Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Chega de Lei Pelé e de neolibelismo Essa, além do Gilmar, é uma das heranças malditas do Principe da Privataria



A derrota sofrida pela Seleção Brasileira para a Alemanha não significa somente uma tragédia nacional.

Vai além.

Representa um choque de realidade que escancara a distância entre o futebol brasileiro e o alemão.

Lá, como lembraram os jornalistas Guilherme Pavarin e Alexandre Versignassi, a eliminação na primeira fase da Eurocopa em 2000 surtiu efeito.

“Estávamos pensando exatamente como vocês brasileiros pensam hoje: que não precisávamos aprender nada. E fomos jogando cada vez pior, pior e pior”, disse o ídolo alemão  Paul Breitner, em entrevista a ESPN Brasil.

Dois anos depois, o país chegava à final da Copa do Mundo com o mesmo Brasil eliminado ontem.

E hoje tem a seleção mais uma vez na final de um Mundial, o Bayern e o  Borussia Dortmund foram os finalistas da Champions League e revela jovens talentos como poucos.

A CBF deles não é um órgão privado, o que colaborou para que os investimentos necessários fossem feitos pelo governo local. A média de público do campeonato alemão, a Bundesliga,  é de  45 mil pessoas por jogo, a melhor do mundo. No Brasil, é 15 mil, menor do que a segunda divisão deles.

Por aqui, ocorreu o inverso: o Campeonato Brasileiro é cada vez menos atraente, garotos vão para o exterior como nunca e os clubes ficam relegados às federações e à emissora dona dos direitos de transmissão, que, para Alex, é quem manda.

A Lei Pelé, norma que substituiu a Lei Zico, assinada durante o governo Fernando Henrique Cardoso, com Pelé de Ministro dos Esportes, contribuiu com isso.

O neoliberalismo saiu dos ideais e planos econômicos da gestão tucana e foi para o futebol.

A lei tinha o objetivo de dar  transparência e profissionalismo ao esporte nacional, disciplinar a prestação de contas por dirigentes de clubes e a criação de ligas, profissionalizar as gestões e conceder aos jogadores o direito do seu passe.

Exceção ao Passe Livre, nada mudou.

Na teoria, a lei visava dar liberdade aos jogadores, que antes eram presos aos clubes. Na prática, foi a realização do sonhos dos empresários de futebol. Uma carreira que ganhou força a partir dali, e hoje é a categoria que mais se beneficia do esporte.

A ação dos empresários de futebol é abrangente. Podem mediar transferências internacionais e milionárias, assim como descobrem talentos ainda na infância. Garimpam talento e visam o lucro próprio. As categorias de base se tornaram, então, uma caixa preta nos grandes clubes.

As famosas “peneiras” ganharam um novo ingrediente. Bons talentos acabam reprovados nos testes para, na sequência, serem abordados por agentes. Eles oferecem estrutura e uma perspectiva de sucesso para os garotos. Tratam até com os pais dos atletas. Depois, o jogador volta ao mesmo clube, mas com uma diferença: já é agenciado pelo empresário.

Ou seja, o jogador poderia ser uma descoberta do clube, mas passa a ser terceirizado pelo empresário. Em uma futura venda, o lucro é dividido. Os clubes servem quase que como barriga de aluguel. Expõem e valorizam o atleta. E aí, com os atletas em mãos, é mais fácil levá-los para a Europa, onde está o grande faturamento.

Temos alguns exemplos na própria Seleção: você sabe de onde vem o Hulk, amigo navegante? E o David Luiz? O Fernandinho? Daria para falar sobre cada um deles. Tirando Neymar, Júlio César, Hernanes e mais um ou outro, a grande maioria desse elenco fez carreira desde cedo na Europa.

Inclusive alguns dos que saíram do Brasil como ídolos de grandes times, como Paulinho e Thiago Silva, vinham de experiências frustradas – e precoces – no Velho Continente. Poucos sabem, mas Paulinho passou por Polônia e Lituânia antes de brilhar no Corinthians. O capitão Thiago Silva teve sérios problemas de saúde na Rússia, para depois ser ídolo do Fluminense.

Por que sair tão cedo? Porque, além do lugar comum de sonhar com o futebol europeu, alguém lucra com isso. Interessa a alguém que o jogador vá para o exterior sem um intermediário.

Com a Lei Pelé, não foi o jogador que ganhou. Foram os empresários. E quem perdeu, além dos clubes, foi o futebol brasileiro.

Como se sabe, o legado de FHC é abrangente. Tem como um de seus exponenciais a ida de Gilmar Mendes ao STF. Podemos adicionar mais essa contribuição do Príncipe da Privataria ao país: a derrocada do esporte mais popular do mundo.


Em tempo: Foi após a Lei Pelé que empresas estrangeiras como a ISL, Hicks Muse e MSI passaram a patrocinar agremiações como Flamengo, Corinthians e deixaram os clubes em situação financeira pior do que quando chegaram


Alisson Matos e João de Andrade Neto, editores do Conversa Afiada

segunda-feira, 24 de junho de 2013

DILMA REFORÇA: NÃO HÁ "UM CENTAVO" DA UNIÃO PARA ESTÁDIOS

quarta-feira, 7 de março de 2012

Veja diz que cartola da Fifa que insultou o Brasil foi “preciso”


Durante evento da Fifa na Inglaterra na última sexta-feira, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, criticou supostos atrasos do Brasil nos preparativos da Copa e insultou o país dizendo que merecia um “chute no traseiro”.
As reações brasileiras não tardaram. O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, convocou a imprensa para anunciar que o governo brasileiro não aceita mais Valcke como o interlocutor da Fifa no âmbito da organização do Mundial de 2014.
Valcke tem se notabilizado por afrontar o Brasil com a mesma lenga-lenga da grande imprensa brasileira de que o país passará por um vexame na Copa e, ano passado, chegou a se meter na política brasileira.
Durante o cai-não-cai do ex-ministro Orlando Silva, Valcke chegou a dizer, em entrevista coletiva em que falava pela Fifa, que já não considerava mais o então ministro como interlocutor da entidade que integra.
Na segunda-feira, provavelmente assustado com a repercussão e com o pedido oficial de desculpas emitido pela Fifa, seu secretário-geral emitiu justificativa de que teria havido falha na tradução de sua declaração.
A história de Valcke é a de que, em francês, a expressão “se donner un coup de pied aux fesses” significa apenas “acelerar o ritmo”.
Ontem, a desculpa de Valcke foi contestada por jornalistas internacionais. O repórter inglês Rob Harris, da agência “AP”, que esteve na coletiva do secretário-geral da Fifa em que este insultou o Brasil, disse que a conversa dele com a imprensa foi todinha em inglês. Martyn Ziegler, chefe de reportagem da “Press Association Sport”, também confirmou que a entrevista do dirigente não foi em francês.

Os jornalistas estrangeiros testemunharam que Valcke disse, textualmente, que o país merecia um “kick up in the backside”, expressão que pode ser traduzida como um “chute no traseiro”.
A reação brasileira, porém, não se limitou às declarações oficiais de autoridades. Pelo Twitter, milhares de pessoas promoveram um “tuitaço” usando a hashtag #ForaValcke, que, rapidamente, chegou aos trending topics.
O que surpreendeu foi matéria do site da revista Veja que foi na contra-mão da indignação nacional com o insulto do cartola da Fifa ao Brasil. Abaixo, reprodução de trecho da matéria que afirma que o agressor teria sido “preciso em sua observação”.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, porém, descarta maiores problemas e chega a brincar com a preocupação da Veja e do cartola da Fifa afirmando que seu “único receio” é com o desempenho da seleção brasileira dentro de campo durante a Copa.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Delinquente que foi fonte da Veja é preso de novo



O caluniador João Dias, que foi a fonte da revista Veja e de outros órgãos de imprensa contra o ex-ministro Orlando Silva, voltou a ser preso. Ele protagonizou ontem uma invasão da sede do Governo do Distrito Federal, onde agrediu funcionários e jogou no chão 159 mil reais em notas e moedas.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, a prisão de João Dias está amparada no Artigo 209 do Código Penal Militar, porque ele quebrou o dedo de um sargento destacado para contê-lo no Palácio do Buriti enquanto tentava invadir a sala do secretário de governo, Paulo Tadeu. O crime, portanto, não será pela agressão às servidoras que foram atacadas ontem, mas por ferir um integrante de sua própria corporação, o que é punido com rigor pelo Código Penal Militar.

O policial militar está detido na Corregedoria da PM e será levado para uma ala especial do presídio da Papuda, onde ficam os presos militares. Na prisão de ontem, João Dias pagou uma fiança de 2 mil reais e foi liberado. 

Com agencias 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

João Dias, fonte da Veja, é preso no DF

Por Altamiro Borges

O policial João Dias, o bandido usado como principal fonte da revista Veja para derrubar o ministro Orlando Silva, dos Esportes, foi preso na tarde de hoje (7) em Brasília. Ele tentou invadir a sala do secretário do Governo do Distrito Federal, Paulo Tadeu, no Palácio Buriti. Carregando uma mala com cerca de R$ 200 mil, o “maluco” berrou palavrões e agrediu três pessoas.



Bem que a revista Veja, que deu tanta acolhida ao sinistro policial – acusado de desvio de recursos de convênios na área do esporte, de enriquecimento ilícito (uma mansão, três carrões importados e duas academias de ginástica) e até de homicídio –, poderia contratá-lo. O sujeito parece transtornado com o fim dos holofotes. Ele poderia ser instalado ao lado de outro “doente”, o blogueiro pitbull da Veja.

Abaixo, as matérias publicadas no blog de Lilian Tahan, do Correio Braziliense, a primeira a noticiar o inusitado acontecimento; as duas notas da Secretaria de Comunicação do Governo do Distrito Federal e a nota da Polícia Civil.

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João Dias é preso por segurança do Palácio do Buriti

Pivô do escândalo que derrubou o ministro Orlando Silva, João Dias invadiu nesta tarde a Secretaria de Governo comandada por Paulo Tadeu.

O policial militar, segundo testemunhas, agrediu duas funcionárias do secretário Paulo Tadeu. Uma delas é conhecida por Paulinha e a outra chama-se Niedja.

João Dias carregava um pacote de dinheiro vivo que também, segundo testemunhas, ele teria jogado em cima da mesa. João Dias pretendia ser recebido por Paulo Tadeu, mas acabou preso pela segurança interna do Palácio do Buriti.


João Dias presta depoimento na delegacia

João Dias presta depoimento na 5ª Delegacia de Polícia, no Setor Bancário Norte.

O policial militar tentou invadir nesta tarde o gabinete do secretário de Governo, Paulo Tadeu. João Dias entrou pelo anexo do Palácio do Buriti sem ter sido notado.

Segundo testemunhas, ele teria pichado com um monte de palavrões a lataria de um carro que seria de Paulo Tadeu. A assessoria do governo, no entanto, não confirma a informação.

Já na ante-sala do gabinete de Paulo Tadeu, o policial militar disse que precisava ser atendido pelo secretário. Mas Paulo Tadeu estava em reunião na Residência Oficial de Águas Claras. Muito exaltado, com um saco de dinheiro vivo na mão e sem conseguir o que queria, ele agrediu duas servidoras (Niedja e Paulinha) do Palácio do Buriti.

Segundo testemunhas, Niedja teria levado um soco no rosto.

A polícia do Palácio foi acionada e um dos seguranças teria também se machucado (quebrado um dedo) ao tentar conter João Dias.

Assessores de Paulo Tadeu estão reunidos neste momento no gabinete do secretário. Em breve vão divulgar uma nota oficial sobre o episódio.

João Dias foi o delator de um suposto esquema de corrupção envolvendo o programa Segundo Tempo do governo federal e ONGs ligadas ao PCdoB. O escândalo derrubou Orlando Silva do Ministério dos Esportes e acabou respingando no governador Agnelo Queiroz que, quando era do PCdoB e ocupava o cargo de ministro dos Esportes, criou o programa Segundo Tempo.


*****

Notas da Secretaria de Comunicação do GDF

A equipe de segurança do Palácio do Buriti teve que retirar do prédio na tarde de hoje o policial militar João Dias após ele agredir duas servidoras da Secretaria de Estado de Governo.

João Dias teve que ser contido pelos seguranças já que apresentava comportamento agressivo e foi encaminhado à Polícia Civil, que tomará as medidas legais pertinentes ao caso.

Quanto ao secretário de Governo, Paulo Tadeu, ele não se encontrava no Palácio durante o episódio. O secretário e outras autoridades do GDF participavam de reunião com os governadores do Centro-Oeste na Residência Oficial de Águas Claras.

A segurança do Palácio do Buriti abriu procedimento para apurar como se deu o acesso de João Dias ao Préio. O Governo do Distrito Federal também vai apurar com que objetivos escusos o policial apareceu nesta tarde de forma despropositada no Palácio do Buriti.


Complemento

A Polícia Civil do Distrito Federal informou que, após ser preso no Palácio do Buriti e conduzido à 5ª Delegacia de Polícia, João Dias foi autuado pelos crimes de injúria, por insultar de forma racista uma das servidoras, e pelo menos duas lesões corporais, contra a outra funcionária e um policial militar em serviço da equipe de segurança do Palácio.

Ao término da autuação na delegacia, João Dias será encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar.

A Polícia Civil informou ainda que foram recolhidas na Secretaria de Governo cédulas de dinheiro que João Dias teria jogado sobre a mesa das servidoras, que reagiram contra a agressão e absurda situação. As notas serão periciadas pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil, que vai apurar a origem do dinheiro.


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Nota da Polícia Civil do DF

A Polícia Civil do DF informa que nesta data foi lavrado, na 5ª DP, auto de prisão em flagrante em razão da prisão do policial militar João Dias, o qual cometeu os crimes de injúria de cunho racial, lesão corporal e vias de fato, no interior do Palácio do Buriti.

No local, foi arrecadada pelo Instituto de Criminalística da PCDF a quantia de R$ 159 mil reais, em espécie, a qual será encaminhada à Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (DECO), visando apurar a sua origem.

Após as oitivas de todos os envolvidos, encaminhamento das vítimas ao IML e demais providências legais cabíveis, todos serão liberados.

O autuado, após o pagamento de fiança arbitrada, será liberado e conduzido pela Polícia Militar para a adoção das providências administrativas cabíveis, em razão da sua condição de militar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Osso duro de roer


Quem ouviu ou leu o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, dizer ontem que só sai do governo se for “abatido a tiros”, por certo experimentou um déjà vu – não faz nem um mês, ainda, que o ex-ministro do Esporte Orlando Silva proferiu frase análoga, dizendo-se “indestrutível”. O ritual das seis demissões anteriores de ministros “por corrupção” parece ir se cumprindo.
Surge, então, a grande pergunta: em que o ministro bola da vez diferiria dos outros que a mídia “sangrou” e abateu “a tiros” exatamente como ele diz que ela terá que fazer para derrubá-lo por se considerar um “osso duro de roer”?
Ao explicar este caso surge a oportunidade de desfazer um equívoco cometido por esta página durante a agonia de Orlando Silva, quando se disse, aqui, que o PC do B teria ameaçado deixar o governo caso a presidente Dilma demitisse o ex-ministro do Esporte: o partido jamais disse isso, apenas insinuou ao prometer que não indicaria um substituto para o lugar do demitido.
O PDT fez diferente, ao menos na retórica: acaba de afirmar, literalmente, que deixa o governo se o seu ministro for demitido da forma como foram os anteriores, ou seja, sem provas, o que fez com que cinco dos seis demitidos deixassem o governo sem que lhes tivesse sido feita ao menos uma acusação formal, ainda que, em dois desses casos, agora, há poucos dias, tenham sido abertos processos, aparentemente para preencher uma lacuna no discurso da oposição midiática.
Seja como for, é positiva a atitude de Lupi. A mídia desencadeou uma guerra contra o governo Dilma e este não tem mais para onde recuar.
Escrevo, nesta quarta-feira, poucas horas antes de embarcar para Porto Alegre, onde participarei de evento do Gabinete Digital do governo Tarso Genro. Enquanto escrevo, assisto ao programa Ana Maria Braga, que sucedeu o Bom Dia Brasil. Estou de queixo caído. Por um momento, senti-me na Venezuela de 2002 – estive lá naquele ano.
Após o telejornal opinar furiosamente sobre as acusações a Lupi e ao governador petista Agnelo Queiróz, a apresentadora se encarrega de “traduzir” o ataque antipetista da Globo aos governos petistas de Brasília e do país. Foram mais de vinte minutos atacando o ministro Lupi e o governador Queiróz. Sem contraponto, sem dúvida. Insinuações covardes e levianas, porque sem base probatória.
Por que escândalo no Distrito Federal oriundo de um denunciante, sem qualquer prova, difere de escândalo em São Paulo, oriundo também de um denunciante e igualmente sem prova? Por que as denúncias do deputado estadual do PTB Roque Barbiere contra o governo tucano não são repercutidas como as que pesam contra o governo petista?
Lupi foi o primeiro a dizer que há um ataque denuncista organizado contra o governo Dilma e o PDT foi o único partido a anunciar previamente e sem mais delongas que, se demissão do seu ministro ocorrer sem provas, deixa o governo.
O PC do B e Orlando Silva, portanto, recuaram. O partido indicou o substituto de Silva que disse que não indicaria e o demitido, à diferença do que prometera, pediu demissão. Não se pode culpá-los, porém. Ficou evidente que não fizeram isso para se proteger, mas para proteger Dilma do desgaste entre a base aliada que seria demitir publicamente o auxiliar.
Se Carlos Lupi, o PDT e sobretudo Dilma resistirem, porém, será uma surpresa devido à presidente, que, durante o processo de fritura do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento afirmou que ele “se precipitou” ao pedir demissão pois teria seu “apoio”, mas acabou cedendo de novo à mídia.
Tudo, portanto, resume-se a uma só variável: será que, como Lupi, Dilma também percebeu que há um processo de sabotagem de seu governo que não irá parar até que chegue nela mesma? Bem, aí vai um regalo para os otimistas: o ministro do Trabalho, em sua fala sobre ser “osso duro”, insinuou que a presidente despertou. Tomara.
PS: durante esta quarta-feira poderá haver algum atraso na liberação de comentários.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Internautas criticam governo por “covardia” diante da mídia

Posted by eduguim



Desde a noite de terça-feira, blogs e redes sociais começaram a ser invadidos por onda de revolta contra desfecho da novela Orlando Silva que já se fazia previsível. Todavia, após sucessivas garantias da presidente Dilma, do PC do B e do próprio ministro de que a “presunção de inocência” deste prevaleceria sobre o bombardeio de acusações da  mídia, ontem a demissão se concretizou.
Foi a primeira vez, neste ano, que a militância governista na internet não se dividiu como ocorrera em demissões anteriores de ministros, com destaque para a primeira da série de demissões que ocorreria após a queda do ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, quando a aquela militância rachou praticamente ao meio sobre a permanência dele no cargo.
O apoio a Orlando Silva foi esmagadoramente majoritário entre a militância governista na internet. Há poucos dias, milhares de tuiteiros já haviam levado esse apoio aos Trending Topics do Twitter. Na terça-feira, repúdio a declaração do deputado ACM Neto de que o ministro do Esporte afrontava o país por ter ido a audiência na Câmara ficou entre os cinco temas mais comentados naquela rede social.
Ao ir se materializando a rendição do ministro, do PC do B e do governo à mídia, uma onda de revolta de militantes governistas tomou as caixas de comentários dos grandes portais e blogs corporativos e as dos blogs e sites independentes, além dos comentários no Twitter e no Facebook. O alvo principal do mau-humor digital foi a presidente Dilma, em quem muitos prometeram “nunca mais votar”.
Além do prejuízo político previsível entre a sociedade que a rendição do governo pode gerar, o prolongamento da agonia do agora ex-ministro do Esporte soma-se à patética encenação de autoridade e de independência de um governo que, aos dez meses, parece cansado e sem autoridade, dependurado em bons resultados na economia que, em um momento de crise internacional, podem sumir rapidamente.
Para completar, internautas comentavam às dezenas, ontem, que a nova investida da mídia sobre o Enem sugere que o ministro da Educação, Fernando Hadadad, pré-candidato a prefeito de São Paulo deve ser o próximo alvo da caça midiática a ministros do governo Dilma.  O fator eleitoral confere verossimilhança à teoria. Um escândalo nesse ministério enterraria de vez a candidatura de Haddad. A conferir.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Anonymous desmascara a Veja: Um show de manipulação

A Veja desta semana tenta linkar o movimento Anonymous com os protestos anti-corrupção no Brasil, utilizando a máscara de Guy Fawkes, símbolo do movimento, em sua capa. Um show de manipulação, já que uma coisa não tem nada a ver com outra.
Em resposta à Veja, o Anonymous postou este vídeo no Youtube

PS do Viomundo: Coincidentemente no último domingo, apareceu em  nossa capa um anúncio da Veja, que bloqueamos e esclarecemos em muitos comentários e e-mails recebidos.  Para quem não acompanhou essa “batalha”,   aproveitamos para colocar os pingos  nos is.
O Viomundo utiliza o Google Adsense,  que é uma rede de anunciantes gerenciada pelo Google. Como estamos classificados como blog de política e provavelmente a Veja comprou espaço publicitário no Google  envolvendo o tema  “política”, o anúncio acabou sendo exibido aqui. É algo sobre o qual não temos controle a priori.
Porém, tão logo fomos alertados por leitores, saímos imediatamente a campo para bloqueá-lo. Em HIPÓTESE ALGUMA, o Viomundo aceitaria um anúncio da Veja. O tipo de Jornalismo praticado por ela é tudo aquilo que condenamos na mídia. Uma incompatibilidade total com os nossos princípios éticos, jornalísticos e profissionais  (Conceição Lemes).

PiG não é PiG porque denuncie a corrupção.

O sistema político brasileiro por definição é corrupto.

Não mais que o americano, o italiano, o russo ou o mexicano, por exemplo.

Mas, corrupto é.

Nos acima citados sistemas, a Caixa Dois, a sobra de campanha e a sujeição aos interesses dos financiadores são goiabada com queijo.

Uma das formas centrais do sistema político corrupto – como nos acima mencionados – é o acesso à televisão.

Tempo de tevê vale ouro – e voto.

E a manipulação do acesso à tevê é uma das causas do descrédito dos partidos e dos homens públicos nessas grandes democracias.

O noticiário político só faz equiparar a atividade público a reality show de ex-prostitutas.

Outra causa é a notória impunidade.

O sistema judicial torna-se cúmplice e parte de um sistema que se nutre de corrupção.

O financiamento público e uma Ley de Medios podem atenuar a penetração da corrupção no sistema político.

No Brasil, à parte a geneneralizada impunidade – que se acentuará com o fechamento do Conselho Nacional de Justiça  pelo Supremo -, há um fenômeno que não se repete em nenhuma das citadas democracias.

É a concentração do PiG (*).

Três famílias – Marinho, Frias e Mesquita (by proxy) – , dominam a tevê, o rádio, o jornal, as revistas, as agências de notícias e portais na internet.

(A família Civita, expulsa da Argentina, no Brasil explora outro ramo de negócio, que não o jornalismo.)

Três famílias – duas em São Paulo e outra no Rio, a Globo, que, porém, trabalha para o IBOPE de São Paulo – dominam o conteúdo da informação e a agenda de debates de um país de 200 milhões de almas, com uma maravilhosa e suprimida diversidade cultural.

O papel central do PiG é derrubar os Governos trabalhistas, onde, apesar de todo o bom-pracismo dos governantes, os negócios empresariais do PiG enfrentam mais obstáculos.

Quando os Neolibelês (**) estiveram no Governo, o PiG sentava-se à mesa do banquete.

O PiG não é golpista porque denuncie a corrupção.

O PiG é golpista porque SÓ denuncia a corrupção dos trabalhistas.

Para o PiG, a massa cheirosa não rouba.

Nem roubou.

O PiG tem parte, tem lado, obedece a uma linha política, como o Ministro Gilmar Dantas (***): está sempre do lado de lá.

As denúncias de corrupção são apenas uma das faces do golpismo.

Outra é a fixação da agenda.

O PiG e o Congresso acabam por discutir só o que o PiG quiser.

O PiG determina a hierarquia: a ponte de 3,5 km sobre o rio Negro não tem menor importância.

Só teria se ficasse comprovado o esmagamento de um bagre na hora de fincar uma estaca.

Aí, sim, seria um Deus nos acuda.

Vamos sublimar, amigo navegante, a criminosa discriminação que o PiG pratica contra os atos dos governos trabalhistas.

Vamos por à parte o excepcional Governo do Nunca Dantes, aprovado por 80% da população.

Ou do Governo de sua sucessora, que segue a mesma trilha.

Vamos à Argentina.

Agora, com a acachapante vitória da Cristina, só agora se sabe que o maior eleitor foi a bonança econômica.

A Argentina bomba !

E aqui se tinha a impressão de que a Argentina era uma pocilga encravada na caverna do Ali Babá.

As atividades do PiG são, pela ordem, deturpar, omitir, mentir.

As denúncias de corrupção do PiG são bem-vidas, porém.

E devem servir de elemento para coibir o malfeito.

O problema é que no PiG se esvaecem como nuvens as denúncias de corrupção do outro lado: as ambulâncias superfaturadas; o Ricardo Sergio, o Preciado, o Paulo Preto, o Daniel Dantas, o  Robanel dos Tunganos; a concorrência do metrô de São Paulo; o mensalão de Minas; a empresa de arapongagem do Cerra paga pelo contribuinte paulista; os anões do Orçamento da Assembléia tucana de Sao Paulo.

Tudo isso se lava com água e sabão e vai embora pelo ralo.

E a corrupção da empresa privada ?

Os subornadores, os financiadores dos políticos ?

Quem compra os políticos ?

A Madre Superiora ?

Quem ganha todas as concorrências e não perde uma na Justiça ?

Quem são e o que fazem os que a Evita Peron chamava de “oligarcas de mierda ?”

Por que no Brasil não tem empresário ladrão ?

Nem rico na cadeia ?

É por isso que o PiG é golpista.

Porque é cúmplice, beneficiário e arauto dessa máfia do poder, como diz o Mino.

As denúncias de corrupção são a face branda quase pueril do PiG.

Vamos pegar o PiG pelo gancho: vamos fazer uma Ley de Medios.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(***) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
 

Todos perderam com o caso Orlando Silva

Surgiu um discurso sobre as denúncias contra o ministro Orlando Silva e o PC do B que mostra que esse caso, além de só ter distribuído prejuízos, fez isso com uma justiça verdadeiramente poética. É o discurso de setor da sociedade acusado de “isentismo”, ou seja, de não se comprometer com lado algum. Não ficando em cima do muro, mas erguendo o muro.
É muito simples: a mídia, de fato, faz denúncias seletivas só contra o governo Dilma e, mais objetivamente, contra o ministério do Esporte, mas só faz isso porque esse ministério deixa “rabo” por ter sido “aparelhado” pelo PC do B, que, segundo essa visão, estaria fazendo alguma coisa que os outros partidos não fazem ou que, por ser o PC do B, não teria “direito” de fazer.
Quando ouvi hoje de uma das pessoas mais sóbrias, inteligentes e honestas que conheço certa afirmação sobre esse caso, fiquei assustado. Na verdade, fiquei assustado depois que essa pessoa me disse que, claro, evidente, a mídia estava querendo, sim, acuar o governo e adquirir o poder de governar, mas que, também, o PC do B, de fato, teria “aparelhado” o Ministério do Esporte.
Quando perguntei em que se baseava a afirmação, a resposta foi de que reportagem do Fantástico teria mostrado “claramente” que estava sendo entregue dinheiro do ministério do Esporte a ONG de militante do PC do B, o que, apesar de legal, seria “imoral”. Daí quis saber como se pode inferir, daquela reportagem, que há uma legião de ONGs desse partido mamando no ministério do Esporte como ONGs de nenhum outro partido  fazem em outros ministérios.
A pessoa, alguém muitíssimo bem informado, não soube informar. Disse-me, apenas, que estaria “clara” a existência de uma legião de ONGs do PC do B que seria toda fornida com dinheiro do ministério que o partido comanda há tanto tempo.
Então perguntei se isso não ocorreria em outros ministérios. Resposta: claro que ocorre porque o problema é “estrutural”, ou seja, o sistema que rege as relações do Estado com o Terceiro Setor propiciaria abusos. E o fato de a mídia só fiscalizar um lado não reduziria a “culpa” do lado que está sendo acusado.
A teoria é a seguinte: já que não dá para pegar os dois lados porque, por exemplo, pedidos de CPIs sobre a relação do governo de São Paulo com o Terceiro Setor dormitam na Assembléia Legislativa do Estado e continuarão ali pois a mídia não irá nunca fazer a mesma (ou qualquer) pressão sobre o PSDB , que se puna um lado só.
É aquela história da utopia possível. Já que não dá para fazer o necessário, que se faça o que dá para fazer até que, em algum dia incerto de um futuro distante, seja possível pegar os dois lados.
Aí pergunto à pessoa se fazer com que um lado só seja punido enquanto o outro fica livre não fará com que esses que têm licença para corromper ou ser corrompidos voltem ao poder e, aí, a corrupção estará institucionalizada, porque, então, como acontece aqui em São Paulo não haverá mais fiscalização do governo federal, mas, sim, aquela imprensa elogiosa, baba-ovo e chapa-branca da época de FHC.
Mas o que fazer, então? Calar? Compactuar com o roubo no meu lado e acusar o lado da mídia e da oposição porque compactua com o roubo dos seus aliados? Ou será que devo me juntar à direita e derrubar e desmoralizar o ministro Orlando Silva e seu partido mesmo que disso possa resultar que amanhã seja eleito um grupo político com licença para roubar, como era até 2002?
É absolutamente irracional que uma pessoa que deseja o melhor para o país possa querer que ocorram punições desonrosas como demitir Orlando Silva e execrar todo o seu partido sob denúncias não investigadas e sem provas inquestionáveis como a que levou o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda do palácio do governo direto para o xilindró.
Há que fazer uma diferenciação entre o que é prática comum a todos os partidos, ministérios, secretarias de Estado e dos municípios – e que, inclusive, é legal, por mais que seja questionável – e o que é prática criminosa. Depois disso, não se pode querer debitar as deficiências do sistema a um único homem e seu partido inteirinho.
Todos sabem que a esposa do ex-governador José Serra tem uma ONG que recebe dinheiro de empresa estatal que o governo paulista controla, a Sabesp. A ONG da ex-primeira dama Ruth Cardoso, que Deus a tenha, também recebia dinheiro público. Mesmo que, presumidamente, essas organizações ligadas a tucanos façam aquilo a que se propõem com o dinheiro público que recebem, para essas pessoas não vale o mesmo critério que vale para membros do PC do B?
Só há uma postura correta, em tal situação: que as instituições de controle investiguem e que a Justiça puna ou absolva. Mas sem viés político. Se resultar uma constatação de culpa, que se puna só os corruptos que foi possível pegar, então. Agora, querer punir um lado só enquanto o outro lado tem licença para roubar, e ainda querer punir sem provas, não dá mesmo.
É por isso que todos perderam com o caso Orlando Silva. Porque falta honestidade a QUASE todos os lados. Quem defende o tribunal seletivo de exceção, está errado; quem não quer nem saber de investigação porque a intenção da mídia é clara, também; e quem entende que há hipocrisia da mídia mas acha que onde há fumaça há fogo, idem.
Quem queria o linchamento de Orlando Silva (a mídia e a oposição) perdeu porque apostou todas as fichas em que Dilma cederia, divulgou a demissão como fato e depois foi desmentido; quem está sendo acusado (o ministro e seu partido) também perde porque há gente séria e que sabe que a mídia é partidária e desonesta, mas que, mesmo assim, acredita nela.
Mas há um perdedor maior: a ética na política e na administração pública. No caso Palocci, por exemplo, como a onda de moralismo contra ele se limitou a defenestrá-lo e depois não tocou mais no assunto, nunca houve debate sobre regulação do processo de transição de cargos no governo para o setor privado, a tal quarentena. Então outros enriquecerão como Palocci.
Quem denuncia essa situação não quer impunidade “dos seus” coisa nenhuma. O que não se quer é pressa, é linchamento. Para desonrar alguém para o resto da vida com demissão sumária por corrupção, sobretudo sendo um partido político com dezenas de milhares de filiados, é preciso mais do que “Eu acho que eles fizeram, sim, porque parece que fizeram”.
Como alguém honesto e bem-intencionado pode pregar que se puna Orlando Silva e seu partido inteirinho sem que existam elementos inquestionáveis de prova? E o que é pior: em um prazo absurdo, ridículo de uma mísera semana após a acusação. Isso é linchamento, ora. Não há outro nome.
Não sei se o PC do B fez aquilo tudo de que o acusam. Vejo até gente séria dizendo que “é claro” que fez. Como assim? Quero a defesa do partido, para me posicionar. E o resultado de uma mínima investigação. Não posso aceitar esse linchamento feito de notícias falsas que chegam a desdizer inclusive a presidente da República quando ela diz que dará direito de defesa aos acusados.
Se ainda fosse a primeira vez, não seria “nada”. Mas é o quinto ministro que a mídia quer tirar “por corrupção” sem prova alguma sob o argumento de que “é claro” que se corrompeu, sendo que os quatro ministros anteriores, depois que saíram do cargo, não tiveram culpa provada, muitas vezes nem tendo existido qualquer investigação após se renderem à mídia.
Não se pode, é claro, dizer que inexiste a hipótese de os acusados da vez serem mesmo culpados, ainda que a hipótese de que um partido como o PC do B seja institucionalmente corrupto me soe para lá de absurda e até antidemocrática. Não diria tal coisa do PSDB, ao menos de cabeça fria. Posso discordar do partido, mas é claro que tem gente séria
Obviamente que há legendas de aluguel, mas se nos pretendemos em um Estado de Direito e não respeitamos o princípio “civilizatório” e constitucional de presunção da inocência, e ainda só contra um lado, estaremos apoiando uma ditadura midiática.
Bom seria, então, que quem fomentou essa farsa refletisse minimamente que, ao acusar leviana e indiscriminadamente os adversários, o país logo irá parar de vez de dar bola para qualquer denúncia, até para as fundamentadas. E a pior coisa que pode acontecer a um país é ele não se indignar com a corrupção. Mas é o que acontecerá, nesse ritmo.

A astúcia do “poste”



Este blog tem sido crítico em relação ao governo Dilma. Apesar de alguns pensarem que aqui não se critica o governo por acharem que crítica é fazer acusações de corrupção sem provas, crítica não é isso. Aqui não se faz oposição partidária, como a mídia, mas críticas objetivas à condução política do governo e quaisquer outras que eventualmente precisem ser feitas.
Aqui se faz até críticas à condução administrativa desse governo. Por exemplo, no que diz respeito ao processo de construção de um marco regulatório para as comunicações, do qual o governo Dilma tem se omitido de uma forma inaceitável em um momento em que o mundo discute regras e leis para a mídia.
Só aqui na América do Sul, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai, Paraguai e Venezuela já reformularam – ou estão reformulando – suas legislações sobre a matéria, adequando as leis aos novos tempos da comunicação digital. Estão muito à frente do Brasil, nesse quesito civilizatório e republicano que é extinguir castas privilegiadas.
Aliás, o país de Primeiro Mundo que têm uma das legislações mais brandas entre seus pares, a Inglaterra, está equacionando novas regras inclusive para conteúdo dos veículos impressos, que, antes, era autorregulado por eles e que, em breve, deve deixar de ser.
A condução política e a Comunicação do governo Dilma também são ruins. O governo se manifesta pouco e de forma ambígua e despolitizada em busca de se converter em uma espécie de repartição pública, apesar de que governos são eleitos e sustentados pela política e de que governo nenhum é apolítico como este parece tentar se mostrar.
Todavia, não se pode deixar de constatar, em nome da honestidade intelectual, que da última investida da mídia partidarizada contra o governo Dilma, agora em relação ao ministério do Esporte e ao seu titular, transpareceu estratégia política que, ao menos desta vez – e meramente até aqui –, parece que vai dando certo.
Dilma fala pouco sobre política e só quando provocada e o governo silencia quando explode a gritaria dos adversários políticos assumidos e enrustidos, o que permite à mídia colocar palavras na boca e na pena da presidente da República como fez agorinha mesmo, quando noticiou à farta a demissão do ministro do Esporte, Orlando Silva.
Ano passado, porém, durante o processo eleitoral, os colunistas e comentaristas da grande mídia, em uma exibição deprimente de engajamento político, cunharam para a atual presidente a alcunha depreciativa “poste”, aludindo a que, no poder, ela se tornaria uma títere do ex-presidente Lula, o que, mais uma vez, os fatos negam.
Tome-se a relação de Dilma com a mídia partidarizada e enrustida ou com os inimigos políticos assumidos. Todos dedicam um ódio e uma fixação patológicos a Lula. Dilma, porém, vai às festas dos meios de comunicação que tanto a detrataram e ao seu padrinho político – o termo “padrinho” é lícito porque quem a elegeu foi o antecessor – e hoje mesmo ela recebe, na residência oficial, o líder máximo dos desafetos de Lula, Fernando Henrique Cardoso.
Parece lógico inferir que, se Lula controlasse Dilma, essa relação entre ela, de um lado, e a mídia e a oposição de outro, seria mais parecida com a que ele teve…
Uma das frases que marcaram a era Lula, aliás, foi dele mesmo. O ex-presidente dizia, reiteradamente, que se orgulhava de nunca ter almoçado ou jantado com donos de meios de comunicação durante a sua Presidência. Aliás, este blogueiro ouviu isso dele pessoalmente quando o entrevistou no Palácio do Planalto, ano passado.
Brasileiro pode não ter memória política para fatos, mas as picuinhas políticas ficam gravadas. Quando se passa meses a fio chamando uma personagem política de “poste” em jornais, rádios, televisão e na internet, como foi durante o ano passado, isso fica, sim, na cabeça das pessoas.
Como todos sabem que Lula e FHC são adversários, ver Dilma e o tucano confraternizando diz muito sobre aquela história midiática de que, se eleita, ela se tornaria um joguete. O que alguém lhe diz e que não se confirma vai tirando, pelo menos em seu inconsciente, a confiança que você tinha em quem disse, sobretudo se acreditou anteriormente nesse alguém.
Esse desmentido factual da mídia aconteceu de novo, agora de forma mais explícita e instantânea. No último fim de semana, a mídia foi infestada pela “demissão” virtual do ministro Orlando Silva. O blogueiro da Veja, Reinaldo Azevedo, chegou a garantir, no sábado, que de segunda-feira ele não passava, como ministro.
Ontem à tarde, a caminho de casa, o blogueiro estaciona o carro diante de um botecão para comprar cigarros. Um grupo de senhores maduros, mais para idosos, tomava cerveja e conversava. Enquanto esperava para ser atendido pelo caixa do estabelecimento, percebeu que debatiam, acaloradamente, se Orlando Silva ainda era ministro ou não.
Um deles garantia que a nora, que dizia “bem informada, havia lhe comunicado que lera “no jornal” que o “negão” não era mais ministro, ao que outro afiançava que a informação estava errada, que o Jornal Nacional dissera que o ministro continua no cargo. E emendou: “Cada hora dizem uma coisa”.
É curioso como na era da informação este país se vê tão pouco informado. As novas tecnologias deveriam fazer com que os que se interessam pela informação pudessem se informar como nunca fora possível. Todavia, o que acontece hoje é o contrário. Cada vez mais as pessoas duvidam de informações porque, ao que um diz, o outro desdiz. Sobretudo em política.
Pensando bem, no entanto, talvez isso seja bom, porque informações polêmicas precisam de questionamento e de múltiplas versões.
Prossegue, no entanto, a dúvida deste blog em relação ao acerto da estratégia política de Dilma. Mas, astuciosamente, desta vez ela deixou a mídia “rasgar a camisa”, como diz uma amiga, ao investir dessa forma descontrolada contra o governo, chegando ao absurdo de anunciar a demissão de um ministro. E depois a deixou se estatelar ao mantê-lo no cargo.
O episódio conferiu credibilidade a afirmações quase inaudíveis de Dilma – por conta da baixa ou distorcida divulgação da mídia – de que os outros ministros não foram demitidos, de que saíram porque quiseram e de que, se quisessem, poderiam ter permanecido nos cargos, pois ela os teria mantido, e de que só saíram porque fraquejaram diante dos ataques da mídia às suas famílias.
Dilma, porém, aprimorou a sua estratégia. Apesar de poucas declarações, desta vez ela manifestou um apoio bem maior a um ministro na berlinda midiática, por mais que tenha condicionado esse apoio ao não surgimento das provas que a revista Veja e seu delator haviam prometido contra Orlando Silva e que garantiam que iriam “nocauteá-lo”.
Seja como for, ontem a mídia se arrebentou ao ter sido obrigada a divulgar matéria como a que saiu no portal G1 no meio da tarde, que reconhecia, já no título, que Policial diz que não tem provas específicas contra Orlando Silva. Mais à noite, no Jornal Nacional, a reportagem sobre o caso tampouco pôde fugir de reconhecer o mesmo.
No alto da página, imagem da capa da revista Época em uma edição publicada no fragor da disputa eleitoral do ano passado, em que Dilma aparecia fazendo uma pergunta que, neste momento, adquire um sentido especial: “Você acha que sou um poste?”. Se tivesse que responder, diria que, de “poste”, essa mulher que governa o Brasil não tem nada.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bandido da Veja admite blefe: nenhuma prova contra Orlando Silva



Leia mais em: O Esquerdopata
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R$ 150 mil para evitar publicação de matéria na revista Veja - revela o Estadão






Sobre fim dos jornalistas, na acampada


Estou saindo da acampada do 15-0 na Cinelândia e uma jovem jornalista, de um velho jornal carioca, me aborda. Depois de perguntar nome, idade, ocupação, vai direto ao ponto:
— O que vocês propõem, qual é a pauta de reivindicações do movimento?
— Acho que mais importante é perguntar o que o movimento faz, o que ele produz e, mais importante ainda, como ele faz e produz. A forma é diferente.
— Tá, mas, pode dar um exemplo…
— Por exemplo, aqui se está experimentando fazer uma mídia de maneira que não precisemos mais de jornalistas e jornalismo. — respondo sem tom de provocação, mas ela reage com uma atitude de condescendência, que é o pior tipo de arrogância.
— Sei, porque a mídia é golpista e tal, e vocês não, são os revolucionários. O jornalismo vai continuar existindo de um jeito ou de outro.
— Se o jornalismo surgiu há alguns poucos séculos, ele pode acabar também, as coisas mudam. E não entraria no mérito se é golpista, acho que seja mais simples e menos conspiratório: é porque você não é livre enquanto jornalista, a sua reportagem não será livre, esse movimento no fundo também é pra você.
— Claro que não. Por quê?
— Você tem um chefe, uma pauta, uma carreira, uma edição centralizada dos textos, você não escreve o que deseja e sobre o que deseja e, mais importante,como deseja; tem uma linha editorial, tem que respeitar certa forma de escrever, de construir e selecionar os fatos, tem truques e convenções impostos de fora pela profissão do jornalismo, do jornalismo sério. Por isso que a nova mídia tem que ser pós-jornalista e quando o jornalista vem pra nova mídia, ele precisa largar essa identidade e esses macetes. Se a nova mídia reproduz o mesmo jornalismo no formato 2.0, não é nova. — e ela vai anotando, condescendente.
— Então o melhor é deixar tudo para o estado, estatizar?
— Se fosse isso, a gente não estaria aqui acampado, teria procurado os partidos pra disputar o estado. Acho que a mídia não será livre quando toda ela for estado, mas quando todos formos mídia. Todo mundo pode colaborar numa narrativa em comum. A gente tá cansando de ouvir que no mundo socialista não tinha imprensa livre e é verdade. Mas não é muito diferente daqui. Lá na Romênia do Ceausescu o controle era mistificado pelo interesse público e o estado, e aqui ele é mistificado pela livre iniciativa, que qualquer um é livre pra montar uma empresa jornalística ou mudar de emprego, mas no fundo, aqui e na Romênia, é o mesmo jornalismo, ou seja, a falta de liberdade pra falar e de criatividade em comum. Se você for a favor da linha dos seus chefes, está bem, é livre, mas experimenta colocar opiniões verdadeiramente contrárias e que incomodam, ou então a fazer diferente, aí te censuram na certa. Claro que eles vão falar que no texto você perdeu a objetividade dos fatos, que está muito carregado de opiniões e achismos, que está político, ou horror, que está ideológico. Como se o fato e o jeito de montar esse fato que eles querem, e o modo como ensinam e pautam seus jornalistas, como prometem a carreira profissional, já não fosse a ideologia em primeiro lugar. E aí se você tem a opção de aceitar ou mudar pra outro jornal no mesmo formato controlado por outra família de poderosos, então não vai mudar muito. Você está num ciclo vicioso que se chama liberdade de imprensa, mas essa democracia não é real. Por isso quando a Acampada toma a palavra e faz diferente, essa é uma proposta importante. — nessa hora, a jornalista mudou a expressão, talvez tenha se dado conta que não ia me pegar no contrapé tão fácil, então tentou uma última.
—- Então você quer extinguir o jornalismo, isso não é complicado, não é totalitário?
— É tão totalitário quanto o fato que esta entrevista não vai aparecer no seu jornal amanhã.
E não apareceu mesmo.
http://www.quadradodosloucos.com.br/2019/sobre-fim-dos-jornalistas-na-acampada/ 

  Em primeira-mão no Blog Os Amigos do Presidente Lula em 23/10/2011 as 17:28hs   

Sem querer o jornal Estadão jogou a revista Veja no caldeirão de suspeitos de cobrar R$ 150 mil para silenciar sobre encândalos.

Foi nesta matéria, onde o alvo era Agnelo Queiroz, mas se a Polícia Federal investiga as conexões políticas no caso, agora não pode deixar de fora as investigações sobre a revista Veja, para averiguar se a revista não estaria participando da partilha do dinheiro da máfia que fraudou convênios com o Ministério do Esporte.

Eis o trecho do Estadão onde "entrega" a revista:

Geraldo Nascimento contou à Polícia Civil que na reunião foi debatida uma forma de arrecadar R$ 150 mil para tentar evitar a publicação da matéria pela revista Veja, baseadas nas acusações feitas por Michael. A matéria foi publicada em abril de 2008. Discutiriam também o que fazer com o delator.

Clique nas imagens para ampliar
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,motorista-reafirma-reuniao-entre-agnelo-e-ongs,788930,0.htm


É preciso advertir que estas acusações, como as outras, são frágeis, muita coisa baseada apenas em depoimento sobre a tal reunião, na base do "ouviu falar", do "fiquei sabendo". O depoente sequer diz que participou, nem que testemunhou. Além disso ele está envolvido no desvio das verbas e participou da campanha da família Roriz em 2010. Então todo cuidado é pouco.

Mas o fato é que a revista Veja publicou uma matéria na edição 2057 de 23 de abril de 2008, com o referido Michael atacando Agnelo.

Agnelo é o alvo das acusações na revista nesta matéria, o que evidencia que ele não pagou propina à revista para não ser atacado.

Isso poderia ser evidência a favor da revista, porém...

... nenhuma linhazinha sobre o PM João Dias. O nome dele nem é citado. E, em outros jornais, Michael o acusa de o ter ameaçado e até quebrado o pulso.


 A revista saiu no sábado, dia 19 de abril de 2008.

Dezenove dias antes, no dia 01 de abril, o PM João Dias fora preso na Operação Shaolin, como comprova esta matéria do Correio Braziliense:


Por que a Veja fez silêncio sobre a Operação Shaolin e sobre o PM, e só atacou Agnelo?

E não foi apenas nesta edição 2057. Não há registro nos arquivos digitais da revista (arquivo completo com todas as edições) sobre a Operação Shaolin, nem da prisão do PM. Seu nome só aparece nas páginas da revista agora, em outubro de 2011.

O povo quer saber:

1) A revista (ou alguém da revista) recebeu ou não propina de R$ 150 mil do PM João Dias, para não publicar denúncias contra ele?

2) Qual o pacto da revista Veja com o PM João Dias, para esconder todos os escândalos que ele está envolvido desde 2008, e só citá-lo agora quando ele quis aparecer como "denunciante"?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

João Dias não apresentou as provas à PF. PF informa que até agora não recebeu provas materiais de João Dias



O Conversa Afiada reproduz texto da Agência Brasil:


A Polícia Federal informa que até agora não recebeu do policial militar João Dias Ferreira, autor de denúncias sobre a existência de um esquema de corrupção no Ministério do Esporte, nenhum documento ou gravação que possa resultar em prova material para embasar as investigações sobre o caso que envolve o ministro da pasta, Orlando Silva. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (21/10) pela Agência Brasil no Departamento de Polícia Federal, no Instituto Nacional de Criminalística e nas superintendências da PF no Distrito Federal e em São Paulo.


Ao deixar a Superintendência da Polícia Federal no DF, onde prestou depoimento por mais de sete horas na quarta-feira (19), João Dias disse ter entregue “alguns materiais, algumas provas, algumas degravações e alguns documentos fraudados emitidos pelo ministério”. Além disso, ele prometeu entregar novos documentos e áudios na segunda-feira (24).

Governo e mídia em impasse


Era inevitável e, como tudo que é inevitável, aconteceu: finalmente o governo Dilma Rousseff e a mídia, sem maior concurso da oposição, chegaram a um impasse. Diferentemente do que aconteceu com os ministros que foram derrubados nestes dez meses do novo governo, porém, o ministro Orlando Silva parece cheio de gás para enfrentar as acusações assacadas contra si.
Também à diferença do que aconteceu com a primeira pedra do dominó ministerial de Dilma que foi derrubada, o ex-ministro Antonio Palocci, o ministro dos Esportes tem o apoio integral de seu partido, enquanto que o ex-chefe da Casa Civil foi minado pelo próprio partido, ao que a mídia e a oposição acederam gostosamente.
Aliás, falando em partido, como o PC do B inteiro foi lançado na lama pelo PM milionário e pela revista que endossou cada uma de suas acusações, agora não se está mais querendo derrubar apenas um ministro, mas um partido aliado. Esse partido, porém, não é como as legendas de aluguel que tiveram ministros derrubados. É o PC do B, o aliado mais fiel do PT há muito tempo.
Então vamos ao impasse: se só a Veja tivesse assinado embaixo das denúncias do acusador de Orlando Silva e de seu partido, não seria nada. Mas a Globo e os jornalões aderiram ao endosso incondicional que a revista deu àquele acusador, inclusive anunciando fartamente as tais provas que ele prometeu apresentar ontem e não apresentou e uma decisão de Dilma sobre o caso que a presidente fez questão de desmentir peremptoriamente.
O governo sabe que se a mídia derrubar outro ministro no grito, sem provas, e expulsando da aliança governista um dos principais partidos, chegará a um ponto de fragilidade irreversível. Se ceder a chantagem tão grosseira, terá que se curvar sempre ou não conseguirá manter ministro algum no cargo, inviabilizando a administração do país.
A mídia continua fazendo ofertas veladas publicamente. Matérias dão a impressão de que pretende aceitar só a cabeça do ministro comunista e não pressionar pela retirada do ministério dos Esportes da área de influência do PC do B, mas o partido sabe que a queda do ministro, como este foi vinculado à agremiação nas acusações, representará prejuízos eleitorais irreparáveis, ano que vem.
Sabendo-se agora, graças ao ator José de Abreu, que o governo “negocia” com a mídia os ataques que dela sofrerá, essa “negociação” entre as partes acaba de mergulhar naquilo que no mundo dos negócios, por exemplo, chamamos de impasse.
A demissão do ministro simbolizará publicamente que ele e seu partido são corruptos e a mídia, após o que disse sobre essa demissão ser fato consumado, não pode aceitar situação inversa porque seria a própria desmoralização. Impasse, pois, é quando os negociadores não têm mais o que perder porque qualquer perda será prejuízo para si e lucro para o outro lado.
Agora a má notícia: em política, a conseqüência mais direta dos impasses freqüentemente costuma ser a guerra.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Barbiere e João Dias: quem mente?

Por Altamiro Borges

O deputado estadual Roque Barbiere (PTB), da base de apoio do governador Geraldo Alckmin, reafirmou ontem (18) que possui provas concretas sobre o esquema de corrupção com emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo. Segundo a sua assessoria, na próxima quinta-feira (27) ele irá depor no Conselho de Ética da Alesp. Roquinho, como é conhecido, ameaça dar nome aos bois.

Há cerca de três meses, o parlamentar revelou em entrevista num jornal do interior que “de 25% a 30%” dos deputados paulistas negociavam emendas com empreiteiras, prefeituras e o governo estadual. O esquema de propinas sugaria bilhões dos cofres do Estado. Isolado e atacado pelos partidos governistas, Roquinho chegou a dizer que o parlamento paulista é um “camelódromo”.

Lapso de sinceridade de Bruno Covas

Num lapso de sinceridade, Bruno Covas, deputado licenciado do PSDB e secretário de Meio Ambiente de Alckmin, até endossou a denúncia do petebista. Disse que ele mesmo foi sondado por um prefeito, que lhe ofereceu propina de 10% para a liberação de uma emenda de R$ 50 mil. Pré-candidato à prefeitura da capital, ele depois tentou desmentir a sua confissão, mas ela está gravada.

Já o deputado Major Olímpio (PDT) confirma as acusações de Roquinho. “Todo mundo sabe que isso faz parte do cotidiano da Casa... O governo fica de braços cruzados porque é confortável para ele, porque mantém todo mundo refém, dependente dessas emendas”. É um típico "mensalão". Ele informa que já colheu depoimentos sobre “pacotes de dinheiro nos gabinetes, tudo fruto da venda de emendas”.

A cumplicidade da mídia demotucana

Até agora a grave denúncia não mereceu capa da revista Veja. O Jornal Nacional da TV Globo também não acionou sua artilharia pesada contra os acusados – os deputados do PSDB, DEM e de outros partidos da base aliada. O governador Geraldo Alckmin tem sido poupado das críticas. Nem é procurado para tratar do delicado assunto. Será que a mídia encara Roquinho como um mentiroso, um bandido?

Bem diferente tem sido o tratamento dado às acusações do policial João Dias Ferreira contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. Ele foi capa da Veja e fonte de venenosa matéria. Também virou astro do Jornal Nacional, que tem amplificado os seus ataques e requentado velhas denúncias. Suas acusações são manchetes diárias dos jornalões e motivo de ácidos comentários nas rádios.

Imparcialidade da mídia do esgoto?

Diferente do deputado Roque Barbieri, que até hoje não foi processado por corrupção, o ex-policial é investigado por desviar R$ 3 milhões de recursos de convênios com o Ministério do Esporte. Em abril passado, ele foi preso em Brasília, acusado de liderar uma quadrilha de bandidos, segundo conclusão da Operação Shaolin da Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco).

O rápido enriquecimento do policial militar – que, segundo o jornal Correio Braziliense, comprou uma mansão num condomínio de luxo em Sobradinho, “já arrestada pela Justiça”, adquiriu duas academias de ginástica (Thisway Fitness e Wellness) e transita em carros importados – também gerou suspeita sobre as maracutaias de João Dias.

Mesmo assim, a mídia demotucana dá todo apoio as suas acusações do policial – “um bandido”, segundo o ministro Orlando Silva. Os dois casos são bem emblemáticos sobre a seletividade da chamada grande imprensa. Só mesmo os ingênuos e os oportunistas ainda acreditam na imparcialidade da mídia de esgoto do Brasil!

Bandido de farda?

Em  depoimento, a PF no  dia 5 de abril de 2010 no decorrer da Operação Shaolin, ele afirmou que  seus vencimentos mensais, disse, eram de R$ 15 mil.
No momento em que o ministro Orlando Silva era ouvido na Câmara, o PM João Dias Ferreira reuniu-se com integrantes da oposição, na liderança do PSDB no Senado, para, segundo ele, "pedir proteção de vida". Ferreira afirmou estar sendo ameaçado há dois anos, mas não identificou os autores.

Mais cedo, o PM não havia recusado depor na Polícia Federal, alegando problemas de saúde. Após o encontro com senadores e deputados do PSDB, DEM e PPS,

O PM já responde a um inquérito - que corre em segredo de Justiça - na superintendência regional do Distrito Federal, também por suspeita de desvios de recursos do Ministério do Esporte. A PF informou que o soldado falará sobre as denúncias que fez e não sobre fatos anteriores.

E quais são os fatos anteriores?

O soldado da PM João Dias Ferreira, 39, disse que construiu seu patrimônio com o salário na corporação, ganhos com aulas de defesa pessoal e de artes marciais. Acredite se quiser!

Ele é proprietário de uma mansão em Sobradinho (DF), de carros e de três academias de ginástica. (foto)

Em  depoimento, a PF no  dia 5 de abril de 2010 no decorrer da Operação Shaolin, ele afirmou que  seus vencimentos mensais, disse, eram de R$ 15 mil. Quanto  vale  essa mansão?

Amigo dos tucanos 

Uma das transações imobiliárias que ele relatou foi a troca de uma academia -segundo ele, avaliada em R$ 560 mil- "por quatro apartamentos no Edifício El Shaday em Sobradinho pertencentes ao ex-deputado federal Ronivon Santiago".

Em 1997, Santiago foi pivô do escândalo da compra de votos para aprovar emenda que garantiu a possibilidade de reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Coincidentemente, ontem o João Dias Ferreira reuniu-se com a oposição. o ex-deputado federal Ronivon Santiago , também  foi acusado de envolvimento na máfia dos Sanguessugas. Aquela das ambulâncias dos tucanos

Os podres do PM

Federação chefiada por João Dias é investigada por recebimento de verba pública sem prestação de contas

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) investiga o apoio financeiro concedido pela então Secretaria de Estado de Esporte e Lazer à Federação Brasiliense de Kung-Fu - chefiada pelo militar João Dias Ferreira,, para a realização do projeto "Esporte sem Fronteiras - A Saúde em Primeiro Lugar". Em setembro de 2002, foram repassados R$ 95 mil

À época, a entidade tentou comprovar a execução do projeto, apresentando uma prestação de contas dos recursos recebidos, mas a documentação foi considerada incompleta. Não havia demonstração do pagamento da única nota fiscal apresentada e também não foram entregues o extrato bancário para demonstrar a movimentação dos recursos nem os documentos confirmando a realização do projeto.

O TCDF imputou a responsabilidade pelo prejuízo causado aos cofres públicos do Distrito Federal, de forma solidária, à Federação Brasiliense de Kung-Fu e ao presidente João Dias Ferreira. Também foram considerados responsáveis pelo prejuízo, a então Diretora de Apoio Operacional da SEL, o então Chefe de Gabinete da SEL e o então secretário, por terem autorizado a emissão de nota de empenho, efetuado o pagamento e ratificado a inexigibilidade de licitação em favor da federação.

A Corte determinou a citação dos responsáveis para que apresentem defesa num prazo de 30 dias ou recolham o débito (atualizado monetariamente) aos cofres públicos.

Portas fechadas para combinar derrubar o ministro

João Dias reuniu-se, ontem, a portas fechadas com parlamentares da oposição no Congresso . Logo depois, em entrevista coletiva, repetiu a versão de que o ministro estaria envolvido num esquema de corrupção na pasta.

A reunião com membros da oposição aconteceu no horário em que Dias daria depoimento à PF.