Publica o Estadão que o delegado federal Márcio Anselmo mandou chamar a depor a mulher de Lula, Marisa Letícia, além de seu filho Fábio e os donos do sítio em Atibaia, que o ex-presidente frequenta: Jonas Suassuna e Fernando Bittar.
Nada de mais em Marisa prestar declarações, como qualquer cidadão ou cidadã.
Mas é bom recordar o nível de isenção do delegado que, em princípio, será o responsável por tomar seu depoimento, trazendo o texto do mesmo Estadão, em reportagem de Julia Duailibi, em novembro de 2014.
“Alguém segura essa anta, por favor”,
declarou o delegado Marcio Anselmo, ex-coordenador da Operação Lava
Jato, em uma notícia cujo título era: “Lula compara o PT a Jesus
Cristo”. Ele também falou sobre habeas corpus que foram impetrados nos
tribunais a favor dos investigados. “Vamos ver agora se o STF aguenta ou
se vai danieldantar”, declarou, numa referência ao banqueiro Daniel
Dantas, que teve a prisão revogada pela Corte em 2008.
Ele também compartilhou uma notícia
sobre hospedagem de Lula na suíte mais cara do Copacabana Palace. “Assim
é fácil lutar contra azelite!!!”, escreveu. Na reta final do 2º turno,
fez comentários em outra notícia, na qual Lula dizia que Aécio não era
“homem sério e de respeito”. Escreveu: “O que é ser homem sério e de
respeito? Depende da concepção de cada um. Para Lula realmente Aécio não
deve ser”. O delegado apagou há poucos dias o seu perfil no Facebook.
A propósito desta convocação, a assessoria de Lula distribuiu, agora á noite, a seguinte nota, protestando contra as retaliações que vem sofrendo desde que exerceu seu direito de representar ao Comitê de Direitos Humanos da ONU:
Desde que a defesa do ex-presidente
Lula denunciou os abusos da Operação Lava Jato ao Comitê de Direitos
Humanos da ONU, Lula e sua família vêm sendo alvo de atitudes que só
podem ser compreendidas como retaliação.
A convocação da Sra. Marisa Letícia
Lula da Silva para prestar depoimento à Polícia Federal – divulgada ao
público nesta segunda (8) antes de uma intimação oficial a ela ou à
defesa – é o mais recente exemplo desse comportamento.
Na sexta (5) quatro procuradores da
Lava Jato valeram-se de um ofício, que deveria tratar objetivamente da
suspeição do juiz Sérgio Moro, para fazer acusações infundadas ao
ex-presidente Lula, em atuação incompatível com a defesa da legalidade que deveria ser promovida pelo Ministério Público.
Protegidos pelo anonimato, operadores
da Lava Jato plantaram na imprensa um calendário do linchamento “penal”
que pretendem impor a Lula, antecipando denúncia e condenação para o
período pós-Olimpíadas e pós-julgamento do impeachment da presidenta
Dilma Rousseff.
A insistência dos operadores em
divulgar suspeitas infundadas configura claramente a propaganda
opressiva, por meio da qual pretendem submeter o ex-presidente Lula a um
julgamento pela mídia, uma aberrante exceção ao estado de direito.
O ex-presidente Lula não teme ser
investigado, porque sempre agiu dentro da lei, como sabem, por sinal, os
operadores da Lava Jato. E recorreu à ONU para denunciar os abusos de
que tem sido vítima, para ter um processo justo e imparcial, de acordo
com tratados de Direito Internacional assinados pelo Brasil.
Constranger a esposa de Lula a um
depoimento desnecessário, a respeito de informações que já foram
prestadas e documentadas em diversas ocasiões, é uma retaliação que
apenas reforça a existência de graves violações aos direitos
fundamentais do ex-Presidente e de seus familiares.
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