Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Oliver Stone: Dilma sofreu golpe com apoio dos EUA

Ricardo Stuckert


O diretor de cinema Oliver Stone visitou o ex-presidente Lula nesta terça-feira, 8, em São Paulo; ele está no Brasil para divulgação do filme sobre o ex-agente da NSA Edward Snowden, dirigido por ele; em entrevistas à imprensa, Oliver Stone foi categórico ao afirmar que o que aconteceu no Brasil foi um golpe de Estado, e com a participação dos Estados Unidos; "É, verdadeiramente, a definição de um golpe de Estado. E os Estados Unidos apoiaram. Eles reconheceram o novo governo imediatamente", afirmou; "Eles [os norte-americanos] estão ouvindo atentamente as questões brasileiras. Estavam focados na Dilma, na Petrobrás e tenho certeza que eles contribuíram com informações", afirmou; segundo Stone, a esquerda americana não tem um candidato com o perfil de Lula; "Os Estados Unidos precisam de um candidato como o Lula", afirmou 

SP 247 - O diretor de cinema Oliver Stone visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, 8, em São Paulo. Stone está no Brasil para divulgação do filme sobre o ex-agente da NSA Edward Snowden, dirigido por ele. Snowden: herói ou traidor entra em cartaz quinta-feira (10) no circuito nacional de cinemas e traz questionamentos sobre o controle exercido pelo modelo imperialista geopolítico norte-americano.

Em entrevista ao UOL, Oliver Stone foi categórico ao afirmar que o que aconteceu no Brasil foi um golpe de Estado, que teve participação dos Estados Unidos. "É, verdadeiramente, a definição de um golpe de Estado. E os Estados Unidos apoiaram. Eles reconheceram o novo governo imediatamente", afirmou.

Já à GC Brasil, Oliver Stone defendeu falou sobre as eleições americanas e disse que os Estados Unidos podem ter participado "de alguma forma, do golpe no Brasil". "Você viu no filme: eles [os norte-americanos] estão ouvindo atentamente as questões brasileiras. Estavam focados na Dilma, na Petrobrás e tenho certeza que eles contribuíram com informações. Os EUA estão trabalhando em todos os lugares do mundo: Ucrânia, Ásia, Europa, para atingir seus objetivos. Tem a ver muito com o que o Snowden fala: controle total, nova ordem mundial", afirma.

"Mas lutar pelo seu ideal e ir à guerra por ele é uma coisa, mudar regimes é outra - algo muito perigoso. Deixem as pessoas em paz e deixem terem seu próprio governo", acrescenta o diretor.

Segundo Stone, que é admirador de Lula há anos, a esquerda americana não tem um candidato com o perfil de Lula. "Os Estados Unidos precisam de um candidato como o Lula", afirmou.
Leia na íntegra a entrevista de Oliver Stone

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Bem-vindo ao século 21, ministro

Leio no site Agência Carta Maior que durante recente “seminário sobre políticas de telecomunicações” o ministro Paulo Bernardo teria se “alinhado a empresas de radiodifusão, para as quais a única forma de controle deve ser o controle remoto”.
Segundo a matéria, o ministro das Comunicações teria “reconhecido” que o “setor de radiodifusão” seria “capaz de fazer pressão suficiente para intimidar o governo” de forma a que desista de propor ao Congresso um marco regulatório para as comunicações.
Segundo a matéria, Paulo Bernardo acha que a grande mídia é capaz de chantagear o governo por ter “um peso muito grande no Brasil”, já que seus serviços seriam “extremamente populares”.
Normalmente, teria digerido essa declaração como parte do processo de revelação ao país de que quem ganhou a eleição presidencial no ano retrasado foi uma aliança aparentemente progressista, mas que, na verdade, é bem mais conservadora do que se suponha.
Contudo, coincidentemente li isso logo após assistir, pela terceira vez, ao mais importante documentário sobre a revolução progressista que eclodiu nas Américas no limiar do novo século e que desde então vem se aprofundando.
O documentário em questão é do premiado cineasta norte-americano Oliver Stone, ganhador de dois Oscars de melhor diretor com os filmes Platoon e Born on the Fourth of July (Nascido em quatro de julho).
South of the Border (Ao Sul da Fronteira) estreou na 66ª Edição do Festival de Veneza em 7 de setembro de 2009, mas não disputou o Leão de Ouro. A partir do ano passado começou a se espalhar pela internet, já que não conseguiu espaço nos circuitos comerciais.
Stone e sua equipe viajaram do Caribe até o sul da Cordilheira dos Andes em busca de uma explicação para a guinada à esquerda na América Latina que terminou por eleger presidentes dessa ideologia em praticamente toda a América do Sul e em parte da América Central.
O cineasta entrevistou Hugo Chávez, Evo Morales, Fernando Lugo, Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor e Cristina Kirchner, Rafael Correa e Raúl Castro. O historiador britânico de origem paquistanesa Tariq Ali definiu o projeto como “um road movie político”.
O grande mérito da obra é o de não explicar apenas como foram eleitos de modo inédito na região esses políticos que os norte-americanos jamais acreditaram que chegariam ao poder, mas também por que eles emergiram como forças políticas extremamente poderosas.
O documentário explica que a ascensão dessas lideranças políticas de esquerda foi subproduto das políticas econômicas que a região adotou durante décadas sob inspiração norte-americana via instrumentos como o Fundo Monetário Internacional, por exemplo.
Imagino que o ministro Paulo Bernardo não tenha assistido Ao Sul da Fronteira. Se tivesse assistido, jamais diria que os impérios dos barões da mídia são populares. O documentário mostra que, bem diferente disso, estão se tornando cada vez mais impopulares.
Chávez, Morales, Lula, Kirchner, Correa ou Castro, atualmente, são muito mais populares do que a mídia que o ministro teme. Não é por outra razão que se elegeram, reelegeram-se e, alguns, ainda elegeram seus sucessores CONTRA a “popularidade” da mídia conservadora.
A inflexão à direita do governo do Brasil, governo esse que tem um ministro que parece desconhecer quantos líderes políticos vêm desafiando a mídia, coaduna-se com a frustração da aposta que Stone fazia em um Obama que chegava à cena naquele ano.
O ministro, caso tenha dito realmente essas coisas – pode ter sido mal interpretado –, parou no século passado, em um tempo em que a mídia ainda detinha poder de fazer o que Ao Sul da Fronteira mostra que não consegue mais, ao menos impunemente.

Presidente do Equador ganha processo contra jornal por injúria

 
QUITO, 16 Fev (Reuters) - A Corte Nacional de Justiça do Equador confirmou nesta quinta-feira uma ordem de prisão contra os diretores de um dos jornais mais críticos ao governo, encerrando um polêmico processo movido pelo presidente Rafael Correa por injúria.
O presidente apresentou há quase um ano um processo contra os irmãos Carlos, César e Nicolás Pérez, diretores do diário El Universo, e contra o editorialista Emilio Palacio, que tempos depois saiu do jornal e atualmente pede asilo político nos EUA.
A sentença abre um novo capítulo na conturbada relação entre Correa e os meios de comunicação em seus cinco anos de governo ao mesmo tempo em que tramita na Assembleia uma polêmica lei que regula os conteúdos relacionados a violência e impõe sanções a jornalistas.
"Graças a Deus que a verdade brilhou e nos permitiu terminar com total êxito esta duríssima prova (...) Isso vai mudar a história", afirmou Correa, que permaneceu na audiência privada por mais de 15 horas com colaboradores e simpatizantes.
O jornal deve ainda indenizar em 40 milhões de dólares o presidente, que move outro processo contra dois jornalistas, acusando-os de danos morais por uma informação publicada em um livro que revela contratos proibidos de seu irmão Fabricio Correa.
(Por Alexandra Valencia e José Llangarí)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Golpe em Honduras e o esforço contínuo dos EUA em dividir a AL: The Big Stick! (Stone e Wikileaks comprovam)

Oliver Stone e agora o Wikileaks: Os EUA derrubaram Zelaya e instabilizam a América Latina

A conflituosa relação norte americana com os governos populares latino-americanos, eleitos democraticamente em pleitos livres, provoca efeitos colaterais na política interna desses países.  Os "prepostos" do império americano, tanto na imprensa quanto na arena política, atuam constantemente para fomentar crises e desgastar um modelo diferente daquele que vinha sendo conduzido internamente e para com os vizinhos, principalmente em relação aos EUA.  Sobretudo na negação da política externa alinhada e subserviente aos interesses da América e, também, não menos importante, na superação das reformas estruturais do Estado: "enxuto", com a promoção de cortes drásticos de orçamento para prover superavits orçamentários, especialmente supridos por cortes nos gastos sociais, fato histórico continuado.

Não por acaso ideal aos interesses de quem precisa explorar uma sociedade sem proteção social e presa fácil para levar adiante a "flexiblização" de direitos e o "barateamento" dos custos de produção, como reproduzido na última década do século passado por governos neoliberais sulamenricanos, especialmente os governos brasileiro, argentino e peruano.

A chegada ao poder das lideranças populares no continente americano abalou a relação com os Estados Unidos, pois o enfrentamento de diretrizes internacionais conservadoras e atrasadas e a adoção de políticas  nacionalistas por parte desses governos, provocaram uma série de ataques aos governantes desses países, liderados por uma considerável parte da imprensa local, alinhada ao "pequeno jogo" de interesses externos, que antes garantiam, com os seus (velhos) parceiros políticos, privilégios e recursos para manter o status quo interessante a poucos e abastados usurpadores do Estado.

A dissidência consciente de Stone
O cineasta Oliver Stone é mais um dos cidadãos norte americanos a criticar a política externa de seu país, que se "sustenta" no unilateralismo de suas (pre)potências e na subserviência dos "irmãos latinos".  Em junho esteve em Buenos Aires e manifestou seu apoio a política de enfrentamento do governo Kirchner ao FMI e aos EUA, além de dar seu apoio a Ley de Medios, proposta pelo Executivo argentino.
Último Segundo publicou matéria sobre a visita de Stone a Argentina para o lançamento de seu filme, "Ao sul da fronteira", curiosamente, sem qualquer publicidade no Brasil, confira alguns trechos:

Stone elogia "luta revolucionária" dos Kirchner contra o FMI

"...O cineasta manifestou seu apoio à nova Lei de Meios de Comunicação da Argentina, a qual os principais grupos multimídia do país resistem. Oliver Stone viajou para Buenos Aires como parte da promoção de seu novo filme, "Ao sul da fronteira", um documentário que compara a visão dos meios de comunicação dos Estados Unidos sobre os Governos de esquerda da América Latina com o que ele mesmo observa no terreno. O filme inclui entrevistas com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Cristina Fernández (Argentina), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Rafael Correa (Equador) e Raúl Castro (Cuba).

O cineasta considerou que seus compatriotas "não sabem nada" da América do Sul e sustentou que as críticas dos meios de comunicação aos Governos latino-americanos de tendência esquerdista respondem aos "interesses econômicos" dos Estados Unidos "para seguir mantendo o controle". Segundo Stone, "como império, os Estados Unidos tem medo que outros países cresçam" e por isso olha com receio a nações como o Irã e a Venezuela, e lembrou o apoio dos Governos de seu país às ditaduras latino-americanas dos anos 1970 e 1980..."

Wikileaks comprova o acerto do Itamaraty sobre Honduras
Após o mais novo vazamento de documentos do wikileaks, descobre-se que o governo norte americano, especificamente a política externa do presidente Obama e conduzida por Hillary Clinton, sabia e apoiou o golpe militar que derrubou o legítimo governo de Zelaya em Honduras.
À época o governo brasileiro condenou veemente o golpe e instou, tanto a OEA quanto o governo americano, a isolar o governo golpista de Honduras, para restaurar a democracia e reconduzir Zelaya a seu posto, restabelecendo a normalidade político-social daquele país.
Lula e Amorim foram tachados, pela imprensa brasileira e do continente americano e por políticos conservadores, de praticarem "intromissão em assuntos internos" de Honduras e de exercerem uma política externa megalomaníaca.  Muitas "análises" foram produzidas para as TV's ou para os jornalões brasileiros que variaram entre o arriscado abuso da política externa brasileira sobre a soberania de um país latino americano de menores proporções, até alguns mais assanhados articulistas que tentaram formar uma imagem de Lula e Amorim como ingênuos e/ou fantoches de "ditadores", colocando em risco as "tradicionais boas relações com o império americano.
O "carnaval midiático" sobre o golpe em nenhum momento tratou o tema como deveria, preferiu buscar o tratamento político das manchetes para atingir o governo brasileiro e sua política externa ativa e emergente.
Honduras?
O golpe em si não tinha importância, nem para a imprensa brasileira ou continental, tampouco para as autoridades americanas e a OEA, não atingia um aliado (ou preposto). O aprofundamento necessário e essencial para a análise do fato histórico passaram ao largo, não serviram para cunhar chamadas de destaque na imprensa. os meios serviram aos fins...

Tivesse acontecido na Colômbia os graves fatos sofridos pela democracia hondurenha, quando da tentativa de Uribe em conseguir, e ter de fato conseguido no legislativo, mas barrado no judiciário, uma segunda reeleição, durante o final de seu segundo mandato, assim se posicionaria os EUA, a OEA e a mídia, se os opositores colombianos retirassem do poder o presidente constitucionalmente eleito, alegando uma "ação preventiva" contra uma "tentativa de golpe" de Uribe em perpetuar-se no poder? 
O Brasil, muito provavelmente, se manifestaria da mesma maneira...

O vazamento do Wikileaks comprova o que muitas pessoas comentam no campo das hipóteses, nas conversas formais e informais sobre: Os EUA, mesmo sob o governo Obama, desinstabiliza políticamente o continente americano para dividi-lo e, desta forma, continuar hegemônico sobre os destinos latinoamericanos e que os meios de comunicação agem em sintonia com este pensamento, do México ao Brasil, juntos com seus aliados políticos nativos, para fazer valer a doutrina americana do The Big Stick sobre a região.

Hoje o Brasil lidera, ao lado de governos populares como os de Chávez, Kirchner, Mujica, Morales, Correa, Castro, a constituição de um órgão transnacional de unidade e defesa dos ideais e projetos comuns da América Latina.  Isso incomoda, e muito, o gigante e seus "mensageiros" locais...

Wikileaks-Zelaya