Folha cai no ridículo para ajudar Serra
Como transformar uma notícia positiva em negativa. E ainda dar manchete de primeira página.
Manchete da Folha hoje: "Em 20 anos, sobe 39% proporção de mortes neonatais"
No corpo da matéria está a informação que interessa: a mortalidade infantil caiu no Brasil 54%.
Manchete da Folha hoje: "Em 20 anos, sobe 39% proporção de mortes neonatais"
No corpo da matéria está a informação que interessa: a mortalidade infantil caiu no Brasil 54%.
Entre 1990 e 2008, quando a mortalidade infantil total caiu 54% (de 95.476 para 43.601 bebês por ano), o percentual de recém-nascidos no número total passou de 49% para 68%.
Mas isso é bom. Então, como transformar algo bom numa coisa ruim e dar a primeira página para ela? Simples, é só seguir o manual do porcalismo e manipular a estatística.
Vamos fazer as contas: Em 1990, o total de recém-nascidos mortos era de 49% e o número total da mortalidade infantil era 95.476. Logo, 49% de 95.476, teremos um total de 46.783 recém-nascidos mortos, número que é maior até do que o total da mortalidade infantil de 2008 (43.601).
Agora vejamos o tal aumento na mortalidade de recém-nascidos, que passou de 49% para 68%. Para isso vamos tirar 68% do total de mortos em 2008 (43.601). Resultado: 29.648, o que significa menos 17.153 recém-nascidos mortos, aproximadamente menos 50 mortes por dia, duas por hora. De recém-nascidos.
Só notícia boa. Mas a manchete da Folha está lá: "Em 20 anos, sobe 39% proporção de mortes neonatais". É a mesma estatística que diz que se João comer um frango e Pedro, nenhum, eles terão comido meio frango cada um.
Mas, não adianta. É Frias. Esse trem não sobe Serra, só desce Serra.
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