Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Roberto Marinho recebeu de Eduardo Cunha aditivo de US$ 92 milhões que valia 30


do Amigos do Presidente Lula

O jornal O Globo "acordou" e publica antigas denúncias de 2008/2009 sobre a diretoria de Furnas que atingem o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). O antigo presidente da estatal, Luiz Paulo Conde (ex-prefeito do Rio de Janeiro, e indicado pelo grupo do deputado) se demitiu na época, e o PMDB indicou um funcionário de carreira dos quadros da empresa. Por ser um quadro considerado técnico, esperava-se um desempenho administrativo à altura da empresa, mas as críticas dos funcionários (que desejam para a empresa o mesmo tipo de gestão de excelência realizado na Petrobrás) continuaram, e a presidenta Dilma irá trocar o comando da empresa novamente.

Pena que o jornal das organizações Globo "não tenha se interessado" pelo noticiário sobre o deputado há mais tempo. Em períodos eleitorais, o jornalão sempre preferiu atacar as tapiocas de candidatos de esquerda do que escândalos milionários dos candidatos de direita que, muitas vezes, envolvem banqueiros e empresários amigos ou anunciantes da família Marinho.

O silêncio do PIG (partido da imprensa golpista) na hora das eleições, ajuda a eleger o Congresso com perfil mais conservador, que funciona como contenção à um governo mais progressista, e ajuda também a eleger parlamentares com perfil mais fisiológico que, em certos casos, são usados como o braço político lobista para empresários inescrupulosos terem acesso aos cofres públicos.

Voltando ao assunto do título, as relações das Organizações Globo com Eduardo Cunha já foram profícuas, quando tiveram negócios entre si.

No início da década de 90, no governo Collor, o finado patriarca da Globo, Roberto Marinho, comandava a NEC do Brasil (fornecedora de equipamentos para telefonia) e Eduardo Cunha era presidente da TELERJ (Cia. Telefônica do Rio de Janeiro), ainda estatal.

Em 1992, Cunha assinou um aditivo de US$ 92 milhões à um contrato da Telerj de 1989 com a NEC, em vez de abrir nova licitação. O aditivo era para ampliar o número de terminais para 40 mil celulares.

Em 93, já no governo Itamar Franco, sob nova direção, o então presidente da Telerj, José de Castro Ferreira, assinou o segundo aditivo. Também não abriu licitação, mas pelo menos pagou "apenas" US$ 30 milhões, para a mesma quantidade de 40 mil terminais, que Cunha contratou no ano anterior por US$ 92 milhões.

A explicação do porque Eduardo Cunha pagou US$ 92 milhões pela mesma coisa que José de Castro pagou US$ 30 milhões é um segredo que Roberto Marinho levou para o túmulo. Não esperem que o jornal "O Globo" vá procurar o Dep. Eduardo Cunha para explicar.

Este contrato da NEC com a TELERJ havia sido ganho em 1989, para implantar a telefonia celular, quando o amigo de Roberto Marinho, Antônio Carlos Magalhães (ACM), era ministro das Telecomunicações. O valor inicial deste contrato era US$ 64 milhões.

Esta notícia foi publicada em 19 de janeiro de 1994, na Folha de São Paulo, quando o jornal ainda não tinha se "filiado" totalmente ao PIG (Partido da Imprensa Golpista):



FSP940119-037
EDNA DANTAS
Da Sucursal do Rio

A direção da Telerj (Telecomunicações do Rio de Janeiro) confirmou ontem que estuda o aditamento (prorrogação) ao contrato assinado com a NEC do Brasil (controlada pelo empresário Roberto Marinho) para operação de novos terminais de telefones celulares no Estado. A informação foi dada ontem pelo jornalista Janio de Freitas, da Folha.
A nova lei de licitações –número 8.666, de 21 de junho de 93– veta contratos aditivos, mas para a consultoria jurídica da Telerj há exceções à regra. A consultoria preparou em setembro parecer afirmando que a assinatura de um novo termo aditivo com a NEC não fere a legislação.
Segundo o parecer, encomendado pelo presidente da estatal, José de Castro Ferreira, "pode-se admitir" o aditamento, com base no artigos 121 e 65, parágrafo 1.º, da nova lei. Segundo os advogados da Telerj, esses artigos permitem o aditamento desde que o contrato original tenha sido assinado antes da entrada em vigor da nova lei de licitações.
Na avaliação da Telerj, a realização de uma nova licitação e eventual vitória de uma outra empresa que não a NEC vai dificultar o funcionamento do sistema. Estudos da diretoria de Operações da estatal dizem que os equipamentos de outras empresas são incompatíveis entre si.
O contrato inicial, assinado em 89, previa a instalação no Rio de 80 mil terminais. Segundo a diretoria de Operações, a empresa dispõe ainda de 15 mil linhas para serem vendidas. Outras 15 mil foram vendidas neste mês. O novo aditivo seria feito com base em 25% do valor contratado (US$ 48,75 milhões), elevando o número de terminais em mais 80 mil.
A Telerj já assinou dois aditivos. Em 1989, quando a telefonia celular foi implantada, foram instaladas 11 mil linhas, com um custo de US$ 64 milhões. Em 92, com o primeiro aditivo assinado pelo então presidente da estatal, Eduardo Cunha, o número de terminais subiu para 40 mil com investimentos de US$ 92 milhões.
Em 93, Ferreira assinou o segundo aditivo, de US$ 30 milhões, para mais 40 mil terminais.

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