O Globo republica hoje uma matéria onde o diretor do Instituto Fernand Braudel, muy amigo, diz que Lula põe em perigo sua popularidade ao arriscar-se demais numa “euforia petroleira” ao reservar para a Petrobras a exploração do pré-sal. Diz Normal Gall, diretor-executivo do instituto:
- As necessidades financeiras da companhia (a Petrobras) são tão grandes agora que fazem parecer pequena a capacidade de investimento do governo federal do Brasil, em um país que precisa desesperadamente gastar mais em infraestrutura e educação.
Segundo ele, o petróleo vai “tirar recursos de outras prioridades”, como a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016, a hidrelétrica de Belo Monte e o trem-bala entre Rio e São Paulo. E profetiza que “se o Brasil não endireitar suas prioridades, Lula pode descobrir em breve que sua reputação está afundando à mesma profundidade que as reservas de petróleo que tanto entusiasmaram seu país.”
Olha, Mr. Gall, acho que o presidente Lula agradece, penhorado, suas preocupações, mas a gente está cansado desta conversinha de que é preciso que o capital estrangeiro, tão bonzinho e desinteressado, vir aqui fazer por nós o desenvolvimento. Por um pequeno detalhe, Mister Gall, os senhores nunca o fizeram. Ninguém está proibindo o capital internacional e mesmo as multis do petróleo de virem participar da exploração do pré-sal. mas sob comando brasileiro e recebendo apenas uma parte, não o bolo das nossas riquezas.
Engraçado que o Brasil nunca foi tanto para o buraco do endividamento quando, para atrair estes benemerentes capitais mundiais, entregou o seu patrimônio em troca da ajudar dos que iam fazer o nosso desenvolvimento.
Eu sei que um instituto patrocinado, entre outros, pela BASF, Bradesco, British Gas, Itaú, Safra, GE, Unibanco, Estadão, Philips, Klabin, British American Tobacco (Souza Cruz), Unilever e Vale é um ente preocupadíssimo com a popularidade de Lula. Mas o senhor pode deixar, viu, que a gente vai ter recursos de sobra para explorar o pré-sal.
Sabe por que? Porque seus patrocinadores adoram bons negócios, mesmo quando eles são minoritários. Só que, agora, Mister Gall, o Brasil mudou. Podemos dar uns pedacinhos de nossas riquezas, mas agora não somos o país que aceitava as migalhas dos seus próprios tesouros.
A popularidade de Lula, Mr. Gall, não vai afundar como as jazidas do pré-sal. Vai é jorrar neste processo eleitoral, dando a Dilma uma vitória acachapante sobre Serra. Daqui a quatro anos, os senhores, bonzinhos, dêem novos conselhos para a gente entregar a rapadura a vocês, tá bem?
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