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sábado, 30 de novembro de 2013

A batalha do algodão: Estados Unidos retaliaram o Brasil por reclamar de espionagem

algodao
A jornalista Raquel Landim, que publica uma coluna sobre assuntos de comércio exterior às sextas, na Folha, escreveu um correto e esclarecedor artigo ontem.
Faltou apenas, como dizia o outro, “juntar (explicitamente) o nome à pessoa”.
Ela rememora o contencioso entre Brasil e Estados Unidos no mercado mundial de algodão, quando o Brasil se queixou à Organização Mundial do Comércio porque  os americanos estavam subsidiando sua produção de algodão acima dos limites permitidos.
Houve, depois de muitos desaguisados, um acordo para que os EUA indenizasse os produtores brasileiros em US$ 147 milhões por ano, enquanto não cortassem os subsídios (que palavrão, não, senhores neoliberais?) ao níveis aceitos nos tratados internacionais.
E eles vinham pagando, direitinho.
Mas pararam em setembro deste ano.
Por que? O que aconteceu em setembro para que parassem?
Bem, para quem não se lembra, em 1° de setembro vieram à tona as denúncias de espionagem da NSA sobre as comunicações oficiais brasileiras, inclusive as da presidenta Dilma Rousseff. E, no dia 8, a arapongagem sobre a Petrobras.
Foi isso o que faltou dizer.
Mas, corretamente, Landim escreve que o Brasil não tem outra saída senão retaliar os Estados Unidos de acordo com as decisões da OMC sobre o caso, o que pode ser feito até com quebra de patentes.
O Brasil, segundo ela, está evitando o quanto pode uma ação hostil, mas até empresários  reconhecem que “os EUA colocaram o Brasil numa situação insolúvel”.
O desfecho desta história é acompanhado com enorme interesse pelos países da África, produtores de algodão, e pela China, que tem nesta fibra um de seus dez maiores itens de importação, apesar de ser também um grande produtor.
É engraçado , diante desta atitude americana, a gente ver outros jornalistas dizerem que é o Brasil que está fazendo um cavalo de batalha prejudicial às nossas relações com os EUA por conta da espionagem.
Nós estamos cumprindo todos os acordos – muitos espúrios – internacionalmente firmados, naquela base do “pacta sunt servanda”  tão ao gosto dos juristas.
Mas os Estados Unidos quebram o acordado nos fóruns internacionais com a maior sem-cerimônia.
E acham que sacudindo um dinherinho que não lhes  faz falta terão diante de si governos e governantes ajoelhados, suplicantes.
Mister, passou o tempo do “bwana sahib”.

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