O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:
JÁ É CARNAVAL: CANTANHÊDE SAI VESTIDA DE “MADRINHA DO ROLÉ”
Se as eleições não tivessem outros méritos, só este já seria maravilhoso: faz a elite brasileira perceber que, afinal, existe um povo por aqui.
Hoje, a colunista da “massa cheirosa”, Eliane Cantanhêde produz um artigo em defesa da garotada da periferia que anda fazendo “rolezinhos” nos shoppings paulistas.
Claro, eles podem e devem entrar nos shoppings o quanto quiserem.
Aliás, só podem fazer isso porque eles e seus pais tiveram um expressivo aumento de renda nos últimos anos.
É uma imbecilidade – e uma ilegalidade – recebe-los a polícia, como foi (e é) uma imbecilidade receber a cassetete as manifestações contra o aumento do preço dos transportes coletivos.
Mas só um tolo não percebe as intenções dos “cheirosos aliados do povo” com esta onda em torno dos “rolezinhos”.
Uma gente que, na beira da eleição, defende o direito da gurizada de classe média baixa ou da pobreza de entrar nos shoppings.
Mas que durante anos vociferou contra o direito de entrarem na Universidade, pelo sistema de cotas.
Ou no mercado de trabalho, pela falta de vagas.
Ou até de comerem, com o Bolsa-Família.
Exceto os empedernidos, que acham que podem barra-los com liminares, os mais espertos assumem o discurso de uma radicalidade democrática que jamais tiveram.
A direita cheirosa sente o cheiro da oportunidade.
E sua colunista-símbolo já se fantasia de “madrinha do rolé”, saudando o fato de que ali não estão os meninos ricos, “que não têm mais a ALN, a Polop, o partidão, nem ditadura, para protestar”, como se a luta contra uma ditadura sanguinária fosse “zoar” numa praça de alimentação.
Esperemos a chegada do Arnaldo Jabor e do Merval Pereira, de bermuda grunge e boné.
A democracia e as eleições, afinal, são uma festa que tem lá seus ares de carnaval.
Muita gente sai fantasiada.
Clique aqui para assistir a inesquecível vídeo da Tucanhêde sobre a verdadeira “massa cheirosa”, em sua higiênica concepção.
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