Quem quiser entender os interesses que estão em jogo na eleição presidencial deste ano pode encontrar uma bela pista no eterno antipetismo da revista britânica The Economist, considerada pelos “mercados” como a “bíblia” do neoliberalismo contemporâneo.
Em edição desta quinta-feira (16), a publicação europeia volta a pregar voto em um candidato do PSDB contra outro do PT – só não se sabe a quem a revista inglesa se dirige, haja vista que 99,9999% dos brasileiros mal sabem que ela existe.
The Economist ilustra editorial pró Aécio com a charge de uma “Carmem Miranda” com um cocar de frutas
apodrecidas na cabeça. Diz o texto que os “Eleitores brasileiros deveriam abandonar Dilma e eleger Aécio”.
Por que? Segundo a revista, “Quando a presidente [Dilma] foi eleita em 2010, o Brasil parecia prestes a aproveitar todo o seu potencial, mas, durante seu governo, a economia se estagnou”.
A revista, por óbvio, dá pouca… Ou melhor, dá importância zero ao fato de que, apesar da crise internacional que pôs o Reino Unido de joelhos, no Brasil há quase pleno emprego, os salários crescem e a desigualdade cai.
Quem lê a pregação da revista para que os brasileiros elejam Aécio pode até pensar que a redução da atividade econômica no Brasil a fez assumir só agora essa posição antipetista, mas uma breve pesquisa no site da The Economist mostra outra coisa.
Em 2010, também em outubro, com o Brasil crescendo 7%, no auge de uma imensa ovação internacional à sua economia, a mesma The Economist pregou voto em José Serra contra Dilma Rousseff.
Qual o argumento da revista para pregar voto em José Serra há quatro anos? O tucano lhe parecia “mais convincente” e, por isso, acreditava que seria “um presidente melhor”.
Melhor para quem, caras-pálidas? Perdoem o ceticismo deste blogueiro, mas chega a ser hilariante alguém dizer que acredita que a família de banqueiros ingleses Rothschild, dona da revista, esteve ou está preocupada com as condições de vida do povo brasileiro.
The Economist é uma publicação voltada para o mercado financeiro internacional e para os interesses de banqueiros e “investidores”. Para essa gente, se este povo estiver passando fome mas o país lhe oferecer boas oportunidades de lucro, é o que importa.
E você, acredita mesmo que um candidato apoiado pelos chacais do mercado internacional de capitais é também o melhor para você? Quantas ações você tem na Bolsa? Juros altos produzem em sua vida o mesmo bem-estar que produzem a banqueiros?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários sujeitos a moderação.