Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 31 de agosto de 2010

ESPN - FOLHA: Como usar o futebol para a prática da pilantragem eleitoreira


Mauro Carrara
O golpe sujo começou com o blogueiro Juca Kfouri, do UOL, ainda no sábado, 28 de Agosto.

Segundo ele, a empreiteira Odebrecht "deu" um estádio ao Corinthians para bajular o presidente Lula.

O jornalista do UOL-FOLHA e da ESPN, no entanto, não conseguiu provar que se tratava de um presente, muito menos de uma negociata, como tentou insinuar.

A suposição eleitoreira, no entanto, logo converteu-se em "fato" para boa parte da imprensa esportiva.

Uma ironia, posto que se acolhe na corporação dos jornalistas esportivos brasileiros numeroso grupo de paus-mandados de políticos, cartolas e, principalmente, de empresários de atletas.

A peça golpista que abre esta semana foi produzida pelo jornalista carioca Mauro Cezar Pereira, ex-O Globo, ex-Placar (Abril), atual comentarista da ESPN e da Rádio Eldorado (Estadão).

A acusação está luminosamente impressa em seu blog da ESPN, filial da empresa norte-americana do mesmo nome, desde 1996 uma subsidiária da Disney.

O título é "PEDIDO DE LULA A EMPREITEIRA POR ESTÁDIO DO CORINTHIANS É VERGONHA".

Implicitamente, o autor do texto ainda chama o presidente da República de ladrão ao concluir sua mensagem com a pergunta: "ou você é adepto do rouba mas faz?"

Novamente, o leitor buscou qualquer prova (uminha que fosse) de que o presidente tenha sugerido, solicitado ou exigido esse favor dos empreiteiros.

E nada há. Apenas, o velho jornalismo de pilantragem e difamação praticado pela imprensa monopolista brasileira.

Mauro Cezar Pereira cita outro blogueiro, o jornalista Guilherme Barros, para afirmar que a Odebrecht receberá financiamento do BNDES e isenção fiscal.

Nem Pereira nem Barros, no entanto, apresentam qualquer documento sobre o acordo. Nada!

Tampouco oferecem as necessárias "aspas" de qualquer autoridade federal, executivo da construtora ou dirigente do clube paulistano.

A fonte de ambos parece ser uma matéria da Folha de S. Paulo, confusa, mal apurada e mal escrita, da lavra de Evandro Spinelli, datada de 29 de agosto.

Mesmo ali, não há qualquer prova da citada "vergonha", menos ainda se exibe qualquer evidência de que o dinheiro público financiará a obra.

Aliás, os próprios próceres do PSDB, que ergueram trombetas para anunciar o acordo, asseguram que o estádio será erguido com recursos privados.

Mauro Cezar Pereira pratica, portanto, o velho jornalismo de "achismos maliciosos", calcado nos embustes de outros "achistas inveterados".

Como boa parte de seus colegas, Mauro Cezar é preguiçoso.

Não usou seu telefone ou seu computador para tentar, por conta própria, obter alguma prova de sua acusação.

O objetivo é sempre o mesmo: atribuir a Lula a culpa por qualquer evento, real ou fantasioso, que possa servir ao processo seletivo de pulverização de reputações.

Mauro Cezar busca apenas instigar, intrigar e incitar ódios.

"Vergonha", portanto, os brasileiros deveriam ter das gangues de escribas de aluguel que se encastelaram nas redações dos principais veículos de comunicação.

Pessoas de valor e princípio, bons de texto e apuração, estão hoje relegados a assessorias de imprensa ou sobrevivem de freelas para revistas especializadas.

Enquanto isso, há empregos aos montes para Spinellis, Pereiras e Barros.

É o tipo de gente que agrada a Ali Kamel e a Eurípedes Alcântara, os mestres-gurus do jornalismo de encomenda.

Hoje, mais um se mostrou nu, deselegante, com a mão indecentemente no bolso.

E cresceu a galeria dos personagens da pilantragem imprensaleira.

Pena que não exista no PT, tão tímido e preguiçoso, alguém que faça a defesa do presidente e acione a Justiça para enquadrar esse tipo de deformador da informação.

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