Paulo Renato (Mandruvá Piloso)
e o Manual do Perfeito Idiota Gerencial
Enviado por luisnassifDos blefes administrativos criados pelo Real, nenhum foi tão consistentemente incapaz quanto o ex-Ministro e ex-Secretário de Educação de São Paulo Paulo Renato de Souza.
Ontem passei por São Sebastião da Grama – terra de nascimento de minha mãe – para visitar tia Mirian e o túmulo de meu avô – que apesar de ter passado quase toda sua vida em Poços e São Paulo, preferiu Grama para o descanso.
Além das histórias de infância, tia Mirian é um grande termômetro sobre o que pensa o habitante das pequenas cidades paulistas. Mais que isso: o que pensa o professor médio paulista.
É professora aposentada. No almoço, duas primas também professoras do Estado, mas em São Paulo.
A indignação com José Serra é ampla, visceral – ao contrário da maioria da população de Grama, que votou nele.
É possível, pela conversa, perceber o desastre gerencial que foi Paulo Renato de Souza, uma tragédia, com seu autoritarismo e incapacidade de montar um discurso lógico. E explica também porque a primeira atitude do novo Secretário de Educação de São Paulo foi o de abrir conversas com sindicatos e associação de professores, antes de voltar a falar de avaliação.
O que Paulo Renato fez como Secretário mereceria figurar em um Manual do Perfeito Idiota Gerencial.
1. Pegue uma ideia única, transforme-a em paradigma da eficiência e esqueça que a arte da gerência é a capacidade de "vender" a ideia para a equipe. Um iluminado não precisa explicar nada: basta enfiar o verdade goela abaixo dos gentios.
Avaliações são necessárias, assim como premiação por desempenho. Tenho defendido essas teses aqui. Mas não se enfia goela abaixo da estrutura, como fez Paulo Renato. Não existe essa prática em nenhuma empresa moderna. Apenas naquelas entregues a sargentões truculentos, de pensamento gerencial primário, como ele.
O grande administrador precisa ter ideias claras, um projeto lógico. Precisa saber como transmiti-las. Deve montar sistemas de discussão abertos, que permitam ao funcionário sentir-se participante da construção do modelo, a fim de conquistar corações e mentes.
Tempos atrás, consultores ligados a grandes empresas internacionais de consultoria, já tinham me alertado para esse autoritarismo estéril da Secretaria de Educação paulista, um exemplo acabado de primarismo gerencial.
Achou que tendo uma ideia – avaliação por desempenho – estaria automaticamente legitimada para impô-la sobre os quadros da Secretaria.
2. Em vez de estímulos, trate seus comandados com chicote, já que você é o depositário da melhor ideia.
Ao longo de anos a carreira de professor foi desestimulada em São Paulo – e no restante do país. Havia algumas pequenas benesses, quase que gambiarras para compensar a falta de estímulo. Uma delas era a possibilidade de tirar licença de 15 dias por ano, que o professor aproveitava para realizar algum trabalho extra. Era um benefício irrisório, perto dos salários irrisórios pagos, que compensava parcialmente a falta de condições de trabalho, mas já estava incluído nas pequenas compensações profissionais.
Paulo Renato e antecessora passaram a considerar as licenças como abuso. Como gestores primários, foram incapazes de enxergar o contexto. Determinaram que quem tirasse a licença ficaria um ano sem aulas.
3. Cubra uma ideia simples com um cipoal de regras complexas, visando torná-la "sofisticada".
O sistema de meritocracia – que deveria estimular a carreira – perdeu-se em um cipoal de regras que desorientaram totalmente os professores. Criaram vários níveis de carreira, tal confusão que o professor sequer sabe mais onde se enquadrar. Mostraram total incapacidade de pensar claro.
Não sei qual o pensamento do novo Secretário de Educação de São Paulo. Como engenheiro, duvido que seja contra avaliações, como alguns comentaristas supuseram. Mas ao chamar os professores para conversar, deixando discussão técnica de lado, nesse primeiro momento, fez o essencial: quebrar as desconfianças plantadas nesses anos de irresponsabilidade administrativa.
E mostrou a sensibilidade política de Alckmin para com a questão dos professores.
Incapaz de falar mal de quem quer que seja, pouquíssimo politizada, tia Mirian tem pesadelos de noite com os risinhos de Serra na campanha eleitoral. Chama-o de "dissimulado" – a pior ofensa incorporada ao repertório familiar. Católica, indignou-se com a participação do papa na campanha eleitoral e com as baixarias "feitas pelo Serra". A tia não frequenta Internet. Esse discurso chegou a ela e correu o estado inteiro pela boca dos professores estaduais.
Por trás de tudo, o fantasma de Paulo Renato.
Ontem passei por São Sebastião da Grama – terra de nascimento de minha mãe – para visitar tia Mirian e o túmulo de meu avô – que apesar de ter passado quase toda sua vida em Poços e São Paulo, preferiu Grama para o descanso.
Além das histórias de infância, tia Mirian é um grande termômetro sobre o que pensa o habitante das pequenas cidades paulistas. Mais que isso: o que pensa o professor médio paulista.
É professora aposentada. No almoço, duas primas também professoras do Estado, mas em São Paulo.
A indignação com José Serra é ampla, visceral – ao contrário da maioria da população de Grama, que votou nele.
É possível, pela conversa, perceber o desastre gerencial que foi Paulo Renato de Souza, uma tragédia, com seu autoritarismo e incapacidade de montar um discurso lógico. E explica também porque a primeira atitude do novo Secretário de Educação de São Paulo foi o de abrir conversas com sindicatos e associação de professores, antes de voltar a falar de avaliação.
O que Paulo Renato fez como Secretário mereceria figurar em um Manual do Perfeito Idiota Gerencial.
1. Pegue uma ideia única, transforme-a em paradigma da eficiência e esqueça que a arte da gerência é a capacidade de "vender" a ideia para a equipe. Um iluminado não precisa explicar nada: basta enfiar o verdade goela abaixo dos gentios.
Avaliações são necessárias, assim como premiação por desempenho. Tenho defendido essas teses aqui. Mas não se enfia goela abaixo da estrutura, como fez Paulo Renato. Não existe essa prática em nenhuma empresa moderna. Apenas naquelas entregues a sargentões truculentos, de pensamento gerencial primário, como ele.
O grande administrador precisa ter ideias claras, um projeto lógico. Precisa saber como transmiti-las. Deve montar sistemas de discussão abertos, que permitam ao funcionário sentir-se participante da construção do modelo, a fim de conquistar corações e mentes.
Tempos atrás, consultores ligados a grandes empresas internacionais de consultoria, já tinham me alertado para esse autoritarismo estéril da Secretaria de Educação paulista, um exemplo acabado de primarismo gerencial.
Achou que tendo uma ideia – avaliação por desempenho – estaria automaticamente legitimada para impô-la sobre os quadros da Secretaria.
2. Em vez de estímulos, trate seus comandados com chicote, já que você é o depositário da melhor ideia.
Ao longo de anos a carreira de professor foi desestimulada em São Paulo – e no restante do país. Havia algumas pequenas benesses, quase que gambiarras para compensar a falta de estímulo. Uma delas era a possibilidade de tirar licença de 15 dias por ano, que o professor aproveitava para realizar algum trabalho extra. Era um benefício irrisório, perto dos salários irrisórios pagos, que compensava parcialmente a falta de condições de trabalho, mas já estava incluído nas pequenas compensações profissionais.
Paulo Renato e antecessora passaram a considerar as licenças como abuso. Como gestores primários, foram incapazes de enxergar o contexto. Determinaram que quem tirasse a licença ficaria um ano sem aulas.
3. Cubra uma ideia simples com um cipoal de regras complexas, visando torná-la "sofisticada".
O sistema de meritocracia – que deveria estimular a carreira – perdeu-se em um cipoal de regras que desorientaram totalmente os professores. Criaram vários níveis de carreira, tal confusão que o professor sequer sabe mais onde se enquadrar. Mostraram total incapacidade de pensar claro.
Não sei qual o pensamento do novo Secretário de Educação de São Paulo. Como engenheiro, duvido que seja contra avaliações, como alguns comentaristas supuseram. Mas ao chamar os professores para conversar, deixando discussão técnica de lado, nesse primeiro momento, fez o essencial: quebrar as desconfianças plantadas nesses anos de irresponsabilidade administrativa.
E mostrou a sensibilidade política de Alckmin para com a questão dos professores.
Incapaz de falar mal de quem quer que seja, pouquíssimo politizada, tia Mirian tem pesadelos de noite com os risinhos de Serra na campanha eleitoral. Chama-o de "dissimulado" – a pior ofensa incorporada ao repertório familiar. Católica, indignou-se com a participação do papa na campanha eleitoral e com as baixarias "feitas pelo Serra". A tia não frequenta Internet. Esse discurso chegou a ela e correu o estado inteiro pela boca dos professores estaduais.
Por trás de tudo, o fantasma de Paulo Renato.
Filho do Puto 2
Filho de FHC tomou R$ 14 milhões
Uma idéia infeliz
Dinheiro público para exposição feita por filho de FHC será investigado.
Num campeonato de idéias desastradas produzidas nas últimas semanas pelo Palácio do Planalto, tira o primeiro lugar a de dar dinheiro público ao filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, para montar o pavilhão brasileiro na Expo 2000 na Alemanha. O pavilhão se espalha por 3.000 metros quadrados numa exposição na cidade de Hannover que espera atrair 45 milhões de visitantes até outubro. Ele foi oficialmente inaugurado por FHC na quinta-feira passada. Pelos cálculos dos organizadores, a área do Brasil será vista por 250.000 pessoas até o encerramento do evento. É uma vitrine e tanto para o país, que precisa vender-se melhor no exterior. Mais visível, porém, que as obras de arte que visam celebrar “a criatividade brasileira” na mais rica cidade da Alemanha está sendo a exposição negativa que o governo já começa a atrair em casa.
“Não tenho constrangimento porque não entrei na discussão e na divisão da verba”, disse Paulo Henrique Cardoso. Não é essa a questão. Oficialmente ele foi lembrado para o projeto por ser diretor do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentado, uma ONG criada há três anos. Não fosse pela presença do filho do presidente, a discussão sobre os gastos do Brasil na feira alemã provavelmente nem existiria. O pavilhão brasileiro em Hannover custou menos que o de países menores e mais pobres, como Venezuela, Colômbia e México.
Na semana passada, porém, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou por unanimidade um pedido de investigação feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O tribunal quer saber como Paulo Henrique Cardoso gastou os 14 milhões de reais liberados pelo governo para a montagem da exposição. A história chamou a atenção também do Ministério Público federal, que decidiu investigar o que já virou “o caso do pavilhão de Hannover”. Os procuradores querem saber por que PHC contratou para organizar o evento a Art Plan Prima, empresa dirigida pela filha e por um sobrinho do senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, de Santa Catarina, partido aliado do governo. “Estamos analisando os documentos. Enquanto isso, os pagamentos foram suspensos”, diz o procurador Luiz Francisco Fernandes de Souza. “Incrível que não tenha ocorrido ao presidente nem a assessores com ascendência sobre ele a observância do princípio segundo o qual família e administração pública não se misturam”, escreveu a colunista Dora Kramer em sua coluna sobre política noJornal do Brasil. Tiro na mosca.
Fonte: Veja
Dinheiro público para exposição feita por filho de FHC será investigado.
Num campeonato de idéias desastradas produzidas nas últimas semanas pelo Palácio do Planalto, tira o primeiro lugar a de dar dinheiro público ao filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, para montar o pavilhão brasileiro na Expo 2000 na Alemanha. O pavilhão se espalha por 3.000 metros quadrados numa exposição na cidade de Hannover que espera atrair 45 milhões de visitantes até outubro. Ele foi oficialmente inaugurado por FHC na quinta-feira passada. Pelos cálculos dos organizadores, a área do Brasil será vista por 250.000 pessoas até o encerramento do evento. É uma vitrine e tanto para o país, que precisa vender-se melhor no exterior. Mais visível, porém, que as obras de arte que visam celebrar “a criatividade brasileira” na mais rica cidade da Alemanha está sendo a exposição negativa que o governo já começa a atrair em casa.
“Não tenho constrangimento porque não entrei na discussão e na divisão da verba”, disse Paulo Henrique Cardoso. Não é essa a questão. Oficialmente ele foi lembrado para o projeto por ser diretor do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentado, uma ONG criada há três anos. Não fosse pela presença do filho do presidente, a discussão sobre os gastos do Brasil na feira alemã provavelmente nem existiria. O pavilhão brasileiro em Hannover custou menos que o de países menores e mais pobres, como Venezuela, Colômbia e México.
Na semana passada, porém, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou por unanimidade um pedido de investigação feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O tribunal quer saber como Paulo Henrique Cardoso gastou os 14 milhões de reais liberados pelo governo para a montagem da exposição. A história chamou a atenção também do Ministério Público federal, que decidiu investigar o que já virou “o caso do pavilhão de Hannover”. Os procuradores querem saber por que PHC contratou para organizar o evento a Art Plan Prima, empresa dirigida pela filha e por um sobrinho do senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, de Santa Catarina, partido aliado do governo. “Estamos analisando os documentos. Enquanto isso, os pagamentos foram suspensos”, diz o procurador Luiz Francisco Fernandes de Souza. “Incrível que não tenha ocorrido ao presidente nem a assessores com ascendência sobre ele a observância do princípio segundo o qual família e administração pública não se misturam”, escreveu a colunista Dora Kramer em sua coluna sobre política noJornal do Brasil. Tiro na mosca.
Fonte: Veja
Filho do Puto
As andanças do filho do presidente
Paulo Henrique Cardoso trabalha em revista trimestral, anda numa BMW blindada e usa jatinho de empresário para voar entre Rio e São Paulo
Cláudia Carneiro
Paulo Henrique Cardoso, 45 anos, filho do presidente da República, é um sociólogo por formação acadêmica – estudou na Unicamp, logo após a família voltar dos anos de exílio, durante o governo militar. Mas nunca abraçou exatamente o que a carreira lhe oferece. É hoje diretor-geral da recém-lançada Brasil Sempre, uma publicação trimestral com mais de 150 páginas, com oito mil exemplares de tiragem.
A revista não é vendida em bancas. É distribuída para embaixadas, organismos internacionais e empresas. É um produto do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), organização não-governamental carioca ligada a 55 grupos empresariais e que tem como objetivo discutir problemas relacionados ao meio ambiente e à atuação das empresas brasileiras num mundo globalizado.
Mais pomposo que o nome do Conselho é a lista dos conselheiros editoriais da revista, que mais parece a relação dos representantes do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Estão estampados na página 2 Álvaro Cunha, das Organizações Odebrecht, Jorge Gerdau Johannpeter, da Metalúrgica Gerdau, Antônio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, Benjamin Steinbruch, da Companhia Siderúrgica Nacional, só para citar alguns deles.
Para fazer as vezes de jornalista da publicação, na qual realiza entrevistas com nomes do empresariado brasileiro, Paulo Henrique ganha bem, trabalha pouco e gosta menos ainda O emprego oferece jornada de trabalho sem obrigações ou compromissos todos os dias, e não exige dedicação exclusiva. E ainda garante viagens, alimentação e outras despesas pagas pela instituição. “O Paulo Henrique custa pouco para nós”, afirma Félix de Bulhões, presidente do Cebds. PHC, como é chamado por alguns políticos e assessores do presidente, não tem cargo público e nunca foi personagem de peso do universo empresarial. “Com todo o orgulho que tenho de ser filho de presidente, sou obrigado a lidar com expectativas que têm de ser cumpridas, mesmo que eu não queira cumpri-las”, disse Paulo Henrique Cardoso a Gente.
O mais velho dos três filhos do presidente também trabalhou como conselheiro de algumas empresas. Atilano de Oms Sobrinho, presidente da Inepar – Indústrias Elétricas do Paraná Ltda., convidou-o há dois anos a fazer parte do Conselho de Desenvolvimento Estratégico da empresa, ao lado de nomes notórios como os ex-ministros Aureliano Chaves, Rafael de Almeida Magalhães e Eliezer Batista. No Brasil, a remuneração paga a esse tipo de função varia de R$ 5 mil a R$ 15 mil para cada uma das reuniões esporádicas da qual participam os conselheiros – em que são discutidas questões de interesse da empresa, como cenários econômicos e rumos estratégicos para o negócio. Paulo Henrique permaneceu no conselho até meados de 1999. Saiu e manteve os amigos. Tanto que ele tem a sua disposição o jatinho que pertence a Oms Sobrinho – que eventualmente usa em seus deslocamentos entre Rio e São Paulo. “Estava difícil conciliar a agenda de trabalho do Cebds com o projeto proposto pela Inepar”, diz.
SOLTEIRO COBIÇADO
Para manter a forma física, ele faz caminhadas sempre a partir de 11 horas da manhã, no calçadão da praia de São Conrado, zona sul do Rio. Vive hoje num confortável apartamento em São Conrado, cujo aluguel é estimado por imobiliárias locais em R$ 4 mil por mês. Mas o apartamento é de propriedade da família Almeida Braga, do Banco Icatu, e por conta disso, garantem amigos da família Cardoso, Paulo Henrique desembolsa um valor menor pela moradia.
Para se locomover na Cidade Maravilhosa, ele utiliza uma BMW blindada, sempre acompanhado por guarda-costas e seguranças do Exército brasileiro. Paulo Henrique é um dos solteiros mais cobiçados dos salões da alta sociedade. Não faltaram namoradas depois da separação, em 1997, de Ana Lúcia Magalhães Pinto, herdeira do Banco Nacional, com quem esteve casado por 17 anos e com quem tem as filhas gêmeas Joana e Helena, de 13 anos. Ele se separou um ano depois da intervenção do Banco Central nas empresas da família de Ana Lúcia. A primeira empreitada de solteiro foi com Tereza Collor, 35, a viúva de Pedro Collor de Mello.
O romance durou oito meses, contados no calendário. Está há um ano e meio de namoro com a consultora de artes Evangelina Seiler, 42 anos, a quem conheceu quando ela separou-se do marido na Suíça e retornou ao Brasil. Casamento? “Nenhum de nós dois fez essa pergunta ao outro”, garante Paulo Henrique. Sua rotina tem sofrido alterações há um ano, desde que se envolveu no projeto de R$ 14 milhões oriundos de recursos públicos e destinados à montagem e organização do pavilhão brasileiro na Expo 2000, que acontece em Hannover, na Alemanha, a partir de 1.º de junho.
Por conta da nova empreitada, ele viaja a Brasília quase toda semana. “Não ganho um tostão nesse trabalho”, diz Paulo Henrique. Quando há necessidade de ficar na capital federal, Paulo Henrique mostra a face de filho de presidente e se hospeda no Palácio da Alvorada, moradia oficial do presidente e da primeira- dama, Ruth Cardoso. Paulo Henrique Cardoso é o representante de um grupo de empresas brasileiras no comissariado-geral que levará produtos e projetos artísticos e culturais brasileiros para serem expostos na Feira de Hannover. Foi colocado ali pelo governo comandado por seu pai, que constituiu por decreto o Conselho Empresarial para os 500 Anos, numa parceria com o Cebds.
O tema do pavilhão escolhido pelo Itamaraty é “Homem, Natureza e Tecnologia”. “O Conselho foi convidado e aceitou participar da conceituação porque atuamos na tese do desenvolvimento sustentável”, explicou Paulo Henrique. “Não vou negar que tentamos, sim, influenciar o governo para o Brasil discutir o desenvolvimento sustentável em Hannover, porque esta é a feira mais importante do final do milênio e qualifica o País para ser mais competitivo”, diz Bulhões.
Fonte: Isto É
Cláudia Carneiro
Paulo Henrique Cardoso, 45 anos, filho do presidente da República, é um sociólogo por formação acadêmica – estudou na Unicamp, logo após a família voltar dos anos de exílio, durante o governo militar. Mas nunca abraçou exatamente o que a carreira lhe oferece. É hoje diretor-geral da recém-lançada Brasil Sempre, uma publicação trimestral com mais de 150 páginas, com oito mil exemplares de tiragem.
A revista não é vendida em bancas. É distribuída para embaixadas, organismos internacionais e empresas. É um produto do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), organização não-governamental carioca ligada a 55 grupos empresariais e que tem como objetivo discutir problemas relacionados ao meio ambiente e à atuação das empresas brasileiras num mundo globalizado.
Mais pomposo que o nome do Conselho é a lista dos conselheiros editoriais da revista, que mais parece a relação dos representantes do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Estão estampados na página 2 Álvaro Cunha, das Organizações Odebrecht, Jorge Gerdau Johannpeter, da Metalúrgica Gerdau, Antônio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, Benjamin Steinbruch, da Companhia Siderúrgica Nacional, só para citar alguns deles.
Para fazer as vezes de jornalista da publicação, na qual realiza entrevistas com nomes do empresariado brasileiro, Paulo Henrique ganha bem, trabalha pouco e gosta menos ainda O emprego oferece jornada de trabalho sem obrigações ou compromissos todos os dias, e não exige dedicação exclusiva. E ainda garante viagens, alimentação e outras despesas pagas pela instituição. “O Paulo Henrique custa pouco para nós”, afirma Félix de Bulhões, presidente do Cebds. PHC, como é chamado por alguns políticos e assessores do presidente, não tem cargo público e nunca foi personagem de peso do universo empresarial. “Com todo o orgulho que tenho de ser filho de presidente, sou obrigado a lidar com expectativas que têm de ser cumpridas, mesmo que eu não queira cumpri-las”, disse Paulo Henrique Cardoso a Gente.
O mais velho dos três filhos do presidente também trabalhou como conselheiro de algumas empresas. Atilano de Oms Sobrinho, presidente da Inepar – Indústrias Elétricas do Paraná Ltda., convidou-o há dois anos a fazer parte do Conselho de Desenvolvimento Estratégico da empresa, ao lado de nomes notórios como os ex-ministros Aureliano Chaves, Rafael de Almeida Magalhães e Eliezer Batista. No Brasil, a remuneração paga a esse tipo de função varia de R$ 5 mil a R$ 15 mil para cada uma das reuniões esporádicas da qual participam os conselheiros – em que são discutidas questões de interesse da empresa, como cenários econômicos e rumos estratégicos para o negócio. Paulo Henrique permaneceu no conselho até meados de 1999. Saiu e manteve os amigos. Tanto que ele tem a sua disposição o jatinho que pertence a Oms Sobrinho – que eventualmente usa em seus deslocamentos entre Rio e São Paulo. “Estava difícil conciliar a agenda de trabalho do Cebds com o projeto proposto pela Inepar”, diz.
SOLTEIRO COBIÇADO
Para manter a forma física, ele faz caminhadas sempre a partir de 11 horas da manhã, no calçadão da praia de São Conrado, zona sul do Rio. Vive hoje num confortável apartamento em São Conrado, cujo aluguel é estimado por imobiliárias locais em R$ 4 mil por mês. Mas o apartamento é de propriedade da família Almeida Braga, do Banco Icatu, e por conta disso, garantem amigos da família Cardoso, Paulo Henrique desembolsa um valor menor pela moradia.
Para se locomover na Cidade Maravilhosa, ele utiliza uma BMW blindada, sempre acompanhado por guarda-costas e seguranças do Exército brasileiro. Paulo Henrique é um dos solteiros mais cobiçados dos salões da alta sociedade. Não faltaram namoradas depois da separação, em 1997, de Ana Lúcia Magalhães Pinto, herdeira do Banco Nacional, com quem esteve casado por 17 anos e com quem tem as filhas gêmeas Joana e Helena, de 13 anos. Ele se separou um ano depois da intervenção do Banco Central nas empresas da família de Ana Lúcia. A primeira empreitada de solteiro foi com Tereza Collor, 35, a viúva de Pedro Collor de Mello.
O romance durou oito meses, contados no calendário. Está há um ano e meio de namoro com a consultora de artes Evangelina Seiler, 42 anos, a quem conheceu quando ela separou-se do marido na Suíça e retornou ao Brasil. Casamento? “Nenhum de nós dois fez essa pergunta ao outro”, garante Paulo Henrique. Sua rotina tem sofrido alterações há um ano, desde que se envolveu no projeto de R$ 14 milhões oriundos de recursos públicos e destinados à montagem e organização do pavilhão brasileiro na Expo 2000, que acontece em Hannover, na Alemanha, a partir de 1.º de junho.
Por conta da nova empreitada, ele viaja a Brasília quase toda semana. “Não ganho um tostão nesse trabalho”, diz Paulo Henrique. Quando há necessidade de ficar na capital federal, Paulo Henrique mostra a face de filho de presidente e se hospeda no Palácio da Alvorada, moradia oficial do presidente e da primeira- dama, Ruth Cardoso. Paulo Henrique Cardoso é o representante de um grupo de empresas brasileiras no comissariado-geral que levará produtos e projetos artísticos e culturais brasileiros para serem expostos na Feira de Hannover. Foi colocado ali pelo governo comandado por seu pai, que constituiu por decreto o Conselho Empresarial para os 500 Anos, numa parceria com o Cebds.
O tema do pavilhão escolhido pelo Itamaraty é “Homem, Natureza e Tecnologia”. “O Conselho foi convidado e aceitou participar da conceituação porque atuamos na tese do desenvolvimento sustentável”, explicou Paulo Henrique. “Não vou negar que tentamos, sim, influenciar o governo para o Brasil discutir o desenvolvimento sustentável em Hannover, porque esta é a feira mais importante do final do milênio e qualifica o País para ser mais competitivo”, diz Bulhões.
Fonte: Isto É
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