nos próximos três anos; bancos igualmente quebrados, buscam 30 bi de euros. A preocupação é: de onde virão os compradores para a dívida dos países periféricos se o Euro virar um mico aos olhos dos mercados? (FT, Bloomberg. Leia 'Amnésia neoliberal: Como o Tigre Celta virou um Haiti Financeiro' ; Carta Maior, 23-11) 

A SUPREMACIA DAS FINANÇAS DESREGULADAS: CUSTOS 
"(a desregulação financeira) cria distorções ao comércio que tornam as negociações multilaterais irrelevantes (...) se por anos se negocia uma concessão de redução de uma barreira comercial em 5%, em apenas alguns dias a valorização de uma moeda pode ser bem superior ao impacto do corte tarifário que se debatia" (ministro Celso Amorim; Estadão, 23-11) 

NO AVESSO DA ORTODOXIA QUE ARRUINOU A IRLANDA: 
BRASIL VALORIZA FUNCIONALISMO PÚBLICO 

"...um professor de universidade, com doutorado e dedicação exclusiva, ganhava R$ 2.167,56 em 2002 e, neste ano, com o pagamento da terceira parcela do reajuste escalonado, seu salário é de R$ 10.446,81. Outro caso: os servidores de nível intermediário, setor em que havia muito arrocho salarial, receberam também amplos reajustes. Havia casos em que a remuneração inicial era de R$ 668,00 e no final da carreira só chegava a R$ 1.144,14. Esses valores variam hoje de R$ 2.473,52 a R$ 4.436,50..." (Lula, "O Presidente Responde"; 23-11)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Amnésia neoliberal: como o Tigre Celta virou um Haiti financeiro

O país que virou suco

Nos anos 80 e 90, a palavra ‘Irlanda’ era pronunciada com a reverencia reservada aos quitutes finos nos banquetes neoliberais. O ‘ajuste irlandês’, iguaria produzida a partir de uma receita de cortes brutais nos gastos públicos, demissão em massa de funcionalismo e isenções maciças de impostos, era vendido nas praças de alimentação do mundo pobre como o cardápio da hora. A Irlanda era por assim dizer a garota do quarteirão do Consenso de Washington. Ombrear-se a ela era possível, mas exigiria uma aplicação de ferro, explicávamos os ventríloquos nativos que agora demonstram súbita amnésia em relação ao passado desta que é a bola da vez da derrocada européia. Recapitulemos então:

1. em meados dos anos 80, a Irlanda adotou um ‘padrão perene’ de ajuste fiscal, cercado de salvas & vivas da ortodoxia mundial;

2. um serviço à la carte foi providenciado na cozinha irlandesa para atender a freguesia do mercado: a anistia tributária veio junto com cortes de despesas e redução dos investimentos públicos em 1987;

3. 14 mil funcionários públicos foram demitidos ou aderiram a programas de demissão voluntária (isso numa população de 4 milhões de pessoas);

4.o ajuste iniciado em 87 veio para ficar. Até meados dos anos 2000, a Irlanda manteve-se fiel à santíssima trindade neoliberal: controle dos gastos públicos, teto no reajuste dos salários públicos [taxa máxima de 2,5% ao ano entre 1988 e 1990] e incentivos 'amigáveis' aos mercados [leia-se, desonerações e vale-tudo];

5.o arrocho fiscal produziu, naturalmente, uma redução substantiva da dívida interna derrubando a despesa com juros de modo a obter um permanente superávit nominal [outro mantra dos neoliberais];

6. a supremacia dos mercados desregulados cavava, porém, vertedouros subterrâneos que corroíam as bases econômicas do país. O foguetório de superfície permanecia: ‘o Tigre Celta’ crescia a taxas chinesas com macroeconomia de paraíso fiscal [nenhuma empresa pagava imposto acima de 12,5%) Quer coisa melhor que isso? Era o prato da hora. Resquícios dessa receita, agora indigesta, ainda frequentam a agenda do grupo pró-mercados que participa da equipe de transição da presidente-eleita Dilma Rousseff;

7. o desfecho irlandês recomendaria maior prudência na transposição de seus fundamentos aos ares tropicais. Os números indicam que o banquete redundou em um atordoante desarranjo gastrointestinal que transformou o ‘Tigre Celta’ numa espécie de Haiti financeiro. A saber:

a) a economia irlandesa degringola desde a explosão da bolha financeira em 2008: de lá para cá o país acumula uma queda de apreciáveis 11,6% do PIB, taxa que o coloca algumas cabeças à frente do que se poderia chamar de recessão. Depressão talvez seja um termo mais apropriado para a convalescença de sangue, suor e lágrimas que pode durar até 15 anos;

b) a Irlanda quebrou quando os fluxos de capitais deixaram de alimentar a ciranda doméstica ancorada em desonerações atraentes aos fundos especulativos, cuja maior obra foi a bolha a imobiliária, agora em estado terminal.

c) os preços dos imóveis já perderam 50% do valor; a inadimplência grassa junto com o desemprego, a fuga de capitais e o arrocho salarial. Há milhares de imóveis vazios e os bancos estão virtualmente falidos: para salvá-los, o país negocia um empréstimo de 100 bilhões de euros com o FMI, sujeito às condicionalidades conhecidas.

d) O que a frivolidade midiática esquece, porém, é que o ‘Tigre Celta’ quebrou, sobretudo, porque não dispunha mais de políticas públicas, de aparato público e, sobretudo, de ideologia do interesse público para contrastar a derrocada dos mercados especulativos com ações anticíclicas em defesa do emprego e da sociedade.

e) O ajuste irlandês’ cantado em prosa e verso pelos bardos da mídia nativa havia reduzido o país a uma extensão direta dos mercados. Não havia como reagir a seus próprios instintos suicidas. A crise fulminou a Irlanda porque o modelo neoliberal irlandês era a própria essência da crise. Que sirva de alerta aos discípulos da 'agenda das reformas' que participam ativamente da equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff.

Postado por Saul Leblon às 06:29


Leia mais em: O Ескердопата 
Under Creative Commons License: Attribution