Aquela entrevista foi mais uma etapa no processo de construção de um discurso que apontava certo distanciamento entre empresários e o Palácio do Planalto (leia mais aqui). Esteves, que no passado afirmou que o BTG era uma espécie de "BNDES privado", perdeu uma oportunidade e tanto de ficar calado. O sucesso do leilão de Confins e do Galeão repercutiu mundo afora e, segundo o Wall Street Journal, coloca a presidente Dilma "em alta". Pode até ser que o banqueiro consiga reconstruir suas pontes com os círculos do poder, que já frequentou. Mas, hoje, ele é quase persona non grata em Brasília.
Leia, abaixo, o que André Esteves disse às páginas amarelas de Veja sobre o programa de concessões. E tem gente que ainda acha que está abafando:
As concessões e a confiança no Brasil
Paira uma grande incerteza sobre o rumo que o país está tomando. Nos últimos tempos, o governo lançou pacotes para ferrovias, rodovias e aeroportos que até iam na direção certa, mas resolveu definir ele mesmo a taxa de retorno do investimento – o que, além de despropositado, é tarefa absolutamente inglória (...) Temos um cliente, um grande fundo de pensão canadense acostumado a aplicar bilhões aqui, que suspendeu temporariamente os investimentos em infraestrutura até ter mais clareza sobre o futuro. É esse o jogo – o das expectativas – que o governo está perdendo (...) O que me choca é que é tudo muito fácil de resolver.
Se é fácil, por que ninguém faz?
Em alguns segmentos do governo, falta capacidade de gestão e, em outros, os diagnósticos, estão errados. Tem gente que ainda acha que está abafando.
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