247 - O jornalista João Santana João Santana reagiu, indignado, à investigação da Polícia Federal por lavagem de dinheiro, que ancora a edição da Folha deste domingo, relacionada a negócios em Angola. Segundo a reportagem de Mario Cesar Carvalho, ele seria suspeito de receber recursos de empreiteiras brasileiras, com atuação no país africano, que depois seriam repassados ao Partido dos Trabalhadores (saiba mais aqui).
"Criminalizar uma internação de recursos, feita pelo Banco Central, beira o ridículo", diz ele, num vídeo postado num site criado especialmente para rebater as acusações (confira aqui o site e aqui o vídeo).
No site, Santana esclarece que recebeu US$ 20 milhões pela campanha em Angola e que decidiu trazer o dinheiro ao Brasil, via Bradesco, pagando todos os impostos. "Nossa empresa tem reconhecimento internacional e elegeu sete presidentes, um recorde mundial".
Santana também questiona a suposição da PF de que ele receberia de empreiteiras e pagaria o PT. "Eu não pago nada aos meus clientes, eles é que me pagam". No vídeo, o marqueteiro diz, ainda, que acionará a Justiça pedindo retratação pelos danos causados à sua imagem.
Numa nota pública, ele disponibilizou todos os documentos relacionados ao caso, como os impostos pagos à Receita Federal, os comprovantes da campanha em Angola, que elegeu o presidente José Eduardo dos Santos, e também da campanha do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que se elegeu no mesmo ano, com ajuda da Pólis, a empresa do marqueteiro (confira aqui a nota pública).
"A reportagem da Folha de S. Paulo, supostamente apoiada em um procedimento investigatório preliminar que corre em segredo de justiça, do qual os responsáveis da empresa ainda não foram oficialmente notificados, incorre em graves erros de informação", diz a nota.
Eis, abaixo, os principais pontos sobre os repasses dos recursos:
A linha investigatória tenta, de forma insustentável e absurda, dizer que a Pólis trouxe dinheiro de Angola para financiar a campanha de Fernando Haddad.
1. Os valores pagos pelo MPLA foram depositados na conta que a Pólis Propaganda e Marketing mantinha no Banco Sol, em Angola, nas datas de 25 de junho e 27 de julho de 2012, conforme os documentos apresentados acima. Qualquer rastreamento irá confirmar que só recebemos recursos de nosso cliente, o MPLA. Tentar relacionar nossa empresa a uma investigação qualquer não passa de exploração política. A Pólis transferiu os valores para a conta que mantém no Bradesco, em Salvador, Bahia, onde fica a sua matriz, na data de 14 de setembro de 2012.
2. O compliance do Bradesco exigiu uma ampla documentação, além do acompanhamento rotineiro do COAF e Banco Central, para processar o depósito.
3. Esta cuidadosa análise do banco e dos órgãos de fiscalização fez com que os valores ficassem bloqueados até que fosse atestada a total legalidade do processo, como é praxe no caso de transferências internacionais. Em relação ao depósito realizado pela Pólis em 14 de setembro de 2012, os recursos foram liberados pelo Bradesco em 13 de novembro do mesmo ano.
4. Não há nenhuma movimentação posterior, de saída deste dinheiro da conta da Pólis, que caracterize beneficiamento da campanha de Haddad.
5. O contrato da Pólis com a campanha de Haddad foi de R$ 30 milhões, valor totalmente de acordo com os preços do mercado (os serviços de marketing de José Serra, na mesma campanha de 2012, somaram R$ 32,6 milhões). Do total contratado pela campanha de Haddad, R$ 9 milhões foram pagos nos meses de agosto, outubro e novembro de 2012, conforme notas fiscais abaixo anexadas.
6. A dívida de R$ 21 milhões que restou ao final da campanha foi assumida pelo Diretório Nacional do PT, e foi parcelada com a emissão de 21 notas fiscais no valor de R$ 1 milhão, cada uma, para facilitar o pagamento.
7. A emissão das notas foi feita em 26 de outubro de 2012 e as parcelas foram pagas ao longo de 2013, através de TEDs, (transferências eletrônicas) feitas pelo Partido dos Trabalhadores, conforme notas fiscais abaixo anexadas.
8. Estes fatos e documentos demonstram, cabalmente, que não houve nenhum artifício ilegal no pagamento dos débitos da campanha de Haddad.
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