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terça-feira, 19 de abril de 2011

Mercadante: o que a Foxconn se comprometeu a fazer



É uma pena, mas o candidato não apresentou diploma


No programa Entrevista Record desta terça-feira às 21:15, na Record News, o Ministro Aloizio Mercadante, da Tecnologia, retomou o tema do maior investimento que o Brasil receberá: US$ 12 bilhões de dólares da chinesa Foxconn, ao longo de 5 anos.

Clique aqui para ler “Mercadante explica o salto tecnológico que a Presidenta deu na China”.

aqui para ler a entrevista com o magnífico professor Eugênio Gudinho, que inspirou as críticas piguentas ao investimento.

O professor Gudinho e seus piguentos discípulos disseram, primeiro, que o Brasil ia ser apenas um montador dos produtos da Foxconn.

O Brasil se tornaria nada mais que uma maquiladora, aquelas fábricas mexicanas que ficam na fronteira com a Califórnia e não absorvem tecnologia alguma.

Mercadante mostrou que Terry Gou, o taiwanês que fundou a Foxconn vai continuar como controlador do investimento, mas terá sócios brasileiros – obrigatoriamente.

Gou terá que abrir a tecnologia aos sócios brasileiros.

Na primeira fase, os brasileiros serão mais integradores, montadores na produção de tela para tablets.

Entre 2011 e 2013, aí, a fabrica brasileira já produzirá, ela própria, celulares e tablets.

A partir de 2014, serão produzidas tevês high definition.

Todas as patentes terão que ser registradas no Brasil, para desespero do prof. Gudinho.

Essas telas para tablets e tevê de alta definição exigem uma tecnologia de ponta, com utilização de chips e circuito integrado.

É bom lembrar ao prof. Gudinho que a Foxconn fatura 100 bilhões de dólares por ano e há oito anos é a maior exportadora da China: US$ 86 bi em 2010.

Ela produz celular para a Sony, Nokia e tela de computador para a Dell, por exemplo.

Foi a Foxconn quem montou a infra-estrutura para a Amazon, uma livraria virtual, onde os discípulos piguentos do prof. Gudinho pensam que só eles compram.

Gou veio para o Brasil porque já tem indústrias na China, na Índia e na Rússia e ele quer ser o Rei dos BRICS.

E já tem quatro plantas no Brasil, com 5 mil trabalhadores.

No Brasil, a Foxconn será a única produtora de tela para tablet do Hemisfério Sul.

Ele pretende construir aqui uma Cidade Inteligente.

Ou seja, explicou Mercadante, uma cidade de 100 mil pessoas (20 mil engenheiros) toda integrada por banda larga.

Os serviços de saúde, educação e divulgação de métodos de gestão serão todos prestados via internet.

A segunda crítica mortífera do professor Gudinho foi sobre os 20 mil engenheiros .

Onde é que vamos arrumar isso tudo ?, perguntam o professor e seus piguentos discípulos.

Mercadante explicou que o sistema educacional brasileiro tem 198 mil vagas nos cursos de Engenharia e apenas 115 mil alunos.

Por que essa discrepância, num País que tem fome de Engenharia ?

Educadamente, o Ministro atribuiu aos anos de estagnação econômica, quando os candidatos a engenheiro se sentiam “desmotivados”.

Como este ansioso blogueiro é menos educado, fica combinado assim: os anos sombrios do Cerra e do Farol de Alexandria destruiram até isso: a produção de engenheiros.

Eles foram férteis na produção de economistas para bancos e advogados para Dantas.

Segundo Mercadante, a Presidenta – ela própria Engenheira sob a capa de Economista (o Cerra não tem diploma de um nem outro) está para lançar um programa para motivar jovens a estudar Engenharia.

E não só para trabalhar na Foxconn.

Mercadante lembrou que a GE e a IBM instalaram seus primeiros laboratórios de pesquisa e desenvolvimento no Hemisfério Sul, no Rio.

A GE botou US$ 550 milhões no laboratório.

E tome engenheiro !

As chinesas ZTE – clique aqui para ler – ( US$ 200 milhões) e Huawei (US $ 300 milhões ) virão para o Brasil com tecnologia de ponta em busca de mestres e doutores.

O professor Gudinho que nos perdoe, mas ele e seus piguentos discípulos é que podiam ir carpir café.

Em tempo: amigo navegante Fabio lembra que o Brasil tem um interessante chamariz para a Foxconn: o programa Computador para Todos, que deverá incluir, também, os tablets. Sem falar nos tablets para acompanhar a Copa e a Olimpíada. Um horror !


Paulo Henrique Amorim

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