Jornalismo de economia erra mais uma: emprego com carteira assinada cresce 26% em agosto
** editorias de renda fixa & rentismo criam expectativas negativas, sucessivamente desmentidas pelos resultados do PIB, consumo, emprego, inflação e cenário internacional. Por que erram tanto?
Governo e forças progressista respiram nesse momento o ar fresco que sopra da janela aberta no front interno e externo. Depois de meses em que a iniciativa política coube à maré antagônica, o mando do jogo mudou de mão. Sinais se acumulam: o recuo da inflação; o êxito do ‘Mais Médicos'; o anticlímax da mídia no julgamento da AP 470; a resposta soberana à espionagem da CIA; a sustentação dos níveis de consumo, emprego e renda - um naufrágio previsto diariamente pelas editorias de renda fixa & rentismo em geral; e a reviravolta no calendário do Fed. O BC dos EUA decidiu azedar de vez a 4ª feira do conservadorismo brasileiro. Depois do voto de Celso de Mello, no STF, Ben Bernank anunciou que o horizonte dos incentivos à liquidez nos EUA foram dilatadas sem prazo de reversão, desanuviando a pressão cambial sobre as contas externas e a inflação.Seria injusto dizer que o conjunto é obra exclusiva do acaso.Mas tampouco é justo atribuí-lo a uma sólida capacidade de resposta da agenda progressista. O novo ciclo de políticas de crescimento e convergência da riqueza, requerido pela sociedade, exige decisões que talvez não caibam no espaço quase ornamental reservado à mobilização progressista, dentro do bloco de alianças do PT. Caberia perguntar, como se pretende desfrutar a 'folga'? Como se pretende conduzir a campanha eleitoral de 2014? Como um evento publicitário, a exemplo do que se fez nas últimas? Ou requalificá-la como um espaço de repactuação de forças da nova institucionalidade que o desenvolvimento requer?(LEIA MAIS)
Marina Leitão e seu guru FHC boy, o da “bomba H”
de Daniel Dantas
21 de setembro de 2013 | 19:48
O bom do processo político é que as coisas vão se revelando, não obstante a geléia geral de hoje.
De Marina Silva, por exemplo, não temos ouvido quase nada sobre o que diz respeito à vida do país.
Ele, que vem de uma comunidade pobre e isolada, não deu uma palavra para se solidarizar com o “Mais Médicos”, que vai levar profissionais para lugares como o seu Acre natal, tão mal assistido de profissionais.
Só o que vimos foi ela falar do “perigo de perdermos as conquistas com o aumento da inflação e o desmonte do “tripé macroeconômico do câmbio flutuante, do superávit fiscal e das metas inflacionárias”.
Agora surge uma pista de quem está marinando no vinho neoliberal a cabeça de Marina Silva, que a gente, aqui, já vem chamando de Marina Leitão, pela identidade em matéria econômica.
O tucano André Lara Resende, um dos FHC boys de velha cepa, apresentado pela Épocacomo novo guru marinista.
De Lara Resende, vamos deixar que a Veja o descreva, para não ser suspeita a definição:
“Economista brilhante, Lara Resende ajudou a criar o Plano Cruzado, juntamente com o colega Persio Arida. Teceu também as bases do Plano Real. Para favorecer a vitória do Opportunity na compra da Tele Norte Leste, em detrimento do consórcio Telemar, negócio que não se concretizou, Lara Resende foi diretíssimo ao ponto em suas conversas telefônicas com Arida. Se precisar vou ter de detonar a bomba atômica, disse ele ao amigo, referindo-se ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Vai lá e negocia, joga o preço para baixo. Depois, se precisar, a gente sobe e ultrapassa o limite, instruiu Lara Resende, segundo fitas divulgadas pela imprensa à época.”
Lara Resende foi absolvido dos processos abertos, já que, na época, a Justiça precisava de provas para condenar. Mas os fatos e as fitas jamais foram contestados nem a história edificante do então jovem amante dos cavalos puro-sangue que ameaçou detonar “uma bomba atômica” para Daniel Dantas ganhar a Telemar, hoje Oi.
De lá para cá, ele usa seu brilhantismo a serviço da especulação, na famosa Casa das Garças, um ninho de mafagafos cheio de mafagafinhos tucanos como ele, Edmar Bacha, Pérsio Arida, Armínio Fraga e a família Moreira Salles.
Na entrevista a Época, agora como marineiro, ele repete a mesma cantilena sobre estado mínimo e carga tributária de sempre, com uma superfluidade natural para quem, no fundo, sempre defendeu os interesses do capital.
Uma coisa, porém, deve ser dita: as idéias de Marina estão cada vez mais verdes.
Verdes do bolor neoliberal.
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