Houve uma tática eleitoral que ficou largamente conhecida nos debates para a presidência dos Estados Unidos (país que inventou e modernizou os debates). Os candidatos que estavam perdendo, abriam fogo contra o que estava na frente. Criticavam tudo, eram grosseiros, inventavam mentiras.
Esse expediente ficou conhecido como a "tática do desespero".
Serra entrou no jogo. Aderiu de corpo e alma ao fogo aberto em praça pública. Ele atira para todos os lados, não importa quem vá atingir. Quer ferir Dilma e Lula. Mas atinge a todos.
No debate do UOL ficou demonstrado seu ódio e seu rancor. Seu pavor a um governo que tem cheiro de povo. Afinal, como disse Eliane Cantanhêde, a eterna namoradinha do PSDB, Serra é cheiroso. Lula (ela não falou assim, mas quis dizer) é fedido.
Serra não se dá conta que o povo está ao lado de Lula. Então não adianta criticar. O povo se sente ofendido, afinal "tá querendo dizer que eu não sei escolher?". Esta é a matemática do jogo.
Mas ele não sabe. Não sabe e não quer saber. Tem tanto horror a pobre, que criou uma favela virtual em seu programa eleitoral. Com pobres de mentira. Imagina se ele ia entrar em uma verdadeira?
No filme O Nascimento de Uma Nação, de 1915, o cineasta DW Grifith, que tinha horror a negros, pintava atores brancos com tinta escura, pra não ter o dissabor de estar ao lado daquilo que ele considerava como uma raça inferior.
Ao assistir ao debate do UOL, uma pessoa muito espirituosa fez um comentário coerente. Além de tudo, Serra é um preguiçoso. Afinal, ele nunca chegou ao final de um mandato. Saiu na metade de todos pra ser candidato a outra coisa. Ele não esquenta o banco. Se bobeasse, se fosse eleito para a Presidência (coisa que não será), largaria no meio pra tentar um cargo na ONU.
A verdade é que Serra não quer governar o Brasil. Ele quer é o poder de governar. Pra governar alguma coisa é necessário sentar na cadeira e mandar. Serra não faz isso. Ele é truculento, apenas. Mas não estuda o país. Não tem projeto. Ele e o Índio. Ambos não têm projeto. Se ganhassem, fariam a farra do boi das privatizações, apenas. Continuariam o que foi parado por Lula.
De todo modo, Serra está perdido. Se ele criticar o Lula, perde. Se ele apoiar, perde, porque reconhece que tudo foi bom.
A mídia já está largando mão. Está diminuindo o apoio descarado a Serra. Estão largando em tempo. Não querem ficar conhecidos como piores do que já são. A mídia e os financiadores de campanha. Foi cada um pra um lado.
Dilma ainda está um pouco nervosa nos debates. Ainda come letras e se perde no tempo. Serra nesse campo até que se sai melhor. Mas não tem conteúdo pra mostrar. E o povo não vota no mais bonito faz tempo. Até porque alí, nenhum é a Giselle Bundchen. É preciso ter conteúdo. Dilma e Marina têm. Serra não tem. Mas o povo não vai votar na Marina porque sabe que ela é o genérico do Lula. Dilma é o remédio de marca. E tem mais, mesmo os mais simples eleitores sabem que se a Marina ganhasse, teria sérios problemas em governar. Já Dilma não teria. A estrutura já está toda pronta.
E Serra, nem se fala. Se já foi quase impossível achar um vice, imagina encontrar 30 ministros.
Num momento em que o Datafolha e o Ibope reconhecem que provavelmente o "zé" vai perder no primeiro turno, o Brasil deveria comemorar.
Plagiando Jorge Bornhausen, vamos estar "livres dessa raça" por um bom tempo.
By: Anais Políticos
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