Postei aí na seção de vídeos a reportagem veiculada ontem pelo SBT sobre as precauções de segurança tomadas para assegurar a inviolabilidade do túmulo do ex-presidente João Goulart, em São Borja, Rio Grande do Sul.
Tem lógica, pois se aguarda a exumação de seus restos mortais, proposta pela Comissão da Verdade e autorizada pela família, que não acredita estarem plenamente esclarecidas as circunstâncias de sua morte, em dezembro de 1976.
As cartas trocadas naqueles dias entre o general Ernesto Geisel e o recém-ditador argentino – morto esta semana – Jorge Rafael Videla, recém-reveladas, só ampliam as suspeitas.
E as viúvas da ditadura estão em polvorosa com a pretensão da maioria da Comissão da Verdade brasileira representar pela revisão do esdrúxulo julgamento do Supremo que, contrariando os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, aceita a prescrição dos crimes de Estado cometidos aqui, ao contrário do que fizeram os argentinos, após a redemocratização.
Esta semana, O Globo publicou um editorial no qual qualifica como “no mínimo, ilegal” que a comissão encaminhe qualquer nomes – e provas, portanto – ao Ministério Público para levar ao Judiciário assassinos e torturadores. Agentes, aliás, de um regime que cevou e engordou o império Globo.
Hoje é a vez da Folha, que chama a ditadura de “ditabranda”, sair em defesa dos fantasmas da repressão, dizendo em editorial que a ação dos integrantes da Comissão da Verdade “a desconfiança de que os trabalhos em curso se pautem pelo espírito de revanchismo”.
A ambos, pelo seu papel colaboracionista nos tempos de um regime que só pode despertar nojo e revolta em qualquer democrata, falta autoridade moral para falar em revanchismo ou institucionalidade.
Aliás, qualquer coisa que tenha o nome de Verdade parece lhes provocar calafrios.
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