07/10/2010
às 20:50
Indio abre crise entre o movimento gay e a campanha de Serra
às 20:50
Indio abre crise entre o movimento gay e a campanha de Serra
do blog das eleições da revista Veja [o leitor Luis Arthur recapturou o post que, segundo ele, o blog das eleições da Veja tirou do ar]
O candidato a vice da chapa tucana, Indio da Costa, do DEM, viu-se nesta quinta-feira no centro de uma polêmica sobre os direitos dos homossexuais. O jornal carioca O DIA atribuiu ao vice de José Serra a informação de que os tucanos votarão contra o projeto de lei 122, que transforma em crime a discriminação a homossexuais. O texto da manchete – “Vice diz que Serra vai ser contra direitos dos gays” despertou a ira das lideranças GLBT e uma enxurrada de protestos no Twitter. Em entrevista ao site de VEJA, Indio frisou que sempre defendeu os gays. “Mentira deslavada que eu quero tirar algum direito deles. Quando era secretário de administração (do Rio de Janeiro, em 2001), fui o primeiro a reconhecer a relação homossexual para fins de pensão. Sou favorável à união civil para fins de direito do casal, como em casos de morte e herança.”
Liberdade de expressão – “Não somos contra os direitos dos homossexuais, mas não somos a favor que se criminalize, como propõe o PL 122, as pessoas que têm opinião contrária a essa pratica”, resumiu Indio. O PL 122 propõe a modificação da Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989, o Código Penal e a Consolidação das Leis do Trabalho, definindo os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. Esse conjunto de leis já pune a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional.
Indio diz que sua posição sobre o projeto baseia-se na defesa do direito de expressão, e que a lei contém excessos. De acordo com ele, se o texto for aprovado, “haverá liberdade de expressão só para os gays”. Para o candidato a vice, a figura do crime de injúria, previsto no Código Penal, é suficiente para punir as manifestações de preconceito contra os homossexuais. Indio não leva em conta, no entanto, que, no código, a discriminação é considerada agravante, e aumenta a pena por injúria para um prazo de um ano a três anos e multa.
Lideranças religiosas – A preocupação de Indio com o tema está ligada à busca pelos votos de evangélicos e católicos, um dos principais objetivos das campanhas de Dilma Rousseff e José Serra no segundo turno. Nesta quarta-feira, Indio e a mulher de José Serra, Mônica Serra, se reuniram com 30 lideranças religiosas que reforçaram o pedido para que impedissem a criminalização do preconceito aos gays.
Lideranças religiosas – A preocupação de Indio com o tema está ligada à busca pelos votos de evangélicos e católicos, um dos principais objetivos das campanhas de Dilma Rousseff e José Serra no segundo turno. Nesta quarta-feira, Indio e a mulher de José Serra, Mônica Serra, se reuniram com 30 lideranças religiosas que reforçaram o pedido para que impedissem a criminalização do preconceito aos gays.
A posição do vice de Serra provocou desconforto entre os tucanos. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que a campanha de Serra não tratou desse assunto. E o blog “Diversidade Tucana”, depois de criticar a manchete de O DIA como “mais um capítulo de um jogo lamentável de criação de factóides” esclareceu que “José Serra é o homem público que mais fez pelos LGBTs no Brasil. Estão em sua história de serviços prestados à nossa população iniciativas pioneiras, como coordenadorias municipal e estadual de diversidade sexual, ambulatório de saúde para travestis e transexuais e centros de referência de atendimento a vítimas de homofobia.”
(Cecília Ritto, do Rio de Janeiro)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários sujeitos a moderação.