Porta-vozes da mídia familiar, que torceram contra o sucesso da Copa do Mundo de 2014, condenam o que chamam de "politização" do torneio pela presidente Dilma; ou seja, na visão destes colunistas, a presidente só poderia ser responsabilizada pelo fracasso do Mundial, jamais pelo seu sucesso; na CBN, Merval Pereira e Carlos Alberto Sardenberg foram bisonhos; "ela não marca gols", disse o camisa 10 de O Globo para o ponta direita da Rede Globo
247 – Consertar uma tese jornalística errada não é fácil. Mas é o que tentam fazer, neste momento, alguns dos colunistas e editorialistas mais radicais da mídia tradicional. No circuito Merval Pereira-Reinaldo Azevedo-Arnaldo Jabor e outros, a tese que está em campo agora é em tudo diferente da que vigorou até momentos antes da classificação da Seleção Brasileira para a segunda fase do Mundial, dez dias atrás. Até ali, quando ainda existiam apostas contra o sucesso popular e de organização da Copa no Brasil, os mesmos articulistas da Rede Globo e do Grupo Abril trabalhar pelo estabelecimento do clima de medo e apreensão frente ao sucesso do Mundial. Engrossaram, à sua maneira, o esvaziado #naovaitercopa – e ficaram completamente isolados nas arquibancadas vazias dos que apostaram no sucessos do evento.
Agora, numa ampla ofensiva que utiliza todos os meios disponíveis – dos programas ditos sérios na rádio CBN ao decadente Domingão do Faustão -, os mesmos caras pregam que o sucesso da Copa é de todos, em exceção. Mas que, se houver perda esportiva e aumento de críticas ao Mundial, a culpa deve recair exclusivamente sobre a torcedora número 1, a presidente Dilma Rousseff.
- Dilma e Lula não marcam gols, sublinhou, com certo desespero, Merval Pereira para seu parceiro Carlos Alberto Sardemberg, nesta terça-feira 8, num bate-bola do time do contra na rádio CBN. No domingo, Faustão fez as vezes de editorialista e repetiu, por dois minutos, que "a verdadeira Copa vai começar agora, com as eleições", como querendo dizer que a #copadascopas é um evento menor, nada significativa para a vida de um País.
Pelo Grupo Abril, Reinaldo Azevedo irritou-se, em texto no site veja.com, com o gesto de "é tóis", feito por Dilma com os braços, divulgado na página do Facebook da presidente. Ele reconheceu que não sabia do que se tratava, apesar de a expressão ser popular há pelo menos seis meses. E emendou dizendo que a presidente vibrar e torcer pela Seleção, por Neymar e pelo sucesso da Copa seria "uma tentativa canhestra do poder de manipulação do povo". Nossa! Para Azevedo, será que Dilma deveria vestir luto por esses dias? Ou talvez sair do País, olhar a Copa de longe? O que ele queria, que Dilma, como ele, torcesse contra?
Por jogadas como essa, é mesmo dura a disputa pela camisa 10 no time dos que jogam contra. Muitos candidatos.
O problema com a tentativa de ajustar a posição editorial sobre a Copa – passando da aposta contra para a adesão oportunista e, ainda por cima, tentando criticar a postura da presidente da República por ter-se empenhado e acreditado no sucesso do Mundial – é que ela não dará certo. Dilma, esse é o fato, mergulhou de cabeça na Copa no Brasil. Publicamente, não vacilou em comandar a torcida, fazendo apelos pela realização da #copadascopas e jogando alto na capacidade de o povo brasileiro fazer um evento diferenciado. É o que está acontecendo, a olhos vistos.
A esta altura, qualquer que seja o resultado esportivo da Seleção Brasileira, com vitória ou não na partida de 17h00, no Mineirão, em Belo Horizonte, contra a Alemanha, a Copa é um sucesso espetacular. E, como dizem as pesquisas, ajudou sim na recuperação da popularidade da presidente Dilma. Não serão colunistas que perdem credibilidade a cada dia que irão mudar essa situação.
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