Em junho, o jornalista Valdo Cruz já dizia que os tucanos criaram ao longo dessa eleição várias lendas. "Primeiro, de que Dilma não subiria nas pesquisas. Subiu. Depois, que ela seguiria tropeçando e cometendo erros, que a fariam cair nas pesquisas. Não aconteceu. Depois, que seria impossível fechar a aliança com o PMDB. Fechou. Agora, dizem os petistas, a avaliação de que Dilma se sairá mal nos debates será a última das lendas tucanas", afirmou Cruz em sua coluna na Folha de S. Paulo.
Esta "lenda" pode estar prestes a cair na próxima quinta-feira (5), durante o debate da TV Bandeirantes, que será a primeira oportunidade de confronto direto entre os quatro principais candidatos à Presidência: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio Sampaio (PSOL).
Os assessores da candidata petista dizem que os tucanos terão uma surpresa pela frente. Dilma tem sido treinada para enfrentar debates e, segundo quem participa desses treinamentos, tem se saído muito bem. Um coordenador da campanha destaca que a ex-ministra costuma crescer exatamente nos momentos de embate, quando é pressionada.
Nesta terça-feira (3), o jornalista Josias de Souza, do UOL, voltou ao tema e comentou que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva aposta no bom desempenho de Dilma nos debates. Para Lula, o debate na TV Bandeirantes tirará de Serra seu 'último trunfo'.
Em privado, Lula diz que, ao propalar a ideia de que Serra esmigalharia Dilma, a oposição facilitou a vida de sua pupila. Segundo o raciocínio do presidente, Serra vai ao debate com a obrigação de vencer. Um simples meio-termo já representará uma derrota.
Para Lula, seria preciso que Dilma cometesse um grave “escorregão” para sair lanhada do confronto. Algo que, segundo diz, não vai ocorrer.
Revela-se confiante no desempenho de sua candidata. Diz que ela vai “surpreender”. De resto, sustenta que Dilma tem o que dizer, Serra não.
Na previsão de Lula, Serra não cometerá o “erro” de “rebaixar o nível” do debate. Recordou uma passagem de 2006.
Lembrou que, num debate em que mediu forças com Geraldo Alckmin, no SBT, o tucano partiu para a “pancadaria”.
A consequência, disse Lula, foi desastrosa para seu antagonista. Teve, no segundo turno, menos votos do que tivera no primeiro.
O cabo eleitoral de Dilma parece mais preocupado com Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) do que com Serra.
Por quê? Avalia que a dupla, sobretudo Plínio, não tem nada a perder. O que pode levá-los a elevar o tom, carregando na "pimenta".
Dilma reservou um pedaço da agenda desta terça (3) e da quarta (4) para preparar sua participação no debate.
Negociado com as assessorias dos candidatos, o formato do evento conspira a favor do equilíbrio.
Haverá cinco blocos. Na abertura do primeiro, uma pergunta da emissora, formulada a partir de sugestões recolhidas via internet.
Ainda nesse primeiro bloco, abre-se um ciclo de perguntas de candidatos para candidatos.
Só no quarto bloco dois jornalistas da emissora questionarão os presidenciáveis. Sem direito a réplica.
Em vez de replicar, os repórteres indicarão um candidato para comentar a resposta do antagonista.
No quinto bloco, apenas as considerações finais dos presidenciáveis. E ponto.
Como diz Lula, só um monumental “escorregão” pode render a alguém a pecha de derrotado num embate assim, tão circunscrito.
Com informações do Blog do Josias de Souza
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