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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

BRASIL ESCOLHE CAÇAS GRIPEN, DA SUÉCIA, PARA A FAB

sexta-feira, 10 de junho de 2011

OMNISYS. DO GRUPO THALES, QUER ABRIR NOVA FÁBRICA DE RADARES NO ABC

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Informação sobre nova unidade em São Bernardo do Campo, dedicada à produção do radar Ground Master 400 de defesa aérea, foi dada na coletiva de imprensa de apresentação do novo diretor da Omnisys, Luciano Lampi

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A atual fábrica em São Bernardo do Campo (SP) está ficando pequena para os planos de crescimento da Omnisys, empresa nascida na vizinha São Caetano do Sul em 1997, e que desde 2006 está associada ao grupo francês Thales. Atualmente fabricando radares Banda L para controle de tráfego aéreo a longa distância, além de componentes para satélites da série sino-brasileira CBERS e outros sistemas, a Omnisys está escolhendo uma nova área na mesma cidade para instalar a linha de produção do Ground Master 400 (GM400), um radar 3D de defesa aérea.
O Poder Aéreo esteve presente à coletiva de imprensa realizada na última quarta-feira para apresentação do novo diretor geral da empresa, Luciano Lampi, e colheu essa e outras informações sobre os planos da Omnisys, que é o braço industrial de pesquisa e desenvolvimento do Grupo Thales no Brasil.
O espaço das atuais instalações já está bastante ocupado com a produção de 25 radares Banda L em carteira (5 dos quais já instalados, sendo 4 no Brasil e 1 em Cingapura), além dos serviços de manutenção e modernização que incluem outros modelos operando no Brasil e até radares franceses da Banda S. Durante visita que realizamos às instalações da Omnisys, pudemos ver radares Banda L no final da linha de produção, destinados aos aeroportos brasileiros de Teresina e Palmas, além de uma unidade destinada a Cingapura.

Segundo o novo diretor geral, Luciano Lampi, a nova área está em processo de escolha entre opções apresentadas pela prefeitura de São Bernardo. O ex-diretor e um dos fundadores da Omnisys, Luiz Henriques, que deixou a direção para assumir a área de desenvolvimento de novos negócios da Thales para a América Latina, acrescentou que é necessário instalar uma torre para testes do radar, numa área com pelo menos 700 metros livres de interferências, com uma baliza instalada a 500 metros da torre.
Novo radar deverá disputar contrato do DECEA ainda em 2011
O radar GM400 deverá ser produzido no Brasil a partir do início de 2012, e vai disputar, ainda neste ano, um contrato do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) para o fornecimento de 5 radares de defesa aérea, em substituição a modelos que estão em operação desde a primeira fase CINDACTA. Espera-se que a licitação seja aberta em setembro, com divulgação do resultado antes do final do ano.
Mas, segundo o diretor da Thales no Brasil, Laurent Mourre, a produção do GM400 pela Omnisys não depende do resultado desse contrato: “A expectativa de curto prazo, até 2015, é de fornecer 14 desses radares na América Latina.” De qualquer forma, a empresa tem confiança em vencer o contrato do DECEA pelo histórico do GM400 em concorrências internacionais, como afirmou Luiz Henriques: “das 9 concorrências que a Thales disputou , esse radar ganhou todas”. O custo de cada unidade varia entre 15 e 18 milhões de euros (34,5 a 41,4 milhões de reais), conforme a configuração e o pacote logístico.

Transferência de tecnologia
Diferentemente dos radares Banda L, que foram projetados em conjunto no Brasil, os GM400 são produtos já desenvolvidos, então o foco estará inicialmente na produção local, com transferência de tecnologia. Mas, segundo Luiz Henriques, essa diferença em relação ao desenvolvimento de novos produtos, que são os pontos fortes da Omnisys, não diminuem o desafio para a equipe de engenheiros da empresa: “o desenvolvimento e a pesquisa tecnológica são permanentes, para o produto não ficar obsoleto e esse desenvolvimento será feito aqui. Hoje o radar Banda L tem suas partes produzidas por diversos parceiros nacionais, e o GM400 vai seguir esse caminho. ”

O quadro de 300 funcionários da empresa deverá crescer com a nova instalação. Segundo Laurent, atualmente 70 desses funcionários são engenheiros de alta tecnologia, de seniores a jovens, e a taxa de turn over (necessidade de contratações para substituir quem sai) é baixa, devido à motivação no desenvolvimento de novas tecnologias. Um dos exemplos de produtos em desenvolvimento é a cabeça de busca (seeker) do novo míssil antinavio da Marinha do Brasil.

É para possibilidades de crescimento nessa e em outras áreas que a atuação do novo diretor geral Luciano Lampi, que começou a trabalhar desde abril, está ligada. A partir do aporte significativo de investimentos que a Thales realizou na empresa no final do ano passado, de modo a incluí-la na estratégia global do grupo, novas áreas estão sendo captadas pelo “radar” da Omnisys: desenvolvimento e integração soluções tecnológicas oferecidas para áreas de transportes ferroviários, segurança urbana e de aeroportos, segurança de plataformas de petróleo e de refinarias, segurança de comunicações, entre outras. Luciano, que é engenheiro formado pelo ITA, trabalhou por 17 anos na Embraer, participando do desenvolvimento do Xingu, Brasília, Tucano e AMX, além de ter trabalhado em empresas de  informática, consultoria e de manutenção aeronáutica.
Segundo Luciano, a Omnisys se destaca pela quantidade de “dólares por quilo” do que produz: “Há uma quantidade enorme de conhecimento colocada em cada produto. E o foco da Omnisys é o desenvolvimento de tecnologia. Mais do que volumes de produção, o que importa são os critérios de confiabilidade dessa tecnologia”.
F-X2: se o Rafale vencer, radar do caça deverá ser produzidos pela Omnisys

Assim como o novo radar de defesa aérea, o radar que equipa o caça Rafale poderá ser produzido também pela Omnisys. Mas, diferentemente do GM400, que independe do resultado da licitação do DECEA para ser fabricado no Brasil, a produção do radar do caça francês pela Omnisys está atrelada a uma vitória do Rafale no programa F-X2, da FAB. Segundo Laurent, se o caça francês ganhar a disputa, “a segunda fonte de fabricação do radar do Rafale será aqui, na Omnisys.”


Leia mais (Read More): Poder Aéreo - Nunão

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

UM PROJETO DE NAÇÃO E A FORÇA AÉREA BRASILEIRA


 Só pra ilustrar:
Conforme o FEBEAPÁ,
de Lalau Pontepreta,
o ilustre ex-presidente
CASTELLO BRANCO,
quando tinha de falar
AERONAÚTICA, usada
a perífrase FORÇA AÉREA.
Por quê?
Porque quando tentava
dizer Aeronáutica saia
AREONÁUTICA.

Marco Nogueira

Fonte:

Um projeto de nação e
a Força Aérea Brasileira

A aviação como arma foi utilizada primeiramente na primeira guerra mundial. No Brasil ela nasceu em 1916, quando a Marinha do Brasil montou um esquadrão aéreo, sendo seguida logo depois pelo Exército Brasileiro.

Gloster Meteor MK - 8
A Força Aérea Brasileira foi criada em 1941, unindo as aviações da Marinha e do Exército, já tendo seu batismo de fogo na segunda guerra mundial.
A Força Aérea Brasileira sempre foi uma força de segunda categoria, em relação à de outros países. Ela nunca teve uma aviação de combate no estado da arte.
A FAB entrou na era do jato com o avião inglês Gloster Meteor Mk – 8, que segundo consta foi trocado por algodão. Os Estados Unidos se negaram a vender o F – 86 Sabre, por questões geopolíticas.

Mirage III E BR
O Brasil entrou na era supersônica com os 17 Mirages III E BR, adquiridos da França em 1972, sendo seu principal vetor até 2005. Na época da aquisição, a FAB tentou comprar o F 4 Phantom dos Estados Unidos, mais uma vez teve negada a sua pretensão. Em troca venderam o F 5 E Freedom Fighter, um avião menor, que começou a operar no país em 1975. Ele teve ficar operacional até 2018.
A aviação de caça do Brasil hoje conta com 12 Mirage 2000, além dos F5 E Que foram modernizados, como aviação de caça. Tem ainda os AMX, fabricados por um consórcio entre a Embraer e um fabricante italiano e os SuperTucanos, que é um turbo-hélice fabricado pela Embraer que serve principalmente na região Norte.

F5E e F4 Phantom

Mirage 2000

Sukhoi SU 30

Rafale

Gripen

Super Hornet
A política na FAB
A Força Aérea Brasileira, a partir da década de 1950, foi uma das principais forças a desestabilizar o regime democrático no Brasil. A chamada República do Galeão junto com as forças oposicionistas, levoaram Getúlio Vargas ao suicido. A campanha contra Juscelino Kubstchek também foi feroz e foram protagonistas, junto com outras forças militares e civis no golpe que derrubou João Goulart e implantou a ditadura militar no Brasil.
A implantação de um pólo tecnológico aeronáutico
Nasceu dentro da Aeronáutica a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, junto com outros institutos de pesquisas aerospaciais. Desse centro de ensino e pesquisa é que foi criada a Embraer.
A Empresas Brasileira de Aeronáutica, nasceu a partir de uma demanda da FAB por um cargueiro, que foi o Bandeirante. Esse avião foi sucesso e exportado pelo mundo inteiro.
A Embraer ainda foi se beneficiou do conhecimento adquirido com o caça leve Xavante, fabricado no Brasil a partir do projeto italiano, que deu as bases industriais para a empresa e futuramente facilitou a parceria para o projeto do AMX.
Nesses anos todos a Embraer tem aparelhados a Força Aérea Brasileira com aviões de todos os tipos e segundo a sua necessidade, com exceção da aviação de caça de alto desempenho.
O Programa FX
O programa FX teve início nos ano 2000, que previa a aquisição de 12 a 24 caças para substituir o Mirage III E BR, que estavam em final de serviço. Com a entrada do governo Lula e a crise financeira que o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tinha deixado o país, o FX foi cancelado.
No ano de 2006 foi lançado o F-X2, com previsão inicial de 36 aeronaves. Esse projeto foi mais ambicioso, pois prevê a transferência tecnológica da fabricação de caças supersônicos. Além do número de caças ser maior em relação ao F-X1, a tecnologia apresentada também está muito perto do estado da arte da aviação militar. Os aviões são todos de categoria superior à quarta geração de caças, muito perto da tecnologia de quinta geração, ao contrário dos aviões presentes no F-X1. Os três caças finalistas dos seis apresentados inicialmente foram o Rafale F3 francês, F 18 Super Hornet estadunidense, Gripen NG sueco. Causou muita estranheza o fato do caça Sukhoi não está na short list, pois pelos testes operacionais o russo se mostrou melhor do que os demais, além de ser tecnologicamente superior aos outros.
A situação atual
O Brasil está na iminência da escolha de seu principal caça de combate. Fatores como desempenho e transferência tecnológica são essenciais, pois o país precisa entrar no grupo do demais que são capazes de projetar um caça integralmente e projetar a FAB como uma força de primeira categoria. Somente países como os Estados Unidos, Russia, França, Suécia e China, são atualmente capazes de projetar e fabricar aviões de caça supersônicos integralmente, além do grupo europeu formado pela Alemanha, Inglaterra, Espanha e Itália, que fabricam conjuntamente o Eurofighter Typhoon. A índia está engatinhando, juntamente com a Coréia do Sul.
Os aviões apresentados pelo Brasil atendem a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira, mas na análise final alguns pontos precisam ficar bem esclarecidos.
O Avião da Boeing F 18 Super Hornet é um projeto já amadurecido e os Estados Unidos fazem de tudo para que os países da América Latina não possuam capacidade de projetar e fabricar produtos aerospaciais. Como foi divulgado recentemente pelo Wikileaks de que eles são contra o Brasil ter capacidade de fabricar um foguete, como o VLS – Veículo Lançador de Satélites. Sempre que puderam os Estados Unidos negaram a venda de aviões no estado da arte fabricados por eles. E é possível que esse país tenha vetado a compra do vetor russo SU 35BM pelo Brasil. Outro ponto negativo para o avião estadunidense é a necessidade da Marinha do Brasil também comprar aviões para o navio aeródromo São Paulo e esse vetor não ser operacional nessa embarcação. Os Estados Unidos tem feito forte lobby, com a vinda do senador Mccain ao Brasil e futuramente do presidente Obama. Vão prometer em troca da venda dos aviões, a compra de etanol brasileiro e de aviões da Embraer.
O avião sueco Gripen NG é um avião ainda em desenvolvimento, não existe de fato. A vantagem seria a experiência adquirida durante execução do seu projeto. Mas operacionalmente a sua autonomia é pequena, o que não se encaixa num país continental como Brasil.
Dessa forma resta ao avião francês Rafale, que está entre os melhores caças atualmente em serviço e que o governo francês garante a transferência tecnológica. Em desacordo existe o preço caro e a complicada manutenção do avião, além do governo francês ter abandonado a posição brasileira no caso do Irã na ONU.
Como alternativa o Brasil poderia cancelar o F-X2 e fazer um acordo com os russos para a compra do Sukhoi SU 35, com a condição de participação do projeto do caça de quinta geração que é o PAK FA, além de acordos na área aerospacial. É lógico se eles realmente transferirem a tecnologia como fizeram com a china e a Índia que atualmente fabricam sob licença o SU 30 MK.
Reflexão final
A soberania do Brasil passa pelo domínio tecnológico na área aerospacial. O Brasil está desenvolvendo um foguete lançador de satélites com muita dificuldade.
A Força Aérea Brasileira é a responsável pela defesa do espaço aéreo brasileiro e tem feito grandes contribuições ao país, como a criação do ITA, pelo Brigadeiro Casimiro Montenegro, a Embraer, o Cindacta, entre outros projetos que tem ajudado o país. Ela precisa de caças capazes de defender o Brasil, mas precisa deter o conhecimento tecnológico para não ficar refém do país que vender os aviões.
A Embraer com o projeto do F-X2 pode enfim assimilar a capacidade de desenvolver aviões supersônicos com toda tecnologia envolvida, que incluem novos materiais que a capacitarão para desenvolver a nova geração de aviões civis da empresa.
Uma análise rápida sobre o assunto, visto não ter acesso aos dados que compõem o programa F-X2, recomendam cuidado com os interesses geopolíticos dos Estados Unidos na América Latina e a submissão do continente à política desse país. Inclusive os Estados Unidos já prometeram comprar aviões brasileiros de defesa em duas oportunidades e em ambas simplesmente disseram que o projeto estava cancelado. E não foram só com o Brasil, com o consórcio Airbus também.
Assim é preciso muito cuidado com negociação na área de defesa aerospacial com os Estados Unidos.
Não há no mundo nenhum país bonzinho ou lá o que seja, como disse um experiente diplomata, os países não tem amigos, tem interesses. Dessa forma, o Brasil precisa agir de forma soberana e de acordo com os seus interesses. É assim que fazem as grandes potências. Os países que só dizem “sim” estão fadados a ser de segunda categoria.
É lógico que a modernização da Força Aérea Brasileira também pressupõe que essa força tenha compromissos com o Brasil, seu povo e sua democracia.
É o que esperamos.
posted by Evaristo Almeida

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Hu, a Boeing e os caças. Dilma pode mudar o jogo


O F 18 pode ter um gostinho de etanol de cana
Larry Kissinger, como se sabe, é professor emérito da chair “Golbery do Couto e Silva”, da Escola de Geopolítica Inter-Planetária, da Universidade de Harvard, patrocinada pelo benemérito (nos Estados Unidos) Jorge P. Lehmann.

Ligo para o Larry, depois de ler o necrológio que a Catanhêde fez do Johnbim.

- Larry, o que você achou da decisão da Dilma de reabrir a discussão sobre a compra dos jatos.

- Pode ser brilhante.

- Discordo, Larry. Me perdoe, você é um gênio, mas eu sou metido a besta. Sempre achei que a solução francesa era a melhor, porque daria ao Brasil acesso à tecnologia nuclear.

- E daí ?, perguntou Larry, com aquele sotaque prussiano.

- Você sabe, Larry, eu acho que o Brasil deveria ter a bomba.

- Eu também. Mas se trata de comprar caças. Ainda não é a bomba. A corrrelação de forças mudou, meu filho.

- Mas, por que “brilhante” ?

- Você viu que, segundo a Catanhêde, a questão foi para o campo do Fernando Pimentel, que é o Ministro da Indústria.

- Sim, tô sabendo. A Dilma deu um chapéu no Johnbim.

- Preste atenção. Você soube que o Hu, da China foi aos Estados Unidos.

- Claro, não é, Larry ? Quem não soube ?

- E você viu o que ele fez ? O Obama quase não falou de direitos humanos nem que a moeda chinesa está desvalorizada.

- E, qual foi a mágica do Hu, Larry ?

- O Hu chegou lá e, de saída, anunciou que ia comprar 200 aviões 737 e 777 da Boeing, o que significa criar 100 mil novos empregos.

- Que beleza !, bradei. E logo agora que o Obama precisa dar emprego aos americanos.

- Tem mais, meu filho, disse o Larry, inspirado pela proverbial sabedoria do General Golbery. Nos próximos vinte anos, a China vai comprar 4 mil e 300 aviões, no valor de 480 bilhões de dólares, e a Boeing passa a ser a principal fornecedora.

- Que maravilha ! Às favas com os direitos humanos, diria o coronel Passarinho, ponderei, com uma certa leviandade.

- Meu querido, como dizem os americanos, “money talks”, o dinheiro fala.

- Mas, e a Dilma com isso ?

- Elementar, disse o Larry, com aquele “r” carrregado. Você sabe quem produz os caças F-18 Super Hornet que estão na disputa no Brasil ?

- Não, confessei a minha ignorância.

- A Boeing.

- A Boeing !

- E sabe quantos empregos a primeira compra brasileira de caças Super Hornet pode significar para a Boeing ?

- Não faço a menor idéia.

- 21 mil empregos.

- O quê ?

- Vinte e um mil empregos fazem milagre, nos Estados Unidos, hoje, disse o Larry, que conhece os Estados Unidos como ninguém.

- Que tipo de milagre ?, pergunto curioso.

- Vamos voltar ao Pimentel.

- Ao Ministro da Indústria.

- Com os Boeings, os chineses tiraram os direitos humanos da agenda, não foi ?

- Sim, pelo jeito, sim.

- O Pimentel pode botar o etanol na agenda.

- Etanol ?

- Sim, os americanos têm uma tarifa obscena contra o etanol de cana brasileiro. Na campanha, o Obama e o McCain, que esteve com a Dilma, prometeram derrubar essa tarifa e facilitar a entrada de etanol brasileiro.

- Interessante …

- Se a Dilma conseguir que o Congresso americano garanta a transferência de tecnologia, troca os Boeings pelo etanol.

- Bom negócio.

- Meu filho, por 20 mil empregos, e a possibilidade de comprar mais Boeings no futuro, o Obama é capaz de sair no Salgueiro, ano que vem.

- Na Comissão de Frente, sugiro.

Paulo Henrique Amorim

Duvido muito que o congresso americano autorize transferência de tecnologia irrestrita , e abertura dos códigos fontes , para inclusão da nova geração de armamentos nacionais , que irão equipar o caça vencedor do FX-2. Inclusive a nova composição do congresso americano , eleita recentemente , é de maioria republicana e mais reacionária.
E se houver uma licitação rápida , que deve acontecer , caso contrário o rafale já teria sido o vencedor, os russos vão entrar pra valer com o SU-30MKI ou outro , de geração mais atual.
O grippen NG , ainda me parece não saiu do papel. E a lenga -lenga já se arrasta ha mais de dez anos. Por isso acho que decisão terá que ser rápida.
O apedeuta.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mídia faz lobby para americanos na compra de caças

Na semana que passou, enquanto estive na Argentina a trabalho, tive a excelente oportunidade de conhecer um jornalista local amigo de um cliente. Ele quis me conhecer ao saber, através daquele cliente, de minhas atividades jornalísticas neste blog. Reunimo-nos em um café em Puerto Madero, pois.
Durante a conversa, abordamos a questão da compra de três dezenas de aviões de guerra que o Brasil vem ensaiando fazer desde o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. Uma compra de bilhões de dólares que, para esse mundo rico e afundado em problemas econômicos, torna-se da maior importância.
Além de ser três chic o Brasil ser protagonista de um negócio que aguça a ganância das nações mais industrializadas da Terra, essa negociação nos coloca em condições de força para darmos um salto que ultrapassa em muito as meras condições financeiras do negócio.  O salto em questão, vale ressaltar, seria em nossa indústria aeronáutica – e talvez, mais do que isso, em nossa capacidade defesa do território nacional e dos interesses geopolíticos do Brasil.
Até um argentino sabe o que está por trás da opção sabidamente mais ao gosto do grupo político que governa o Brasil e sabe que o que está por trás desse gosto é o melhor interesse nacional. Isso é evidente. Ao menos partindo do princípio, de difícil negação, de que os americanos não transigem em questões militares.
Os três finalistas para a compra que permitirá ao Brasil desenvolver o projeto FX-2 – de um caça legitimamente nacional, com domínio de tecnologia nacional – são o caça americano F-18 Super Hornet, o sueco Gripen NG e o francês Rafale – C.
O Brasil firmou há anos um acordo de cooperação estratégico-militar-financeira-cultural com a França, o que desagrada aos americanos porque querem ter o controle não só do seu “quintal” (as três Américas), mas do mundo inteiro – ou queriam ter, mas vão descobrindo que não podem. Esse acordo nos permitirá dominar o ciclo de produção cem por cento autônoma de aviões de guerra, sobretudo em situações de conflito.
O que interessa a nós, porém, é que esse acordo nos permite um nível de autonomia compatível com pretensões do Brasil de se tornar aquilo que Delfim Neto definiu antes de todo mundo, por aqui, como “player global”, ou jogador global, nação capaz de participar das grandes decisões definidas pelo grupo de nações mais influentes, decisões que as outras acabam tendo que aceitar.
Enfim, o fato é que toda a comunidade internacional sabe que a imprensa brasileira está fazendo o jogo dos americanos. E, para que isso não fique muito evidente, essa imprensa – Folha, Estadão, Globo e Veja, sobretudo – diz que o avião americano é o “melhor”, mas que o avião sueco seria a solução de consenso por o negócio oferecer maior transferência de tecnologia, apesar de o Gripen ser inferior ao avião americano, mas superior ao francês.
Não é verdade. O Gripen leva componentes americanos essenciais que delegariam a eles (aos americanos) a decisão de fornecer peças de reposição em caso de ser necessário, em um conflito – ou mesmo se houvesse essa possibilidade de conflito real –, o uso dessas máquinas de guerra que estamos adquirindo, em vez de podermos produzir aqui o que precisarmos.
Suponhamos que os Estados Unidos decidissem apoiar uma ação militar de seu braço colombiano contra seu desafeto venezuelano. Digamos, por exemplo, que Hugo Chávez decida interromper a venda de petróleo para os americanos. Em retaliação, seria buscado um pretexto pela aliada militar americana Colômbia para atacar a Venezuela e derrubar Chávez.
Nessa situação, haveria uma reação da Unasul contra a Colômbia – talvez uma reação militar. Nessa hipótese improvável, mas nada descartável, em havendo um conflito a necessidade de peças de reposição para sistemas vitais dos aviões – ou até a compra de aviões substitutos – seria decidida por uma das partes nesse conflito, a parte que seria nossa adversária.
Esse é o resumo da ópera. A imprensa de direita faz coro com Washington sobre governos sul-americanos que os Estados Unidos consideram hostis aos seus interesses, por isso quer fazer prevalecer os interesses de seus apoiados. Só  não se sabe sob que expectativa de recompensa, mas imagina-se.