WikiLeaks começa a sofrer ameaças
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03/08/2010
(Chico Villela) Começou. Um colaborador essencial do Wikileaks foi detido por três horas e interrogado por agentes de Inteligência dos EUA.
Para saber o que é Wikileaks, leia Diário da Guerra Afegã nesta NovaE. O colaborador ativista Jacob Appelbaum, 27, foi detido no aeroporto de Newark, ao chegar de viagem internacional, da Holanda, por agentes de Inteligência militares e do Departamento de Segurança Interna dos EUA. As informações partem do World Socialist Web Site.
Vários movimentos vêm sendo anotados da parte da Inteligência dos EUA contra colaboradores, simpatizantes ou membros do WikiLeaks. O celebrado e veterano repórter investigativo Seymour Hersh avisou Julian Assange de que evitasse o território dos EUA, sob pena de graves ocorrências, a menor delas, sua prisão. Como as leis fascistas atuais, herança de Bush filhote que BHObama cultiva como flores de jardim, não contemplam nem habeas corpus nem informações a advogados ou família, é de se entender que Assange anda pela Europa, e, mesmo por lá, em endereço só sabido de poucos.
Appelbaum é profissional de desenvolvimento de softwares e, há pouco, substituiu o coordenador do Wikileaks, Julian Assange, numa palestra em conferência de informática e tecnologia de Las Vegas, à qual Assange não pôde ir por razões de segurança. O interrogatório, que durou três horas, focou suas relações com o Wikileaks e com Assange e suas opiniões sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.
Os agentes apreenderam de início seu laptop e três celulares, e ao final foi-lhe devolvido apenas o laptop. Foi-lhe negado o direito da presença de um advogado, e Appelbaum foi informado de que será interrogado toda vez que chegar de viagem, o que faz sempre, em razão de sua especialidade: softwares para segurança e privacidade em internet.
Segundo o Independent londrino, Appelbaum foi questionado há três dias por agentes do FBI, que haviam estado presentes à conferência de Las Vegas, sobre “como subverter a segurança de internet do governo chinês”. Appelbaum recusou-se a conversar.
Appelbaum ironizou as declarações do secretário da Defesa Robert Gates e do comandante chefe das forças armadas Mike Mullen, sobre Assange, de que deveria “ter sangue nas mãos” por colocar em perigo soldados e informantes no Afeganistão. “Se alguém vem fazendo uma guerra por 10 anos, quem é ele para dizer isso?”.
Antes de Appelbaum, agentes do FBI estiveram interrogando estudantes do Massachussetts Institute of Technology e outras universidades próximas, em busca de relações com o jovem Bradley Manning, acusado de ter fornecido os arquivos da guerra afegã ao Wikileaks. As acusações e hipóteses, reproduzidas e apoiadas pela grande mídia, vêm caindo no vazio. Da mesma forma, convites para agir contra o Wikileaks vêm sendo recusados pelos jovens, alguns deles colegas e amigos de Manning. A mãe de Manning, cidadã britânica de Gales, foi visitada pelo FBI.
Danny Weil e sua esposa, amigos da família desde a infância de Appelbaum, relata que o pai sempre lhe enviava notícias sobre o filho contando de seu orgulho pelas suas atividades em nível mundial em favor da justiça e da paz. Appelbaum é um profissional autônomo de segurança em computação, de renome internacional na sua especialidade. É também artista e fotógrafo, e autor de várias invenções e descobertas na sua especialidade e em criptografia.
Appelbaum torna disponível uma ferramenta gratuita de proteção para todos, o Tor Project. Aproveite e instale; proteja-se.
Danny comenta: “De uma coisa eu sei: se estivesse vivo hoje, seu pai estaria orgulhoso da coragem de seu filho e da sua luta pela liberdade. Eu estou.”
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