Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Gerson Carneiro: Suplicy é preso por defender desfavorecidos; Cunha segue solto com contas na Suíça para esconder propinas

Gerson Carneiro: Suplicy é preso por defender desfavorecidos; Cunha segue solto com contas na Suíça para esconder propinas

Vídeo enviado por Artur Scavone


Ex-senador Eduardo Suplicy é detido durante reintegração de posse em SP

Redação/RedeTV!, sugestão de Gerson Carneiro*

O ex-senador e candidato a vereador pelo PT Eduardo Suplicy deitou no chão para impedir a reintegração de posse nesta segunda-feira (25) na ocupação Terra Pelada, no Jardim Raposo Tavares, zona oeste da cidade de São Paulo, e acabou sendo detido pelos Policiais Militares. A ação foi registrada pelo programa Melhor Pra Você.

Em entrevista ao portal da RedeTV!, Suplicy contou que estava sendo levado para o 75ªDP, no Jardim Arpoador. Mas não quis dar detalhes sobre a detenção, já que ainda estava na viatura da polícia. Segundo a Polícia Militar, ele foi detido por obstrução da Justiça e desacato a autoridade.

A assessoria do ex-senador também informou sobre o ocorrido em sua página oficial do Facebook. Ainda por meio da rede social, a assessoria disse que Suplicy estava no local “para evitar a violência da PM”.
Com a prisão, internautas passaram a utilizar a hashtag#FreeSuplicy  para pedir a soltura do ex-senador.

Reintegração de Posse

Os moradores protestam desde o início da madrugada contra a reintegração. Manifestantes soltaram rojões a jogaram pedras nos militares da Tropa de Choque, que revidou com bombas de efeito moral. Eles também fizeram barricadas, atearam fogo a pneus e tentaram queimar um ônibus.

Às 9h30, a ordem de reintegração não havia sido cumprida. De acordo com a PM, o oficial de Justiça ainda não chegou ao local, na Rua José Porfírio de Souza.

A área pertence à prefeitura de São Paulo. Segundo decisão da Justiça, emitida pela 9ª Câmara de Direito Público, o local apresenta alto risco de deslizamento, por ser região de encostas.

Parecer da Defesa Civil avalia que as construções precárias na área aumentam os riscos de desabamentos e até mesmo de incêndio. “Há ainda muito lixo e entulho no local, bem como árvores queimadas e visível dano ambiental”, diz a avaliação.

suplicy e cunha-001

Gerson Carneiro, no Facebook

Brasil bizarro.

Dois Eduardos:

Eduardo Suplicy é preso por defender pobres desfavorecidos.

Eduardo Cunha está solto com contas na Suíça para esconder propinas.
 
Vem meteoro.
 

domingo, 22 de abril de 2012

Morre idoso hospitalizado após ação no Pinheirinho

Morre idoso hospitalizado após ação no Pinheirinho; polícia investiga agressão de PMs

21/04/2012 – 07h30

 
Guilherme Balza
Do UOL, em São Paulo, sugerido pelos leitores João e Maurício

O aposentado e ex-morador do Pinheirinho, Ivo Teles dos Santos, 70, que ficou dois meses hospitalizado após a ação de reintegração de posse da comunidade de São José dos Campos (97 km de São Paulo), morreu no último dia 9, vítima de falência múltipla de órgãos.
Ele deu entrada no hospital municipal Dr. José Carvalho de Florence no dia 22 de janeiro, em São José, horas depois do despejo. Lá, ficou internado em coma até 22 de março, quando sua filha Ivanilda Jesus dos Santos, 34, chegou da Bahia para retirá-lo. Até a morte, diz Ivanilda, o aposentado permaneceu em estado vegetativo, sem se movimentar, nem responder a qualquer estímulo.
A causa da morte do aposentado está sendo investigada pela delegacia seccional de São José e é motivo de controvérsia: segundo o Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), testemunhas afirmaram a conselheiros do órgão que Santos foi hospitalizado após ser agredido por policiais militares, com golpes de cassetetes na cabeça.
O defensor público Jairo Salvador diz que outras testemunhas relataram a mesma versão em depoimento à Polícia Civil. Já segundo a administração do hospital, Santos deu entrada na unidade com “quadro confusional” e “crise hipertensiva” após sofrer um AVC hemorrágico, diagnosticado após a realização de uma tomografia do crânio.
No dia da ação no Pinheirinho, o aposentado foi entrevistado por uma repórter do jornal “O Vale”, de São José dos Campos, e afirmou: “Eles vieram com muita violência para tirar a gente de casa. Eu reagi e eles partiram para cima. Caí no chão e os três policiais continuaram a bater com o cassetete em mim. Olha só como estou agora? Não consigo nem andar.”
Santos morava sozinho em uma das áreas mais pobres do Pinheirinho, conhecida como Cracolândia. A única pessoa próxima do aposentado no município era a ex-mulher, Osorina Ferreira de Souza, também moradora da comunidade, com quem Santos viveu por 20 anos.
Depois da reintegração, Osorina saiu à procura do ex-marido. Encontrou-o apenas dias depois. Em 4 de fevereiro, acompanhada de deputados estaduais e conselheiros do Condepe, solicitou ao hospital o Boletim de Atendimento de Urgência (BAU), documento médico que atesta as condições em que o paciente deu entrada no hospital.
A direção da unidade negou o documento, alegando que informações sobre o paciente são sigilosas e só podem ser repassadas a familiares. De acordo com o relatório do Condepe, integrantes do corpo de enfermagem do hospital teriam informado à Osorina que a causa primária de internação de seu ex-marido seriam as agressões que ele teria sofrido, e não o AVC.
A filha do aposentado afirma que, quando o retirou do hospital, ele estava com vários hematomas, cicatrizes e escoriações pelo corpo, além de pontos na cabeça. A ela o hospital entregou a tomografia do crânio de Santos e outros documentos, mas não forneceu o BAU. “Não me entregaram, mas estou disposta a viajar para retirar. Esse documento é fundamental”, afirma Ivanilda.
No dia 6 de fevereiro, segundo o Condepe, a versão do hospital e da Secretaria Municipal de Saúde sobre o motivo da entrada do aposentado na unidade foi registrada em boletim de ocorrência lavrado no 5º DP de São José.
A PM nega que tenham ocorrido as agressões. A filha de Santos diz que entregará todos os documentos médicos que recebeu para a defensoria.
O defensor público Jairo Salvador afirmou que, em posse dos documentos, irá pedir um laudo do Instituto de Medicina de São Paulo. A defensoria recebeu 586 ações individuais de moradores que sofreram violência física e psicológicas ou perderam bens na ação. “É incrível a simetria dos relatos. Ou houve uma histeria coletiva ou o que eles dizem realmente aconteceu”, afirma o defensor.
A reportagem do UOL não conseguiu localizar na seccional os responsáveis pela investigação.

História de Ivo Teles dos Santos

Após retirar o pai do hospital, Ivanilda ficou por uma semana na casa de uma irmã no Itaim Paulista, no extremo leste da capital paulista. De lá, foram para Ilhéus, no litoral sul baiano, onde ela trabalha como camareira e vive com dois filhos. Ela conta que teve de abandonar o emprego para cuidar do pai.
“Abandonei o trabalho para ficar em casa cuidando dele. Meu pai ficou sem uma peça de roupa sequer, só com o roupão do hospital. Tive que comprar. Ele usava fraldas, medicamentos… E não consegui retirar a aposentadoria dele. Foi tudo com o meu dinheiro.”
Segundo Ivanilda, seu pai deixou Ilhéus no início da década de 80, quando ela tinha apenas sete anos, para procurar emprego em São Paulo. Antes de se aposentar, Santos fez vários bicos, trabalhou em uma empresa que produzia antenas parabólicas e foi carpinteiro. Além de Ivanilda, o aposentado têm outro filho, de 49 anos, que não foi registrado como seu filho e mora no Rio de Janeiro.
A mãe de Santos ainda é viva. Ela tem 87 anos e também mora em Ilhéus. A família tentou esconder dela o estado de saúde do aposentado, mas foi inevitável. “Ela viu a situação que o filho ficou. Foi muito dolorido para ela e para a família toda.”
Leia também:
Conceição Lemes: Se receber alta, Ivo Teles não tem para onde ir
Conceição Lemes: A denúncia original da internação de Ivo

quinta-feira, 22 de março de 2012

A Dilma está em “crise” ? A crise é do PMDB e no PiG (*) @@@ O carimbo de Dilma Rousseff nas negociações políticas

Antes de mais nada, amigo navegante, leia o excelente artigo da Maria Inês Nassif sobre como Dilma enfrenta a chantagem do PMDB e do PiG (*).

A partir daí, considere que o PiG (*) se lambuza no que chama de “crise“ da Dilma no Congresso.

A Folha (**), diz na manchete que “Base aliada retalia (sic) Dilma e impõe derrotas ao Governo”!

Aparentemehte, o Golpe deu certo: agora, a Dilma cai.

Na página dois, aquela colonista que disse que o Cerra era o mais consistente e se tornou especialista em assuntos do AR, descreve a “crise” como um “Dia de cão”.

Coitadinha da Dilma !

Não deve ter dormido essa noite.

A manchete do Estadão baba de alegria !

Até o Valor, o PiG-Chic, dedica três páginas do primeiro caderno à “crise”.

Qual é o tamanho da “crise”, amigo navegante ?

A votação da Lei Geral da Copa foi adiada.

O amigo navegante tem dúvida de que Lei da Copa será votada ?

Alguma Lei ?

Não, não é isso ?

Porque não haverá Copa sem uma Lei que ordene.

A menos que a Globo consiga transferir a Copa para o Haiti, como tentou transferir as Olimpíadas para Madrid.

Qual é o outro ingrediente da “crise” ?

A bancada ruralista quer votar o Código Florestal antes da Lei da Copa.

A Dilma não quer.

Que “crise” é essa ?

A Dilma e os ruralistas divergem.

Assim como os verdes (por falar nisso, o que tem feito a Blá-blá-rina ?) divergem dos ruralistas e da Dilma.

E daí ?

Quem vai ganhar, amigo navegante ?

Outra  “crise” é o Ministro da Fazenda ir ao Congresso falar sobre a situação econômica internacional.

E, segundo a Folha (**), “deverá ser questionado (sic) sobre as disputas no Banco do Brasil”.

“Disputas” que, certamente, se travam em termos muito mais elegantes dos que a do PSDB de São Paulo.

E daí, amigo navegante ?

Que “crise” é essa ?

Como diria a Inês Nassif, a Dilma pode governar até 2014, numa boa, sem precisar aprovar nada crucial no Congresso.

Daquilo que ela mais precisava, o Orçamento e o Fundresp – que vai arrumar as contas da Previdência – o Congresso já lhe deu.

O que está em jogo é que a Dilma resolveu desmontar a panelinha da chantagem.

Resolveu acabar com o toma-lá-dá-cá da Patricia Poeta, quer dizer, do PMDB e seus Varões da Moralidade – Temer, Wellington, Eduardo Cunha, Sarney, Henrique Alves, Padilha etc etc…

No próprio Valor, na pág A7, Raymundo Costa segue a trilha aberta pela Maria Inês Nassif e considera:  

Planalto aposta na renovação da maioria

Por Raymundo Costa | De Brasília


(…)


A nova orientação política do governo Dilma obedece a uma lógica cuidadosamente planejada e tem por objetivo formar uma nova maioria no Congresso, agregando setores de partidos aliados insatisfeitos com o governo àqueles que já compunham a coalizão governista de mais de uma dezena de partidos, a chamada base aliada. Dilma também quer inovar nos métodos e renovar lideranças. O exemplo que costuma ser dado é o do Senado, há vários anos com seus principais cargos controlados pela tríade formada pelos senadores José Sarney (AP), Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR), todos do PMDB. Na Câmara, ainda davam as cartas o chamado “grupo paulista” do PT, ligado ao ex-ministro José Dirceu e ao campo majoritário do PT.


Com a renovação, a presidente espera mudar práticas como o famoso toma lá, dá cá que costuma nortear muitas negociações no Congresso para a aprovação de projetos de interesse do governo. A própria Dilma talvez tenha sido quem melhor explicou o conceito por trás da ideia dessas mudanças, em discurso ontem no Rio de Janeiro quando falou sobre o “jeitinho” brasileiro. “Não tenho nenhuma dúvida que a maioria dos brasileiros cansou de conviver com práticas marcadas pela lassidão e com nossa fama do país do jeitinho”.


A presidente negou que estivesse criticando a flexibilidade do brasileiro. “Estou criticando o jeitinho”. Segundo Dilma, o brasileiro preza a ética e o respeito às regras. “Sei que o povo brasileiro sabe que sem regras, os primeiros que sofrem são os mais fracos”, afirmou. No que depender de seu governo, disse Dilma, o Brasil será país em que contratos, tratos, regras e acordos serão sempre cumpridos.


(…)


(Colaborou Francisco Goes, do Rio)



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
DEBATE ABERTO


Há uma aposta clara em que, ao escolher seus próprios interlocutores na base aliada, a presidenta conterá os movimentos de chantagem que têm sucedido de forma permanente a troca dos ministros vitimados por denúncias. E que existe espaço na agenda para correr esse risco.

Não parece aleatória a estratégia política assumida pela presidenta Dilma Rousseff (PT), desde que iniciou uma reforma ministerial em capítulos. A leitura que deve ser feita da ação de Dilma junto à base aliada (aí incluídas as escolhas ministeriais e de lideranças no Congresso politicamente mais afinadas com o perfil que quer dar às relações entre Executivo e Legislativo) é a de que ela bancou o risco de desarranjar uma coalizão montada pelo governo anterior, que também deu sustentação à sua candidatura, para fugir ao permanente impasse de demitir auxiliares indicados pelos partidos a cada denúncia de corrupção, e em seguida ser obrigada a se submeter à chantagem dos mesmos partidos para manter as pastas nas mãos dos grupos hegemônicos nas legendas. E, se correu o risco, é porque o governo avaliou que há espaço para tentar arranjos na base partidária, já que não existem questões urgentes a serem decididas pelo Congresso – a única, o Código Florestal, prescinde de uma enorme base de apoio, já que as posições individuais dos parlamentares estão muito consolidadas e a bancada ruralista é muito forte. Mantendo ou não os instrumentos tradicionais de negociação com a base aliada, o Executivo não teria nenhuma garantia de lealdade nessa questão.

Daqui para o final do ano, a gestão do Orçamento, com toda a flexibilidade que a lei dá ao governo, e as medidas para neutralizar os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia têm mais relevância do que as matérias que tramitam no Congresso. O que é importante de fato esbarra em questões que transcendem acordos partidários – caso não apenas do Código Florestal, mas também da Reforma Política, onde uma decisão partidária não consegue se sobrepor aos interesses individuais dos parlamentares. Apenas o PT consegue fechar questão sobre o assunto.

Foram 11 os ministros substituídos até agora, mais dois líderes do governo – parte deles por baixa produtividade, outra parte vitimada por denúncias. Nesse último caso, a presidenta está tentando inverter a mão. Como a hegemonia dos grupos internos, nos partidos tradicionais, é definida pelo poder de troca desses grupos com o governo federal, está apostando que, ao subtrair influência desses líderes sobre a máquina administrativa e transferi-los a outros que estão hoje à margem das decisões partidárias, desequilibrará o poder interno a favor de pessoas mais comprometidas com o seu governo.

Ao substituir o senador Romero Jucá (PMDB-RR) por Eduardo Braga (PMDB-AM) na liderança do governo no Senado, ela não preteriu o maior partido da base de sustentação do governo, mas grupos internos que detinham há nove anos o monopólio das relações com o governo, especialmente os ligados a José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). É uma aposta de que, se a interlocução com o Executivo define a hegemonia interna do PMDB, a presidenta pode ter o poder de renovar internamente o partido, ao optar por outros interlocutores.

O mesmo comportamento teve antes, em relação aos ministros escolhidos. Dilma tem alterado a lógica tradicional de que é preciso simplesmente se submeter às indicações dos aliados, mesmo que elas custem alimentar, ao longo de toda a gestão do indicado, a cota de poder de quem indicou – e, em consequência, os instrumentos de pressão sobre o próprio governo. Até agora, Dilma tem nomeado alguém do partido do ministro demitido, mas com compromissos de lealdade com o governo, não com os grupos dominantes de sua agremiação. Esta foi a origem da revolta do PR, que anunciou a saída do governo: o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que é do PR, porém não faz parte do grupo dominante do partido, não é aceito pelos líderes da legenda como cota partidária, e sim como cota pessoal de Dilma.

No PDT, o movimento é semelhante. Após a demissão de Carlos Lupi (RJ) do Ministério do Trabalho, o político retomou o lugar de presidente da legenda, acirrando uma divisão interna que se prolonga quase desde a morte do fundador do partido, Leonel Brizola. O deputado Brizola Neto (RJ) está na contramão do grupo de Lupi: tem formação política que permite uma aderência mais orgânica ao governo, isto é, suas posições são muito mais próximas de um governo de esquerda do que as de Lupi. O ex-ministro manteve o PDT nos moldes deixados por Brizola avô (poder concentrado na Presidência e pouca seletividade na escolha de quadros) sem ter o carisma do velho caudilho. O poder de Lupi no PDT também depende do seu poder de interlocução com o governo. A escolha de Brizola Neto para o Trabalho, se for confirmada, dará mais consistência ideológica a uma pasta que, num governo petista, com tradicionais ligações com o sindicalismo, tem que servir como contraponto a outros ministérios destinados à direita governista. A lealdade do deputado, sem que se exija dele abrir mão de suas convicções políticas, será naturalmente maior a Dilma do que ao PDT representado por Lupi.

A reação dos partidos aliados ao ajuste pretendido por Dilma na representação dessas legendas em seu governo já seria grande, pois esses movimentos ameaçam o status quo das lideranças que detém o comando dos partidos de formação tradicional. Torna-se maior no período pré-eleitoral porque aí entram novos elementos de possível barganha. O pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, está pagando a fatura pelo jogo duro de Dilma. Como a vitória na capital paulista é fundamental na definição do jogo político depois das eleições, os partidos aliados ao governo nacionalmente passaram a usar a eleição local para reverter o quadro. Com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda afastado das lides eleitorais, a aposta dos aliados do governo federal é a de que o poder de barganha eleitoral reate as relações de poder dos grupos alijados da convivência com Dilma, por conta das mudanças na correlação de forças no Congresso.

É uma aposta que não pode ser traduzida por falta de orientação política do atual governo, mas por uma estratégia política diferente da gestão anterior. Se a área gerencial da atual administração já trouxe do governo Lula o perfil de Dilma, que foi sua principal colaboradora, no campo político o novo governo ainda não tinha uma cara própria. A presidenta, mesmo obrigada a apelar para a intermediacão do ex-presidente Lula de vez em quando, assumiu correr um risco. Mas ela não tinha alternativa a não ser a de imprimir o seu próprio estilo também nas relações políticas mantidas com o Congresso. Sem traquejo de negociação, conhecimento dos atores envolvidos na permanente barganha do poder e carisma de Lula, obrigatoriamente teria que impor padrões de relacionamento com seus alidos, sob pena de ficar refém da política tradicional.

(*) Colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

PM que fugiu de hospital em SJC tinha ido prender Adriano Diogo


Ao fim da noite do último sábado (4/2), este blog divulga notícia da qual tomei conhecimento no meio da tarde do mesmo dia, enquanto investigava, junto a outros dois voluntários da força-tarefa do Condepe (Cido Lima e Meire Cavalcante), denúncia gravíssima que não pode ser divulgada porque está sendo apurada. Ressalto, ainda, que existem 619 denúncias de abusos de todos os tipos, assinadas pelos denunciantes, geradas pela atuação da Polícia Militar durante a desocupação do Bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, no dia 22 de janeiro deste ano.
O deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), presidente da comissão de direitos humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo, ligou para nós a fim de repercutir dificuldades que ele e membros do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, da Comissão de direitos humanos da OAB-SP e os parlamentares Vereador Tonhão Dutra (PT-SJC), Vereadora Amélia Naomi (PT-SJC) e Vereador Vagner Balieiro (PT-SJC) estavam encontrando para obter informações sobre o idoso Ivo Silva Teles, de 70 anos, que, segundo informações do jornal O Vale veiculadas em 23 de janeiro, fora espancado severamente por policiais militares no dia anterior, durante a operação de reintegração de posse do Pinheirinho. Desde aquele dia, Santos estava desaparecido.
Ainda no sábado (4), membros da força-tarefa do Condepe foram avisados pela ex-esposa de Santos de que ele estaria internado no Hospital Municipal de São José dos Campos, que é administrado pela SPDM – Associação Paulista Para o Desenvolvimento da Medicina, uma OSS (Organização Social de Saúde). O deputado Adriano Diogo e os outros supracitados, então, deslocaram-se rapidamente para aquele hospital para obter maiores informações, pois Santos era dado como uma das possíveis vítimas fatais da desocupação do Pinheirinho.
Ao fim da tarde, a vereadora Amélia Naomi me telefona e pergunta se eu teria interesse em repercutir o caso. Contudo, estava na estrada e só consegui fazer a matéria ao fim da noite de sábado. Quando chego à minha residência, encontro e-mail dela informando que o administrador do Hospital Municipal de São José dos Campos, Marcelo Guerra, recusou-se a entregar à força-tarefa do Condepe o Boletim de Atendimento de Urgência (BAU) referente ao aposentado, que dera entrada no pronto-atendimento daquele hospital no dia 22 de janeiro e que até aquele momento permanecia por lá, na UTI, em estado de coma.
Na manhã deste domingo (5/2), em conversa telefônica com o deputado Adriano Diogo, sou informado de que além de parlamentares, membros do Ministério Público, da Defensoria Pública, da OAB e de jornalistas e ativistas não receberem informações e documentos que são públicos, o administrador do hospital, Marcelo Guerra, chamou a Polícia Militar para PRENDER o deputado Adriano Diogo por estar pedindo informações e documentos. E o que impressiona mais: uma viatura com dois policiais militares se deslocou até o local para atendê-lo.
Segundo o deputado, ele, como parlamentar e presidente da Comissão de Direitos Humanos do Poder Legislativo paulista, esteve para ser preso enquanto cumpria as suas obrigações constitucionais de investigar uma grave violação desses direitos. A ordem só não se cumpriu por interferência do presidente da SPDM, Rubens Belfort, que parece ter mais ascendência sobre a polícia do que um representante do Poder Legislativo. Após a intervenção do presidente da SPDM, o policial militar deixou o hospital por uma porta lateral. Quando três defensores públicos tentaram saber dele o que tinha ido fazer lá, ele saiu correndo e sumiu.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Paulo Maldos: “Você volta e manda sua presidenta falar comigo”



Depoimento parcial de Paulo Maldos, secretário nacional de Articulação Social, durante audiência pública na Câmara Municipal de São José dos Campos sobre a desocupação violenta do Pinheirinho
Transcrição publicada no blog Partido da Imprensa Golpista, sugerido pelo professor3f
Boa noite. Eu queria esclarecer que a minha presença naquela manhã se deu devido a um acordo da Presidência da República porque entendemos que haveria um tempo de 15 dias de estudar uma solução.
Como havia este tempo, a partir daquele final de semana iríamos trabalhar já a partir daquele momento. Trabalhavamos junto ao prefeito, ao governador. Eu fiquei incumbido de falar com a comunidade. Procurar as alternativas. Construir casas. Procurar terrenos. Solucionar. Eu vim numa missão de escuta. Tinha marcado nove da manhã, ainda por celular soube que havia um cerco na comunidade.
Não quis acreditar por conta do pacto. Eu não entendi como poderia estar cercado militarmente aquela comunidade. Eu cheguei e me deparei com uma situação bastante crítica. Um cerco militar com escudos escrito choque.
Eu quis acessar o comando. Me dirigi até o grupo de soldados, quando cheguei até uns oito metros. E fui advertido que parasse e vi armas em minha direção.
Dei a volta e fiquei a uns vinte metros de distância. E conversando com a população, de repente sem mais nem menos, eu senti um ferimento, eu recebi uma bala na perna esquerda. Procurei me esconder. Esta tropa veio atacando a população.
Eu fiquei por nove horas no bairro. Sofremos ondas de ataque. Haviam cercado o Pinheirinho. Pude perceber ataques cada vez mais prolongados. Jogando bombas. Notícias de senhoras sendo espancadas. Por volta de onze da manhã, tentei acessar o comando da operação.
Voltei fiquei falando com os jornalistas. Fomos chamados por um grupo de oficiais. Eu tentei ir junto, mas fui barrado. Apresentei meu cartão da Presidência da República. Com brasão. Secretaria Nacional. Ele leu e falou que eu não entrava. Ele falou você : você volta e manda sua presidenta falar comigo (murmuros).
Leia também:
“Parecendo um porco para abater amanhã”

Governador tucano com medo do povo cria 'gabinete antiprotesto'

Protestar é um direito legitimo do cidadão? Para o PSDB não!. É comum a A Polícia Militar de São Paulo reprimir manifestaçãoes com o uso de gás pimenta, cassetetes, bala de borracha, bomba de efeito moral....

O governador paulista, que na frente das cameras de TVs, gosta de passar imagem de bom moço,não quer a polícia distribuindo cassetada quando ele estiver presente em eventos, arrumou um jeito de não ver e não saber de nada....

Na Folha: Palácio dos Bandeirantes monitora manifestações organizadas nas redes sociais e muda agenda do governador

Em seis dias, tucano deixou de ir a dois eventos; assessoria nega que protestos pautem atos do governo

O Palácio dos Bandeirantes passou a monitorar manifestações organizadas nas redes sociais para evitar que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) seja alvo de protestos em agendas públicas.

Nos últimos seis dias, Alckmin não foi a dois eventos em que sua participação estava prevista. Ambos foram marcados por atos contra o governo, detectados antes pelas cúpulas da Casa Civil e da Comunicação do Palácio.

O primeiro furo na agenda oficial foi na última quarta-feira, quando o governador deixou de participar de missa na catedral da Sé pelo aniversário de São Paulo.

A decisão foi tomada na noite que antecedeu o evento, após reunião com os secretários da Casa Civil e da Comunicação.

A missa ficou marcada pelas imagens do prefeito Gilberto Kassab sendo atingido por ovos atirados por pessoas que protestavam contra a desocupação de Pinheirinho, em São José dos Campos.

Ciente da manifestação, Alckmin perguntou ao vice, Guilherme Afif Domingos, se poderia representá-lo.

O mesmo aconteceu no último sábado, quando o governador faltou à inauguração da nova sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC). Também houve protesto na saída do evento, mas dessa vez, além de ovos, os manifestantes levaram sacos com chuchus para arremessar contra as autoridades.Os vegetais eram referência a apelido dado ao governador

As manifestações, organizadas com auxílio de militantes de partidos que fazem oposição ao governador, são monitoradas pela subsecretaria de Comunicação e por um assessor de Alckmin.Como contraponto, os aliados organizam duas grandes agendas externas, esta semana, fora da capital.

PSDB precisa não gosta de povo....

Ptotestar não vandalismo, nem terrorismo, como classificou o governador tucano Geraldo Alckmin. É uma ação legitimamente lícita em qualquer Estado Democrático, doa a quem doer.Quanto aos ovos e tomates, fazem parte do circo que a administração publica montou nesses últimos anos em São Paulo.Interessante notar que quando acontece protestos em outros países a gente ouve do pessoal da direita: "tá vendo, lá sim, são mobilizados". Mas quando acontece aqui... realmente é a herança maldita deixada pela ditadura, afinal somos "pacíficos" e quem vai contra a "ordem" é subversivo....

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Estupidez é a soma da burrice com a desumanidade

As cenas da expulsão, ao raiar do domingo, de seis mil pessoas da comunidade do Pinheirinnho, em São José dos Campos, são uma vergonha para este país.
Um vergonha, sobretudo, para o Judiciário que, como qualquer poder, está tão obrigado a cumprir a lei quanto a respeitar a diginidade de vidas humanas.
Não é possível que magistrados que reagem com tanto zelo em relação a si mesmos, inclusive na percepção de auxílio-moradia, não zelem por uma solução adequada à moradia – a única que têm – milhares de famílias pobres.
Havia, até ontem, uma contradição entre decisões da esfera estadual e federal, como registram os jornais. Era razoável esperar por uma decisão antes de uma medida de força, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo chegou a emitir ordem de enfrentamento à decisão da Justiça Federal que vigia, durante o dia,  para repelir “qualquer óbice que venha a surgir no curso da execução, inclusive a oposição de corporação policial federal”.
Com o devido respeito, é impensável que se possa dar uma ordem para que a Polícia Militar, garantidora da decisão estadual, enfrente a Polícia Federal, a quem competiria garantir a decisão de um desembargador federal.
Depois, a decisão do STJ, que revogou aquela decisão, só foi tomada à noite, depois de toda a operação. E se a decisão tivesse sido outra, o que justificaria aquela ação? Para a imobiliária, nenhum prejjuízo teria havido em esperar algumas horas ou dias.
Depois, tratava-se de uma situação de uma ocupação de longa data, oito anos, o que não é o mesmo que terem invadido ontem e terem montado barracas de lona. Havia ali casas, muitas de padrão bem aceitável, que consumiram muito do pouco que ganha aquela pobre gente e, sob qualquer ponto de vista, é um bem e merece alguma tutela.
Estava sendo buscada uma solução pelo Governo Federal. Não é possível que a massa falida da imobiliária do Sr. Naji Nahas não pudesse ser levada a negociar. Desapropiração, compra, permuta de terreno, havia uma série de possibilidades a serem tentadas antes de atirar à rua tanta gente.
Miguel Seabra Fagundes, a quem ninguém pode negar a honrade ter sido um dos maiores juristas deste país, na sua curta passagem pelo Ministério da Justiça, ajudou a impedir a remoção dos humildes moradores do Morro do Borel, na Tijuca, igualmente decretada por um juiz. E Seabra era um homem tão apegado a regras que demitiu-se por ter Carlos Lacerda invadido uma reunião ministerial para dar ordem a Café Filho.
Se o Poder Judiciário demonstrou um açodamento que não estamos acostumado a ver em suas ações, da mesma forma o Governo do Estado também não demonstrou prudência, porque mobilizar, num domingo de manhã, uma tropa de dois mil homens é, em qualquer corporação militar do mundo, uma proeza admirável.
Ninguém, em sã consciência, pode imaginar uma mobilização deste vulto sem a participação do comando da corporação e do próprio Governador do Estado. A força pública não é para ser usada sem medidas, nem de humanidade, nem de custo para a população. Muito menos seus homens devem ser brutalizados como estão sendo, quando passam a apontar espingardas para viciados na rua e moradores desesperados.
Ninguém está advogando o não-cumprimento de decisões judiciais, mas a forma e a velocidade que, em si, representam uma afronta ao principio da razoabilidade que estas devem ter.
Se a uma empresa falida, como a imobiliária de Naji Nahas, se concedem prazos e condições para que pague com seu patrimônio, as dívidas que não honrou, porque não se dar o mesmo direito às pessoas?
Ali estão 1.600 casas, 1.600 ex-lares, expostos ao saque, à depredação, e, amanhã, à demolição. Não são apenas partes de vidas, são riquezas construídas com trabalho honesto, que serão destruídas. Aproveitadas, urbanizadas, aquelas casas custariam menos que o problema que sua destruição coloca diante de todos e certamente menos do que a desapropriação da área, negociada.
A estupidez é só isso mesmo, a soma da burrice com a desumanidade.
PS. A área da remoção, ainda por cima,  tem uma história conturbada, que você pode ler no Paulo Henrique Amorim.

PM do PSDB desrespeita ordem da Justiça Federal e ataca sem-teto para beneficiar especulador Naji Nahas

A Polícia Militar iniciou na manhã deste domingo, 22, a reintegração de posse de um acampamento sem-teto no Pinheirinho, bairro na zona sul de São José dos Campos, no interior de São Paulo, para cumprir uma ordem emitida pela juíza Maria Loureiro.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, que defende os ocupantes do Pinheirinho, a PM chegou ao local às 6h deste domingo, com cerca de 2 mil homens. Os moradores do acampamento resistem em deixar o local.

Um morador da ocupação foi ferido e está internado em estado grave no Hospital Municipal, conforme informações do Sindicato, que não confirmou de que forma ocorreu o ferimento. Ainda não há informações oficiais sobre o número de detidos, embora a imprensa local afirme que pelo menos 10 pessoas tenham sido presas. Justiça Federal determinou, por meio de uma ordem judicial, a suspensão imediata da reintegação de posse no Pinheirinho. A ordem foi emitida pelo juiz plantonista Samuel de Castro Barbosa Melo e, segundo o sindicato, foi ignorada pela PM.

Cerca de 9 mil pessoas vivem na comunidade e, para abrigá-las após a reintegração, foram montadas 18 tendas no centro poliesportivo da cidade.
Estadão

Quem é quem na tragédia do Pinheirinho