Superávit do governo para pagar juros da dívida pública atinge R$ 14 bilhões em janeiro -é o segundo maior arrocho fiscal da história para este mês. Em 30 dias destina-se aos rentistas o que se gasta em um ano com o programa Bolsa Família, que beneficia 12,8 milhões de lares, 50 milhões de brasileiros mais pobres. Na próxima quarta-feira, o Banco Central se reúne para decidir se vai aumentar ainda mais a taxa de juros do país, que já é a maior do mundo (11,25%) tendo sugado R$ 190 bilhões de receitas fiscais em 2010 para o 'serviço' da dívida pública (quase 20% da receita líquida do país). A ortodoxia recomenda que o BC dê mais uma volta no torniquete, elevando em 0,75% a Selic que bateria em 12% ao ano para deleite dos capitais especulativos que se banqueteiam no mercado brasileiro. A justificativa é conter as pressões inflacionárias esfriando a economia. É a única opção? Leia nesta pág. artigo do economista Fernando Ferrari.
Vale do Rio Doce tem o maior lucro da história'VALEU PSDB!'
ASSINADO, ROGER AGNELLI
Vale do Rio Doce tem lucro de R$ 30 bilhões em 2010 --10 vezes o preço pago pela empresa na privatização decretada pelo governo FHC, em 1997. Em tempo: a Vale era a Petrobrás dos minérios. Hoje a riqueza mineral brasileira rende R$ 30 bi de lucros líquidos aos acionistas e a empresa paga apenas 2% de royalties ao país. Pior: um ano antes de privatizar a Vale, FHC desativou a única unidade de fabricação de trilhos existentes no Brasil, na CSN. Fez barba e cabelo: entregou a matéria-prima e inviabilizou uma importante área de agregação de valor. Hoje o país embarca minério bruto para a China e importa trilhos chineses para a expansão das ferrovias brasileiras. Agnelli vai distribuir US$ 4 bi aos acionistas, mas se recusa a investir US$ 1,5 bi numa laminadora de trilhos no Brasil. O governo Dilma está discutindo uma nova regulação para o setor mineral . A ver.
(Carta Maior, 6º feira, 25/02/2011)
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