Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

JUVENTUDE PAGA A CONTA DA RECUPERAÇÃO SEM EMPREGOS

 EGITO, A DEMOCRATIZAÇÃO INCONCLUSA: massacre no estádio de Port Said reacende  o ciclo de lutas políticas no país ** 4 mortos e 900 feridos é o saldo das últimas 24 horas de violência**  (leia o relato do correspondente de Carta Maior nas jornadas de Tahrir, Eduardo Febbro, nesta pág)

"A produção industrial norte-americana cresceu 15% desde o nível mais baixo da recessão em 2009. Porém, a produtividade respondeu por quase todo o avanço, com um crescimento de 10,7%. A jornada de trabalho mais longa respondeu por quase todo o resto. O nível de emprego ficou virtualmente estável" (Dow Jones). O emprego que crece nos EUA --como agora em janeiro, com 234 mil vagas-- é de má qualidade e baixos salários. Para retornar aos níveis pré-crise, a economia norte-americana precisaria gerar seis milhões de vagas. N ritmo atual isso demandaria tres anos, sem considerar o acréscimo líquido anual.  Segundo a OIT, um em cada três trabalhadores do mundo encontra-se hoje desempregado ou vive na pobreza; isso equivale um contingente de 1,1 bilhão de pessoas. Nesta década será preciso criar mais de 600 milhões de vagas para enxugar o estrago causado pela crise e absorver as novas levas que chegam ao mercado de trabalho. A receita  atual de 'saneamento financeiro', ou a 'contração fiscal expansiva', implementada a ferro e fogo sobretudo na Europa, não tem a mínima chance --nem o interesse-- de atender a essa demanda. A maior vítima do ocaso do emprego no planeta é a juventude. Na Espanha, na Grécia e na Itália as taxas de desemprego entre os jovens oscilam em torno de 48%: praticamente a metade da atual geração está fora do mercado de trabalho e tem poucas esperanças de ser incorporada um dia. Na Inglaterra, essa geração à deriva já forma um exército superior a um milhõa de pessoas. Não por acaso,  80% dos participantes dos saques de agosto de 2011, em Londres, tinham menos de 25 anos. No Egito em chamas, os jovens na faixa dos 15 aos 24 anos formam a maioria da população: o desemprego entre eles é da ordem de 25% a 30%. Sem trabalho e sem democracia, resta a revolta, que se derrama para as demais esferas da vida social: as ruas, as escolas, as torcidas organizadas, os estádios de futebol. É muito vapor na fornalha da insatisfação. Explosões  são inevitáveis.

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