Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Diálogos no JN desmentem o JN (de novo)

O jornal Nacional ignorou a informação de que, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski cobrou explicações do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), sobre as recorrentes citações nas conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal (PF) para a Operação Monte Carlo.
Segundo uma nota publicada no jornal Correio Braziliense, na última segunda-feira, dia 9, Lewandowski expediu os ofícios para o governador e para o prefeito, que ainda não elaboraram as respostas ao ministro. Os pedidos de explicação foram feitos dentro do inquérito aberto pelo STF para investigar os indícios de crime na relação de amizade entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO).
O procedimento corre em segredo de Justiça, mas o jornal diz que apurou as razões para as citações oficiais de Perillo no inquérito. Nos grampos telefônicos remetidos ao STF, com o envolvimento de parlamentares do esquema de Cachoeira, os nomes do governador e do prefeito são frequentemente citados.
Em razão desse envolvimento, o STF poderá investigar os dois, caso haja solicitação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Por enquanto, o inquérito foi aberto apenas para investigar Demóstenes. Outros três parlamentares deverão ser investigados – Carlos Alberto Leréia (PSDB/GO), Sandes Júnior (PP/GO) e Stepan Nercessian (PPS/RJ) – em razão dos indícios de crime deduzidos a partir dos diálogos telefônicos trocados com Cachoeira.
Mas o jornal nacional da Globo preferiu a trama do novelão anti-Agnelo Queirós, que continuou ne edição de quinta-feira. Só que a análise dos diálogos divulgados não batem com a narrativa de William Bonner.
Eis um trecho do JN:
No dia 30 de março, Idalberto Matias, o Dadá, um dos principais auxiliares de Cachoeira, conversa com o então diretor da empresa Delta, Cláudio Abreu. Abreu reclama que os pedidos da empresa não estão sendo atendidos e diz que vai procurar o governador:
“Não dá mais rapaz, nós ‘tamos’ sem receber, não cai dinheiro. Nós temos uma audiência, pode falar que o governador mandou me chamar, quer conversar comigo. Então, eu vou ter que tratar direto é com governador, como é que eu faço?”.
O JN, de novo, manipula o telespectador para esconder informação, e transforma o diálogo em monólogo. Mesmo assim, pelo diálogo seguinte dá para entender que Dadá estava pedindo dinheiro para pagar gente que estava na 'folha de pagamento' de Cachoeira.
Cláudio Abreu diz que não tem o dinheiro porque o governo Agnelo não está atendendo os pleitos dele. Ou seja, se ele queria fazer maracutaia, não estava conseguindo. Parece até pior para a Delta: o contexto dá a entender que o governo Agnelo estaria até congelando pagamentos.
Aí Cláudio Abreu diz que tem uma audiência (coisa normal entre fornecedores que tem contratos e estão com pagamentos atrasados), sem especificar se é com a presença do governador .
Então ele manda Dadá dizer para os outros "pode falar que o governador mandou me chamar, quer conversar comigo. Então, eu vou ter que tratar direto é com o governador, como é que eu faço?" - Ora, o "pode falar..." significa que ele está inventando para se valorizar. Ele tinha uma audiência marcada sabe-se lá com quem, e diz uma bravata para não perder a imagem de ter prestígio e ser influente.
Aí o Jornal Nacional continua seu roteiro de novela:
Dadá repassa o descontentamento da Delta para Marcelo Lopes, ex-assessor de Agnelo, e diz que a direção da empresa no Rio de Janeiro vai cobrar a fatura da campanha.
DADÁ - A chefia do Rio entendeu. É que mexeu com... Ele ficou fora da negociação de campanha, que as autoridades lá do Rio de Janeiro que vieram. Então as autoridades do Rio que se mexeram, né? Cobraram a fatura aí, né?
MARCELÃO - Entendi, beleza. Quando eu sair daqui, te dou uma ligada.
DADÁ - O Cláudio Abreu, ele tem chefe, cara. Ele é simplesmente diretor regional. Em cima dele tem muita gente e a diretoria lá em cima. O Cláudio não participou da negociação da campanha. Os caras dizem assim “Pô o Cláudio não ‘tá’ resolvendo”. O pagamento não sai, entendeu? Então eu vou em cima do zero-um, meu irmão.
Mas o roteirista da novela do JN entrou em contradição e perdeu o nexo:
O Dadá doura a pílula ao repassar sua versão da desculpa que Claudio havia mandado dizer para atrasar o pagamento de Marcelão. Logo, Marcelão não sabe bulhufas do que se passa no gabinete de Agnelo, para precisar ser informado através de Dadá.
O JN havia dito no capítulo do dia anterior que Marcelão seria um assessor direto de Agnelo, insinuando que teria poder para traficar influência junto à Agnelo, coisa que os diálogos acima desmentem categoricamente.
De novo, se isolar os fatos, ou seja, os diálogos e as pessoas, eles dementem a "explicação" que Bonner quer passar ao telespectador. Em vez de incriminar o governador, os diálogos o inocentam.
E tal qual uma novela, no JN teve repetição das cenas do capítulo anterior. Aguardamos os próximos capítulos, porque até que está divertido desmantelar as mentiras do telejornal.

A tranquilidade dos petistas

Quem conhece o modus operandi de Cachoeira sabe que se ele tivesse algo concreto contra Agnelo, já estaria na capa da revista Veja há muito tempo (e esse diálogo aí em cima tem mais de um ano). Basta lembrar o que aconteceu com Waldomiro Diniz, quando não atendeu os interesses do bicheiro.
Além disso, o deputado Fernando Ferro (PT/PE) disse “não estar nem aí” para a imprensa querer intimidar através de ataques à Agnelo:
“Não, de forma alguma, é motivo para investigar e esclarecer. E nós não podemos aceitar acusações simplesmente como tentativa de desviar o foco, uma vez que o centro desta corrupção está no DEM, está aí nos setores da mídia que participou desse esquema de escândalo e faz parte da articulação do Cachoeira. Se tiver alguém do PT envolvido nisso, na investigação vai aparecer. E aí não tem motivo para ter medo. Se tiver culpa eu sinto muito, a nossa posição tem de ser esclarecer, isso é em benefício da democracia, do próprio partido e da política limpa. Eu me recuso a aceitar acusações sem ter investigação, me recuso a não fazer a investigação, que aí é o pior dos mundos”.
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Diálogos no JN desmentem o JN (de novo)

O jornal Nacional ignorou a informação de que, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski cobrou explicações do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), sobre as recorrentes citações nas conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal (PF) para a Operação Monte Carlo.
Segundo uma nota publicada no jornal Correio Braziliense, na última segunda-feira, dia 9, Lewandowski expediu os ofícios para o governador e para o prefeito, que ainda não elaboraram as respostas ao ministro. Os pedidos de explicação foram feitos dentro do inquérito aberto pelo STF para investigar os indícios de crime na relação de amizade entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO).
O procedimento corre em segredo de Justiça, mas o jornal diz que apurou as razões para as citações oficiais de Perillo no inquérito. Nos grampos telefônicos remetidos ao STF, com o envolvimento de parlamentares do esquema de Cachoeira, os nomes do governador e do prefeito são frequentemente citados.
Em razão desse envolvimento, o STF poderá investigar os dois, caso haja solicitação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Por enquanto, o inquérito foi aberto apenas para investigar Demóstenes. Outros três parlamentares deverão ser investigados – Carlos Alberto Leréia (PSDB/GO), Sandes Júnior (PP/GO) e Stepan Nercessian (PPS/RJ) – em razão dos indícios de crime deduzidos a partir dos diálogos telefônicos trocados com Cachoeira.
Mas o jornal nacional da Globo preferiu a trama do novelão anti-Agnelo Queirós, que continuou ne edição de quinta-feira. Só que a análise dos diálogos divulgados não batem com a narrativa de William Bonner.
Eis um trecho do JN:
No dia 30 de março, Idalberto Matias, o Dadá, um dos principais auxiliares de Cachoeira, conversa com o então diretor da empresa Delta, Cláudio Abreu. Abreu reclama que os pedidos da empresa não estão sendo atendidos e diz que vai procurar o governador:
“Não dá mais rapaz, nós ‘tamos’ sem receber, não cai dinheiro. Nós temos uma audiência, pode falar que o governador mandou me chamar, quer conversar comigo. Então, eu vou ter que tratar direto é com governador, como é que eu faço?”.
O JN, de novo, manipula o telespectador para esconder informação, e transforma o diálogo em monólogo. Mesmo assim, pelo diálogo seguinte dá para entender que Dadá estava pedindo dinheiro para pagar gente que estava na 'folha de pagamento' de Cachoeira.
Cláudio Abreu diz que não tem o dinheiro porque o governo Agnelo não está atendendo os pleitos dele. Ou seja, se ele queria fazer maracutaia, não estava conseguindo. Parece até pior para a Delta: o contexto dá a entender que o governo Agnelo estaria até congelando pagamentos.
Aí Cláudio Abreu diz que tem uma audiência (coisa normal entre fornecedores que tem contratos e estão com pagamentos atrasados), sem especificar se é com a presença do governador .
Então ele manda Dadá dizer para os outros "pode falar que o governador mandou me chamar, quer conversar comigo. Então, eu vou ter que tratar direto é com o governador, como é que eu faço?" - Ora, o "pode falar..." significa que ele está inventando para se valorizar. Ele tinha uma audiência marcada sabe-se lá com quem, e diz uma bravata para não perder a imagem de ter prestígio e ser influente.
Aí o Jornal Nacional continua seu roteiro de novela:
Dadá repassa o descontentamento da Delta para Marcelo Lopes, ex-assessor de Agnelo, e diz que a direção da empresa no Rio de Janeiro vai cobrar a fatura da campanha.
DADÁ - A chefia do Rio entendeu. É que mexeu com... Ele ficou fora da negociação de campanha, que as autoridades lá do Rio de Janeiro que vieram. Então as autoridades do Rio que se mexeram, né? Cobraram a fatura aí, né?
MARCELÃO - Entendi, beleza. Quando eu sair daqui, te dou uma ligada.
DADÁ - O Cláudio Abreu, ele tem chefe, cara. Ele é simplesmente diretor regional. Em cima dele tem muita gente e a diretoria lá em cima. O Cláudio não participou da negociação da campanha. Os caras dizem assim “Pô o Cláudio não ‘tá’ resolvendo”. O pagamento não sai, entendeu? Então eu vou em cima do zero-um, meu irmão.
Mas o roteirista da novela do JN entrou em contradição e perdeu o nexo:
O Dadá doura a pílula ao repassar sua versão da desculpa que Claudio havia mandado dizer para atrasar o pagamento de Marcelão. Logo, Marcelão não sabe bulhufas do que se passa no gabinete de Agnelo, para precisar ser informado através de Dadá.
O JN havia dito no capítulo do dia anterior que Marcelão seria um assessor direto de Agnelo, insinuando que teria poder para traficar influência junto à Agnelo, coisa que os diálogos acima desmentem categoricamente.
De novo, se isolar os fatos, ou seja, os diálogos e as pessoas, eles dementem a "explicação" que Bonner quer passar ao telespectador. Em vez de incriminar o governador, os diálogos o inocentam.
E tal qual uma novela, no JN teve repetição das cenas do capítulo anterior. Aguardamos os próximos capítulos, porque até que está divertido desmantelar as mentiras do telejornal.

A tranquilidade dos petistas

Quem conhece o modus operandi de Cachoeira sabe que se ele tivesse algo concreto contra Agnelo, já estaria na capa da revista Veja há muito tempo (e esse diálogo aí em cima tem mais de um ano). Basta lembrar o que aconteceu com Waldomiro Diniz, quando não atendeu os interesses do bicheiro.
Além disso, o deputado Fernando Ferro (PT/PE) disse “não estar nem aí” para a imprensa querer intimidar através de ataques à Agnelo:
“Não, de forma alguma, é motivo para investigar e esclarecer. E nós não podemos aceitar acusações simplesmente como tentativa de desviar o foco, uma vez que o centro desta corrupção está no DEM, está aí nos setores da mídia que participou desse esquema de escândalo e faz parte da articulação do Cachoeira. Se tiver alguém do PT envolvido nisso, na investigação vai aparecer. E aí não tem motivo para ter medo. Se tiver culpa eu sinto muito, a nossa posição tem de ser esclarecer, isso é em benefício da democracia, do próprio partido e da política limpa. Eu me recuso a aceitar acusações sem ter investigação, me recuso a não fazer a investigação, que aí é o pior dos mundos”.
 
 

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