|     A Irlanda de Bono Rodrigo Constantino, Zé Ruela   neoliberal em 2006  |           Maiores bancos da Irlanda   serão estatizados Andrei   Netto e Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo, em 2010  |   
|     O U2 é uma banda realmente   sensacional. Um caso irrefutável de sucesso estrondoso no mundo musical,   tendo produzido inúmeros hits e vendido milhões de discos. Seu líder, Bono,   costuma se engajar em causas sociais também, tendo ficado ainda mais famoso   por conta desse passatempo. Acho ótimo que cantores famosos tentem reverter a   fama em prol de causas nobres. Não duvido da boa intenção de Bono também. Mas   acho que o “bom moço” é vítima do politicamente correto, que reduz   absurdamente a liberdade para expressar certas verdades. E assim, acaba   prestando um desserviço aos pobres que pretende ajudar. Bono fez questão de ir se   encontrar com Lulla ao chegar no Brasil, e disparou elogios ao presidente   brasileiro. Ao mostrar uma foto do presidente no show, foi alvo de vaias.   Seria melhor se Bono procurasse se informar mais antes de pregar suas causas   sociais politicamente corretas. Talvez ele tivesse sabido do “mensalão”, do   escândalo da cueca, do lamaçal que o partido do presidente se atolou e das   medidas autoritárias que Lulla tentou passar no Congresso. Talvez tivesse   tomado conhecimento de como o Brasil vai perdendo o bonde do progresso,   crescendo bastante aquém do potencial e dos demais países emergentes. Poderia   ter se informado sobre o fracasso do populista Fome Zero. Tivesse Bono   estudado mais a fundo o caso brasileiro, saberia que Lulla representa o   oposto de tudo aquilo que possibilitou a reviravolta do seu país, a Irlanda. A Irlanda vem experimentando um   choque liberal há anos, com redução de gastos públicos, abertura comercial e   maior liberdade econômica. O país já está em terceiro lugar no ranking de   liberdade econômica do Heritage Foundation, perdendo apenas para Cingapura e   Hong Kong. A economia apresentou crescimento superior a 7% ao ano desde 1993.   O país conta com uma das mais favoráveis políticas para investimentos   estrangeiros do mundo, assim como ambiente bastante amigável para os   negócios. Os impostos corporativos foram reduzidos para 12,5%, um dos mais   baixos da Europa. A Irlanda se tornou um enorme ímã de investimentos de   americanos e ingleses, que são também os maiores parceiros comerciais do   país. A tarifa média ponderada para importação é de apenas 1,3%, bastante   inferior a do Brasil, acima de 13%. Não existe controle de preços por parte   do governo. A proteção à propriedade privada é forte, e o sistema legal é   transparente. Em resumo, a Irlanda é um ótimo exemplo das reformas defendidas   pelos liberais. Os resultados são claros. Fora   o excelente crescimento econômico já citado, a renda per capita está chegando   perto dos US$ 40 mil, uma das maiores do mundo. O desemprego é baixo, perto   dos 5%. Os indicadores sociais estão melhorando a cada ano. O gasto com educação   não é muito diferente do brasileiro, em cerca de 4,3% do PIB. O que faz a   diferença mesmo é o grau de liberdade econômica. A Irlanda vem reduzindo o   tamanho do Estado, assim como sua interferência na economia. Vem abrindo seu   comércio, atraindo investimentos estrangeiros, tratando bem os empresários e   adotando o império da lei. Exatamente a receita liberal. E com isso, vem   colhendo os doces frutos dessas medidas. Como ficou claro, a Irlanda de   Bono está na contramão do Brasil de Lulla. Aqui, o Estado é cada vez maior,   mais inchado e mais interventor. Falta muito para chegarmos ao grau de   abertura comercial da Irlanda. Falta muito para chegarmos ao ambiente   amistoso para os negócios. Falta muito para termos um império da lei que   respeite as propriedades privadas. Enfim, falta muito para o Brasil virar uma   Irlanda. Mas nada disso impediu que Bono   ignorasse esse abismo existente entre os discursos populistas do nosso   presidente e a realidade dos fatos. Estivesse o cantor melhor informado, e   mais livre das amarras do politicamente correto, poderia ter dado um recado   muito melhor para o mundo. Poderia ter condenado a demagogia de Lulla, assim   como suas idéias anti-liberais, e ter defendido justamente o caminho adotado   pela sua pátria. Este caminho não tem mistério. Em graus distintos, foi o   mesmo tomado por nações como Cingapura, Espanha, Austrália, Holanda, Nova   Zelândia e Chile. É o caminho liberal. Fica na contramão do destino traçado   pelos países da América Latina. Fica na direção contrária ao rumo pregado por   Lulla. Sorte dos irlandeses. Azar dos fãs brasileiros de Bono...  |           PARIS E GENEBRA - Em troca do   socorro governamental, todos os cinco maiores bancos da Irlanda serão total   ou parcialmente nacionalizados, com participações que vão de 51% a 100%. A estimativa vem sendo feita   por analistas econômicos da agência Fitch e por autoridades do país. Já   socorridos com € 46 bilhões no auge da crise, em 2008, o sistema financeiro   da Irlanda deverá receber uma nova injeção de recursos, prevista em cerca de   € 12 bilhões, em análises otimistas. Todo o oligopólio do sistema   financeiro irlandês está incluído. Já detentor de 100% das ações do Anglo   Irish Bank desde 2009 – quando a instituição foi nacionalizada em troca de um   empréstimo de € 30 bilhões, equivalente a 20% do PIB do país -, o governo de   Brian Cowen também deve superar os 90% de ações no Allied Irish Bank (AIB),   do qual hoje detém 18% dos títulos. Além dos dois, o Estado também deve   assumir o controle do Bank of Ireland, elevando sua participação acionária   dos atuais 34% para mais de 50%. AIB e Bank of Ireland perderam   80% de seus valores de mercado nas bolsas de valores desde a eclosão da   falência do Lehman Brothers, em setembro de 2008. As três instituições   dividem o mercado de 4,4 milhões de clientes do país. Dois outros bancos de   financiamento imobiliário, o EBS e o Irish Nationwide (INBS) também já são   controlados pelo poder público, que detém 51% das ações das duas empresas. A nacionalização, entretanto,   vai custar caro à Irlanda. Só o AIB pode receber até € 7 bilhões dos € 85   bilhões em recursos prometidos pela União Europeia e pelo Fundo Monetário   Internacional (FMI). E nem a injeção de recursos é capaz de garantir a   perenidade da instituição. Desde janeiro, o banco já perdeu € 13 bilhões em depósitos   de seus clientes.Levantamento da agência de risco Moody's avalia a   necessidade de recapitalização dos bancos irlandeses entre € 8 bilhões e € 12   bilhões  |   
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
sábado, 27 de novembro de 2010
O charlatanismo neoliberal
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