Além de decidir pela exoneração, Gurgel protocolou, nesta terça-feira, petição no Supremo Tribunal Federal na qual requer que os ministros desconsiderem a manifestação de Deborah no julgamento da ação contra a tramitação do projeto de lei que inibe a criação de partidos e a fusão entre legendas, informa o
ConJur. O STF deverá retomar o julgamento do caso nesta quarta-feira.
Entre procuradores, a iniciativa de Deborah Duprat foi uma tentativa de se desvincular de Gurgel, para ser indicada como a futura procuradora-geral. O mandato de Gurgel vence em julho e Deborah é a terceira opção da lista tríplice encaminhada à presidente Dilma Rousseff para a sucessão (
saiba mais). Em eleição feita em abril pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o mais votado foi o subprocurador Rodrigo Janot, com 511 dos 888 votos. Também subprocuradora, Ela Wiecko ficou com 457 votos, e Deborah Duprat aparece em terceiro, com 445 votos.
Discordância
"Sinto muito, mas eu não posso me calar", disse Deborah enquanto substituía Gurgel na semana passada, no STF. "Sem entrar no mérito, desconheço o mandado de segurança", disse ela, se referindo ao pedido do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) pela interrupção da tramitação do projeto que inibe a criação de partidos.
Gurgel havia dito, dias antes, que o projeto de lei "agride" a Constituição, mas Duprat argumentou que impedir a tramitação do projeto é um "precedente perigoso". "Se houvesse conflito apenas de duas partes entre si, eu me conservaria calada. Mas acredito que esse é um importante e perigoso precedente. Me preocupa a preservação do espaço democrático de decisão", disse a subprocuradora.
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