Nestes momentos de incerteza, o ansioso blogueiro recorre invariavelmente ao sábio Oráculo de Delfos.
– Oráculo, por favor me acuda ! A Globo diz que a culpa é toda do Agnello !
– Calma, meu filho. Quem é o Agnello ?
– O Governador de Brasília … Do PT.
– Roriz, Arruda e quem ?, pergunta ele, como se não soubesse quem é o Agnello.
– Agnello.
– Meu filho, em Brasília até o lago é falso.
– Mas, Oráculo, por favor, o que é isso tudo ? No que vai dar essa bafa-bafa ?
– Abafa, meu filho. A imprensa quer abafar.
– O que, Oráculo ?
– Tudo.
– Mas, como, tudo ?
– Porque está tudo comprometido.
– Como assim, Oráculo, não aumente o meu desespero.
– Calma, meu filho. Tome um chá de camomila.
– Não tomo chá, Oráculo. Prefiro tequilla.
– Meu filho, se você soma a Satiagraha com o Demóstenes, o Brasil inteiro está lá dentro. É uma coisa só ! É um Brasil só.
– É … pensando bem, sempre desconfiei disso. Daniel Dantas, empreiteira Delta. Tem uma lógica nessa loucura.
– O que você está vendo diante dos teus olhos é o processo como um todo. Não escapa nada, porque o conjunto é que está podre.
– Mas, Oráculo, não tem ninguém que preste ?
– Claro, claro que tem gente que preste. Mas, são os lírios da lama …
– Oráculo, não é bem assim, são os lírios …
– Meu filho, entenda o que eu estou falando: dentro da lama pode haver vida saudável. É difícil, mas pode, na borda.
– Mas, como sair dessa ?
– Não sei se há saída, nem sei é para já, se houver saída.
– Mas, o que está errado, Oráculo ?
– O sistema político, a forma de representação, a organização partidária e o financiamento das campanhas.
– Bom, Oráculo, aí você já quer reinventar o Brasil.
– Quem mandou perguntar ? E tem mais, viu ? O Judiciário. O Judiciário é a argila dessa massa fedida.
– Mas, como é que se sai dessa ?
- Vai demorar muito. Porque está todo mundo na roda. Eu te pergunto: quem não está no Daniel Dantas ou no Cachoeira ? Que partido ? Quem não tem o rabo preso ?
– A Folha !
– Como é que é ?
– Deixa pra lá, Oráculo.
– Veja uma coisa: não tem candidato a prefeito. Quantas grandes cidades do Brasil ainda não definiram o prefeito, quantas coligações já estão prontas ?
– E daí, Oráculo ?
– Porque esse sistema político aí é um sarapatel, uma misturança. Ninguém é de ninguém. Ou todos são de todos. Não tem coerência, partido. Aí, chega um Dantas, um Cachoeira, uma Delta … e ocupa o espaço. Abre a banca.
– Quem é a Delta, Oráculo ?
– Uma letra do alfabeto grego.
– Ah …
– E a imprensa também caiu na lama. Se misturou com os bandidos.
– Você acha ?, Oráculo, perguntou o ansioso blogueiro, como se soubesse a resposta.
– Veja, Globo, Estadao, Folha, não sobra nada. Não dá para ler mais nada.
– É o PiG, Oráculo.
– É o que ?
– Deixa pra lá, uma palavra inglesa. E a CPI, Oráculo ?
– O PSDB tem mais a perder que o PT.
– Por isso o PT quer tanto.
– Você faria o que ?
– Mas, a CPI vai resolver alguma coisa ?
– Vai.
– O que, Oráculo ?
– Melar o mensalão.
– Peraí, Oráculo, já ouvi isso em algum lugar …
– Mela, mas fica um pouco de lama na bainha da calça.
– Como assim, Oráculo ?
– Ora, meu filho, tenho mais o que fazer. Me dê licença.
Pano rápido.
Em tempo: clique aqui para ler o que disse o Tirésias: “quantos Agnellos vale um Dirceu ?”.
Paulo Henrique Amorim
– Oráculo, por favor me acuda ! A Globo diz que a culpa é toda do Agnello !
– Calma, meu filho. Quem é o Agnello ?
– O Governador de Brasília … Do PT.
– Roriz, Arruda e quem ?, pergunta ele, como se não soubesse quem é o Agnello.
– Agnello.
– Meu filho, em Brasília até o lago é falso.
– Mas, Oráculo, por favor, o que é isso tudo ? No que vai dar essa bafa-bafa ?
– Abafa, meu filho. A imprensa quer abafar.
– O que, Oráculo ?
– Tudo.
– Mas, como, tudo ?
– Porque está tudo comprometido.
– Como assim, Oráculo, não aumente o meu desespero.
– Calma, meu filho. Tome um chá de camomila.
– Não tomo chá, Oráculo. Prefiro tequilla.
– Meu filho, se você soma a Satiagraha com o Demóstenes, o Brasil inteiro está lá dentro. É uma coisa só ! É um Brasil só.
– É … pensando bem, sempre desconfiei disso. Daniel Dantas, empreiteira Delta. Tem uma lógica nessa loucura.
– O que você está vendo diante dos teus olhos é o processo como um todo. Não escapa nada, porque o conjunto é que está podre.
– Mas, Oráculo, não tem ninguém que preste ?
– Claro, claro que tem gente que preste. Mas, são os lírios da lama …
– Oráculo, não é bem assim, são os lírios …
– Meu filho, entenda o que eu estou falando: dentro da lama pode haver vida saudável. É difícil, mas pode, na borda.
– Mas, como sair dessa ?
– Não sei se há saída, nem sei é para já, se houver saída.
– Mas, o que está errado, Oráculo ?
– O sistema político, a forma de representação, a organização partidária e o financiamento das campanhas.
– Bom, Oráculo, aí você já quer reinventar o Brasil.
– Quem mandou perguntar ? E tem mais, viu ? O Judiciário. O Judiciário é a argila dessa massa fedida.
– Mas, como é que se sai dessa ?
- Vai demorar muito. Porque está todo mundo na roda. Eu te pergunto: quem não está no Daniel Dantas ou no Cachoeira ? Que partido ? Quem não tem o rabo preso ?
– A Folha !
– Como é que é ?
– Deixa pra lá, Oráculo.
– Veja uma coisa: não tem candidato a prefeito. Quantas grandes cidades do Brasil ainda não definiram o prefeito, quantas coligações já estão prontas ?
– E daí, Oráculo ?
– Porque esse sistema político aí é um sarapatel, uma misturança. Ninguém é de ninguém. Ou todos são de todos. Não tem coerência, partido. Aí, chega um Dantas, um Cachoeira, uma Delta … e ocupa o espaço. Abre a banca.
– Quem é a Delta, Oráculo ?
– Uma letra do alfabeto grego.
– Ah …
– E a imprensa também caiu na lama. Se misturou com os bandidos.
– Você acha ?, Oráculo, perguntou o ansioso blogueiro, como se soubesse a resposta.
– Veja, Globo, Estadao, Folha, não sobra nada. Não dá para ler mais nada.
– É o PiG, Oráculo.
– É o que ?
– Deixa pra lá, uma palavra inglesa. E a CPI, Oráculo ?
– O PSDB tem mais a perder que o PT.
– Por isso o PT quer tanto.
– Você faria o que ?
– Mas, a CPI vai resolver alguma coisa ?
– Vai.
– O que, Oráculo ?
– Melar o mensalão.
– Peraí, Oráculo, já ouvi isso em algum lugar …
– Mela, mas fica um pouco de lama na bainha da calça.
– Como assim, Oráculo ?
– Ora, meu filho, tenho mais o que fazer. Me dê licença.
Pano rápido.
Em tempo: clique aqui para ler o que disse o Tirésias: “quantos Agnellos vale um Dirceu ?”.
Paulo Henrique Amorim
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