Este ordinário blogueiro (e também “crápula”, segundo o porta-voz do Serra – clique aqui para ler também “Mino sabe que o Serra é quem fala pelo Itagiba”) conversou com amigo navegante que assistiu a importantíssima I Conferência de Comunicação, ou a “Conferência do Franklin”.
O amigo navegante acredita que o Franklin conseguiu construir um volume de informação suficiente para desmontar a tese esdrúxula e extra-terrena do PiG (*), da ABERT e da ANJ da Judith.
É a tese de que regular a comunicação é censurar a imprensa.
É mais ou menos o que se dizia quando o presidente Andrew Jackson, no século XIX, criou o Banco Central americano: era uma ameaça à liberdade de empreender dos banqueiros.
Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra, Portugal e Argentina, onde a imprensa é livre, há regulação.
A imprensa é livre e o regime capitalista está em vigor.
(Sim, porque, aqui, a Globo não quer que mais ninguém ganhe dinheiro na televisão: só ela.)
Não se trata só de preservar o direito de resposta; o noticiário político isento e distribuído igualmente entre oposição e Governo; o respeito à programação regional e às minorias; proibir que político seja dono de uma ou duas emissoras de tevê (como acontece no Ceará, no Maranhão e em Sergipe, por exemplo).
Não é só isso.
É o direito capitalista de abrir o mercado e permitir, também, que o produtor independente de Caruaru possa ganhar dinheiro com seus programas em homenagem ao Luis Gonzaga – e não só os filhos do Roberto Marinho fiquem ricos.
Além disso, lembra o meu amigo navegante, parece claro que o Governo Dilma será diferente do Governo Lula.
O Presidente Lula empurrou o PiG e a Globo para debaixo do tapete.
E, por isso, quase foi impeachado e quase não faz a sucessora.
Lula é carismático.
Ele levou o PiG e a Globo no bico.
Mas, não pode ser assim numa democracia.
O Lula vai embora e como fica a democracia ?
Na mão do Serra, do Fernando Henrique e do Papa ?
O PiG e a Globo são incompatíveis com um regime democrático.
A Dilma, provavelmente, pensa o amigo navegante, vai tratar a questão de forma prioritária.
E estratégica.
Não duvida o meu amigo navegante que o Ministério da Comunicação entrará na cota pessoal dela.
Não vai entrar na negociação com os partidos da coalizão vencedora.
É dela.
E ela, então, poderá tratar a Comunicação como tratou a Energia, quando assumiu o Ministério.
Do jeito dela.
Se for assim, pela primeira vez na história da Nova República o Ministro da Comunicação não será da confiança (visível ou invisível) da Globo.
Diz o meu amigo navegante: caiu a ficha.
Ou, como diz o Conversa Afiada: ou a Dilma faz a Ley de Medios ou cai.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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