Na estreia da propaganda gratuita dos candidatos a governador, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, foi deixado de lado ou fez apenas aparições discretas nos programas de rádio e TV de seus aliados nos Estados.
Já na propaganda dos candidatos da base do governo federal, o presidente Lula foi a principal estrela --e a presidenciável petista Dilma Rousseff, sua coadjuvante.
Serra não teve sua imagem mostrada nem seu nome citado nas propagandas dos candidatos a governador Yeda Crusius (PSDB-RS), Joaquim Roriz (PSC-DF), Marcos Cals (PSDB-CE), Paulo Souto (DEM-BA) e Rosalba Ciarlini (DEM-RN).
Em Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB) só mostrou imagens do tucano no programa da noite.
O início da propaganda na TV coincide com o momento em que Serra aparece pela primeira vez atrás de Dilma em pesquisa Datafolha.
No último levantamento do instituto, a petista teve 41% das intenções de voto, contra 33% do tucano. Ele contava com o apoio nos Estados para reverter a vantagem da adversária.
Em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país, Dilma chegou a falar três vezes nos programas dos aliados, inclusive pedindo voto para Hélio Costa (PMDB).
Serra ficou em clara desvantagem. Nos programas dos tucanos Aécio Neves, para o Senado, e Antonio Anastasia, para o governo, Serra não fala nem é citado. Mas a imagem dele aparece.
No de Anastasia, Serra é visto de relance em quatro ocasiões. Em apenas uma Serra está em primeiro plano. Em outra está de costas.
Em São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin não mostrou a imagem de Serra na TV e só citou duas vezes o nome do presidenciável.
Na TV, Mercadante ignorou Dilma --não apareceu nem foi citada--, mas exibiu depoimento de Lula.
Em sua fala, Mercadante colou sua candidatura ao governo Lula, colocando-se como participante das realizações federais.
No Paraná, o programa da tarde de Beto Richa (PSDB) só mostrou Serra em imagens de campanha. Mas, no programa da noite, exibiu depoimento do presidenciável.
No Ceará, nem o nome nem a imagem de Serra apareceram no programa de Cals e do candidato tucano ao Senado, Tasso Jereissati.
No Rio, o TRE determinou que o senador Marcelo Crivella (PRB) não utilize o depoimento de Lula em seu programa de TV.
O pedido foi feito pela coligação Juntos Pelo Rio, da qual o próprio PT faz parte, minutos depois do horário eleitoral da tarde. Mas, à noite, Crivella usou novamente o depoimento de Lula.
O presidente gravou depoimento para Crivella, que não faz parte da coligação do PT, e para Lindberg Farias (PT). Alijou assim Jorge Picciani (PMDB), candidato apoiado pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).
SERRA É CITADO
No Rio Grande do Norte, o apoio de Serra foi usado contra a candidata ao governo Rosalba Ciarlini (DEM).
O atual governador e candidato à reeleição Iberê Ferreira (PSB) usou parte de seu programa de rádio para ressaltar que a candidata do DEM é apoiada por Serra.
"A candidata do DEM é apoiada por Serra", dizem os locutores.
Comentário Amoral:
'Coitado, é mais citado pelos oponentes que pelos aliados, com graves consequências!!!!'
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