terça-feira, 3 agosto, 2010 às 14:59
O caso de Ashtiani voltará a ser examinado pela Justiça
A intervenção de Lula no caso da iraniana Sakineh Asthtiani, condenada à morte por adultério pelas leis islâmicas, pode ainda não ter tido um desfecho exitoso, mas uma primeira vitória já foi conquistada. Teerã anunciou hoje que suspendeu a sentença, que voltará a ser analisada pelo Judiciário do país.
Não se enganem os que costumam perguntar o que que o Brasil foi fazer no Irã, que a intervenção de Lula, que ofereceu asilo a Asthiani, foi a responsável pelo recuo do país na execução da sentença. Lula criou o fato político e ampliou mundialmente o absurdo da situação, mesmo que sob uma ótica de moral e de costumes diferente da nossa.
A atitude do presidente brasileiro repercutiu em todos os lugares. Os principais jornais do mundo deram amplo destaque à proposta brasileira, o que gerou uma pressão internacional para que o Irã aceitasse a oferta de Lula como gesto humanitário. O apelo do presidente renovou as esperanças da família de Ashtiani que já havia anunciado a disposição de viver no Brasil, conforme reportagem do Estadão, na edição desta terça-feira. A propostatem o apoio de ativistas que defendem os direitos humanos no Irã, e incentivou inúmeras comunidades internacionais a pedir pela vida da iraniana, de 43 anos, acusada de suposto adultério.
Muitos apostaram que a gestão brasileira seria infrutífera, e por aqui, certamente, não foram poucos os que torceram para que desse errado, mas com a decisão iraniana de suspender a execução e voltar a examinar a sentença judicialmente, Lula calou a boca de seus adversários e ganhou mais uma vez o reconhecimento mundial de líder inconteste.
Vamos todos torcer para um final feliz, mas desde já, embora não fosse essa sua intenção, Lula sai fortalecido do episódio perante a opinião pública das nações que acompanham com preocupação o destino de Sakineh.
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