A Época vejou de vez.
Reportagem desta semana prima pela mentira, pela distorção e pelo jogo sujo.
O texto não traz acusação nenhuma, nada concreto, apenas insinuações.
É uma tentativa de bombar a CPI do BNDES, que Eduardo Cunha criou às pressas antes do recesso, tentando desviar a atenção das denúncias contra si.
Permitam-me chamar a revista Época pelo que ela é: uma empresa da Globo.
A Globo faz o jogo de Eduardo Cunha e manda seus repórteres escreverem ficções sobre o BNDES e Fernando Pimentel, o governador petista em posição mais sólida junto ao legislativo de seu estado.
O texto parece saído diretamente da “máquina de lama” do último romance de Umberto Eco.
No livro, intitulado Numero Zero, os personagens fazem um jornal cuja única finalidade é chantagear políticos, e para isso se esmeram em transformar qualquer fato prosaico numa ação suspeita, num “indício” de alguma coisa.
A reportagem da Época é cheia de “indícios”…
O empresário Benedito Rodrigues é tratado em toda a parte como “amigo de Pimentel”.
No título, ele é o “operador de Pimentel”, assim como Marcos Valério sempre foi chamado de “operador do PT”.
(Não importava que Marcos Valério tivesse operado por mais de 20 anos para o PSDB, e fosse o principal operador de Daniel Dantas. Para fins da mídia golpista, ele era apenas o “operador do PT”).
A reportagem não tem sequer pudor do ridículo, ao dizer que Bené “pagou R$ 12 mil para Pimentel e a mulher passarem férias num resort na Bahia”.
Ora, pelo amor de Deus. É muito veneno para tão pouco dinheiro!
Os tucanos e suas viagens de milhões de dólares devem sorrir de cinismo e compaixão diante da revelação de que Pimentel e esposa gastaram R$ 12 mil numa viagem a um resort…
Depois vem uma série de ilações toscas, entre um programa importante do governo que, através do BNDES, incentivou montadoras mundiais a investirem bilhões em fábricas no Brasil, e as relações comerciais do empresário Benedito Silva com uma revendedora.
Tudo é surreal e grotesco.
Primeiro, o grotesco.
Sem base nenhuma, a Globo tenta criminalizar atividades entre a empresa de Benedito e a Caoa, uma das maiores revendedoras do país, fundada em 1979, que já foi a principal revendedora Ford no país, depois trouxe a Renault, e hoje se destaca como importadora e revendedora de carros da Hyundai.
Não há prova nenhuma de crime. Só indícios…
Depois, o surreal.
A Bridge, empresa de Bené, recebeu pagamentos – legais, registrados na Receita – da Caoa.
Aí a reportagem liga as duas coisas, como se o empréstimo do BNDES à Hyundai tivesse relação direta com os negócios de Bené com a Caoa.
Não tem.
Pode ter alguma relação indireta, porque há relação indireta entre qualquer fato econômico no Brasil.
Essa tentativa de criminalizar tudo, a qualquer custo, a qualquer preço, envenenando qualquer relação política e comercial entre empresas (desde que possam ser associadas ao PT, claro), nos remete aos 11 princípios de Goebbels, mestre de comunicação do nazismo.
Importante lembrar que a prisão do empresário Benedito Silva foi um arbítrio inteiramente fascista.
A PF convocou o empresário para depor. Ele foi. O delegado, obviamente um aecista reacionário e truculento, mandou prendê-lo logo após o depoimento.
A truculência de Sergio Moro foi aperfeiçoada em Minas Gerais.
Moro manda prender por capricho, para depois investigar o sujeito, a procura de factoides que possam justificar, junto à mídia, a sua violência. Contando sempre, é claro, com os aplausos enfurecidos da malta excitada pela imprensa marrom.
Em Minas, a polícia prescinde de ordem judicial. O próprio delegado decide pela prisão, usando alguma brecha na lei.
A nova onda da ditadura midiático-judicial é prender sem condenação, sem sentença, sem acusação formal e… sem ordem judicial!
Os delegados aecistas emulam um personagem da ficção futurista, ojuiz-policial Dredd, que prende, julga e executa os criminosos, simultanea e imediatamente.
Quando tivermos vencido este surto nazista, cujo principal foco é a mídia brasileira, com suas infinitas manipulações e mentiras, temos que fazer leis para garantir pluralidade e confiabilidade nas informações repassadas à população.
Aliança entre Globo e Cunha para bombar CPI do BNDES, ninguém merece!
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