O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgado ao longo da quarta-feira (14 de março) pôs fim à polêmica sobre quem de fato unificou e deu impulso (“alargamento”) aos programas sociais que geraram os enormes elogios ao Brasil que predominam no último relatório sobre o Índice de Desenvolvimento Humano.
Apesar de a mídia estar tentando atribuir ao governo Fernando Henrique Cardoso as ações sociais mais decisivas no sentido de ter gerado a manchete que predominou no site do PNUD, a qual diz que “Brasil tem alto desempenho no desenvolvimento humano e é exemplo para o mundo”, a leitura do relatório conta uma história diferente.
Abaixo, o texto.
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A ascensão do Sul
Progresso humano num mundo diversificado
Capítulo 3
Página 87
“(…) Em 2003, o Bolsa Escola foi alargado ao programa Bolsa Família por via da fusão de vários outros programas de transferências pecuniárias e não pecuniárias num único sistema de seleção sob uma administração simplificada. Em 2009, o programa Bolsa Família cobria mais de 12 milhões de famílias em todo o país, ou 97,3% da população visada. Estes programas também abriram perspectivas em termos de administração dos programas e de capacitação das mulheres, graças ao desenvolvimento de canais de distribuição inovadores, tais como cartões ATM para mães com baixos rendimentos que não possuíam contas bancárias. Isto traduziu-se numa queda substancial dos índices de pobreza e de pobreza extrema e numa redução da desigualdade (…)”
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Se os dados se referissem a 2012, os resultados seriam muito mais impressionantes, pois o avanço foi muito grande após 2009. Todavia, o que se depreende do estudo é que o governo Lula, em seis anos, entre 2003 e 2009, atingiu, com os programas sociais de transferência de renda, 12 milhões de famílias, enquanto que durante o governo FHC, que durou oito anos, apenas 2,9 milhões de famílias foram contempladas.
Em seis anos, Lula fez quatro vezes mais do que FHC em oito anos.
Esses programas de transferência de renda, entre outros, motivaram a exposição do Brasil em um relatório que já no título diz a que veio. O Relatório do Desenvolvimento Humano 2013 traz como mote “A ascensão do Sul”, pois revela que, ao contrário do que ocorre no resto do mundo, sobretudo no mundo rico, é no Sul, mais particularmente na América Latina, que o desenvolvimento humano se instalou.
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