Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Imagina depois da Copa


Está passando batida a progressiva consolidação de uma possibilidade que, até há poucos dias, enorme parcela de brasileiros descartava peremptoriamente, mas que vai se impondo: a possibilidade de a organização da Copa continuar sendo o sucesso que tem sido desde a abertura até o dia em que este texto está sendo escrito – o quinto dia do evento.
A menos que este país em peso tenha tomado alguma droga muito forte que o esteja impedindo de enxergar um palmo diante do nariz, ao que me consta não estamos passando vergonha com a organização da Copa, como a grande mídia martelou, incessantemente, que iríamos passar.  E isso não é pouco, do ponto de vista político.
Senão, vejamos: se muitos cidadãos acreditaram, de boa-fé, nas histórias da mídia sobre obras necessárias à realização do evento que não ficariam prontas e que, por não terem ficado prontas, produziriam o caos, com centenas de milhares de estrangeiros aportando no país e não encontrando as condições necessárias, 5 dias são mais do que suficientes para mostrar que, no mínimo, houve exagero nas previsões catastrofistas.
Se está ficando claro que houve exagero – e má fé – nas críticas à organização da Copa, quantos se negarão a enxergar esse fato? Será que a maioria dos brasileiros é tão desonesta intelectualmente? Seremos tão estúpidos a ponto de recusarmo-nos a enxergar que o governo que elegemos fez o que tinha que fazer?
Quero acreditar que não. Afinal, se um governo faz o que deve fazer e eu não valorizo isso mostro à classe política que posso ser manipulado politicamente, de forma a jogar contra meus próprios interesses. Seremos tão ingênuos a esse ponto, a maioria dos brasileiros?
Na opinião deste que escreve, não somos ingênuos nem burros. Acredito que o povo, o povão mesmo está avaliando muito bem e curtindo muito a realização da Copa no Brasil.
Nesse contexto, um vídeo que vem circulando nas redes sociais mostra que o povo brasileiro é muito mais vivo do que pensam os estratos superiores da nossa pirâmide social. E que é capaz de avaliar muito bem tudo o que está acontecendo.
Abaixo, a opinião da catadora de recicláveis mineira Maria Sueli dos Santos, que trabalha ao lado do Estádio Mineirão.


Esse é o povo brasileiro do século XXI. Subestimado, desprezado, ironizado pelos mais ricos e escolarizados, mas que, de 2002 para cá, toda vez que foi às urnas mostrou que não se deixa mais enganar.
Ok, até aconteceu, após os protestos de 2013, que boa parte desse povo tenha se deixado confundir com mentiras, distorções, censura a certos fatos, superexposição de outros… Mas acredito que, se transcorrer tranquilamente – e com sucesso – um evento de tal importância, brotará orgulho e satisfação entre essa maioria humilde que só quer melhorar minimamente de vida e ter motivos para ser feliz.
Se ficar provado que é mentira tudo que foi dito de negativo sobre a organização da Copa de 2014, isso não provocará efeito eleitoral? Repito: só se a maioria dos brasileiros tiver tido uma regressão quase sobrenatural de sua consciência política.
Particularmente, apesar da gritaria da elite e de uma parcela das classes populares que se deixa fazer de trouxa, ainda acho que a maioria não enlouqueceu. Muito pelo contrário.
Alguém, do lado dos que espalharam catastrofismo, por certo está pensando nisso. E alguns, inclusive, já estão agindo com vistas a sabotar a Copa. Matéria do jornal Diário de Pernambuco dá conta de que “A Linha Centro do metrô do Recife pode ter sofrido um atentado”.
Na noite do último sábado, pessoas ainda não identificadas lançaram pneus nos trilhos dos trens e atearam fogo, paralisando o serviço por cerca de 20 minutos. O incidente ocorreu a 800 metros da estação Cosme e Damião.
Segundo o jornal, “A superintendência do Metrorec trabalha com a real possibilidade de atentado pelo risco aos passageiros com a possível explosão caso o trem batesse nos pneus. A investigação da Polícia já foi acionada para o caso”.
E o pior é que a sabotagem também está sendo pensada por outras vias. Estão buscando uma sabotagem “legal” da Copa. Na coluna da jornalista Mônica Bergamo de segunda-feira (16), na Folha de São Paulo, uma notícia estarrecedora:
Parece brincadeira, mas não é. O Ministério Público de SP, esse nosso velho conhecido que esquece processo contra tucanos dentro de gavetas, está querendo fechar a Arena Corinthians em plena Copa, obviamente que visando produzir noticiário para depor contra a organização do evento, para ser citado nas redes sociais.
Enfim, não será fácil atravessarmos as próximas semanas. Há grupos políticos e econômicos absolutamente dispostos a impedir que o Mundial transcorra tranquilamente, que tudo funcione bem e que o país lucre com isso.
Criminosos de lesa-pátria estão dispostos a agir para impedir que, depois da Copa, o país reflita serenamente sobre o governo Dilma, agora de posse da informação preciosa de que quando esse governo disse que o evento transcorreria bem e que seria positivo para o país, estava falando a verdade. E de que quem dizia o contrário, estava mentindo.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Reuters: anúncio de reserva gigante de petróleo em Sergipe sairá dia 23

sergipe

A imprensa brasileira segue  ”papando mosca” com as notícias da descoberta de uma grande reserva de petróleo ao largo do litoral de Sergipe.

De novo, foi a Agência Reuters que publicou, na madrugada desta sexta-feira, que será anunciada oficialmente que há uma nova província petrolífera de dimensóes ainda precariamente conhecidas a cerca de 100 quilômetros de Aracaju que, por enquanto, situa-se numa área de 6 mil quilômetros quadrados, com profundidades entre 2 e 3 mil metros.
Esta área tem tês blocos exploratórios: os BM (blocos marítimos) 4, 10 e 11. Todos são operados pela Petrobras e a tem como majoritária ou exclusiva concessionária: 60% nos blocos 4 e 11 (com a americana Hess e com a indiana IBV, respetivamente) e 100% no Bloco 10.
A estimativa divulgada pela Reuters é de um bilhão de barris de petróleo recuperáveis, de um reserva total de 3 bilhões. A informação que tenho é de que esta expectativa é conservadora.
Por: Fernando Brito

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Caso alguém ler o "ZERO FORA ", digo ZERO HORA DE HOJE 3/12 VERÁ O QUE O PASQUIM DIZ SOBRE QUEM ENTRA E QUEM SAI. SOBRE A POLÍTICA EM RELAÇÃO AO EUA , MUITA MÁ FÉ.


A vitória de Dilma Rousseff em dez chaves
Ganhou a candidata partidária da consolidação da Unasul e da expansão do Mercosul. Na campanha, Serra chegou a dizer que o Mercosul era “uma farsa”. Na entrevista que concedeu a Marco Aurélio Garcia e Emir Sader para o livro “Brasil, entre o passado e o futuro”, Dilma Rousseff disse que “só se é líder regional responsável, verdadeiramente, sem belicismos e com muita solidariedade e espírito associativo”. Ao falar dos oito anos de Lula, assinalou que “conseguimos o direito de reconstruir o Estado nacional na medida em que o Brasil conquistou autonomia na relação com a política internacional”. O artigo é de Martín Granovsky, do Página 12.
1. Dilma Rousseff ganhou as eleições por uma diferença ampla, de 56 a 44 por cento dos votos. Obteve mais de 55 milhões de votos, 12 milhões a mais que José Serra. Em nível mundial, considerando os países que são governados por eleições livres e o número de votantes, é a maior vitória de uma coalizão de partidos dirigida por uma força de esquerda. O Brasil já elegeu um operário pela primeira vez como presidente. Agora, trata de eleger a primeira mulher presidenta de sua história.

2. Aos 65 anos recém cumpridos (em 27 de outubro, mesmo dia em que morreu Néstor Kirchner), Lula deixa a presidência como o líder mais popular da história do Brasil e uma figura de primeiro nível na América do Sul e no mundo. Já prometeu que não ofuscará a presidenta e que se dedicará à região (América do Sul) e às relações com a África. Mas quando quiser, Dilma terá à disposição um sábio confiável e um negociador com 35 anos de experiência.

3. A vitória de Dilma demonstra o êxito da aposta de Lula, quando pediu ao Partido dos Trabalhadores, no quarto congresso do partido realizado em fevereiro deste ano, que ela fosse consagrada candidata ainda que não tivesse forte inserção na militância petista e jamais tivesse disputado uma eleição. É óbvio que a popularidade de Lula, superior a 80%, derramou uma simpatia massiva sobre Dilma. Mas a popularidade de Michelle Bachelet no Chile era similar e o candidato da Concertação, Eduardo Frei, foi derrotado pelo direitista Sebastián Piñera. Lula e o PT não se acomodaram com essa popularidade. Lançaram a militância às ruas, não deixaram nada jogado ao sabor dos centos e ampliaram a base de sustentação partidária, política e social.

4. Quando Dilma assumir, em 1° de janeiro de 2011, uma coalizão governará com maioria no Senado e na Câmara de Deputados. Considerando o tabuleiro por forças políticas, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), será o primeiro com 20 senadores, seguido pelo PT com 14, seis a mais do que antes. A direita tradicional do Partido Democrata (DEM), caiu de 13 para 6 senadores e o Partido Socialdemocrata Brasileiro (PSDB), de Serra, caiu de 14 para 11. Na Câmara de Deputados, o PT elegeu 88 representantes e o PMDB, 79. Em governos estaduais, sem contar os aliados, o PT controlará cinco Estados: Distrito Federal (Brasília), Rio Grande do Sul, Bahia, Sergipe e Acre.

5. O PT manteve as alianças e as ampliou. Neste cenário é um elemento chave que o vice-presidente seja Michel Temer, do PMDB, de centro. O PMDB, um conglomerado heterogêneo, tem amplitude territorial e governadores próprios. Lula começou tecendo com o PMDB, a sua direita, uma aliança parlamentar e de governabilidade em nível federal. Terminou construindo uma aliança de governo. O apoio ao PT foi muito forte entre os trabalhadores, o subproletariado do Nordeste e a nova classe média (convertida a essa condição durante o governo Lula) e talvez – elemento que ainda requer uma análise mais fina – entre setores da classe média tradicional. O Brasil tem hoje apenas 6,2% de desempregados.

6. Em relação aos 20 milhões de votos obtidos, no primeiro turno, por Marina Silva e seu Partido Verde, é arriscado dizer que 10 milhões tenham ido para Serra e outro tanto para Dilma. Contudo, ficou claro que as especulações sobre a possibilidade desses 20 milhões de votos migrarem de modo maciço para um dos candidatos eram disparatadas.

7. Serra perdeu o segundo turno após uma campanha ainda mais direitista que a de Fernando Collor de Mello em 1989, quando o candidato da Rede Globo derrotou Lula. O tom incluiu apelos ao Demônio inspiradas na organização Tradição, Família e Propriedade e repetidas nas dioceses que o Papa João Paulo II inundou de bispos ultraconservadores. A luciferização de Dilma, apresentada como uma maníaca do aborto, mergulhou o Brasil em seu lado mais obscuro. Mas o obscurantismo foi derrotado. Do mesmo modo que na Argentina, com a Lei do Matrimônio Igualitário (permite a união civil homossexual), os brasileiros conservaram suas crenças mas votaram de maneira secular.

8. Ganhou a candidata partidária da consolidação da Unasul e da expansão do Mercosul. Na campanha, Serra chegou a dizer que o Mercosul era “uma farsa”. Na entrevista que concedeu a Marco Aurélio Garcia e Emir Sader para o livro “Brasil, entre o passado e o futuro”, que acaba de ser publicado na Argentina, Dilma disse que “só se é líder regional responsável, verdadeiramente, sem belicismos e com muita solidariedade e espírito associativo”. Ao falar dos oito anos de Lula, assinalou que “conseguimos o direito de reconstruir o Estado nacional na medida em que o Brasil conquistou autonomia na relação com a política internacional”. Também definiu que para garantir a própria industrialização foi chave fechar o caminho da integração com os Estados Unidos via uma Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), posição compartilhada com a Argentina e a Venezuela na Cúpula de Mar del Plata de 2005.

9. Dilma anunciou que continuará com o controle da inflação e a estabilidade macroeconômica, mas que não cortará gastos sociais nem investimentos na infraestrutura. Também reafirmou que não desperdiçará os recursos das novas reservas de gás e petróleo descobertas pela Petrobras, o Pré-Sal. Enviará ao Congresso um projeto que definirá o marco social para a exploração desses recursos.

10. Os grandes veículos da imprensa escrita, como Folha de S.Paulo, O Estado de São Paulo e Veja, não conseguiram fazer com que sua agressividade derrotasse Dilma e tampouco conseguiram impor uma agenda própria de fantasmas, como o do aborto, o dos suposto autoritarismo de Lula ou o da eternização antidemocrática do PT. Na noite de domingo, em seu discurso da vitória, Dilma disse o que pensa o PT e procurou demonstrar uma superioridade moral: “As críticas do jornalismo livre são essenciais para assinalar os erros do governo”, disse. “Prefiro o ruído da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”, disse a candidata que foi estigmatizada por seu passado guerrilheiro quando, na verdade, essa insurgência foi o primeiro ensaio de oposição à ditadura que tomou o poder em 1964. 

Tradução: Katarina Peixoto