Por Altamiro Borges
A prova de que os protestos anticapitalistas nos EUA ganham força é que a própria TV Globo, sempre tão refratária a qualquer manifestação popular, passou a noticiá-los. O Jornal Nacional até fez ontem uma cobertura equilibrada do movimento “Ocupar Wall Street”. Já na GloboNews, canal por assinatura, a correspondente da emissora inclusive manifestou certa simpatia pelos manifestantes.
Os protestos na Praça Liberty, nas imediações do centro financeiro da Wall Street, tiveram início em 17 de setembro. Aos poucos, eles ganharam a adesão de diversos setores da sociedade e se espalharam por mais de 50 cidades dos EUA. Nesta semana, a AFL-CIO, a principal central sindical do país, finalmente saiu da sua letargia e anunciou o apoio ao movimento.
“Cobrem impostos de Wall Street”
Na quarta-feira (5), mais de 10 mil manifestantes voltaram a tomar o centro de Nova York, demonstrando que não se intimidaram diante da feroz repressão quatro dias antes – quando mais de 700 pessoas foram presas e muitas ficaram feridas. Eles criticaram a minoria de ricaços do país – 1% - que explora e oprime 99% dos estadunidenses e exigiram políticas de geração de empregos.
A palavra de ordem dos manifestantes foi “All day, all week, occupy Wall Street” [o dia todo, a semana toda, ocupem Wall Street]. Os acampados se deslocaram da Praça Liberty até se encontrarem com as colunas de trabalhadores convocados pelos sindicatos. Eles portavam cartazes com reivindicações: “façam postos de trabalho e não cortes”, “cobrem imposto de Wall Street”.
Adesão de trabalhadores e universitários
Estudantes universitários também deixaram as aulas para engrossar o ato, que contou a participação organizada de metalúrgicos, professores, metroviários, enfermeiras, aposentados, mutuários e desempregados. Entre as organizações sociais, destaque para a Coalizão dos Sem Teto, que reúne milhares de estadunidenses que foram despejados de suas casas devido à crise econômica.
O presidente da AFL-CIO, Richard Trumka, divulgou nota em que afirma que “o Ocupem Wall Street capturou a imaginação e a paixão de milhões de americanos que tinham perdido a esperança. Nós apoiamos os manifestantes em sua determinação de imputar Wall Street e criar bons empregos”.
"EUA não funcionam para 99% das pessoas"
Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes, Larry Hanley, afirmou que “estes jovens falam pela vasta maioria de americanos frustrada pelos banqueiros e especuladores. Enquanto nós batalhamos duro dia após dia, mês após mês, os milionários e bilionários de Wall Street se aboletam, não são penalizados, e pontificam sobre o nível do nosso sacrifício”.
Michael Mulgrew, presidente da Federação Unida dos Professores, que representa 200 mil docentes, disse aos manifestantes que “a forma como nossa sociedade é dirigida não funciona para 99% das pessoas. Assim, quando o Ocupem Wall Street começou, ele captou isso e foi capaz de gerar um debate nacional que nós pensamos que há anos precisava ser instaurado”.
Repressão não cala os manifestantes
No final do protesto, a polícia voltou a realizar prisões e a lançar spray de pimenta contra manifestantes, numa prova de que a tal democracia estadunidense, tão propagandeada pela mídia e bajulada pelas elites colonizadas, é pura falsidade. Além de matar milhões de pessoas em suas intervenções expansionistas pelo mundo, o império reprime duramente quem protesta nos EUA.
A repressão, porém, não tem conseguido calar os manifestantes. Os protestos decorrem da grave situação econômica do país. O coração do capitalismo está enfermo. Já são mais 25 milhões de desempregados; cenas de miséria, antes só vistas na periferia do sistema, multiplicam-se no império, com pessoas despejadas de suas residências, moradores de rua e filas de famintos.
Obama frustra e direita se assanha
Barack Obama, que surgiu como esperança de mudança, tornou-se uma decepção. Diante da pressão dos grupos econômicos, ele optou pelo pragmatismo e abandonou as suas promessas de campanha. Diante da acelerada queda da sua popularidade, Obama tenta agora sair das cordas, mas já parece tarde. A direita republicana mais hidrófoba ameaça retornar ao poder em 2012.
O complexo industrial-financeiro-militar não aceita perder qualquer privilégio. Quer jogar todo peso da grave crise econômica nas costas dos trabalhadores e da juventude. Segundo dados oficiais, os 400 maiores ricaços dos EUA possuem riqueza equivalente a 180 milhões de estadunidenses. E riqueza dessa minoria parasitária cresceu 12% em pleno período da recessão que atingiu o país.
É contra essa brutal desigualdade que as vítimas da crise nos EUA decidiram “ocupar Wall Street”. As contradições do capitalismo finalmente se expressam com maior força e visibilidade no coração deste sistema exploração. Algo de novo pode estar surgindo! Até a TV Globo está preocupada.
A prova de que os protestos anticapitalistas nos EUA ganham força é que a própria TV Globo, sempre tão refratária a qualquer manifestação popular, passou a noticiá-los. O Jornal Nacional até fez ontem uma cobertura equilibrada do movimento “Ocupar Wall Street”. Já na GloboNews, canal por assinatura, a correspondente da emissora inclusive manifestou certa simpatia pelos manifestantes.
Os protestos na Praça Liberty, nas imediações do centro financeiro da Wall Street, tiveram início em 17 de setembro. Aos poucos, eles ganharam a adesão de diversos setores da sociedade e se espalharam por mais de 50 cidades dos EUA. Nesta semana, a AFL-CIO, a principal central sindical do país, finalmente saiu da sua letargia e anunciou o apoio ao movimento.
“Cobrem impostos de Wall Street”
Na quarta-feira (5), mais de 10 mil manifestantes voltaram a tomar o centro de Nova York, demonstrando que não se intimidaram diante da feroz repressão quatro dias antes – quando mais de 700 pessoas foram presas e muitas ficaram feridas. Eles criticaram a minoria de ricaços do país – 1% - que explora e oprime 99% dos estadunidenses e exigiram políticas de geração de empregos.
A palavra de ordem dos manifestantes foi “All day, all week, occupy Wall Street” [o dia todo, a semana toda, ocupem Wall Street]. Os acampados se deslocaram da Praça Liberty até se encontrarem com as colunas de trabalhadores convocados pelos sindicatos. Eles portavam cartazes com reivindicações: “façam postos de trabalho e não cortes”, “cobrem imposto de Wall Street”.
Adesão de trabalhadores e universitários
Estudantes universitários também deixaram as aulas para engrossar o ato, que contou a participação organizada de metalúrgicos, professores, metroviários, enfermeiras, aposentados, mutuários e desempregados. Entre as organizações sociais, destaque para a Coalizão dos Sem Teto, que reúne milhares de estadunidenses que foram despejados de suas casas devido à crise econômica.
O presidente da AFL-CIO, Richard Trumka, divulgou nota em que afirma que “o Ocupem Wall Street capturou a imaginação e a paixão de milhões de americanos que tinham perdido a esperança. Nós apoiamos os manifestantes em sua determinação de imputar Wall Street e criar bons empregos”.
"EUA não funcionam para 99% das pessoas"
Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes, Larry Hanley, afirmou que “estes jovens falam pela vasta maioria de americanos frustrada pelos banqueiros e especuladores. Enquanto nós batalhamos duro dia após dia, mês após mês, os milionários e bilionários de Wall Street se aboletam, não são penalizados, e pontificam sobre o nível do nosso sacrifício”.
Michael Mulgrew, presidente da Federação Unida dos Professores, que representa 200 mil docentes, disse aos manifestantes que “a forma como nossa sociedade é dirigida não funciona para 99% das pessoas. Assim, quando o Ocupem Wall Street começou, ele captou isso e foi capaz de gerar um debate nacional que nós pensamos que há anos precisava ser instaurado”.
Repressão não cala os manifestantes
No final do protesto, a polícia voltou a realizar prisões e a lançar spray de pimenta contra manifestantes, numa prova de que a tal democracia estadunidense, tão propagandeada pela mídia e bajulada pelas elites colonizadas, é pura falsidade. Além de matar milhões de pessoas em suas intervenções expansionistas pelo mundo, o império reprime duramente quem protesta nos EUA.
A repressão, porém, não tem conseguido calar os manifestantes. Os protestos decorrem da grave situação econômica do país. O coração do capitalismo está enfermo. Já são mais 25 milhões de desempregados; cenas de miséria, antes só vistas na periferia do sistema, multiplicam-se no império, com pessoas despejadas de suas residências, moradores de rua e filas de famintos.
Obama frustra e direita se assanha
Barack Obama, que surgiu como esperança de mudança, tornou-se uma decepção. Diante da pressão dos grupos econômicos, ele optou pelo pragmatismo e abandonou as suas promessas de campanha. Diante da acelerada queda da sua popularidade, Obama tenta agora sair das cordas, mas já parece tarde. A direita republicana mais hidrófoba ameaça retornar ao poder em 2012.
O complexo industrial-financeiro-militar não aceita perder qualquer privilégio. Quer jogar todo peso da grave crise econômica nas costas dos trabalhadores e da juventude. Segundo dados oficiais, os 400 maiores ricaços dos EUA possuem riqueza equivalente a 180 milhões de estadunidenses. E riqueza dessa minoria parasitária cresceu 12% em pleno período da recessão que atingiu o país.
É contra essa brutal desigualdade que as vítimas da crise nos EUA decidiram “ocupar Wall Street”. As contradições do capitalismo finalmente se expressam com maior força e visibilidade no coração deste sistema exploração. Algo de novo pode estar surgindo! Até a TV Globo está preocupada.
Postado por Miro
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