Autro: Angelo Nicolaci
Geopolítica Brasil
Hoje pela manhã li um artigo preocupante que foi publicado no jornal “O Estado de São Paulo” via Notimp, intitulado “o protocolo adicional”, assinado por José Goldemberg. No inicio do artigo ele contou um pouco sobre o inicio da caminhada brasileira rumo ao domínio da tecnologia nuclear, até ai tudo bem. Citou a posição do governo militar que em 1975 estabeleceu o alicerce de nosso programa nuclear ao fechar o acordo Braso-Alemão, onde adquirimos reatores e transferência de tecnologia nuclear a nossa nação.
Foi citado a postura brasileira de não aderir ao Tratado de não Proliferação Nuclear de 1968 (TNP), defendendo que este tratado evitou uma corrida ao poder nuclear mundo afora, mantendo essa capacidade restrita ao “Clube dos Cinco”, EUA,URSS,Reino Unido,França e China.
…“Esse tratado pode parecer discriminatório, mas impediu a proliferação nuclear durante várias décadas. O presidente Kennedy, na década de 1960, acreditava que no fim do século mais de 20 países possuiriam armas nucleares e que essas armas seriam usadas em conflitos regionais com o risco de provocar uma conflagração mundial.” Para os “cinco grandes”, a posse das armas nucleares desencorajou ataques nucleares preventivos em razão do temor da retaliação. Bem ou mal, essa visão impediu uma guerra nuclear entre as grandes potências e, com o fim da “guerra fria”, as grandes potências reduziram progressivamente seus arsenais nucleares. O último acordo entre os Estados Unidos e a Rússia, recentemente aprovado pelos dois países, reduziu o arsenal nuclear americano de dezenas de milhares de ogivas para pouco mais de mil. O objetivo final desses acordos é, nas palavras do presidente Obama, “um mundo sem armas nucleares”.
Índia, Paquistão, África do Sul e Coréia do Norte desenvolveram armas nucleares, mas é de notar que esses países o fizeram porque a sua própria existência como nação estava ameaçada. A África do Sul, após o fim do apartheid, desmantelou seu programa nuclear…” Citou em seu artigo.
Daí por diante iniciou uma série de contestações quanto ao desejo do Brasil de possuir tal capacidade dissuasória, questionando a falta de inimigos que justifiquem a nossa busca pelo domínio desta tecnologia, confesso que até então não compreendi bem aonde o autor queria chegar, pois entendo o fato de nossa nação relutar em produzir um arsenal nuclear, pois como bem sabemos, o povo brasileiro em grande parte por falta de estudo e compreensão das necessidades geopolíticas e estratégias que se fazem no cenário internacional a necessidade de dispor de uma capacidade militar adequada e capaz de garantir a soberania nacional frente a qualquer agressor externo ou mesmo interno, acha desperdício até mesmo a compra de equipamentos tidos como básicos para a defesa de nossa nação, como exemplos desse histórico posso citar alguns casos, como a compra do Navio Aeródromo Ligeiro Minas Gerais, os caças F-5 e Mirage nos anos 70, e nos dias de hoje a modernização mais uma vez de nossa Esquadra e Força Aérea, para não citar os programas do Exército e o programa Espacial.
Então um pouco mais a frente no texto encontrei o motivo e o alvo deste artigo, a não assinatura do Brasil do protocolo adicional ao TNP. Como o leitor provavelmente deve ter conhecimento, em 1994 o Brasil aderiu ao TNP, que a meu ver não foi algo interessante a nossa nação, pois permitiu a inspeção de nossas instalações nucleares declaradas pela AIEA.
abaixo segue o trecho do texto:
…”Ainda assim, persistem hoje no País – e dentro do governo – vozes influentes que tentam ressuscitar programas para produção de armas. O próprio vice-presidente da República e alguns ministros do governo Lula manifestaram essas intenções, sem que o presidente, em nenhum momento, os tenha desautorizado. Mais ainda, o governo se recusou a assinar o Protocolo Adicional da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que abre caminho para a fiscalização de todas as instalações nucleares do País (mesmo as “não declaradas”). Atualmente, a agência internacional só tem autorização de inspecionar as instalações nucelares declaradas.
Argumentar que essas inspeções violam a soberania nacional estimula a agência a suspeitar de que elas existam mesmo, o que é precisamente o que está ocorrendo no Irã e que já motivou a série de sanções que o Conselho de Segurança aplicou àquele país. Há muitas formas de exercer soberania nacional, e essa não é a melhor delas. Em outras áreas, inspeções internacionais são corriqueiras, e o Brasil não estaria exportando carne para a Europa se não permitisse, em nome da soberania nacional, inspeções sanitárias.
A principal razão alegada para se recusar a assinar o Protocolo Adicional é que o Brasil exporia segredos industriais no processo de enriquecimento de urânio que foi desenvolvido no País, mas esse argumento não tem bases técnicas sérias. Os inspetores da AIEA não são espiões, mas sua missão é se certificar de que atividades nucleares que levem à produção de armas nucleares sejam detectadas a tempo. A grande maioria dos demais países signatários do TNP aceita as inspeções.
O TNP não impede que se continue a enriquecer urânio para abastecer reatores nucleares, se esse enriquecimento se destinar apenas à produção de energia elétrica, ou seja, a uma porcentagem inferior a 20%. E isso já está ocorrendo na usina de enriquecimento de urânio em Resende, que está sob fiscalização tanto da ABACC quanto da Agência Internacional de Energia Nuclear…”
O senhor José Goldemberg defende a assinatura do protocolo adicional, que dá plena liberdade aos inspetores da AIEA de inspecionar onde eles acharem necessário, comprometendo assim a nossa soberania e exporia segredos industriais no processo de enriquecimento de urânio que foi desenvolvido no País. Tais inspeções dariam acesso a agentes estrangeiros infiltrados na AIEA de coletar dados secretos de nossa tecnologia nuclear e aplicá-la em seu país, representando uma perda de bilhões ao nosso país no mercado internacional.
Ele ainda defende que a maioria dos signatários do TNP assinou tal protocolo e que não há qualquer risco ao nosso país aceitar tais inspeções. Particularmente acho um absurdo tal pensamento e um desrespeito aos interesses de nossa nação, o que mais uma vez demonstra como nossos meios de comunicação de grande porte estão sendo usados como forma de manipular nossa nação em favor de interesses obscuros e que em nada defendem nossos direitos, apoiando abertamente os interesses internacionais e relegando os nossos interesses e necessidades a segundo plano, praticamente que criminalizando quem defende que temos de ter um país forte, independente, soberano e com plena capacidade de desenvolver-se de acordo com suas necessidades e ambições.
Eu como Brasileiro nato e defensor de nossa nação só tenho a lamentar que sejam publicados artigos como estes em nossa mídia “corrupta” como os ocupantes do governo, uma verdadeira vergonha a nós que buscamos levar aos nossos compatriotas um pouco de cultura, informação e conhecimento através de nossos blogs e sites especializados, fazendo ainda que pouco em relação ao muito que é feito contra nossa nação.
Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil
Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil
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