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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Superávit alcançado? Não importa, as razões do lobo não têm limites

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Autor: Fernando Brito
O Ministro Guido Mantega anunciou, hoje de manhã, o que a gente já tinha cravado aqui logo depois do Natal.
A meta de superavit primário do governo central foi alcançada e, até, ligeiramente superada: dos R$ 73 bilhões líquidos de economia, atingimos R$ 75 bilhões.
Mantega diz que antecipou o anúncio do resultado para responder à “ansiedade” do mercado.
Fez bem.
Mas não adianta muito.
Fez bem porque isso ajuda a desmoralizar os sabidos que diziam que ele não seria atingido, como Sua Sapiência, o comendador Merval Pereira, que no final de novembro afirmava:
(…) o governo central – composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – também não está cumprindo a sua meta, que é de R$ 73 bilhões, o superávit primário este ano será bastante abaixo do previsto.
E não adianta muito, porque ele e sua trupe, amanhã, estarão dizendo que cumpriu, mas graças ao Refis e a Libra, como se Fernando Henrique Cardoso não tivesse feito superavits vendendo tudo, menos a alma, que não a tinha para entregar.
As razões do lobo são sempre assim: se não foi você, cordeiro, foi seu pai, seu avô, seu primo….
Os 73 bilhões de reais que o governo poupou para lançar na fogueira dos juros da dívida só não são mais por que o governo retirou, com as desonerações fiscais, o equivalente ao que ganhou com o leilão do campo de Libra, cerca de R$ 15 bilhões.
Mesmo assim, o Brasil poupou mais do que investiu em obras públicas.
Vale dizer, sem a obrigação do “pé do tripé” representado pelo superávit, poderiamos ter investido em serviços e infraestrutura o dobro do que fizemos e, com isso, aumentado a Formação Bruta de Capital Fixo. Com isso, talvez o PIB pudesse crescer em torno de meio por cento.
No quadro político econômico que vivemos, que não é o de ruptura, isso é o suficiente para, ao menos, reduzir o tamanho da dívida pública em relação ao tamanho de nossa economia.
E permite ir alongando prazos e ir administrando a faca no pescoço dos juros.
Mas sempre com o lobo arreganhando os dentes à nossa frente.
E apenas ir adiando a hora de sua refeição, torcendo para que o carneiro possa usar o tempo para crescer, criar chifres e dar, um dia, as necessárias marradas que o lobo merece levar.

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